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MARCELO ESTÁ ISOLADO, SEM EQUIPE E PERSPECTIVAS. TRABALHA NOS BASTIDORES PARA SE MANTER POLITICAMENTE VIVO. MAS, COMO E ATÉ QUANDO?

O atual vice-prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, Patriota, ainda não sabe de que caminhão de mudanças ele caiu no dia dois de outubro deste ano. Está perdido! Está, ao menos, quieto porque foi ele e seus pouquíssimos próximos que orientaram na contratação deste caminhão sem GPS. Marcelo, desesperadamente, procura uma chance. Quem está fulo ou choramingando, são os menos de cinco apoiadores fiéis dele. Eles também estão perdidos no meio da estrada e não sabem em que caminhão de mudanças devem embarcar para a nova aventura.

Eu exagero? Então vou resumir: este cenário, sem qualquer pintura ficcional, é na verdade, o que faz Marcelo ser cada vez mais fraco politicamente. Ele está sem cacife para negociar, posicionar-se e barganhar. Ele foi domando pelas forças da esperteza e que ele, tadinho, pensava ser uma delas. E quase foi.

Quando Marcelo errou? Quando venceu e foi o campeão de votos na eleição de 2012, com 1.439 votos para vereador pelo então PSD. Era a cara de anjo. Era o bonitinho. De fala mansa – e sempre vazia sem se comprometer com nada. E assustou os experimentados. Compôs com todos. Inclusive com o PT, o bicho para os da época. E por isso, foi até o presidente da Câmara. Era o sinal errado que deu às raposas da política de Gaspar. Não assustou mais. Descobriram o preço e o ponto fraco. O bicho papão se tornou ração. Daí em diante, uma sucessão de erros. 

Às vezes, Marcelo parece que não é ele próprio, mas, sim, uma fachada do faz tudo do ex e agora vereador, Giovano Borges (na foto de abertura deste artigo Marcelo em primeiro plano e Gionano, em segundo), ainda no PSD. Giovano também já saiu do PSD e foi para o PSB para apenas ser vice de Marcelo em 2016, quando Marcelo, verdadeiramente, teve reais chances de poder, aproveitando-se da aposta de alto risco e da onda de sorte de ambos.

Agora, Marcelo e principalmente Giovâno, já são figurinhas carimbadas. E não se deram conta. O recado das urnas e da armadilha onde estão metidos é claro: ou mudam, ou serão mudados e ou afundam cada vez mais. Credibilidade e equipe são tudo para políticos com sonhos.

Agora, veja isto. Marcelo, o vice-prefeito, está até sem gabinete na prefeitura de Gaspar. É um político decorativo. É um vice sem função. Está mudo por medo de enfrentamento. Está fingindo. Não está reagindo. E os seus dependentes inconformados diante de tudo isso. Uai, vou repetir: Marcelo só está sendo Marcelo. Ele vai tentar salvar a pele dele, como sempre fez, não importando quem dele é quem ficará na estrada. Simples assim! E isso não é de hoje. 

Importante antes de avançar. Faço esse parêntesis só para refrescar à memória dos leitores e leitoras que insistem na amnésia. O PSD de Marcelo tinha para si na divisão do bolo por estar junto e “ter contribuído” com a vitória, a secretaria de Educação, o maior Orçamento. 

Marcelo, até para a titularidade dela – e se fazia reuniões por aí com esta finalidade -, Antônio Mercês da Silva, PSD. Quem Kleber escolheu por imposição do novo prefeito de fato de Gaspar, o Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau? O jornalista Emerson Antunes, de Blumenau, um curioso na área e que não hesitou em estraçalhar a cristaleira logo que botou os pés por aqui. Kleber, Ismael e a igreja deram as cartas.

Entenderam o que significa o vice-prefeito Marcelo para Kleber e seu grupo na reeleição de 2020? A eliminação de um possível concorrente. Só isso. E a preço de bananas. E agora, querem que Marcelo vire adubo imprestável. Advertido, Marcelo foi. Eu escrevi várias vezes sobre este final. Mas, era eu quem exagerava…

Retomo. Paulo Wandalen, sempre foi a testa de ferro do PSD ao tempo de Marcelo e Giovano. Está acamado.Elaine, a filha, comissionada, escudeira, está assustada. Desorientada.

Ela fez o papel central na mudança de Marcelo para o Patriota, na calada da noite, fato descoberto só dias depois, quando Marcelo quase perdeu a inscrição eleitoral. Elaine está se sentindo órfã. Ela e outros quatro. O cerco se fecha. 

