Pesquisar
Close this search box.

VEREADORA GOVERNISTA FICA INDIGNADA COM ALTA TAXA DE AUSÊNCIA NOS EXAMES MÉDICOS PRÉ-AGENDADOS

Este assunto é polêmico por três aspectos que detalho a seguir. Mas, ao mesmo tempo, ele se mostra frágil num ambiente de gerenciamento às demandas na área de Saúde em Gaspar. Tudo isso em plena era digital, da conectividade. A mesma conectividade como artimanha e que se abusa nos dias de campanha eleitoral, mas se renega no dia-a-dia do serviço público, ao público.

O primeiro desses aspectos é como alguém tendo a oportunidade que pediu para ser atendido na rede pública de Saúde, ausenta-se exatamente quando ele, ou ela, consegue à marcação de um exame, ou consulta especializada?

O segundo, são os custos envolvidos nesta abertura de vaga e perda dela, todos pagos, ou suportados com os nossos pesados impostos. Pior: ao mesmo tempo, este ausência à consulta, ou exame marcado, tira à oportunidade de outros doentes que estão na mesma agoniante fila de espera.

O terceiro, é onde e com quem está à razão desse problema; como mitigá-lo, se não há efetiva solução, pois ele é recorrente não só em Gaspar, mas Brasil afora, onde, aliás, há exemplos de como eles são diminuídos. Por isso, no mínimo, esses exemplos deviam ser pesquisados e copiados.

Ao ir a uma audiência pública – é uma das poucas entre os vereadores e vereadoras de Gaspar que faz isso e com alguma acuidade crítica -, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, ficou indignada. E com razão, mas até certo ponto, ressalte-se, diante de alguns números que lhes foram apresentados na audiência.

Entre eles, a de que 22% das consultas com especialistas, as mais caras, as mais difíceis de serem conseguidas, as que possuem filas e geram mais desgastes para o gestor público entre os eleitores e eleitoras na campanha política, na instantaneidade das redes sociais e aplicativos de mensagens, são perdidas pelo não comparecimento dos que pediram, ou supostamente precisavam delas.

Estranho? Nem tanto!

É um dado alarmante, sim. Quase um quarto da demanda está sendo perdida.

Contudo, será mesmo que o suposto doente é o único culpado, como quer fazer crer o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, os políticos que o rodeiam para se livrarem das suas culpas e a vereadora, ex-secretária de Educação, a que carrega consigo à piora da marcado Ideb entre os da educação básica gasparense?

Começa pela indicação de uma curiosa no assunto, para atender os elos de proximidade religiosa, para a segunda mais importante pasta em recursos do município, que às vezes, transforma-se na primeira, superando a Educação.

Depois, passa pelo aparelhamento político partidário nas secretarias para se sustentar o poder de plantão e seus planos de perpetuidade. “Nunca vi tanto empreguismo e gente descomprometida“, escreveu-me um dia uma experimentada funcionária da área, pedindo sigilo sobre o que me relatava, para não ser punida, perseguida, constrangida. Então…

E se completa com a inércia dos gestores diante da realidade e dos números assustadores. Resta-lhes então dancinhas, girassóis, pacotes de sementes, vídeos com citações bíblicas via as redes sociais, bem como à excomunhão dos críticos.

Nada disso é capaz de reverter esse quadro que indignou a vereadora, muito menos restituir à autoridade na solução daquilo que estão obrigados pela função ou cargo.

Alguém esperaria algo diferente quando um simples painel de transparência da Covid-19 no site oficial da prefeitura de Gaspar, com outras incoerências e inconsistências, está há semanas dizendo que somente 29,75% dos gasparenses foram vacinados com duas doses, quando a secretaria de Saúde de Santa Catarina divulgou ontem no Jornal Nacional da Globo, que 58,80% dos catarinenses estão imunizados, o quarto melhor índice do país?

Voltemos…

Ora, uma consulta com especialista, diz claramente que há um problema, na maioria dos casos, emergencial, que não pode esperar seja pelos aspectos clínicos, seja pelo medo e que abala o emocional do paciente, seja pelo sofrimento que se causa ao doente e à sua família com perdas no trabalho e seus ganhos.

Tudo isso, contrasta, exatamente, com a fila, à falta de perspectivas e à longa espera ao atendimento.

Um exemplo simples: se um paciente reclama de dores supostamente no sistema digestivo e refluxo ao médico clínico geral, e este resolve encaminhá-lo para um especialista.

É de se supor então que a continuada dor, o medo do agravamento, se não atendido num tempo razoavelmente curto levará o doente à outras soluções, incluindo à possibilidade de se sacrificar financeiramente para ter um diagnóstico particular, popular ou conveniado.

Ou seja e resumindo: quando chegar a vez dele ser atendido, não dará atenção pois já teve a solução por outros caminhos da emergência, faltará à consulta ou exame, se não estiver impossibilitado devido ao agravamento da enfermidade e até morto.

E faltando, por qualquer motivo, outro necessitado do sistema público de Saúde perderá a oportunidade de ser atendido no lugar dele. Simples. Todos conhecem esse problema.

Sabe-se que é assim. E sabendo que é assim, por quê não se cria uma situação preventiva e ativa para localizar e descobrir se o paciente vai, se precisa, se já resolveu o seu problema e com isso se adianta à fila daquela especialidade ou exame clínico?

Esse custo desta ação ativa é bem menor, segundo leio em depoimentos de gestores e especialistas de Saúde Pública para casos assemelhados ao de Gaspar, relatados pela vereadora na tribuna da Câmara. Eles acontecem Brasil afora.

Mais. Quando bem sucedida esta simples ação, diminui as reclamações contra os gestores públicos e os políticos no poder de plantão. Um ganho imensurável para quem depende da imagem para ter à compreensão e o voto.

Então: quem falha nesta situação descrita pela queixosa vereadora Zilma feita para livrar a cara do seu líder e que quer ser candidato Kleber? Ambos: o paciente que lhe falta o senso de cidadania e perceber o contexto que sua atitude prejudica outro doente necessitado, mas principalmente, o poder público, o qual a vereadora representa e defende.

Como vereadora e supostamente representante do povo, ela deveria defender o paciente – eleitor e eleitora – que continuou na fila por causa desses 22% que desistiram e não foram cidadãos ou cidadãs suficientes para pensar no próximo tão necessitado e adoentado quando ele. Acorda, Gaspar!

Compartilhe esse post:

Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Email

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Não é permitido essa ação.