Alterado às 9h25min – A marquetagem come solta em Gaspar para salvar a gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o candidato, bem como do seu sucessor, Marcelo de Souza Brick, PSD. Criou-se uma cortina de fumaça, para esconder o erro tático que traz sérios problemas ao candidato. Ele teve tempo para realizar uma dinâmica a favor da Saúde Pública e dos gasparenses, mas não a fez. Só isso.
Então, qual foi a manchete que a prefeitura fez espalhar ontem para a ingênua propaganda dos veículos de comunicação da cidade – obrigados a imprimir e ler o press release publicitário de campanha – como se notícia de primeira e alvissareira fosse? GASPAR TERÁ LEITOS DE UTI GERAL ADULTO
É uma boa notícia, sem dúvida alguma, e se escondeu desde sexta-feira quando se tinha a informação oficialmente por aqui. Boa, de verdade, será quando tudo isso se tornar real. E não será agora. Ou seja, passada mais uma onda da Covid, tudo vai parar mais uma vez na UTI que está lá até que seja certificada para o uso diário da alta complexidade, como concedeu o governador Carlos Moisés da Silva, sem partido, aos gasparenses.
Boa mesmo, de verdade e neste momento, é a marquetagem e a maquiagem que esão por detrás disso tudo, bem como o medo de que mais uma vez, eu a desvende tudo isso.
E começa pela foto ilustrativa do press release.
Ela é da fantasia, é de um suposto projeto, que ainda não existe e nem se sabe como e onde vai se montar direito esta UTI definitiva lá dentro do Hospital; de um sonho e não do que é possível e provavelmente será.
A foto é de encher os olhos de lágrimas. Trata-se de um milagre visual feito pelo computador. Antes, leitor e leitora, uma UTI precisa útil, aparelhada, organizada, salvar vidas em extremo perigo e não ser bonita os olhos. E termina com o que se esconde na notícia da própria prefeitura de Gaspar: “A partir de agora, o Hospital de Gaspar terá o prazo de um ano para adequação da estrutura e ativação dos leitos.” Ai, ai, ai.
E por quê desta notícia só agora?
Simples! Porque Kleber, o candidato, está perdendo feio para a realidade que ele próprio, vou repetir, que ele e seus mal escolhidos, criaram na crucial área da Saúde Pública e, vejam só, aos mais sofridos, os que votam e que podem se lembrar da espera no Pronto Socorro do Hospital, do postinho que lhe faltou, do tratamento que não chegou, das confusões das vacinas… E tudo isso em dois de outubro e que não está muito longe.
Kleber está sendo açoitado nos seus erros neste assunto pelo seu concorrente a deputado, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Ele colocou a isca do Hospital sob intervenção. Kleber a engoliu, festejou como poucos e agora está em agonia. Não percebeu que era comida estragada. E não fez nada para não prejudicar o seu corpo dependente de votos.
Por isso, está se colocando colírio nos olhos dos eleitores e eleitoras para que enxerguem o que de fato não existe: um sistema de saúde público funcional para a população e equivalente no que é investido nele.
Kleber gastou milhões e milhões de reais do Orçamento da Saúde no Hospital, e mesmo assim, sob intervenção, ele está falido e devido a dinheirama que foi para lá, sistema de saúde em si de Gaspar não deu conta do recado quando exigido. Qual a consequência que se quer maquiar? Os postinhos, policlínica e vacinação se tornaram um problema contra a imagem do político Kleber.
TROCOU O DIÁLOGO CONSTRUTIVO PELA VINGANÇA
O prefeito Kleber teve cinco, repito, cinco anos para resolver tudo isso, e não resolveu. Ou não teve interesse, ou foi no canto dos seus “çábios”, ou como cada vez fica mais claro, preferiu a vingança, uma marca cada vez mais presente, do que a composição. Inclusive a implantação da UTI no Hospital de Gaspar.
Este tipo de vingança está bem descrito naquele áudio que mandou no início do primeiro mandato.
Quer um exemplo neste caso da UTI?
Em 2019, o médico cardiologista, Silvio Cleffi, hoje congelado no PP como primeiro suplente, evangélico de mesmo templo de Kleber, e ainda no PSC, ao se alçar presidente da Câmara em 2018, sem a benção dos poderosos de plantão, foi perseguido, inclusive na ideia de implantar a UTI no Hospital. Já tinha perdido a batalha da Câmara – quando presidente – de se ter um prédio próprio.
E para a sempre alegada falta de recursos dos “çabios” de plantão – mesmo com excesso de arrecadação -, engenhosamente, Silvio tentou transformar os descontos do IPTU a vista, a quem quisesse, em doação para a construção da UTI do Hospital.
Kleber não quis. O então secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e prefeito de fato da época, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, não quis. E os vereadores servis ao paço não quiseram; pelaram e praticamente abortaram a ideia de Cleffi em substitutivos, emendas e votos. E comemoraram!
