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UM CAMPEÃO DE VOTOS A PROCURA DELES, DO SONHO E DA DIREÇÃO DA SUA PRÓPRIA KOMBI

Os políticos e os funcionários públicos comissionados – que agora possuem “bancos de horas sem controle” – já voltaram do feriadão? Então, está na hora de discutir o futuro e mostrar o que se faz de torto no presente E que compromete este futuro. Antes, porém uma repetida advertência aos novatos por aqui e principalmente, aos de “memória propositadamente curta”.

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Retomo.

Na segunda-feira de feriadão escrevi de como se organiza a suposta direita, o conservadorismo e os evangélicos neopetencostais em torno do novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado estadual e eleito federal, Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau, com prefeito eleito daqui Kleber Edson Wan Dall, MDB, ele no papel de obreiro dessa nova reorganização política por aqui.  E por isso, ficam as dúvidas se e como ele permanecerá no MDB de Gaspar de agora em diante.

E esta dúvida cresce à medida que se sabe que o vereador Ciro André Quintino, o “Cirão das Massas” – o que é uma meia verdade quando se olha os votos dele – vê o seu MDB um tanto distante do próprio vereador. 

A realidade, é que o MDB de Gaspar sempre quis Ciro para fazer votos na legenda e não exatamente um eleito. O partido e seus donos, nunca o deixaram, de verdade, Ciro pegar carona num assento ao lado da janela deste ônibus. Ali há – ou havia – uma fila. E quem entrou nela, por outro lado e por ironia, agora corre o risco, neste turbilhão das eleições de 2022, de estar no ônibus errado. Explico! O MDB de Gaspar ao optar por Kleber lá em 2016 para o plano de poder, fez isso, só para ser poder e embretado nele, com o voto evangélico cabalado nos templos de irmãos e irmãs obedientes. 

Ou seja, não era exatamente um projeto político partidário, mas um projeto de poder de um grupo e principalmente, de pessoas neste grupo. Expertos. Agora, alguns estão sem o poder. Outros sem rumo ou controle do projeto que “criaram”.

Resumindo: Kleber era o bom menino, até então. Era a ponta do iceberg. E como no iceberg a gente não vê o que está debaixo d’água e sustenta todo o perigo que ronda a navegação visual dos mares. Sim porque eleitores e eleitoras, mesmo hoje, com tanta tecnologia, vivem sensorialmente: o que enxergam, o que ouvem e que cheiram e não exatamente o que se esconde. 

E para isso, esse grupo que tinha o MDB de fachada para o poder político e negocial, precisou e se ainda associou maior rival político da cidade: o PP. Isto não tinha dado certo em 2004 com Adilson Luiz Schmitt. Naturalmente, não poderia ter dado certo em 2016 na fórmula que repetiram com o Kleber. O resultado está aí. Há alguma dúvida? Eu exagero? Ou de fato, eu só esclareço o que essa gente esclarecida manipula no escurinho os analfabetos, ignorantes, desinformados e querem ver escondida dos eleitores e eleitoras aos quais são hábeis manipuladores? Depois de esclarecido, só me resta praguejar, intimidar e me punir.

O resultado concreto está aí. E eu pressenti e expressei isto em 2004 – pois não podia fazê-lo publicamente naquela época. Escrevi, todavia, em 2008 e repeti em 2016. O que de fato temos? MDB de Gaspar está mais fraco, sem rumo e talvez sem o próprio Kleber.

Volto ao tema Ciro.

O sonho de Ciro – que nasceu na política no PSDB – é o de ser prefeito de Gaspar. Ele acha que bastam apenas votos, propaganda, sorrisos, historinhas e dinheiro. 

Em parte, ele está certo. O que faz você ser um político são votos. E votos custam. Mas, o que faz você ser um político de sucesso é antes de tudo o carisma, a oportunidade que se apresenta, uma causa e uma estrutura que você possui gratuitamente movido por seu carisma e pela causa. Não vou falar sobre carisma, mas a pergunta simples, é: qual é a causa de Ciro perante os gasparenses? O que seduz o eleitor e a eleitora neste momento diante de muitos que já se ensaiam? O que ele pode garantir que será um bom gestor se ele possui a fama de ser o campeão de diárias na Câmara de Vereadores onde está por três mandatos e uma suplência?

