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UM POLÍTICO PROFISSIONAL É ANTES DE TUDO UM ILUSIONISTA, OU UM OTIMISTA INCORRIGÍVEL?

Você sabia que o vice-prefeito de Gaspar, Marcelo Brick de Souza, que se tornou legalmente Marcelo de Souza Brick – que não gosta do nome Souza – sabe passar uma camisa? Pois é! Estamos em tempos de pré-campanha eleitoral – e Marcelo até já tem até uma pré-campanha nas redes sociais em época em que isso ainda não é permitido. 

Aliás, ele não é o único. E se todos forem punidos, não haverá candidatos. Então, mija-se na Lei. E com a complacência da Justiça Eleitoral.

Mas, vamos adiante. E quando o candidato não possui currículo de resultados e propostas concretas para ganhar mentes e se inserir em causas, ou se é movido por marqueteiros, é isto que um político mostra aos seus futuros eleitores e eleitoras: passador de suas camisas. Tudo milimetricamente pensado. É um show. E quem paga a conta desse caro ingresso, são os mais vulneráveis, os que acham isso uma grande qualidade num político.

Perguntar não ofende: você vai eleger um deputado só porque sabe passar as suas próprias camisas? Ou porque ele diz que nasceu num ambiente pobre? Ou porque diz que começou a trabalhar aos 11 anos, quando isso era legalmente proibido? Aliás o primeiro emprego oficial de Marcelo e do próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, quem deu, e na prefeitura, foi o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt. Perguntem a ambos. Se eles enrolarem, pergunte ao Adilson pelas histórias e provas.

Retomando.

Marcelo está novamente na praça se vendendo como bom moço. Gente, mas ele é o vice-prefeito de Gaspar. Não é pouca porcaria. Devia ter fatos, atos e resultados. Marcelo, matreiro, trocou a incerteza de uma disputa contra Kleber em 2020, por mais um emprego público estável por mais quatro anos, no mínimo, depois de ter sido vereador, presidente da Câmara num acerto que fez com o PT de Pedro Celso Zuchi.

Marcelo se tornou vice de Kleber com medo de perder uma eleição para prefeito onde ele tinha até então reais chances competitivas e que provou na corrida fake para deputado Federal em 2018 e na própria eleição para prefeito de 2016 onde perdeu para o próprio Kleber. Sem mandato, nesse tempo todo, vagou bem empregado – como compensação por seu sacrifício de arrumar votos na legenda do PSD para os outros – por vários gabinetes de deputados. Num deles, aliás empregou a sua ex-esposa. É um profissional da política, apesar de tão jovem.

Então está mais do que na hora dele se coçar e dizer a que veio. Teve a oportunidade e a perdeu. Piscou. E os velhos da politicagem entenderam essa piscadela. Brick não é verdadeiramente um político de combate. Então está passando as suas próprias camisas como atrativo e diferencial da sua capacidade política a favor da sua cidade, da região, dos cidadãos e cidadãs. Está exercendo o ilusionismo.

Ao verem a sua fragilidade, os matreiros e experimentados MDB e PP até prometeram a ele a titularidade a partir deste ano da cadeira de Kleber. 

Kleber correu do pau de ser o candidato a deputado estadual e de perder com isso, o garantido dos mais altos salários de prefeitos de Santa Catarina. Marcelo nem teve nem como reagir. Nem miados se ouviu dele contra um trato que reafirmou em palanquem em 2020. Afinal, Marcelo já tinha enfraquecido o PSD de Gaspar quando aceitou que o deputado Ismael dos Santos, de Blumenau, interviesse aqui e fizesse barba cabelo e bigode. 

Por isso e outras, por enquanto, Marcelo está chupando no dedo e passando as suas camisas como cartão de visita de um político que vai virar o mundo de cabeça para baixo. Está otimista. Está feliz, insiste ele nas redes sociais.

Qual a ilusão? Ora se Marcelo é o vice-prefeito de Gaspar, ele não deveria estar na rua dizendo o que fez pela cidade neste tempo em que está vice – pois ele não precisou sair da função? Mas, nada! Está longe disso. Sabe que dá desgastes. Tem pouca coisa para dizer. Então, Marcelo está passando camisas, falando sobre ter sido pobre, estar jantando com os amigos, comendo uma comidinha aqui e acolá, com gente que ele diz que vai elegê-lo num partido nanico. Está atrás de um emprego melhor. Nem mais. Nem menos. Até porque na prefeitura será um decorativo e corre o risco sério de ficar desacreditado de vez.

E por quê? Porque de fato ele não tem nada para dizer que fez pela cidade nesse tempo todo – não só de vice ou de assessor parlamentar nos muitos gabinetes -, ou algo como sendo ideia, ou obra dele que mudou a vida das pessoas ou a cidade, ou a região. E o que está no seu currículo de verdade? Que para continuar sobrevivente no mundo político, Marcelo deixou o pessoal do PSD de Gaspar na mão. 