A dona da área de comunicação da prefeitura, por exemplo, Amanda Weber, a barbeira oficial no marketing que não conseguiu fazer do chefe dela, Kleber Edson Wan Dall, um estadista regional viável para ao menos ele brigar – e negociar – por uma vaga de candidato a candidato dentro do MDB, a deputado estadual, está contra as raras postagens do vice Marcelo nas redes sociais dele. De verdade, Marcelo só quer fingir que existe. Que sobreviveu. Nem isto, está lhe sendo possível mais. Rir é pouco.

Kleber quer silenciosamente a cabeça de Marcelo. Outros querem a mesma cabeça na bandeja para enterrar, negociar ou lhe dar sopros de vida. Na política em Gaspar – e não é muito diferente em outros locais, diga-se a, bem da verdade – há caminhos, filas e donos das decisões, facções, partidos, imbecis, obreiros úteis e fanáticos. Marcelo é um perdedor. Ganhou uma só eleição (2012) e abusou desse cheque em branco. Agora, ninguém quer trocá-lo e se trocar, quer deságio altíssimo.

Quer um exemplo da semana passada? O vice-prefeito Marcelo disse na rede social que “apresentou” o seu gabinete municipal para alunos da Escola Marina Leal. Bobajada. Marcelo, se tivesse força, credibilidade e um objetivo de curto e médio prazo para se recompor, devia estar na rua vendo o que não funciona a favor da cidade, cidadãos e cidadãs. Devia estar esclarecendo que como vice nunca conseguiu influir e não consegue sequer mandar limpar uma boca de lobo. Marcelo, sem qualquer poder de influência, está “inspecionando obras. Meu Deus! 

Marcelo está perdendo a chance de ser o protagonista. De se livrar da má imagem do governo onde está. De ser um adversário daqui em diante dentro da própria prefeitura onde é um zé ninguém. Devia criar voz. Devia prestar contas daquilo que prometeu mudar e não mudou, pior: não realizou. Devia montar um gabinete paralelo debaixo da figueira, na Praça Getúlio Vargas e atender o povo.

Mas, não. Marcelo, está conivente se enfraquecendo, esperando alguém lhe lançar uma boia salvadora para ele se agarrar. Marcelo está a espera de uma nova chance, quando todos se armam para sufocá-lo, cada vez mais. 

Retomo outra vez: o que Marcelo esqueceu de registrar nas postagens na rede social sobre a suposta visita dos alunos da escola ao seu gabinete? É de que há mais de seis meses ele não usa o que ele diz ser o gabinete do vice-prefeito. E por quê? O local vem sendo usado por Josieli Casanova. Impressionante.

Para votar ao início do artigo: onde Marcelo errou? Quando se elegeu vereador como o mais votado e achou que isto bastava. Exatamente este foi o sinal para os adversários mais estruturados do que ele e de que Marcelo poderia ser um concorrente, um problema aos planos de poder deles – e que não são de hoje. Essa gente já existia antes do Marcelo. Naquele ano de 2012, Pedro Celso Zuchi se reelegeu com 48,06% dos votos válidos contra 45,42% dados ao então vereador e ex-presidente Câmara, Kleber. Estava claro pelos números expressos nas urnas de que havia uma fila de preferência. E Marcelo, naturalmente, não era o da vez.

Pois não é que em 2016 Marcelo, o bonitinho, o vazio, o sem estrutura, o que faz acordo com todos pois na mente dele, adversário é algo inventado na história política, na imprensa, em grupos políticos de outros locais, resolveu entrar no páreo? 

Resultado: Kleber venceu o pleito com 37,39% dos votos e Marcelo unido ao falso PSB de Giovano, bem como ao PCdoB, a vertente do PT de Zuchi para o caso da zebra de Marcelo vencer, com25, 91% dos votos válidos. Lovídio, o homem da máquina do PT, ex-presidente do Samae e secretário de obras de Zuchi em quase oito anos, chegou com apenas 23,16% dos votos válidos.

Dali em diante, tudo azedou. Marcelo ficou dependente de empregos comissionados em tantos lugares, principalmente na Assembleia Legislativa, onde se empregam políticos sem votos. Encurtando. Nos bastidores, Marcelo veio para o jogo de 2020 espalhando de que poderia atrapalhar a reeleição de Kleber. Só na cabeça dos “çábios” de Kleber e do MDB para aceitar tal possibilidade e blefe. Ou talvez estivessem certos, diante da constatação de que os primeiros quatro anos do governo de Kleber tinhamsido ruins diante da expectativa de mudanças criada em 2016. Isto sem falar nas dúvidas que o cercam até hoje.

Caminho para o encerramento.

Marcelo sabe dos segredos do governo Kleber e não os explora, não os expõem, não os confronta. E por quê?