Ciro está rezando

Ciro que não conseguiu entrar verdadeiramente no ônibus do MDB, porque não lhe deram assento numerado, arrumou uma kombi para brincar no seu populismo. disse que é seu gabinete móvel. Móvel? E para atender o povo? Até ela, sumiu.

Ciro, na verdade está atrás de patrocinadores da sua ideia e pretensão, repito, legítima de ser prefeito em Gaspar. Ele chegou até a viajar a Brasília, faltando uma sessão da Câmara aqui, e com auxílio de empresários daqui afinados com o bolsonarismo e o PL, que ainda, naquela época, não tinha o já agora quase ex-presidente Jair Messias Bolsonaro nos seus quadros. Vai daqui e de lá, Ciro se aproximou de Eduardo Bolsonaro, Republicanos SP. Tirou fotos. Fez jogo de cena. Espalhou as fotos. Não cravou, como tudo que faz. E murchou.

Agora espalhou outdoors pela cidade para ser lembrado. Vem espalhando fotos nas suas redes sociais associado com outros políticos e mandando recados. Nada de repercutir. E mostrou-se ajoelhado rezando para pedir por milagres. Vai precisar. Porque o essencial é mudar. E ele não mudou. Afinal, Ciro é Ciro.

Agora, Ismael e Kleber estão ocupando este espaço. Se Ciro não for arrojado – incluindo a possibilidade normal desse tipo de audácia em que poderá até ser derrotado -, articulado nos bastidores e mudar a percepção que possui na praça de um amigão de todos e gastão do dinheiro público, Ciro será uma carta fora do baralho na corrida pela prefeitura, inclusive para os ingênuos empresários e que supostamente estariam dispostos a patrociná-lo. Depois de eleito, foi até aqui, o Ciro que dá na telha. Não trabalha em grupo. E o grupo que ele possui é o que domina. E sem influências. Mas, do Amém.

Ciro está rezando. Ciro está com as mesmas companhias. Ciro se aproxima dos patrocinadores e lideranças, mas não gera confiança. Então…

Ciro foi o quarto suplente de vereador do MDB em 2004 com 543 votos (naquele ano, Kleber foi o segundo suplente com 740 votos). Como consolo ganhou o comando da Ditran no governo de Adilson, como também tiveram o primeiro emprego público naquele governo Marcelo de Souza Brick, Patriota e o próprio Kleber. Ciro desistiu de concorrer em 2008 para ser, vejam bem, o representante até a eleição de 2012 de um fornecedor da própria Ditran que a governava. Noves fora, Ciro se elegeu naquele ano com 649 votos para a Câmara. Em 2016 foi o vice-campeão com 1.425 votos (mais votado foi Francisco Hostins Júnior, com 1954 votos). 

E aí veio a eleição de 2020 com duros recados, ainda mais a Ciro que tinha uma máquina de comunicação populista nãos mãos (Tupi, amigos no esporte, programa em rádio com sorteio de brindinhos, feijoada, patrono visível de entidades e clubes. Seus votos ao invés de crescerem, despencaram para 995 votos (os de Hostins também, para 1070, mas devido a intensa ação para colocar para debaixo do tapete a escabrosa CPI da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho).

Sinal recebido e a pergunta que não quer calar é a mais simples possível: o que fez Ciro desde então para mudar naquilo que tirou votos? Fez tudo do seu jeito. O resultado está aí.

Ciro continua o mesmo amigão de sempre, pior, fingindo. Ciro continua o mesmo servil cabo eleitoral dos deputados reeleitos Carlos Chiodini, MDB, Jaraguá do Sul (federal) e Jerry Comper, MDB, Ibirama (estadual). E a pergunta que não quer calar é: quais as garantias que esses deputados deram aos sonhos e planos de Ciro? Por que Ciro procura financistas eleitorais, está disposto até de trocar de partido e de alma por isso? Por que tendo uma mancha de gastão de diárias, não fez nada para reverter esta má percepção num ambiente cada vez exigente por parte dos eleitores e eleitoras?

