Pedro Celso Zuchi, PT, agora é o deputado estadual de Gaspar a ser reeleito. Simples, assim! E o que ele vai priorizar na Assembleia a partir de quarta-feira, segundo anunciou, a Saúde, a que o seu adversário e atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, também pré-candidato a deputado estadual a deixou doente para os gasparenses.
Mas, se ele acha que trazer recursos estaduais para algo que não funciona, isso não vai solucionar o que diz querer resolver, pode estar dando um tiro n’água. Mas mesmo assim, ao menos Zuchi tem uma bandeira. E ela hoje é bem cara aos gasparenses que se desesperam nas filas do seu Hospital – que ninguém sabe de quem ele é – que Zuchi fez uma intervenção municipal marota quando era prefeito, origem de toda a piora e piorada por Kleber. Sobre a municipalização do Hospital, nada falou.
Qual a notícia de ontem e que NÃO estava no radar da pré-campanha do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB? O ex-prefeito de Gaspar por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, PT, vai assumir por dois meses como deputado estadual na vaga do Padre Pedro Baldissera, PT. É o segundo deputado com domicílio eleitoral em Gaspar na Assembleia Legislativa.
O primeiro foi Francisco Mastella, PDC, em 1987.
Como isso foi possível? Porque Zuchi é pré-candidato e é o quarto suplente do PT com 12.140 votos em Santa Catarina sendo 9.722 colhidos aqui em 2018. Diferente do MDB, o PT trabalhou em equipe. Ou seja, o PT quer Zuchi candidato e se possível vencendo. Precisará de legenda menor, mesmo dependente das tais federações de partidárias que se formarão à esquerda.
O primeiro feito é histórico para Gaspar. E para Zuchi também. É experiência. Criação de novos canais. E com isso, Zuchi volta a cena política. Ganha espaço na mídia por ser deputado, pode gerar polêmicas e embates, bem como usar mais a vontade as redes sociais. Cria palanque.
Entenderam o que está por detrás, que o PT e nem a imprensa de Gaspar não fala, escreve ou comenta?
Esta chance para reconhecimento e projeção, por exemplo, que o todo poderoso PP estadual, NEGOU a Pedro Inácio Bornhausen, o ex-gerente regional da Celesc. Ele foi o quinto suplente do seu partido com 20.227 votos em 2006. Pedro, o Bornhausen, recebeu 3.642 votos em Gaspar. Guarde este número.
É a prova de que faltaram votos por aqui para naquela eleição de Bornhausen e o discurso que ele faz agora por ai com Kleber, precisa mudar precisa mudar o tom e o mote.
E por que é histórico o anúncio de ontem?
Gaspar com Zuchi volta a ocupar um assento no Palácio Barriga-Verde após 35 anos. Mastella, ex-executivo de finanças da Ceval Agroindustrial – e que tinha sede em Gaspar -, ex-presidente da Acig, ex-presidente da Facisc, foi o mais votado no estado em 1986 com 36.464 votos (1,74%), dos quais 3.003 em Gaspar com quase 70% dos votos válidos da época.
A votação de Mastella aqui foi quase igual de Pedro Bornhausen, mas 20 anos antes, num colégio eleitoral bem, mas bem menor. Guarde este número e veja como os candidatos que vieram depois dele, patinaram em unir Gaspar. Falharam na liderança que supunham ter. E o marketing errático na prática de quem não conhece a cidade e está mal informado pelos que querem ser eleitos.
Para se ter noção do feito daquela época, sem internet, sem redes sociais, sem aplicativos de mensagens, telefonia precária, onde valiam comícios, cabos eleitorais, fidelidade e fio do bigode, que a maioria daqui não se lembra e parte dela nem era nascida ainda, o PDC fez 37.993 votos, pouco mais de mil votos do que o próprio Mastella colheu nas urnas.
E Mastella estava coligado com o PFL e o PTB, ajudando-os na legenda. O então poderoso PFL jurava que era o partido que elegeria Mastella no nanico PDC. Deu-se o contrário.
Para se comparar esta façanha de Mastella, o segundo mais votado, foi Raulino Roskamp, MDB, de Joinville, com 28.935 (1,39% dos votos válidos). E governador eleito naquele ano foi Pedro Ivo Campos (41,29% dos votos válidos), MDB, de Joinville, contra a ditadura, contra o empresariado (e Mastella era a voz do empresariado, apesar da origem de líder estudantil na ditadura).
