Da esquerda para a direita: governador Carlos Moisés, Amauri e a deputada Paulinha.
O vereador Amauri Bornhausen, PDT, é da Bancada do Amém – onze dos 13 vereadores de Gaspar -, mas faz tempo que não está cantando no mesmo hinário do poder de plantão dominado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e seu vice, Marcelo de Souza Brick, PSD.
Amauri – um servidor municipal – não é propriamente um crítico ou dissidente de Kleber, entretanto, não se ajoelha – até porque fisicamente lhe faltam joelhos e parte das suas pernas – para os jogos dos poderosos de plantão na rendição incondicional que exigem de seus apoiadores.
Marinheiro de primeira viagem, Amauri é uma surpresa até aqui, a começar pela coerência que exprime e à capacidade de suportar às pressões de gente poderosa, antiga, ou nova, mas já viciada no jogo. É governo, todavia não esconde, ou tolera os erros dos políticos e puxa-sacos instalados no paço municipal, feitos para no fundo sacrificar à cidade, eleitores e eleitoras. E estou arriscado – e sei disso – de queimar à minha língua logo ali adiante. Contudo, por enquanto, Amauri está com bônus, principalmente dos exemplos que os demais vereadores perderam para os cidadãos e cidadãs.
Vamos a mais um deles.
Este final de semana Amauri foi ao tal “Encontro Anual de Líderes”, organizado pela deputada Ana Paula Silva, a Paulinha ex-PDT de onde foi expulsa por ser líder do governo na Alesc, em Canelinha. É ato de quem está em campanha à reeleição e teve ostensivo apoio do governador.
Amauri foi por sua conta e risco. Não precisou de diárias, nem de carro oficial da Câmara, sob qualquer desculpa ensaboada, muito comum nos últimos tempos, como se todos por aqui fossem tolos, desinformados e mansos.
Lá, Amauri encontrou o governador Carlos Moises da Silva, sem partido. E com da deputada Paulinha, ele conseguiu para o governo de Kleber, mas principalmente para a cidade de Gaspar, uma emenda parlamentar para ajudar na compra de equipamentos para secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada pelo ex-vice prefeito e agente de trânsito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o que cada vez mais aposenta equipamentos próprio e alguns deles novos e prefere à terceirização deles nos fornecedores daqui.
Este ganho, foi, proporcionalmente, muito mais, do que faz muitos vereadores nas suas andanças por Florianópolis quase toda a semana, com carros oficiais e farta diárias, sem, naturalmente, o “Vale Marmita” que se tentou e não vingou há duas semanas.
Ou seja, tudo isso foi conseguido, sem custo adicional para o contribuinte que está pagando, de verdade, com seus pesados impostos, a emenda parlamentar do governo do Estado e que coube à cota da deputada Paulinha. Acorda, Gaspar!