Na verdade, Ciro está em encruzilhadas, com os mesmos. E agora, prestes a perder o jogo. Se não se cuidar, no senso de renovação que acomete a cada ano, vai faltar votos para se reeleger vereador. E o ex-assessor Roni Gean Muller, ainda no MDB, presidente da Fundação Munciipal de Esporte e Lazer, corre para enfraquecê-lo no mesmo ambiente de Ciro.

Até repetir s surrada, mas eficiente até aqui, a fórmula do mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato, PP, que a cada eleição municipal, se veste a candidato a prefeito para ampliar a visão do seu nome, vai ficar difícil. Melato, sempre, na hora H, do dia D, conta historinhas, veste-se de herói dizendo que abdicou da candidatura a prefeito que sabia não ter chance alguma e sai por aí a pedir votos para ser vereador de novo, não importando em ser o mais votado. Ele só quer estar lá entre os 13. 

A Kombi do Ciro é uma boa metáfora aos sonhos que não se tornam realidade para quem queria estar na janela do ônibus do MDB e se possível com o bilhete premiado de ser o escolhido do partido, cada vez, mais fraco em Gaspar. 

O PL tem dono. O MDB tem donos, mesmo definhando e Ciro não será o candidato do partido a não ser que ele tiver que bancar esta corrida, num ambiente extremamente cheio de problemas e, principalmente, de víboras. O PP tem dono. PSD, Patriota, PSDB são fachadas malfeitas e sem representatividade ou na estrutura partidária. Todos os partidos passarão por transformações com a derrota de Bolsonaro e a ascensão do PT e Lula, tanto no campo conservador como no progressista. Será uma escolha de Sofia. E Ciro – sem equipe, mas dono das suas verdades, sem causas, discursos e gestos contraditórios, e até disfarçadamente vingativo – não chegou a este ponto de maturidade de Sofia. 

O que não se deve negar, todavia, é que a sorte acompanha Ciro. Entretanto, Ciro está maltratando dela. E faz tempo. Acorda, Gaspar!

Cirou foi as ruas de Gaspar nestes dias pós eleições se apresentar, testar e mandar avisos em suposta propaganda eleitoral antecipada

TRAPICHE

O espirituoso. O secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, que acumula a secretaria do Planejamento Territorial e é o presidente da Comissão Interventora do Hospital de Gaspar, um ente que ninguém sabe o dono dele, mas um sugadouro insaciável de verbas públicas -, Jorge Luiz Prucinio Pereira, PSDB, irmão de templo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, escreveu na sua rede social que existem quatro principais funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle. Não discordo. Ninguém discorda. Isto são princípios.

Ao mesmo tempo o poli-secretário completa, que na administração pública existem cinco princípios expressos no artigo 37 da Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. E completa: “quem já passou por ambas sabe o quanto a gestão pública é apaixonante”. Como discordar, se está até na Constituição?

O poli-secretário exagera, todavia. Não discuto a legalidade, a impessoalidade e a moralidade. Mas, na gestão gasparense a publicidade é manca – quando não é nula – e para a tal eficiência não há métricas capazes de medi-las, aliás, que faz parte da “apaixonante gestão pública brasileira” onde está metido o poli-secretário. Agente político ou gestor público são avessos à organização, controles, publicidade e eficiência, que não seja aquela feita para se perpetuar no poder à custa dos pesados impostos da sociedade.

Em Gaspar, por exemplo, acessar o portal da transparência e garimpar dados são tarefas para um superespecialista. Trucagens. Dificuldades. Transparência comprometida. Tudo piorou sob a batuta do secretário. Agora, quem quiser fiscalizar uma licitação, terá a cada licitação, a cada acesso, preencher um campo de identificação, naquilo que é público e que deveria estar disponível para qualquer um, como se estivesse na pregado na porta da prefeitura, como bem antigamente.

