Alterado e atualizado as 16h59min, deste 28.08.23 – Estou de alma lavada, mais uma vez. Lá no final deste texto há um vídeo. Ele é do vereador José Carlos de Carvalho Júnior, MDB, da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB onde estão onze dos 13 vereadores). Ele é dentista. Mas preferiu ser funcionário público municipal como técnico da área sanitária. O vereador já foi um entre uma dezena de secretários da Saúde (do tempo dele, apura-se quais foram as implicações do ar contaminado nos pacientes da UTI da Covid-19) do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Tudo isso, num espantoso brevíssimo espaço de tempo de menos sete anos. Incrível!
É claro, que pelos manuais de gestão conhecidos até hoje, esta experiência do capeta não podia dar certo com tantas trocas em tão pouco tempo. Igualmente na gestão do Hospital. Parece até proposital pois o prefeito se exibe semanalmente nas redes com reuniões e reuniões que ele classifica de planejamento. Tantos curiosos passaram por lá – e outras secretarias. E só passaram – e estão ainda passando – porque foram nomeados por Kleber. Gosto pessoal. Arranjos políticos entre eles próprios. Ninguém mais. Desastre. Desastre. Desastre.
Retomando
O pronunciamento do governista Carvalho Júnior, que mais parece ecoar a voz de um oposicionista, que não há na Câmara, salvo com alguma exceção neste assunto a de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, foi feito na terça-feira da semana passada. Ele roda nas redes sociais e aplicativos de mensagens. E espanta. Por isso, deu dor de cabeça ao próprio vereador e ao governo de Kleber e Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, sei lá, ou PP, talvez. Se arrependimento pelo momento de sincericídio tardio, e bota tardio nisso, do vereador, matasse, ele não estaria mais vivo.
Carvalho Júnior simplesmente confirmou o que sempre escrevi aqui por anos, que todos os leitores e leitoras deste espaço sempre souberam em detalhes, aquilo que os pacientes do Hospital experimentam na pele quando, sem alternativas, se mandam para o Pronto Atendimento, mas que na outra ponta sempre foi negado pelos próprios vereadores governistas, seus “çábios” e pelo governo de Kleber. E se insistir, manda perseguir quem reclama ou esclarece à população enganada, ou mal servida, rotineiramente. Gente do ramo, usaria as reclamações e denúncias para melhorar o que supostamente não funciona. Mas, em Gaspar…
Voltando outra vez.
No fundo, quem está doente de verdade e com gravidade é o Hospital de Gaspar. Ele foi batizado pelo seu idealizador, o maior empreendedor social que Gaspar já teve, Frei Godofredo, como Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Visionário. Até na escolha do nome daquilo que os nossos políticos iriam perpetuar: o socorro.
O Hospital Santo Antônio de Blumenau, uma instituição pública, que também, diga-se, já teve uma história de superação devido a ingerência indevida nele de políticos, deu a volta por cima uma ação de freios da comunidade. Com os políticos longe dele, o Hospital Santo Antônio, mesmo sendo filantrópico e municipalizado, ele é uma referência na região na sua vocação pediátrica de alto risco e na área oncológica. Agora, o Hospital Santo Antônio virou à tábua de salvação do nosso hospital, o em perpétuo socorro.
E virou por um único motivo: é que acabou o saco sem fundo de pesados recursos municipais para sustentar à atual incompetência, à falta gestão e à de zelo, o empreguismo e à falta de transparência que tomou conta do Hospital de Gaspar sob a marota intervenção municipal feita pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. E tudo piorou. E por que? Mal orientado e querendo obter vantagens políticas, Kleber perpetuou com Luiz Carlos Spengler Filho, PP e continuou ao tempo de Marcelo, um modelo que se provou danoso ao Hospital e à população até então. Agora, o Hospital de Gaspar agoniza. E na UTI. Com ar contaminado. E parece que vai dar óbito.
Se os políticos e os gestores tivessem feito o que se está tentando em desespero agora – e pode dar tudo errado devido ao monstro que se tornou o Hospital de Gaspar – Kleber não só teria caixa para outras prioridades, mas teria, ao mesmo tempo, teria uma joia política, um discurso sólido e construído um legado de solução definitiva para o que nunca foi bem na nossa cidade, exatamente, por ser gerido por curiosos com as bençãos de políticos e seus grupos no poder de plantão. Mas, não. Preferiu o imediato, o errado. Tudo contra a cidade, os cidadãos, cidadãs e pior, contra os mais vulneráveis.
Kleber, Marcelo, os vereadores do MDB, PP, PSD, PDT e PSDB – pois estão todos no mesmo barco – correm o sério risco de fechar o Hospital às vésperas de uma eleição municipal onde essa gente tenta se perpetuar no poder, pois segundo ela, a máquina não pode parar. Inacreditável!