Primeiro, Marcelo tem os seus próprios segredos. Segundo se resolver abrir o verbo, Marcelo pode estar junto naquilo que revelar. Terceiro, tudo isso se sabe como começa, mas não como termina. Quarto, Marcelo não gosta de coisas difíceis. Quinto, Marcelo, com suas companhias mal escolhidas está fraco e alguns dizem que hoje, diante de tantos revezes, já possui, verdadeiramente, medo de urnas. E o recado que deu ao ser candidato a deputado estadual pelo Patriota, foi um passo em falso sob todos os aspectos. Agora está refém de Kleber, de Ismael, do PP, do MDB e de quem mais o quer fora de qualquer disputa, que não seja, no máximo, a de vereador em 2024. 

Marcelo pode mudar? Pode. Eu nunca mudei. Eu me adaptei com erros e acertos. Eu sou um darwiniano. Só os mais adaptáveis sobrevivem ao ambiente hostil. Quem não se adapta se sucumbe. Mudar é recomeçar. É fazer o que nunca foi feito. É uma possibilidade. Mas de alto risco, pois não se aproveita a experiência, cria-se uma nova. E os erros se apresentam tão assustadoramente que muitas inviabilizam os resultados. É o que penso e de sete décadas de vida. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Até hoje, os 13 vereadores de Gaspar – sendo que 11 deles são da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PSDB e PDT) ou seja, são governo e lhe deve fidelidade – protocolaram 614 indicações. Um recorde para um único ano. Por outro lado, sabe-se que as 95% das indicações são pedidas para soluções banais de pequenos problemas de ordem administrativo-operacional do governo em favor do cidadão e cidadão

O que significa isto?  Como falha no varejo o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, fato que a marqueteira dele tenta esconder na promoção de reuniões e reuniões de planejamento e visitas as obrinhas onde nada se entrega, apesar de Kleber já estar há seis anos como prefeito. O pior problema de uma organização é a soma de pequenos problemas. E a gestão de Kleber Marcelo, este queixoso-cúmplice, apenas confirmam a regra.

Indicação 614/2022, com data deste dia 17.11.2022: manutenção em infiltração na rua Marciel do Nascimento. Outra de hoje, Limpeza nas laterais da Rua Anfilóquio Nunes Pires (a que vai do Centro ao Bairro Bela Vista. De ontem: reparos da Rua Frei Solano, no Gasparinho; do dia 11, troca de iluminação na Rua Anfilóquio Nunes Pires. E assim vai como providenciar caminhão pipa na rua Pedro Bonifácio Sabel, na Margem Esquerda, enquanto durar a obra naquela via.

Entenderam? Se o prefeito Kleber, o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e outras secretarias acessassem o site da Câmara – que é em tese os locais onde os munícipes estão representados – saberiam o que acontece na cidade e os seus fiscais não reportam. Saberiam eleger prioridades. Saberiam que precisariam conversar com os moradores e na comunicação de político pedindo votos, interagir até para dizer que não é possível fazer o que se pede.

Mas, não. Nas mídias sociais,  os governantes estão muito distantes do povo e da sua cidade. Kleber por exemplo, já está em campanha para 2024 e testando candidato do seu templo. Até pode fazer isso. Antes, porém, terá que responder por sua inércia. Pois quando apresenta seu sucessor, estará apresentando supostamente alguém com os seus defeitos.

E Marcelo como vice de Kleber, também herdará os mesmos defeitos de fabricação e resultado. Marcelo que queria ser prefeito desde deste março sem ser eleito, vai ter que passar pela prova das urnas em 2024. E elas não costumam falhar tantas vezes como quer Marcelo. E só há uma chance: como crítico ao atual governo. Resta saber se isso vai pegar, sabendo o passado e o presente de Marcelo. Acorda, Gaspar! 

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7 comentários em “MARCELO ESTÁ ISOLADO, SEM EQUIPE E PERSPECTIVAS. TRABALHA NOS BASTIDORES PARA SE MANTER POLITICAMENTE VIVO. MAS, COMO E ATÉ QUANDO?”

  1. A MACUMBA DA FAIXA, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo

    Jair Bolsonaro tem até a manhã de 1º de janeiro para decidir como pretende sair do governo e como pretende retomar sua vida política. Poderá passar a faixa presidencial a Lula, indicando que ganhou, perdeu e seguirá seu caminho dentro das quatro linhas da Constituição.

    Poderá ir para casa, recusando-se a participar da cerimônia de transferência do poder. Na República, que há dias fez 133 anos, só dois presidentes fizeram essa pirraça: João Figueiredo, em 1985, e Floriano Peixoto, em 1894.

    Figueiredo passaria a faixa a Tancredo Neves com alguma satisfação. Como Tancredo estava no hospital, e naqueles dias detestava o vice-presidente José Sarney, foi-se embora, saindo por uma porta lateral do palácio.