Sabe quanto tempo Marcelo escondeu que tinha se transferido do PSD para o tal Patriota? Duas semanas. Ou seja, a transparência não é o forte de Marcelo. Não foi quando se uniu a Kleber, nem quando levou a rasteira dele, nem quando deu um alça-pé no PSD pensando só nele. Quem Marcelo vai apoiar, com quem vai se unir, qual a causa, qual a bandeira, qual o objetivo, o que realmente vai fazer se for eleito? De verdade, até agora? O que se rotula de ex-menino pobre foi rápido e já se reuniu com os empresários…

Por enquanto, um David Cooperfield. 

Enquanto se olha Marcelo passando a camisa em casa, alguma coisa está, verdadeiramente, sendo escondida e acontecendo longe dos olhos dos eleitores e eleitoras que ele está cabalando para votar nele. E qual a razão de tanto otimismo de Marcelo? Ele sabe, que mesmo perdendo em outubro, se perder, exatamente por te colocado a cabeça a prêmio agora, será compensado, empregado no mundo de políticos profissionais eleitos e empoderados. Senhoras e senhores, o espetáculo já começou. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O senador Jorginho Mello, PL, candidato bolsonarista a governador descobriu que Santa Catarina está doente, referindo-se ao caos que tomou conta das unidades pediátricas e que tirou o sono do governador Carlos Moisés da Silva, Republicano, seu adversário de outubro.

E poderá ficar pior, com os votos que os três senadores catarinenses – Jorginho, Esperidião Amim Helou Filho, PP, e Dário Berger, PSB, deram para se arrecadar menos ICMS nos estados, para com isso, demagogicamente, ajudar na reeleição de Jair Messias Bolsonaro, PL. Saúde, Educação, Assistência e Obras se fazem com muito dinheiro.

Nas redes sociais e principalmente aplicativos de mensagens dos gasparenses trava-se uma batalha um tanto quanto macabra. Os bolsonaristas dizem que a UTI do doente Hospital de Gaspar só veio por causa do presidente Jair Messias Bolsonaro, PL. Não é verdade!

Ela veio por causa de uma emergência que se negava, a Covid-19. Inicialmente dez e depois 20 leitos. E veio via o governo do estado. Agora, ficaram dez leitos definitivos e que foram avalizados pelo governo do estado, de Carlos Moisés da Silva, Republicanos, que os bolsonaristas o tem como traidor. Então só narrativas. 

Os emedebistas de Gaspar estão envergonhados e esperando o desfecho da convenção do dia 23. Kleber Edson Wan Dall, MDB, que virou amigo de última hora do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, ainda não fala abertamente do seu apoio à reeleição do governador. Para a mulher de Carlos Moisés, Késia, na semana passada, até ofereceu uma cuca para adoçar o bico.

Enquanto isso, no diretório, há um clima de enterro. Apela-se, vejam só, até para enunciados bíblicos. Conversão tardia. Depois de apostar em Dário Berger que até já saiu do partido, o MDB de Gaspar, sem alternativas, dobrou na última hora, a aposta em Antídio Aleixo Lunelli, ex-prefeito de Jaraguá do Sul, exatamente o que era o patinho feio do diretório de Gaspar. 

Antídio, empresário de sucesso, um excelente administrador público, foi comido pelos políticos do MDB onde ele é raiz. Agora, corre por fora e se sua candidatura vingar, o MDB pode ficar menor do que já está em Santa Catarina. O vexame de 2018 com deputado Federal, Mauro Mariani, tende ser fichinha.

Perguntar não ofende: o que mesmo foi feita da Kombi do vereador Ciro André Quintino, MDB? Faltou combustível? Acorda, Gaspar!

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2 comentários em “UM POLÍTICO PROFISSIONAL É ANTES DE TUDO UM ILUSIONISTA, OU UM OTIMISTA INCORRIGÍVEL?”

  1. Quando a gente pensa que já viu de tudo, aparece o Vice-prefeito passando roupa 😱

    Que mundo vive quem elege essa gente?

    POVO: é o NOSSO DINHEIRO QUE BANCA ESSE CIRCO TODO.

    É o DINHEIRO que FALTA pra SOCORRER às DEMANDAS DOS SEUS CIDADÃOS:
    SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO BÁSICO E MOBILIDADE.

    Enquanto a gente PERMITIR, eles FICARÃO e sem nenhum constrangimento..

  2. É O ORÇAMENTO SECRETO, ESTÚPIDO, por Carlos Andreazza, no jornal O Globo

    O orçamento secreto é a razão do atentado à República em que consistiu a aprovação da PEC Kamikaze e a explicação para a facilidade com que o ataque às regras fiscais e à lei eleitoral avançou no Congresso.