E para piorar, a pedido dos vereadores Francisco Hostins Júnior, MDB, penúltimo secretário da Saúde e que fez a aproximação com o Hospital Santo Antônio, bem como de Carvalho Júnior, foi criada uma “Comissão Especial Temporária”. O que é algo bom e necessário, ficou desastroso. Por quê? Há disputa politiqueira para se estar nela e excluir quem não for amigo daquilo que está dando errado. Incrível! Gaspar, mais uma vez, sendo Gaspar: a do atraso.
Inicialmente, esta “comissão” de vereadores vai durar 120 dias. Seria, só, e ingenuamente, para acompanhar o diagnóstico que o Hospital de Blumenau faz no de Gaspar. E ela terá cinco membros. Repito: seria normal e bem-vinda. Mas, desde a aprovação dela na terça-feira passada e antes deste discurso do vereador Carvalho Júnior onde se confessa o grave caos e se prenuncia algo muito pior, o governo de Kleber trabalha, arduamente, nos bastidores e com o regimento interno na mão, para que entre os cinco membros da Câmara, o único que não esteja nela, seja o vereador Dionísio. Estranho. Muito estranho.
Ora, se é uma simples “comissão de acompanhamento dos levantamentos que estão sendo feitos”, se isto é algo para dar mais transparência, se é para ajudar no futuro, se a ideia é avançar, a pluralidade da comissão ajudaria muito na validação da parceria tanto na Câmara de Gaspar como na de Blumenau e revelaria a boa intenção de Kleber e Marcelo. Então qual a razão para só se ter gente da Bancada do Amém, ou no máximo Alexsandro Burnier, PL, que não é exatamente de meter a mão em cumbuca de marimbondos?
Pela proporcionalidade das bancadas, dois membros nesta “comissão” serão do MDB. E havia disputa. Carvalho Júnior pode ficar de fora. Dois serão do bloco PP e PDT formado para dar maioria ao governo de Kleber e Marcelo na CPI da pizza, que corre quase em segredo, de sabor “desconheço” e que “apura” as conversas cabulosas do ex-secretário de Administração e Finanças, ex-presidente da Comissão Interventora do Hospital, e presidente do PSDB gasparense, Jorge Luiz Prucino Pereira. A outra vaga ficará com o próprio PSDB, ou PSD, ou PL, ou PT. Será sorteio. Ou o mais idoso. E de preferência, o que excluir Dionísio. Então, ao que parece, está tudo errado.
Esta, na verdade, é a teimosa a marca do governo de Kleber, Marcelo, da Bancada do Amém e seus “çábios”: falta de transparência com a sociedade que os elegeu e a sustenta, inclusive nos erros e gastanças da gestão, aliada à vingança com quem os fiscalizam, expõem e os questionam. O que é simples e necessário, torna-se numa coisa complicada, num conflito, num atraso, num esconde-esconde. E piora tudo, mesmo em estado de desespero como revelou Carvalho Junior. Gente estranha. Muito estranha. Impressionante!
Foi assim com o falecido vereador Amauri Bornhausen, PDT. Em tese, ele era um governista e um funcionário público municipal, mas avesso ao erro, à dúvida e ao compadrio politiqueiro. É assim com Dionísio que o sucedeu nos questionamentos do Hospital, e pasmem, tudo com dados fornecidos até então, pela própria prefeitura e o Hospital. Hoje, segunda-feira, dia 28 de agosto, ao início da noite se saberá o final de mais esta trama dos políticos encalacrados em seus próprios erros no poder de plantão, mas que não se dão por vencidos. Preferem desgastar as engrenagens desta máquina que dizem que não pode parar, do que lubrificá-la para o perfeito funcionamento.
Outubro do ano que vem está chegando.
Santo Antônio, padroeiro de Portugal, protetor dos pobres e enfermos, rogai por nós e abra à mente dos nossos políticos tacanhos que, quando doentes, socorrem-se longe daqui. Ao final, como santo casamenteiro, aproxime os dois hospitais – o de Blumenau e o de Gaspar – para salvar a ideia de Frei Godofredo. Tudo pelo bem da nossa cidade e sua gente. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
É para justificar o que de ruim vem por aí, o repentino e surpreendente discurso governista de que está havendo queda na arrecadação em Gaspar? Sempre escrevi – e mostrei com números comparativos, bem como para que servem as anulações e suplementações que acontecem em quase todas sessões da Câmara, sob o silêncio dos vereadores – de que o Orçamento de Gaspar é uma peça de ficção. Falta planejamento. Apenas minimamente se cumpre o que pede o Tribunal de Contas. Não é um Orçamento gerencial.