    O general que completou a abertura, deu a anistia e conduziu a redemocratização estragou sua biografia com a pirraça infantil. A fotografia dele passando a faixa a Sarney simbolizaria seu governo.

    Se Bolsonaro passar a faixa a Lula, ninguém achará que passou a gostar dele. O gesto mostrará apenas que, como disse ao reconhecer o resultado da eleição, ficou dentro das quatro linhas da Constituição. É um ganha-ganha contra um perde-perde.

    Se Bolsonaro pretende continuar na vida pública liderando uma direita que tirou do armário, nada ganha, tendo-se recusado a passar o cargo ao seu sucessor. Noves fora que, para quem for para a Esplanada dos Ministérios no dia 1º, ele será uma presença dispensável.

    Pode-se conceber uma acrobacia burocrática, por meio da qual Bolsonaro vai embora, e pronto. Afinal, às tantas horas do dia 1º de janeiro seu mandato expira e começa o de Lula. Nesse caso, é possível que ele seja empossado pela ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal.

    O BANCO CENTRAL EXISTE

    O futuro governo enviou ao Congresso uma proposta de emenda constitucional que mexe com as contas nacionais aumentando as despesas em quase R$ 200 bilhões.

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não foi ouvido. Seu mandato vai até dezembro de 2024, e ele anunciou que pretende cumpri-lo.

    Pior: se ele quisesse ser ouvido, não saberia com quem falar.

    Nesse caso a soberba não é apenas um erro político, é também falta de educação;

    A ideia de ignorar o Banco Central na condução do Estado é tóxica.

    AVES RARAS

    Nos dias em que a formação de um governo é puro encantamento, a carta de Pedro Malan, Arminio Fraga e Edmar Bacha pedindo a Lula que tenha juízo é uma iniciativa singular.

    Nenhum dos três precisa de nada e nenhum dos três quer nada.

    Faz tempo, quando um sujeito disse a um presidente eleito que ele teria dificuldade para formar o governo por causa das violações de direitos humanos, foi ouvido com atenção. Depois, o presidente comentou com um assessor que o sujeito parecia maluco.

    LEI DO MINISTÉRIO

    Está em curso a emocionante brincadeira das especulações ministeriais.

    Nos últimos 30 anos vigorou uma lei. Dois meses antes da posse, o presidente eleito sabe no máximo um terço de seu ministério, com os nomes colocados no cargo de sua preferência. No segundo terço, sabe os nomes, mas não sabe os cargos. No terço restante, acaba nomeando pessoas que não haviam entrado nas listas de favoritos.

    Já houve caso de presidente que seis meses antes da posse achava que a principal pasta do seu governo seria a da Agricultura. Semanas antes da posse, recebeu o escolhido e errou o seu nome.

    PALPITE

    Pelo andar da carruagem, Lula criará o Ministério dos Povos Originários e para ele irá Sonia Guajajara, nascida Sonia de Souza Silva Santos, no Maranhão, há 48 anos. Ela foi eleita deputada federal por São Paulo, com 157 mil votos.

    Em 2018 ela foi candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos, do PSOL.

    Se essa escolha se confirmar, a indicação matará três caçadores com uma só cajadada: é mulher, está no PSOL e milita na causa dos indígenas. Guajajara é o nome de seu povo.

    A revista Time listou-a entre as cem pessoas mais influentes do mundo.

    REALIDADE PRÓPRIA

    O doutor Guido Mantega parece estar vivendo numa realidade paralela. Deixou a equipe de colaboradores de Geraldo Alckmin, dizendo que o fazia porque se viu atacado por “adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”.

    Falso. Até o momento em que ele deu uma entrevista revelando que escrevera à secretária do Tesouro americano torpedeando a candidatura do economista Ilan Goldfajn à presidência do BID, ninguém havia discutido sua posição.

    Pela demora de seu pedido para sair, fica a impressão de que foi aconselhado a fazê-lo.

    O novo presidente do BID deverá ser escolhido neste domingo (20).

    AVISO AMIGO

    Empresários e magnatas que estão bancando manifestações golpistas no Brasil e no exterior devem tomar cuidado com o que fazem.

    O ministro Alexandre de Moraes, que investiga essas malfeitorias, já bloqueou 43 contas de suspeitos. Ele tem a disposição de um jovem delegado e a paciência de um veterano policial.

    VIVANDAGEM

    As vivandeiras do golpismo cometeram um erro imperdoável para seus próprios objetivos:

    Puseram fichas na divisão do Alto Comando do Exército.

    Mesmo quando alguns generais divergem de outros, a ideia da divisão os une em quaisquer circunstâncias.