E por que dessa dificuldade extrema? Para identificar quem estaria acessando as licitações via o portal para fiscalizar o governo, incluindo os funcionários públicos da própria prefeitura e que explicitam erros, exageros e até intenções? É aceitável e necessário, que algum fornecedor, ao se habilitar oficialmente ao pregão, tenha que se identificar para se tornar um concorrente oponível, mas um cidadão comum ter este tipo de acesso dificultado pelo agente público que ao mesmo tempo, zombando, fica dando lições de governança corporativa?

O mais estranho é que o Ministério Público seja completamente omisso ao que já é ruim e que vem piorando a cada dia. Em Blumenau, por exemplo, sociedade organizada e o Ministério Público, especialmente, acionado, não dão sossego aos da prefeitura de lá ao que já é bem acessível e explicado. Já aqui, não só a transparência é translúcida, como quem está obrigado a isso para com a sociedade que lhe sustenta, ainda zomba dos pagadores de pesados impostos. E só zomba porque quem deveria fiscalizá-los permite este tipo de crime. Impressionante. 

Está chegando à eleição da presidência da Câmara de Gaspar. Por Kleber Edson Wan Dall, MDB, a vontade e a vez dele serão para vereadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB. Como este cargo tem sido diminuído nos últimos tempos por vontade de quem manda na Bancada do Amém, nada melhor para se perpetuar este tipo de atraso e submissão.

Entretanto, há um desconforto generalizado nos bastidores.  Resta saber se há votos parra expressá-los na sessão de eleição da mesa diretora. Acorda, Gaspar!

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2 comentários em “UM CAMPEÃO DE VOTOS A PROCURA DELES, DO SONHO E DA DIREÇÃO DA SUA PRÓPRIA KOMBI”

  1. RESPONSABILIDADE SOCIAL E JUNTAS VÃO JUNTAS, NÃO HÁ OPOSIÇÃO, DIZ PÉRSIO ARIDA, por Mariana Ribeiro, no jornal Valor Econômico

    O economista Persio Arida, parte da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse há pouco que responsabilidade fiscal e social “vão juntas” e que é preciso avançar nas duas frentes.

    “Não há oposição”, disse Arida no Lide Brazil Conference, em Nova York, nos Estados Unidos. O economista afirmou que há diversos casos de países que olharam mais para um dos lados da equação e tiveram problemas.

    Arida havia sido questionado sobre declarações recentes de Lula a respeito da responsabilidade fiscal que levaram à reação negativa do mercado. Arida disse que, por pertencer ao grupo de transição, não poderia fazer comentários mais aprofundados sobre o tema.

    Na semana passada, Lula disse que a responsabilidade fiscal não pode ignorar a situação de quem ganha menos. “Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a tal da responsabilidade fiscal deste país? Por que toda hora falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso cumprir teto de gastos?.”

    Reformas

    Arida disse que a discussão sobre a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) está avançada e é possível que esse objetivo seja atingido no curto prazo, de seis a oito meses.

    “Está amadurecido para isso”, afirmou, lembrando que há duas propostas de emenda à Constituição (PECs) de reformas “razoavelmente avançadas no Congresso”. Arida acrescentou que, além disso, o sistema tributário precisa de outras mudanças, mais profundas, que reduzam o contencioso e tragam previsibilidade.

    Um dos formuladores do Plano Real, o economista disse que a abertura econômica e a reforma do Estado são outros dois pontos importantes para que o país possa crescer de forma inclusiva e sustentável.

    De acordo com ele, o país “está muito longe” de conseguir abrir a sua economia e citou o Chile como um exemplo nesse campo.

    Sobre a reforma do Estado, disse que a reforma administrativa “ainda engatinha” e é uma das dimensões dessa discussão. É preciso também revisar os gastos públicos, inclusive os gastos tributários, acrescentou. “Fato fundamental nessas reformas é o esforço de persuasão política.”

    Arida frisou que o Brasil tem decepcionado no objetivo de atingir crescimento inclusivo e sustentável, mas que é possível reverter o quadro. Investimentos em educação, política social e meio ambiente são importantes nesse processo, disse ainda.

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