Todos os municípios sofreram do mesmo problema que Gaspar arruma e reclama como desculpa. E os municípios que possuem mais fiscalização, mais cobranças e até interferências das entidades da sociedade organizada, movimentam-se com planejamento e estratégia em favor dessa mesma sociedade. E estão se saindo melhor. A nossa vizinha Blumenau é um exemplo. Ela mudou o perfil de dependência de impostos compartilhados, incluindo o ICMS. De uma cidade industrial se tornou uma cidade de serviços. Hoje o ISS – um imposto 100% local – já é a maior receita de lá. Já aqui…
Enquanto isso, Gaspar preferiu ser a Capital Nacional da Moda Infantil em título dado e comemorado por políticos. Depois de um ano vão fazer uma feirinha disso para justificar o título. Nem se sabe onde está esta tal moda. Quer outro exemplo do atraso? Só agora, está-se pensando de forma organizada no turismo, ou seja, com quase 50 anos de atraso e desprezo, num Vale que vive dessa marca, o turismo, e para quem investiu aqui para se salvar potenciais em meio às novas demandas e mudança de comportamento visíveis neste ambiente. Meu Deus! E ainda fazem discursos como se estivessem descobrindo alguma coisa inédita.
No fundo, isto é normal por aqui. Afinal, em Gaspar se escolhe o secretário de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo – e o que mais durou até aqui, diga-se – , porque é um suplente de vereador num trato feito de loteamento político da “máquina que não pode parar” antes das eleições. O que claramente significa isto? Que não se possui comprometimento com as mudanças e resultados. Falta estratégia, planejamento, percepção, integração, correção, execução e avaliação permanente de tudo isso. Turismo é um negócio. E de profissionais atualizados.
No fundo há culpados. O primeiro dele é á falta de uma oposição organizada. Por exemplo. Quem perdeu a eleição em 2020 deveria estar liderando – desde então, e não só aparecer agora – um processo qualificado de contraponto a ideias e impedindo, pelo debate propositivo, mais um erro contra a cidade. Mas, não. Está quietinho, vendo a cidade se atrasar, se afundar para ter discurso no ano que vem. Poderá ser tarde demais. Se ganhar, não leva. Vai ficar patinando e tentando sair do poço. Por que? Permitiu um governo errático contra a cidade. É o cachorro correndo atrás do próprio rabo.
O outro é a imprensa. Ela ficou olhando a maré, ou dando espaços para os políticos incompetentes se justificarem nos seus erros e vinganças. Como ente social de uma sociedade não a expôs, não debateu, não informou, não questionou. Não fez perguntas. Só press releases. Não deu voz ao contraditório que é o motor da novidade. E por migalhas, medo ou, por simples comodismo para não sentir o bafo dos que sempre querem ela calada e torcem para que ela desapareça por falta de sustentação econômica.
A geni da vez em Gaspar é a Viação Verde Vale. Na semana passada um ônibus dela foi apreendido e recolhido ao pátio da Ditran. Está nas redes sociais. Na semana passada, o vereador Giovano Borges, PSD, disse que vai fazer um ofício a Ditran, a PM, a PRE e não sei mais a quem para não dar trégua na fiscalização. Tudo bem! Eu apoio. É preciso. Mas, só agora? Deveria ter sido rotina. Se tivesse feito isto no tempo certo, talvez não tivesse chegado aonde se chegou. É sempre assim com os nossos políticos. Isto cheira a chantagem. Até porque quebrada, a Verde Vale que já foi a queridinha dos políticos, não tem mais atrativo para eles. Simples assim. E político cheira atrativos que cabala votos. Falar mal da Verde Vale, neste momento, é um. Mas, resolver o problema…
Escrevo e repito sempre, fato que deixa os políticos puteados comigo. A prefeitura de Gaspar possui a solução nas mãos dela para o bairro Bela Vista na integração com o sistema de transporte coletivo urbano de Blumenau. Ela não executa por birra, ou por suposta falta de dinheiro, ou por quer um cristo. E vai se desgastando. Basta criar uma linha circular gratuita no bairro com a Anfilóquio Nunes Pires e a Rua Itajaí, na divisa de Gaspar com Blumenau. Sobre isto, nem um pio. Afinal, esta linha pode ser incluída no milionário subsídio que a prefeitura dá com os impostos de todos os gasparenses ao serviço feito pelo Expresso Presidente.
Enquanto o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e comitiva ia a São Paulo se exibir em suposto avanço do ensino municipal na área de acesso via as ferramentas do Google – que é paga -, por aqui, a secretaria, devido à falta de profissionais para preencher o quadro de temporários, continuava remanejando auxiliar de educação especial. Despia um santo e cobria um outro. E os problemas só se agravam. E o secretário, um curioso vindo de Blumenau, o jornalista Emerson Antunes continua lá.