    NOTÍCIA CENSURADA

    A Arquidiocese de Olinda e Recife informou que o processo de beatificação do antigo ocupante daquela Sé atravessou mais uma etapa em Roma. A documentação enviada ao Vaticano foi aceita pelo Dicastério para a Causa dos Santos. O processo deverá cumprir mais uma etapa. Depois dela, o antigo arcebispo poderá ser considerado um beato pela igreja católica, como José de Anchieta.

    Como há vivandeiras com saudades da ditadura, esta nota foi redigida respeitando o cinquentenário de uma ordem emitida em novembro de 1972:

    “Nenhuma referência, contra ou a favor de D. Hélder Câmara”.

  2. NÃO É EMPRÉSTIMO, É CARONA. SÉRIO? por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo

    Qual a diferença entre tomar um jatinho de empréstimo ou pegar uma carona nesse avião? Nenhuma, claro. Lula, presidente eleito, viajou de graça no jato de um empresário, José Seripieri Junior, que ganha dinheiro no ramo de corretagem de planos de saúde, setor fortemente regulamentado. Erro mais evidente, impossível: o presidente ganhou o favor de um empresário cujos negócios dependem do governo, para o bem ou para o mal.

    Acrescente-se que o empresário fez fortuna durante governos petistas; financiou campanhas de Lula; emprestou ou “apenas” hospedou o presidente, como diria Geraldo Alckmin, em casa de veraneio em Angra; foi apanhado numa das operações da Lava-Jato; fez delação premiada e pagou multa de R$ 200 milhões.

    Não há ressalva possível. Trata-se de equívoco ético e político. Levanta suspeitas.

    O caso da PEC da Transição – que libera gastos de até R$ 200 bilhões fora do teto – guarda algumas semelhanças na narrativa.

    Esse dinheiro servirá para financiar o Bolsa Família – o pagamento de R$ 600 mensais, mais um adicional por criança -, no que é uma política social meritória. Não é gasto, é investimento no bem-estar dos mais pobres, diz Lula.

    O.k., mas continuam sendo R$ 200 bilhões fora do Orçamento sem fonte de financiamento. É irregular, mesmo que seja aprovada a PEC que permite isso. É o mesmo caso da PEC Kamikaze do governo Bolsonaro, aprovada alegremente no Congresso: uma emenda constitucional para passar por cima da Constituição.

    Tem mais. No Orçamento para 2023, está aprovada uma verba de pouco mais de R$ 100 bilhões para um auxílio mensal de R$ 400. Ora, esse recurso e mais o tanto necessário para chegar aos R$ 600 ficam fora do teto. E assim, milagre da contabilidade criativa, aqueles R$ 100 bi que estavam no Orçamento para pagamento do auxílio ficam liberados para o futuro governo gastar onde bem entender.

    Tudo somado e subtraído, aqueles R$ 200 bilhões formam déficit primário na veia, a ser coberto com dívida a juros altos. Como o Orçamento dentro do teto já tem déficit, a consequência é óbvia: irresponsabilidade fiscal.

    Diz Lula: mas é responsabilidade social. Tenta criar assim uma oposição entre políticas sociais para os pobres e controle das contas públicas.

    Já dissemos, e vai de novo: no seu primeiro governo, Lula fez superávit no Orçamento e lançou políticas sociais. Podemos pegar também exemplos de fora. Os países europeus são os mais adiantados na aplicação do Estado de Bem-Estar. E são também extremamente zelosos na estabilidade fiscal e monetária.

    Qual a consequência da irresponsabilidade fiscal?

    Quando o governo é devedor contumaz, isso enfraquece a moeda – o real se desvaloriza em relação ao dólar e outras moedas. Quem vive em reais fica mais pobre, simples assim. Moeda fraca gera inflação – e de novo pune os mais pobres.

    Dívida pública crescente leva à alta de juros – o investidor pede mais caro para comprar títulos do governo. Os juros elevados pagos pelo governo se espalham por toda a economia. Claro, se eu posso ganhar 14% ao ano emprestando para o governo, por que emprestaria por menos a um empresário ou consumidor? Investir ou consumir fica mais caro. Trata-se de desestímulo à atividade econômica – à geração de emprego e renda.

    Finalmente, as empresas locais perdem valor, estejam ou não listadas na Bolsa de Valores. Juros altos e incertezas fiscais reduzem o capital disponível para investimentos. O ambiente de negócios torna-se desfavorável, algo especialmente ruim num país em que o sistema tributário parece ter sido montado para infernizar a vida das empresas e dos cidadãos.

    Tudo isso acontece e já aconteceu, a partir do Lula2 e de Dilma. Como é possível que não tenham aprendido que irresponsabilidade fiscal – com pedaladas e contabilidade criativa – levam a recessão e inflação?