Pedro Ivo derrotou Wilson Pedro Kleinubing, 25,69% dos votos válidos), PFL.
Antes de prosseguir, um lembrete: Gaspar teve outro deputado estadual nascido aqui (Belchior Central): Foi Wilson Rogério Wan Dall, também pelo que é hoje PP. Mas, o seu domicilio eleitoral e sua vida se deu sempre em Blumenau. Hoje é conselheiro do Tribunal de Contas depois de ser derrotado na corrida – onde era o favorito em todas as pesquisas, menos nas minhas – à prefeitura de Blumenau, para Décio Neri de Lima, PT, na mesma onda amarela que elegeu Zuchi por aqui.
O QUE ESTÁ EM JOGO
Os fatos de hoje são outros. Deixando os números, história e passado, o que está em jogo no presente e no futuro? A disputa de uma vaga na Assembleia por dois candidatos de Gaspar. Não há votos para os dois. Não havia nem para um com os votos daqui. E se pensa até em três. Escrevi ontem QUEM SERÁ O TERCEIRO CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL POR GASPAR?
Que alguém do PT iria ser candidato, isso estava escrito, até porque é uma praxe do partido desde que ele chegou em Gaspar.
O que não estava no script é que Kleber fosse sem se preparar para tal briga, que se embrenhasse na jogada mal armada que fez para não correr o risco de derrota em 2020. Eliminou um concorrente: Marcelo de Souza Brick, PSD e prometeu a ele, renunciar para ir a deputado estadual e dar a prefeitura ao seu vice.
Primeiro precisa cumprir o que prometeu, senão ficará mais mal na foto do que está. Ainda como um servo de Deus como se apresenta.
Segundo, Kleber não se preparou para este embate. Está embrulhado nas redes sociais. Falta-lhe senso, sentido e propósito. Coisa bem amadora, mas cara, com gente que se apresenta como entendida.
Terceiro, deixou aberta a porteira em Gaspar não só para o PT, mas para um terceiro candidato, bem como e pior: para os paraquedistas; a maior parte deles está dentro do seu próprio governo.
Quarto, de verdade Kleber não é um candidato do MDB. É só pesquisar na Executiva estadual. Não é um candidato do partido. Zuchi é!
Quinto, confiou na marquetagem tradicional que inclui calar parte da imprensa – Zuchi também fazia isso -, em ações cosméticas para esconder escolhas e erros grosseiros na área da Educação, Saúde, Assistência Social e vejam só: obras.
Resumindo bem: Kleber não conseguiu em cinco anos, produzir uma obra de impacto para a cidade e os cidadãos. Kleber ficou refém dos “çabios”, dos familiares, dos prefeitos de fato, da Igreja onde está dependente dos irmãos, e orando.
Nos últimos dias, Kleber descobriu que não era apenas um desconhecido fora de Gaspar, mas dentro dela. Havia resistências ao seu nome, menos entre os riquinhos, os do Conselho da Cidade fake, a família, nos que gravitam entre empregos públicos e gente partidária que não tem noção do real perigo onde ele se meteu até então.
Por isso, Kleber começou uma nova campanha para deputado estadual: a de vereador em Gaspar. Afinal, se não sair daqui com pelo menos dez mil votos, os outros 30 mil que a Igreja – no multipartidarismo e não exatamente no MDB – poderá arrumar fora daqui, os planos, os projetos e a brincadeira de ser candidato poderá terminar sem qualquer mandato para ele.
E quem tomou o espaço que era Kleber por aqui, pois Kleber teve cinco anos para solidificar isso e não o fez? Zuchi! Aliás, esta situação caiu no colo melhor do que o próprio Zuchi esperava.
E por quê? Porque faltou propósito, liderança e resultado a Kleber.
O que Zuchi não quer? É perder o espaço que aparentemente reconquistou. Espaço que já lhe deu os três mandatos como prefeito sem precisar sair na metade de nenhum deles, ou dividir, ou fatiar o seu governo perdendo o domínio dele.