Estas sessões itinerantes da Câmara inventadas às vésperas de ano eleitoral possuem claras intenções: limpar a barra dos políticos. Eles estão homenageando e disfarçando para abafar os ruídos dos descasos da gestão municipal com os bairros distantes, bem como durante as sessões beija mãos. Mais, uma vez não querem ouvir a população. Tudo armadinho. O tiro, pelo que se viu no Gaspar Alto, poderá sair pela culatra.
Os gênios da prefeitura de Gaspar ainda não entenderam o recado da população na audiência pública realizada na semana passada na Câmara de Vereadores – onde o prefeito e o vice se esconderam e não foram – da cobrança das altas taxas nos dois cemitérios públicos do município e o impacto que isso poderá ter nas eleições do ano que vem. Não abrem mão de discutir os altos valores. Vão insistir no parcelamento deles. O método possui dois objetivos: abrir espaços físicos nos cemitérios lotados e que se sabia que iriam lotar, bem como trazer por emergência, um serviço de cremação.
Circula nas redes sociais e dá à dimensão do estrago, moradores de Gaspar sugerindo que o caríssimo terreno de R$14 milhões que a prefeitura comprou para fazer caixa à Furb, alí na Rua Itajaí, seja ele, usado para se criar o novo cemitério. O que os políticos abafam na imprensa, em tempos de aplicativos de mensagens, são sabotados pela verdade dura e crua contra eles que circula sem qualquer possibilidade de censura e até, perseguição.
Perguntar não ofende. O líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, que já foi petista de carteirinha, afirmou que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, em 2017, quando assumiu, pegou o Hospital de Gaspar com R$16 milhões de dívidas herdadas do governo de Pedro Celso Zuchi, PT. Vamos tomar isto como certo. Mas, não foi o mesmo Kleber, em campanha, que jurou ter a solução? Outra. Quantos vezes a mais de R$16 milhões de dinheiro bom dos gasparenses a prefeitura botou lá nestes quase sete anos e para deixar o Hospital ainda mais endividado e prestes a ser fechado?
Orem irmãos. Entre a mais de uma dezena de titulares da secretaria da Saúde, esteve lá, Silvânia Zanoello dos Santos. No rodízio, depois que deixou a secretaria, acabou parando numa área que segundo se afirmava, num atestado de que o que se falava e desmentia era outra verdade que se escondia, cuidaria do atendimento “humanizado” do Hospital de Gaspar. Pois é. Ela acaba de ser demitida.
Outras informações que você não vê na imprensa local, mas circulam por aí e o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, acha que isso é coisa da oposição. O secretário de Assistência Social usa o carro oficial para fazer visitas a parentes no horário do expediente. Chamam-se ambulâncias para socorro e elas não chegam. Secretário da Saúde – mais um que nada entende desta área – processa o município, seu empregador, por enquadramento na progressão dos vencimentos. Andarilho mora no novo gavetário do cemitério Santa Terezinha…
Entenderam, por que alguns políticos, fanfarrões, agora começaram a rezar a todos os santos em nossas igrejas e capelas? Haja penitência diante de tantos pecados capitais contra a cidade, cidadãos e cidadãs. Uma boa semana a todos. E xô agosto. Acorda, Gaspar!
9 comentários em “SANTO ANTÔNIO, ROGAI POR NÓS E LIVRAI O HOSPITAL DE GASPAR DAS MÃOS DOS POLÍTICOS, INCOMPETENTES, CURIOSOS E APROVEITADORES. DAI, OH SANTO, ESPERANÇAS DE CURA AOS NOSSOS ENFERMOS, NECESSITADOS E VULNERÁVEIS”
MANCHETE DO UOL
“Tortura, facções e lotação: prisões de SC são ‘bomba prestes a explodir”
Sabem o que é isto? A política partidária e a ideologia em algo essencialmente técnico e profissional, a segurança pública. ao invés de ter a missão única de proteger a sociedade, e com a lei, conter a bandidagem, o caro e ineficiente aparelho estatal sustentado pelos cidadãos se torna a porta de entrada dos comandos paralelos e permite que os bandidos aproveitem esta brecha dentro do próprio estado.
Temos a polícia da direita, da esquerda, do centro, do partido tal, do coronel não sei o que, do governador de ontem, antes de ontem e o de hoje. E assim vai. Isto sem falar, no sindicato. E nós reféns de um lado de bandidos e de outros, de uma polícia dividida.
DIREITA SUBVERSIVA, por Joel Pinheiro da Fonseca, no jornal Folha de S. Paulo
Você já ouviu a nova sensação do country americano, Oliver Anthony? Até poucas semanas atrás ele era desconhecido. Eis que sua canção “Rich Men North of Richmond” viralizou nas redes.