    Lembra a sacada de Talleyrand, comentando os erros repetidos dos Bourbons: não aprenderam nada e, pior, não esqueceram nada.

  3. LULA PEDE MAIS JUROS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), propõe aumento da inflação e dos juros, menos emprego e crescimento econômico, mais ganhos para os rentistas.

    Esses seriam os efeitos práticos e prováveis da proposta petista para a expansão incondicional do gasto público, enfim apresentada ao Congresso na quarta-feira (16). Não se trata apenas, como Lula diz em tom de desdém, de alta do dólar e queda da Bolsa de Valores.

    A minuta de emenda constitucional confirma as piores expectativas semeadas desde o desfecho das eleições. Pretende-se não somente abrir espaço no Orçamento de 2023 para a preservação da proteção social —o que é justo e necessário— mas também abrir uma exceção permanente aos já debilitados limites da despesa pública.

    Na leitura mais otimista possível, que exige ignorar mais uma rodada de declarações demagógicas de Lula, o texto que veio à tona é apenas uma peça de negociação, a ser ajustada durante a tramitação legislativa nas próximas semanas.

    Nessa hipótese, partidos oposicionistas e independentes, além do famigerado centrão, não estariam dispostos a conceder tamanha regalia orçamentária ao novo governo. Uma norma de alcance mais restrito, pelo mesmo raciocínio, forçaria o Planalto a novos entendimentos congressuais em breve.

    Será inevitável, afinal, definir até o próximo ano um novo mecanismo de controle da dívida pública. Ao menos, assim se espera.

    Tais conjecturas, entretanto, não podem encobrir o essencial —os péssimos sinais emitidos pelo eleito, seu discurso vazio e os riscos aos quais ele submete todo o país.

    Na dinâmica política brasileira, é ao Executivo que cabe zelar pela solidez das finanças públicas, e não só porque é a popularidade do presidente que se esvai quando se elevam os preços e as demissões.

    Um Congresso fragmentado em uma miríade de legendas sem consistência programática constitui palco propício para medidas eleitoreiras perdulárias, casuísmos e interesses de grupos organizados.

    Lula, ademais, mostra desprezo aos apoios que buscou e conseguiu de políticos e economistas qualificados de outras orientações, guiando-se pelo personalismo na retórica e pela pauta petista na ação.

    Há tempo e meios para evitar o desastre, mas eles são exíguos. Em questão de semanas, uma piora geral de expectativas começa a afetar a vida real. Dólar mais alto eleva a inflação, reduz-se a perspectiva de redução dos juros do Banco Central, empresários freiam contratações e investimentos.

    A soberba exibida por Lula até aqui —inexplicável para quem venceu a eleição por margem mínima e terá dura oposição— é o maior obstáculo à correção de rumos.

  4. LULA TESTA A PACIÊNCIA AO IGNORAR AS CRÍTICAS, editorial de O Globo

    Faltando seis semanas para a troca de poder em Brasília, tem sido decepcionante a reação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva às críticas. Animado pela vitória, ele tem preferido ouvir as vozes dos aduladores a encarar a realidade da bomba fiscal prestes a cair sobre o país. Ao comentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que amplia de forma irresponsável o gasto do governo a partir de 2023, Lula se saiu mais uma vez com um despropósito: “Se eu falar isso, vai cair a Bolsa, o dólar vai aumentar? Paciência”.

    Paciência, o novo governo tem testado não apenas a dos mercados, mas a de todos os brasileiros que sabem fazer contas. Aumentar gastos sem amparo de receitas nem gestão do passivo levará a um ciclo bem conhecido no Brasil: aumento descontrolado do endividamento, juros elevados, dólar mais caro, inflação alta e menos crescimento econômico. Como sabe qualquer um que já tenha contraído dívidas, países que gastam sem limites têm mais dificuldades para rolar seus compromissos.

    A PEC apresentada na quarta-feira pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin é uma licença para somar R$198 bilhões às despesas do ano que vem, mais R$175 bilhões todo ano daí para frente. Além do novo Bolsa Família, que ficaria permanentemente fora do teto de gastos, mais R$ 23 bilhões são destinados ao que os avatares do novo governo chamam de “investimentos sociais”. Tudo falaciosamente em nome dos mais pobres. Na prática, trata-se de gasto no presente, com inflação e miséria contratadas no futuro.

    Pelas simulações publicadas em artigo no GLOBO pelos economistas Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria, Marco Bonomo e Paulo Ribeiro, do Insper, se forem aprovados os R$175 bilhões fora do teto, as consequências serão terríveis. A dívida bruta entraria em trajetória de crescimento explosivo, ultrapassando 96% do PIB no fim do próximo mandato. Nesse cenário, a economia cresceria apenas 0,5% em 2023 e 1,5% de 2024 em diante. Se o Congresso passar os R$ 198 bilhões, o resultado seria ainda pior.