    O fenômeno emenda do relator – fachada ao exercício do orçamento secreto – é a chave. Não apenas achaque aos princípios da transparência e da publicidade, mas também assalto à impessoalidade na distribuição de recursos públicos, limita à mão de poucos o poder de exercer o poder escolhendo os pares – distinguindo aliados, comprando aliados – que apadrinharão milhões em detrimento de outros.

    Para pensar nas possibilidades de traficância que uma modalidade de gestão obscura e arbitrária do orçamento da União enseja, leia-se a reportagem de Breno Pires na Piauí. Destrinça esquema de fraude ao SUS que se alastrou por municípios do Maranhão.

    É só um exemplo de criatividade. A prefeitura informa ao Ministério da Saúde haver prestado serviços que não prestou; forja e inflaciona a realização de atendimentos, com o que aumenta artificialmente o teto dos dinheiros federais que poderá receber. Esse espaço, então, é preenchido, do chão até o telhado, na forma de emendas – via orçamento secreto – propostas por parlamentares influentes na região ou por “usuários externos” a serviço de parlamentares influentes na região. Os montantes não resultam em benefícios para o cidadão. Chegam e desaparecem, ou por meio de empresas prestadoras de serviço ligadas aos emendadores, ou em função de propina retirada sem qualquer disfarce, o político patrono recebendo a sua “volta”.

    A coisa pode ter várias formas e ocorre também nas artérias de outros ministérios, como o do Desenvolvimento Regional, aquele cuja Codevasf fez o alcance da zona de influência dos rios São Francisco e Parnaíba chegar ao Amapá. Em resumo: parlamentar indica emenda a partir de golpe no SUS, ou de perversão da finalidade de uma autarquia, e vai pegar a sua parte – em dinheiro ou em capital político, não raro ambos – na paróquia.

    Jogo de ganha-ganha, com muitas camadas de exercícios de poder, desde o poder grandão de Brasília até o miúdo, na ponta. Tem laranjas e rochas. Mais grandões que miúdos. Mais rochas que maranhãozinhos. Uma cadeia patrimonialista perfeita. Esquema encabeçado pelos comandos do Congresso. Senão pela ciência do que se passa, pela forma como agem. Ou já nos teremos esquecido do que revelou, ao Estadão, o senador Marcos do Val?

    Que recebeu, em orçamento secreto, cota maior do que a que lhe caberia como ato de gratidão de Rodrigo Pacheco por lhe haver apoiado à presidência do Senado. Como se fosse a emenda do relator parte do Orçamento da União – de repente uma herança – de que o vovô pode dispor como quiser, deixando mais para o netinho que lhe cuidou num momento importante.

    Prefeituras alagoanas cujas cadeiras estão sob aliados de Arthur Lira vão entre as mais acarinhadas em orçamento secreto – inclusive aquela tocada pelo pai desse transformer, um trator na Câmara. Uma cadeia patrimonialista perfeita.

    O orçamento secreto, a própria materialização do contrato firmado entre governo Bolsonaro e o consórcio parlamentar Nogueira/Lira/Costa Neto, expressa o transtorno por meio do qual algo em essência saudável, a gestão do Orçamento pelo Congresso, converteu-se em braço legislativo para um projeto autocrático de poder que vem progressivamente minando, desde dentro, a própria atividade legislativa.

    A manutenção do orçamento secreto – na forma como se executa hoje e sob os atuais executores – é o motivo por que se impôs algo como a PEC Kamikaze. Não é apenas Bolsonaro que se quer reeleger ao custo de endividamento, inflação e juros. Mas o arranjo orçamentário que costura a sociedade entre Planalto e os senhores do Congresso. A reeleição desse conjunto significaria a sustentação incontornável das emendas do relator nas mãos correntes.

    O orçamento secreto veio para ficar. A diferença sendo que, com um presidente da República diferente, e estando o trator Lira mui comprado de Bolsonaro, talvez seja outro o lira a tocar as distribuições.

    E Lira quer continuar a ser o lira. Com Bolsonaro, sem riscos. Donde as camadas de violência sobrepostas pela aprovação da PEC Kamikaze, cuja existência decorre da necessidade de decretar um estado de emergência artificial para violar, com segurança, a lei eleitoral. PEC para cuja aprovação o transformer Lira aterrou o regimento da Câmara. A porteira está aberta.

    Não é apenas o conteúdo inconstitucional da emenda à Constituição, que formaliza que o governo de turno – extinguindo qualquer paridade de armas na disputa eleitoral – poderá despejar bilhões de reais até o fim do ano; mas também a forma como se a produziu, com a intenção para a qual se a produziu.

    A intenção: garantir o statu quo encarnado pelo orçamento secreto; uma máquina que dá autonomia ao Parlamento – autonomia em relação à República.

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