A música é um manifesto doído de um eu-lírico que representa o trabalhador comum, esquecido e espremido entre as elites governantes —que querem o controle total da sociedade— e os imprestáveis que sugam do Estado de bem-estar.
Anthony se diz contra os dois partidos, mas está bem claro que a mensagem de suas músicas ressoa muito mais com um lado do espectro. A referência à suposta pedofilia das elites governantes não deixa dúvida.
O hit vem menos de um mês depois de outro sucesso da contracultura, o country-rock “Try That in a Small Town” (“Tente fazer isso numa cidade pequena”), de Jason Aldean. O título é um desafio: condutas criminosas ou rebeldes, comuns em cidades grandes, seriam violentamente combatidas por cidadãos patrióticos armados nas cidades pequenas.
Acha que pode roubar carros ou queimar a bandeira americana impunemente? Então tente fazer isso numa cidade pequena para ver o que te acontece. No clipe oficial a mensagem é ainda mais explícita: vemos cenas não só de criminalidade, mas também de protestos do Black Lives Matter.
Indo para o audiovisual, o mesmo fenômeno: entre os recordes de Barbie e Oppenheimer, a grande surpresa do ano é o filme “Sound of Freedom”, sobre um agente federal que combate o tráfico de crianças e pedofilia (de novo o mesmo tema…).
Espectadores do filme —que estão lá quase sempre pela mensagem política que seu ato representa— alegam que há uma sabotagem intencional do sistema para tirá-lo de circulação. Reproduzem relatos do ar condicionado sendo desligado durante a projeção.
Embora os relatos de perseguição sejam fantasiosos, o fato é que há sim uma má vontade, um desdém, das vozes culturais dominantes com esse tipo de conteúdo, e essa atitude ajuda a obra provocadora vinda de baixo. Algo saiu do controle.
Já no campo progressista, vemos o fenômeno diametralmente oposto. As grandes marcas, estúdios e gravadoras adotam uma agenda de inclusão e diversidade mais agressiva, mas colhem resultados pífios. Há uma lacuna entre certas bandeiras e o grande público.
O filme “Elementos”, animação 3D da Pixar, é o primeiro da empresa ter um personagem não-binário, que é referido com pronome neutro. O filme, contudo, foi um fracasso na estreia e, mesmo com desempenho bom ao longo das semanas seguintes, não tem um resultado espetacular.
O live-action de Pequena Sereia, com a Ariel negra, também decepcionou. A presença de valores progressistas não é o bastante para levar as multidões a consumir a obra.
Outro exemplo: a campanha da cerveja Bud Light com uma mulher trans —Dylan Mulvaney. A campanha foi um tiro no pé e é reconhecida como uma das causas da perda de liderança da cerveja no mercado.
Um lado tem o dinheiro, o know-how técnico e os meios de distribuição. O outro tem baixo orçamento e depende do boca a boca. No entanto, só um deles consegue transformar sua agenda em sucesso financeiro e de público. É um fato: hoje, a direita sabe ser mais subversiva culturalmente do que a esquerda. O gostinho do proibido está com ela.
No Brasil, essa divisão já é realidade no mercado de livros faz alguns anos, e temos a produtora Brasil Paralelo que faz documentários com esse espírito de “direita subversiva”. Que eu saiba, no entanto, não temos ainda filmes de ficção e músicas no filão. Ainda.
CONSERVADOR, E DAÍ? por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo
Parte estridente da esquerda cancela Cristiano Zanin por delito de ação e pensamento no exercício de sua ainda iniciante função de ministro do Supremo Tribunal Federal. Isso depois de não ter visto nada demais na indicação do advogado pessoal do presidente da República para a corte constitucional.
Este sim seria um princípio ético consistente para críticas, mas foi ignorado. E aqui não só pelos apoiadores de Lula com voz na sociedade, mas também e principalmente no STF e no Congresso. Já os ataques ora em tela nas redes sociais carecem de lógica e fundamento fático.
Primeiro, porque Zanin não enganou ninguém. Em seu périplo que antecedeu à sabatina no Senado definiu-se com todos os efes e erres como um conservador. Segundo, porque ministros do Supremo só devem satisfações à Constituição tendo como guia para interpretações as respectivas convicções aplicadas mediante embasamento jurídico.
Cristiano Zanin não fugiu do preceito nos quatro julgamentos nos quais contrariou a pauta progressista. Votou como achou que deveria contra a descriminalização da posse de maconha e na ação por medidas de proteção à comunidade indígena alvo de violência policial em Mato Grosso do Sul. Tampouco aceitou incluir ofensas a pessoas trans no crime de injúria racial e manteve a condenação de dois homens por furto de valor inferior a R$ 100.