    Uma proposta alternativa apresentada pelos três economistas contempla espaço para gastos sociais mais urgentes, sem provocar uma longa crise nas contas públicas. Com uma PEC da Transição que autorizasse gastos de R$ 79 bilhões no ano que vem, seria possível manter o novo Bolsa Família em R$ 600 mensais, dar aumento real de 1,4% ao salário mínimo, zerar a fila do SUS, recompor o programa Farmácia Popular, a merenda escolar e ainda dar dinheiro à Cultura. A dívida subiria nos próximos quatro anos, mas cairia a partir de 2028. Mais importante: a economia apresentaria taxas maiores de crescimento.

    É certo que o Congresso fará cortes na proposta. Contando com isso, o valor deve ter sido inflado. Mas só ele ter chegado perto de 2% do PIB mostra que o governo eleito sonha em ter uma quantia irresponsavelmente gigante ao final da negociação. É uma demanda que traduz discurso e prática do velho PT que levou o Brasil à bancarrota: o Estado é a solução para todos os males, o mercado vive especulando “todo santo dia”, e criar ministérios é solução mágica para tudo. Nada mais sintomático que a equipe de transição, a maior já montada, com 31 núcleos temáticos e 283 nomes para agradar a todos os grupos políticos da ampla coalizão vitoriosa na eleição — quando só uma pessoa toma decisões: o próprio Lula.

  5. BATEÇÃO DE CABEÇA, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

    O tempo corre e o burburinho da transição, as disputas por espaço e a ansiedade do mercado e da sociedade crescem e atingem as áreas mais sensíveis. O melhor que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem a fazer é anunciar, ao menos sinalizar, os rumos na economia, defesa e articulação política. Se ele não apresentou um programa de governo e pretende uma união nacional, com muitas frentes e divergências, precisa reduzir a pressão e amenizar o clima.

    Na defesa, tensão. Na economia, suspense. Na articulação política, confusão. Não há nomes para o comitê de defesa na transição, os da economia não palpitaram na PEC do Bolsa Família e a articulação política está fracionada, com a velha “bateção de cabeça”.

    Em vez de acenar com o tripé da responsabilidade social, ambiental e fiscal, Lula joga fora o pé fiscal e gera um ensaio de crise, com Guido Mantega caindo fora da transição por causa de “adversários” e o trio Pedro Malan, Armínio Fraga e Edmar Bacha advertindo para o perigo do populismo. Bolsonaro na pandemia: “E daí?” Lula, diante das reações do mercado: “Paciência…” Não dá certo.

    A defesa é uma das áreas que mais sofreram com Jair Bolsonaro, que contaminou as Forças Armadas politicamente, embaçou biografias que reluziam, rachou os militares e demitiu o ministro da Defesa e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica por serem profissionais e apolíticos. O desafio de Lula é pôr na Defesa um civil moderado e institucional. Para os comandos, contemplar a lista de antiguidade, excluindo os bolsonaristas incuráveis.

    Há contatos entre militares e interlocutores de Lula, até para amenizar ataques mútuos, mas a dificuldade é de mão dupla e as pontes, como Nelson Jobim, não topam o desafio. Lula não tem nomes para dialogar com uma cúpula militar que faz ameaças veladas. E quem, dessa cúpula, se dispõe a conversar? Generais Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio?! Os comandantes?!

    Para GSI, PF, PRF e Abin, todo cuidado também é pouco, porque acumulam as informações deste governo e terão acesso às do próximo. Estão divididas, com as FA, mas há mais gente ali aliviada com a alternância de poder do que se vê à luz do dia.

    E há os rumos do Ministério da Justiça, dividido no governo Temer e sob risco de virar fiapo. O ex-governador Flávio Dino (MA), cotado para o cargo, é forte, mas o que sobra sem coordenação política, Segurança Pública, PF, PRF, Índios, Menores, Direitos Humanos? E a Política Penitenciária, onde fica? A transição corre aos trancos e barrancos e Lula precisa aplainar o terreno, não aumentar a buraqueira.

  6. DESLIZES AÉREOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    Na condição de presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está no centro das atenções e das expectativas —e do escrutínio e da cobrança— de um país que segue marcado por antagonismos políticos e dúvidas quanto ao futuro.

    Nesse contexto, a viagem do petista e de seus convidados à COP27, no Egito, a bordo do jato particular do empresário amigo José Seripieri Filho, que foi alvo da Operação Lava Jato, foi um mau passo que não passaria despercebido. O episódio, revelado pela Folha, criou ruído, explorado por opositores, e provocou desconforto mesmo entre apoiadores.