O resultado está ai. Nada como um dia após o outro. Se a criação fosse um movimento de verdade de Kleber e da cidade, ela, no mínimo, estaria implantanda, ou bem mais encaminhada do que está hoje.
O que diz o press release de ontem e que ninguém quer ver questionado?
Que candidato Kleber, seus “çábios” e entre eles, o seu ex-chefe de gabinete, também evangélico de mesmo templo de Kleber e Sílvio, atual secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, presidente da Comissão Interventora do Hospital e presidente do PSDB local, Jorge Luiz Prucíno Pereira, ganharam um tempo nesta polêmica desgastante. Querem ao menos abafá-la durante a campanha.
E por quê? No mesmo texto está claro o prazo de um ano concedido por Carlos Moisés para a notícia alvissareira de ontem se tornar realidade. Ou seja, para depois da eleições e assim não serem até lá julgados naquilo que sabe que precisam correr contra o tempo, a desorganização, a tecnicidade e à falência do Hospital.
Kleber era cobrado à razão pela qual a UTI de dez leitos – eram 20 – para a Covid ficou funcionando, com custos, sem nenhum paciente – antes destes recentes dias de surto de Covid em que a maioria que veio foi de fora de Gaspar.
Não vou repetir naquilo que já escrevi e foi desenhado a cidade pelo vereador, em tese da base de Kleber na Câmara, Amauri Bornhausen, PDT. Ou seja, estava avisado. E por quê?
É que depois da surra que levou da realidade, com o concorrente e ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, zombando e fungando no seu pescoço neste assunto de Saúde Pública, nos bastidores houve uma desesperada movimentação dos “çabios” do paço e do entorno de Kleber.
Os políticos – por terceiros, pois lhe falta uma rede de articulação e proteção – socorreram-no em Florianópolis, até porque, outros municípios já estavam na frente de Gaspar nesta questão.
Deram um ano para Kleber se mexer. Como ele vai sair em abril, ficará para o vice Marcelo.
Agora, Kleber terá duas escolhas: ou inaugura a UTI que salva vidas – e não a do cenário que está nas fotos como a que distribuiu – ou diz no palanque, que está trabalhando duro e que precisa se eleger para resolver este assunto, pois ainda não teria expirado o prazo de um ano dado por Carlos Moisés para tudo se concretizar. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Durante os impeachments e a CPI dos respiradores, houve um movimento de prefeitos do MDB catarinense – numa aposta de risco – para ratificar apoio a Carlos Moisés da Silva. O deputado Jerry Comper, MDB, liderou no Vale do Itajaí. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi um dos poucos a não assinar o documento. Então…
Começaram a distribuição dos carnês de IPTU em Gaspar. Estranho é que nas redes sociais o vereador Ciro André Quintino, MDB, o campeão de diárias, lembre nas redes sociais que os gasparenses devem pagar este imposto. Esqueceu de dizer que foi um dos que colaborou para diminuir o desconto aos que pagam à vista e que não vale a pena esse desconto, diante a inflação.
O secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, Thiago Vieira, não virá mais hoje conversar com o pessoal da Acig sobre a duplicação da Rodovia Gaspar a Brusque. Uma pena. Ganham tempo, inclusive o prefeito Kleber, que querem esta rodovia um funil em Gaspar para o futuro.
O deputado Ivan Naatz acertou com o senador Jorginho Mello e presidente do partido, que será o coordenador de campanha no Médio Vale do Itajaí. Terá dificuldades. E as ameaças que vem fazendo de que dissolverá os diretórios municipais que não o apoiarem incondicionalmente à sua reeleição, poderá ser um tiro pela culatra. E contra Jorginho, que já morou em Gaspar.
Em Gaspar, por exemplo, o partido está se esfacelando com a simples filiação de Jair Messias Bolsonaro. Sabia-se que estas fissuras existiriam, mas manda a regra do caldo de galinha, que isso precisa ser tratado com todo cuidado sob pena do caldo entornar ou se quebrar os pratos da sopa.
Em Gaspar, tem um outro agravante. Os que saíram do PL e os que ainda estão lá, não esquecem por exemplo, que o deputado que gosta de continuadas brigas e confusões, não abraçou explicitamente a campanha de Rodrigo Boeing Althoff. Para complicar, com a chave do cofre, deixou à míngua o pessoal daqui.
Os bolsonaristas raiz, perdem o seu guru de guerra intelectual: Olavo de Carvalho. ele morreu aos 74 anos nos Estados Unidos. Será um sinal de derrota?
Gaspar ensaia outro pré-candidato a deputado Federal. Não é o lançado João Pedro Sansão, PT, nem a opção de enterro oferecida pelo PL a Rodrigo Boeing Althoff – e que até encontra eco no paço municipal. O estudo está com o partido Republicanos. Acorda, Gaspar!