Pode-se discordar dessas decisões e de outras que estão por vir em que Zanin deverá reafirmar sua matriz conservadora, como o aborto. Isso não altera o fato de que a prerrogativa é do julgador.
Os críticos de agora, lenientes na preliminar de natureza moral, queriam o quê? Aceitaram que pudesse favorecer Lula, blindar o governo, e pelo jeito esperavam que ele fosse se aliar ao pensamento dos que apoiam o presidente. Contra isso se revoltam, e por isso questionam a autonomia do ministro que vem de sapecar à nação um solene conservador sim, e daí?
NÃO FAZ SENTIDO ESTENDER DESONERAÇÕES DA FOLHA SALRIAL PARA MUNICÍPIOS, editorial de O Globo
Tem sido infelizmente comum no Congresso a prática de usar um Projeto de Lei em tramitação para emendá-lo com dispositivos sobre outro assunto, o proverbial “jabuti”. Foi mais uma vez o que aconteceu no Projeto de Lei que prorroga até 2027 a desoneração da folha de salários de 17 setores essenciais para a geração de empregos e renda. Desta vez, em benefício de prefeituras.
No Senado, acrescentaram ao texto a redução de 20% para 8% na contribuição previdenciária de municípios de até 142.600 habitantes. Na Câmara, emenda do deputado Elmar Nascimento (União-BA) manteve o benefício, mudando o critério (de população para renda per capita). A perda para os cofres da Previdência é estimada em R$ 9 bilhões — justamente num momento em que o governo precisa aumentar as receitas, de modo a cumprir as metas fiscais.
Ao contrário da emenda dos municípios, o PL da desoneração das empresas não transfere despesas à União. Entre 2017 e 2022, os setores que puderam funcionar com a nova contribuição previdenciária criaram 1,2 milhão de postos de trabalho. O problema dos municípios é de outra natureza. Não pode ser tratado como a desoneração da folha de empresas privadas, que contribuem com impostos para União, para estados e para os próprios municípios.
A lógica que rege a desoneração da folha das empresas não se aplica ao setor público. No caso das corporações, a troca dos 20% da contribuição previdenciária pela incidência de alíquotas de 1% a 4,5% sobre o faturamento já provou ser instrumento eficaz para manter e criar empregos. O caixa da Previdência se beneficia com as novas contratações decorrentes da desoneração. O alívio a caixa de municípios, em contraste, não gera nem elimina postos de trabalho, pois os servidores municipais têm estabilidade. Apenas atende ao clamor de prefeitos sem recursos, preocupados com as eleições do ano que vem.
É verdade que apenas o aumento do salário mínimo anunciado pelo governo deverá gerar impacto de R$ 5 bilhões nos caixas municipais. Mas, se os municípios estão com dificuldades, deveriam tratar de fazer ajustes. De acordo com levantamento do próprio Ministério da Previdência, menos de um terço dos municípios realizou a reforma previdenciária determinada na Emenda Constitucional que mudou as aposentadorias e pensões em 2019. Os prefeitos deveriam tratar disso como prioridade.
Não dá para misturar a Previdência municipal com a desoneração de empresas de setores fundamentais. O risco, com a emenda, é o PL ter de voltar para a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, quando o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já se comprometera com a votação final da proposta nesta semana. A relatora do projeto na Câmara, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), não desconsidera as dificuldades dos municípios, mas diz, com razão, que a prioridade é aprovar a matéria o mais rapidamente possível.
Um amigo meu outro dia indignado pois tinha que pagar a taxa do cemitério e olhei para ele e disse: “pague, você votou no atual prefeito, reclamas do que?” Ficou bravo comigo. A verdade dói. Se um dia o senhor quiser comentar sobre as gambiarras chamada de “binários” que quase nada resolveram e muito atrapalham, seria interessante.
Binário ou pilhário ou hilário?
Está é a capacidade dos gestores gasparenses p enfrentar problemas, dificuldades, bem como pensar, propor soluções e executa-las não apenas p o presente, mas principalmente p o futuro de todos e da cidade
A MARESIA LULISTA, por Felipe Moura Brasil, no jornal O Estado de S. Paulo
“Imagina se o Lula tem fidelidade a um cardápio de bandeiras! É um sujeito que quer o poder.”
Foi o que comentei em podcast em 23 de agosto, usando o exemplo do atual presidente para ilustrar minha tese de que populistas brasileiros não ligam para causas de interesse da militância, como drogas, armas e aborto.