    De acordo com informações colhidas em círculos do entorno de Lula, o risco de repercussão negativa havia sido previamente detectado. Alertas foram emitidos e, como se viu, desconsiderados.

    Também se alegaram dificuldades objetivas para o transporte, uma vez que não há verbas oficiais para custear despesas de um presidente eleito, e o PT não teria recursos para fretar um jato. Aventou-se ainda, segundo relatos, a possibilidade de pedir apoio ao atual governo, mas temeu-se, em caso de concordância, pela segurança —um receio que soa fantasioso.

    Por fim, foi descartada a opção que parecia a mais adequada, recorrer a um voo comercial. Assim fez, aliás, a correligionária Dilma Rousseff, em novembro de 2010, quando compareceu a uma reunião do G20 na Coreia do Sul após vencer a disputa ao Planalto.

    Por si só, o usufruto da aeronave por Lula não contraria formalmente a lei, ainda mais antes da posse. Mas decerto não ajuda a imagem de um futuro governante -e, no caso, um ex-presidente com pesada bagagem de casos rumorosos- aceitar favores generosos de detentores do poder econômico.

    Na mesma direção, também não deve ser tomada como procedimento corriqueiro a viagem de cinco ministros do Supremo Tribunal Federal a Nova York, com direito a hospedagem, para participar de evento patrocinado pela Lide, organização comandada pelo empresário João Doria, ex-governador de São Paulo.

    Mais uma vez, não se pode considerar que o fato em si demonstre favorecimento ou falta de isenção dos magistrados. Porém, uma hipotética decisão de Lula ou do Supremo que beneficie os citados empresários correrá sempre o risco de ser criticada à luz de uma suposta licenciosidade pregressa.

    Trata-se, sobretudo, de valorizar a liturgia republicana de modo a não oferecer margem a interpretações, capciosas que sejam, sobre possíveis conflitos de interesses.

  7. O MURO FICOU ESTREITO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

    No domingo, dia 30, Lula tinha acabado de ganhar a eleição, mas era essencial que governos dos países centrais reconhecessem a vitória o mais rápido possível, ajudando a torná-la um fato consumado incontestável. Foi então que o presidente francês ligou.

    Passava das duas da manhã de segunda-feira, 31 de outubro, em Paris e era o próprio Macron que estava do outro lado da linha. Mas Lula nem ficou sabendo. Integrantes da velha-guarda do PT, Celso Amorim à frente, controlaram as demandas internacionais pelo presidente eleito. Deram preferência a Cuba, Bolívia e Argentina. E o secretário-geral da ONU recebeu o mesmo tratamento dispensado a Macron, ou seja, ficou para o dia seguinte.

    Consta que Lula enfureceu-se ao saber do ocorrido – mas já era tarde para devolver as duas ligações e, de qualquer maneira, havia falado com o presidente americano Joe Biden, num esquema com horário pré-acertado com diplomatas americanos. De lá para cá, Lula ainda não decidiu uma ácida disputa doutrinária sobre os rumos da política externa.

    Trata-se de um debate entre duas “escolas” de pensamento num cenário global que se alterou profundamente. E que não combina mais com o “antiamericanismo de grêmio estudantil”, como definem integrantes da equipe de Lula a velha escola dos postulados Sul-Sul.

    Se quiser que o Brasil volte ao centro, ouviu Lula, o foco primordial deve ser Washington e Pequim. E não o antigo circuito Buenos Aires-Santiago-La Paz, como foi imediatamente sugerido ao presidente eleito pela desgastada escola de relações internacionais petista. Ressuscitar grêmios como Celac e Unasul não faz mais sentido diante de uma brutal mudança geopolítica representada pela invasão russa da Ucrânia.

    Lula teria abandonado a visão inicial do conflito, calcada nos surrados postulados de que, se Putin se opõe aos Estados Unidos, então Putin tem razão e a culpada é a Otan. Por questão de princípio, o Brasil jamais poderia concordar com a invasão de uma outra nação soberana, ainda que tente se equilibrar entre beligerantes.

    Ocorre que o espaço para esse equilíbrio foi brutalmente reduzido pela piora da relação entre Estados Unidos e China, de um lado, e pela postura que europeus, de outro, começam a exigir de seus principais parceiros frente à invasão da Ucrânia. O alto do muro ficou estreitinho.

    Basta lembrar o que aconteceu com uma decisão de governo petista: a compra de caças suecos para reequipar a FAB, em vez dos F-18 da Boeing. Na época, a Suécia era um país de sólidas credenciais de neutralidade. Hoje está entrando na Otan.

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