E sem ser a última reeleição, o primeiro mandato e a volta no segundo, surgiu das brigas entre os políticos seus adversários. Escondeu Lula, o sindicato – onde possui afinidades – e o vermelho. Criou a tal onda amarela. Ou já esqueceram disso?
Zuchi não quer também um terceiro candidato, mesmo que seja para o nicho conservador e que esse nicho prejudique mais o seu adversário.
E esta jogada de ser deputado agora?
Além de história, cria também uma tribuna estadual legítima, com visibilidade política e que Kleber só pode ter via terceiros pelos templos. Zuchi, na verdade, vai reforçar ainda mais o jogo em Gaspar, no entorno como Blumenau e Ilhota, além de se estadualizar VIA O PARTIDO. Ele é um deputado com padrinho experiente e influente no partido: Décio Neri de Lima. Além disso, Zuchi possui relações com históricos como a ex-senadora e ministra Ideli Salvatti.
Kleber e seus “çábios” estão comendo poeira, por enquanto. Mas, ainda há tempo para milagres. Zuchi está ensinando como. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Este caso de suposta pedofilia do empresário e prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Aleixo Lunelli, é conhecida há décadas. O MDB sempre soube. Circulava nos bastidores. Inclusive nas redações. Esperou-se para a última hora e assim torná-la pública via um blog. Era a porteira a ser aberta. E para quê? Fazer o pimpão Antídio correr da parada.
São os políticos e o MDB, sendo políticos e MDB. Ali tem fila, donos e anos de estrada. Nenhum novo, mesmo partidário ferrenho, pula no ônibus assim de uma hora para outra e muito menos se aboleta da janela. As histórias são as mesmas e repetidas.
Os meios justificam à finalidade. E a finalidade era o descarte de Antídio que não entendeu os recados durante a caminhada das prévias Outra: Antídio sabia o tamanho da encrenca que tinha. Já devia ter tratado essa ferida bem antes da hora H. Simples assim.
MDB e PSDB unidos? Hum! O PSDB nasceu do MDB a quem acusava de ser além de uma federação, algo sem ética e princípios. Então agora, ficou tudo igual?
Carlos Moisés da Silva, sem partido, está cada vez mais perto do MDB, mas ele quer o Avante. Pode?. Carlos Moisés perdeu o controle da condução desse processo. No MDB quem conduz não é exatamente a Executiva estadual. É a bancada na Assembleia.
Mas no meio disso tem uma inscrição de pré-candidatos do MDB a governador até o dia dez de fevereiro, aberta pela de sopetão ontem pela Executiva do partido. A bancada não gostou, mas o presidente Celso Maldaner, pelo sim, pelo não, lavou as mãos.
Escrevi que o PP de Gaspar armava uma dissidência fake contra o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB. Imediatamente, o prefeito passou a exigir fidelidade dos pepistas. Depois de Pedro Bornhausen, chegou a vez do ex-vice-prefeito Clarindo Fantoni.
Ele emplacou o seu filho Francisco, no gabinete do vereador e evangélico, Cleverson Ferreira dos Santos, PP, evangélico, mão direita do prefeito Kleber na Câmara. Francisco queria ser candidato a vereador em 2024. Talvez tenha que entrar numa outra fila. Esta, por enauanto, já tem dono.
Abertura do ano letivo em Gaspar, o secretário de Educação, um curioso na área, o jornalista Emerson Antunes, resolveu, dar uma voltinhas. Sentiu a frieza ou o bafo quente em alguns recepções. Ao menos desta vez não fez comparações com o Colégio estadual Agenor Zimmermann.
Repercutiu no seio do PL o artigo de ontem aqui. Para alguns deles, a imagem de traidor de Ivan Naatz não é verídica. Se não é, qual a razão de tanta preocupação? Está mais do que na na hora da lavação de roupa interna no partido em Gaspar.
Kleber foi assistir a eleição e posse do novo presidente da Assembleia, Moacir Sopelsa, MDB. A pergunta que não quer calar: quantas vezes fez isso no seu mandato? O que trouxe dessa ida a Assembleia neste evento?
Apenas fotos nas redes sociais para criar importância dele de última hora no meio político.
E para completar a coluna de hoje. Ontem em Florianópolis, o governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, assinou mais novos convênios num total R$1,65 bilhão para os municípios no tal Plano 1000. Gaspar, mais uma vez, não estava entre eles.