Dois dias depois, a esquerda notou que Lula só pensou na blindagem dele ao indicar seu advogado Cristiano Zanin para o STF, já que Zanin votou contra a descriminalização da maconha. Parte da imprensa ainda apelou à narrativa risível de que Lula é “conservador nos costumes”. Mas ele não está nem aí.
Lula só pensa em reescrever a história. Tanto que mentiu, em Angola, sobre sua “pobreza”, suas contas e a decisão do TRF-1 no caso de Dilma Rousseff.
“E não pense que eu sou frustrado porque eu sou pobre, não”, disse o petista milionário que, só em patrimônio declarado, tem R$ 7,4 milhões.
“Aliás, a Lava Jato, que tentou me perseguir, me deu atestado de pobreza, porque ficou futricando a minha vida, meu telefone, minha conta bancária, dos meus cinco filhos, invadiu minha casa, foi para a Suíça, foi para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e não encontrou um dólar, um centavo”, acrescentou Lula, mentindo mais.
Na verdade, só a quebra de sigilo de sua empresa de palestras L.I.L.S. mostrou que o “pobre” Lula recebeu R$ 9.338.658,75 de seis empreiteiras envolvidas no petrolão (Odebrecht, “responsável direta por 10,15% dos valores pagos”, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e OAS), segundo a Polícia Federal.
“A Justiça Federal em Brasília absolveu a companheira Dilma da acusação que ela tinha sido feito (sic) da pedalada”, seguiu mentindo Lula. “Quero saber como que se repara uma coisa que foi julgada por uma coisa que não aconteceu”, prosseguiu na mentira, logo transformada em iniciativa do PT por devolução simbólica do mandato.
Na verdade, o TRF-1 não entrou no mérito, entendendo que o fato de Dilma e Guido Mantega “não mais ocuparem os cargos públicos não legitima o ajuizamento de ação de improbidade com base na Lei n.º 8.429/92, tendo em vista que se submetem a regime próprio de responsabilização pela Lei 1.079/50”, a do Impeachment, utilizada pelo Congresso. “O regramento jurídico dispõe que os atos ímprobos, quando praticados pelo presidente da República e por ministro de Estado, consistem em crime de responsabilidade.”
A fidelidade de Lula se restringe a seus embustes, com os quais ele busca entorpecer o povo. A maconha é dispensável.
À SOMBRA DOS FUZIS, por Miguel de Almeida, no jornal O Globo
Em sua campanha para ganhar o Nobel da Paz, Lula da Silva confronta-se com a dialética. A cada encontro internacional, se vê pintado no papel de um personagem com ideias ultrapassadas, qual um verbete ou uma flâmula. Acostumado no Brasil a rapapés, beija-mão e afagos de certa intelectualidade, em seus périplos pelo mundo e encontros com outros presidentes mostra que vai bem longe o lustro de quando foi chamado de “o cara” por Barack Obama.
Muitos de seus conceitos de desenvolvimento — talvez com exceção da candente defesa do churrasco para todos! — enfrentam oposição entre seus pares de esquerda. É assim a vida. Tudo a temer. Leonel Brizola viveu o suficiente para ver a História deixá-lo no passado. Seu cunhado Jango Goulart — agora personagem de Paulo Valente na bela novela de espionagem “A morte do embaixador russo” — experimentou semelhante dissabor.
Lula recebeu um puxão de orelha do presidente chileno Gabriel Boric por causa de seu mal explicado apoio a Putin na guerra contra a Ucrânia; também ouviu de Gustavo Petro, da Colômbia, veemente reprovação por querer explorar petróleo na Margem Equatorial. Diante dos dois colegas de esquerda, só balbuciou um resmungo pela juventude de Boric. E, agora, novamente, ele e Celso Amorim se viram engabelados, com bico fechado, pelos chineses. Em busca de apoio a um assento no Conselho de Segurança da ONU, engoliram Egito, Arábia Saudita e Irã no Brics. Por pouco não veio a Coreia do Norte no pacote. A dupla continua comprando carro usado de quem não entrega as chaves — no Lula 1, a mesma moeda foi trocada pelo reconhecimento da China como economia de mercado. Ambos deveriam reclamar no Procon a promessa não cumprida pela ditadura chinesa.
Pela manhã, Lula deve se perguntar:
— Espelho, espelho meu, que esquerda sou eu? Mudaram os natais ou só fui eu?
Assim como viu sua antiga ocupação de torneiro mecânico ser extinta pela evolução tecnológica, seu tatibitate desenvolvimentista agora é espanado nos fóruns internacionais como poeirento e obsoleto. Quando defende explorar petróleo em área de riqueza ambiental, soa como o fabricante de chicote no início da Revolução Industrial. É tão paradoxal quanto a gomalina no layout do ministro Zanin — ou o laquê de Dilma Rousseff.
Talvez o problema seja que a realidade tenha se tornado mais complexa, os problemas mais sofisticados e as propostas voluntariosas de Lula… sejam apenas palpites. Conversa de zap.
Foi o que fez o senador Randolfe, numa pirueta de salão. Até então visto como ambientalista de esquerda, rasgou a lição de casa para apoiar a exploração de petróleo nas costas de seu amado Amapá. Um gesto populista mais eleitoreiro que técnico, menos ideológico e mais oportunista.
No Brasil, a questão ambiental nunca desceu na goela da esquerda tradicional — com perdão da rima. Aos olhos de muitos, permanece um exotismo, como as leis da física quântica. Haja vista o amor incondicional dos petistas pela Petrobras, ideia da direita nacionalista abraçada pelos milicos e defendida pelos progressistas como estratégia de segurança diante dos gringos. Vale lembrar, é conceito da década de 1950. O homem já foi à Lua desde então.
A incapacidade de abraçar uma agenda não esquizofrênica — Marina Silva e Alexandre Silveira não vivem no mesmo planeta — não parece ser privilégio dos petistas. No Equador, na atual concorrida eleição presidencial, a candidata da esquerda é a favor da exploração do petróleo; o representante da direita é contra!
A segurança pública surge como outro cabo de guerra a confundir o que seja estar à esquerda. Desde a ditadura militar, e depois dela, a violência policial sempre pertenceu ao discurso da direita mais tacanha. Se faz presente o dístico “bandido bom é bandido morto”. Quando a Igreja Católica tinha ascendência sobre o PT, em seu incisivos tempos de oposição, era contundente a defesa dos direitos humanos, em especial dos desvalidos vítimas da sanha das polícias. Na prática, coube a um político de centro-direita, Geraldo Alckmin, diminuir drasticamente os índices de homicídios no estado paulista. Além de quase zerar o número de sequestros. Ao mesmo tempo da gestão tucana, o petista Rui Costa produziu na Bahia a segunda polícia que mais mata no Brasil.
A tragédia continua. Ainda na Bahia, governada pelo PT desde 2007, há duas semanas uma mãe de santo e líder comunitária, sob proteção policial, levou vários tiros no corpo e no rosto enquanto assistia à televisão com os netos. Meio ambiente e segurança pública são assuntos bastante humanos para ficarem à sombra de discursos voluntariosos. São vidas que se perdem.
DEMOCRACIA MELHOR, editorial do jornal Folha de S. Paulo
Legisladores naturalmente resistem a modificar as regras pelas quais conquistaram seus postos. Essa lógica ajuda a entender a dificuldade para a aprovação de uma reforma política ou mesmo de providências mais simples, como ajustar periodicamente a composição da Câmara dos Deputados.
Conforme o artigo 45 da Constituição, o número de deputados eleitos em cada estado será proporcional à população, respeitando-se os limites mínimo de oito e máximo de 70, e as eventuais alterações necessárias no tamanho das bancadas devem ser previstas nos anos anteriores aos pleitos.
Entretanto a última vez que o Congresso se dispôs a tratar do tema foi há 30 anos, quando uma lei complementar elevou de 503 para 513 a quantidade de cadeiras na Câmara. De lá para cá, as transformações demográficas apuradas nos censos de 2000 e 2010 foram ignoradas pelos parlamentares.
Terá impacto considerável, portanto, a decisão tomada na sexta (25) pelo Supremo Tribunal Federal de determinar que as bancadas a serem eleitas em 2026 sejam proporcionais às populações estaduais contadas no censo de 2022.
Por unanimidade, os magistrados definiram que o Congresso deve aprovar lei nesse sentido até 30 de junho de 2025; caso contrário, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral fazer a adequação.
Recorde-se que o mesmo TSE tentou ajustar as bancadas em 2013 por resolução própria —que foi considerada inconstitucional pelo Supremo, devido ao entendimento de que a medida cabia ao Legislativo.
A omissão dos parlamentares ante um mandamento constitucional, no entanto, persistiu.
Segundo contas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), sete estados (RJ, BA, RS, PI, PB, PE e AL) perderão vagas na Câmara, enquanto outros sete (SC, PA, AM, MG, CE, GO e MT) ganharão. Também muda nessas unidades federativas o tamanho das Assembleias Legislativas.
A medida aperfeiçoa a democracia brasileira ao tornar mais justos os critérios de representatividade. Os votos de todos os brasileiros, afinal, deveriam ter o mesmo peso.
Para que tal princípio fosse integralmente aplicado, seria necessário também eliminar os limites mínimo e máximo para as bancadas estaduais, que prejudicam em particular São Paulo, estado mais populoso e sub-representado. Essa, porém, é uma distorção histórica e consagrada na Constituição.