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SOMOS A CAPITAL NACIONAL DA MODA INFANTIL, MAS O QUE FAZER COM ESSE TÍTULO?

Atualizado às 11h50min. O “pai da ideia” Douglas Junkes, coordenador da Câmara Técnica Têxtil e ex- coordenador do Núcleo Têxtil da Acig, escreve-me para dizer que eu tenho razão e que este foi o mais fácil de todos os passos. Eu particularmente, penso que ele terá árduo trabalho – motivo do meu comentário – para tirar isso do palanque dos políticos e fazer da boa ideia um resultado diferencial para a cidade e principalmente, para os que empreendem e correm riscos todos os minutos. Veja o que ele escreveu no final do artigo

Este é o assunto que domina a coluna Olhando a Maré na edição impressa desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo em circulação em Gaspar e Ilhota. São quatro blocos com os títulos “Infantil até na moda I, II, III, IV. No título não pode ser apenas um ato político e para políticos. É antes, uma diferenciação de origem.

No papel, na lei e na marquetagem política, Gaspar é oficialmente a Capital Nacional da Moda Infantil. Na foto, a comitiva gasparense na sala da Comissão da Câmara que aprovou tal distinção.

No mesmo conceito político já era reconhecida como tal no âmbito catarinense . O que é motivo de orgulho e comemoração. Eu concordo. Aplaudo. Entretanto, não sou nenhum tapado até porque fui, sou, conheço e me atualizo nesta área do marketing institucional ou corporativo. E por quê escrevo isso? A oficialidade do título nos leva também a uma obrigatória reflexão. E não vou longe. Fico aqui na vizinha e menor do que nós na pujança econômica, Ilhota.

Sem títulos, sem salamaleques, sem politicagem, sem padrinhos, sem estudos, ela é – até agora – verdadeiramente, a Capital da Moda Íntima. E o reconhecimento é nacional. O mesmo que faz Brusque no Sul e Sudeste ser um destino aos seus shopping populares de confecções quase todos na rodovia que vai dar a Itajaí.

O que faz Ilhota ser a Capital da Moda Íntima? Uma vocação natural, nascida na sobrevivência, bem como a qualidade, criatividade e diversidade dos produtos, a união de fato e informal dos pequenos e principalmente à existência de um local concentrado de exposição e comercialização: a antiga rodovia Jorge Lacerda.

O que acontece com Brusque? Praticamente a mesma coisa. É o mesmo fenômeno, guardadas as devidas proporções, as diferenças e focos, que fazem o Braz, a Ferinha da Madrugada, o Bom Retiro entre outras em São Paulo serem também destinos e marcas nacionais na mente das pessoas naquilo que precisam, distribuem e consomem.

Os títulos oficiais na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal não bastarão a Gaspar como reconhecimento de fato em resultados para a cadeia de criadores e produtores da moda infantil. Será preciso muito mais do que isso: transformar a ideia, a oportunidade e a oficialidade em realidade.

É muito pouco o querer do político de tomar para si algo que não é dele, muito menos a associação de classe criar um selo que não usa para diferenciar seus associados e produtos, salientando o valor agregado aos bens e tendo regras claras de reconhecimento e qualidade nos produtos diferenciados que produz em Gaspar e vende mundo afora.

O que se criou foi um conceito imaginário. Entretanto, ele por si só, não vinga, não prospera e não dá retorno. Luiz Alves é a terra da cachaça, mas a cachaça premiada, a que atrai e cobra mais por isso, está em Gaspar. Luiz Alves, abriu os olhos e corre atrás. Sabe que está no prejuízo para a imagem que tinha.

Repito, iniciativa nota dez. Contudo ninguém até agora foi capaz de apontar um só resultado prático e transformador – e não me refiram apenas aos números que deram base e sustentaram a tese – disso tudo a não ser dos políticos da vez se apropriando de uma matéria técnica e séria para levar vantagens eleitorais – e quem sabe já em outubro do ano que vem.

Neste momento, é preciso estruturar mecanismos técnicos e de comunicação para que esse título seja verdadeiramente reconhecido pelo público consumidor e de que se trata de um produto de origem, diferencial, criativo e disseminador de vantagens não só para os compram, mas, principalmente, para os que o comercializam.

Isto requer investimentos – que não são poucos – e inteligência. Exige, que se pratique o verdadeiro marketing e não a marquetagem que assola e nos assombra no mundo político local. Gaspar, na moda infantil precisa ser uma marca e para começar, precisa de um espaço onde ela esteja física e virtualmente exposta e disponível com seus diferenciais. Acorda, Gaspar!

CARTA DE DOUGLAS JUNKES

Caro Herculano:

Apesar de haver sido o idealizador do projeto da CNMI lá em 2018 quando em um debate para as eleições legislativas daquele ano em determinado momento divagou-se a respeito dos títulos que as cidades vizinhas detinham levantei a hipótese de explorarmos nosso potencial no segmento do vestuário infantil . Por que sou mais sábio que as demais pessoas? . Não , porque estou na área têxtil há 40 anos , e mais , na área comercial nacional e internacional , ou seja , conheço muito bem todos os demais polos brasileiros e tenho muito claro nossas potencialidades . Aí sim , mais do que qualquer gasparense . Muito bem, a ideia vingou e graças a união de todos o resultado aí está .

Porém quero dizer , e todas , sem exceção , entrevistas minhas , veja lá , inclusive ao Cruzeiro , alertam no mesmo sentido que você aponta . Portanto , talvez até sem modéstia , profundo conhecedor do segmento , reitero suas colocações . A conquista do título foi a etapa mais fácil ( todas entrevistas dizem o mesmo ) , o difícil vem agora . Aproveitar as oportunidades decorrentes e as que teremos que criar .

Nesse sentido teremos que atuar arduamente e estou comprometido com isso . A pandemia atrasou algumas negociações , como por exemplo , o do Centro Comercial . Cujas obras estão iniciando porém o investidor ainda não anunciou e não tenho portando o direito de me ” atravessar ” no assunto . Mas certamente será o grande “start” , o endereço , da CNMI .

Sim o marketing é fundamental . Até hj não vejo os meios de comunicação adotarem o título , considero aqui a hipótese de que não o fizeram pois não era oficial , mas as confecções também não o fazem em seus materiais promocionais .

Enfim poderíamos divagar muito a respeito . Focar em eventos de moda , feiras de negócios , na formação qualificada da mão de obra , escolas especializadas em moda , incentivo a start-ups voltadas a tecnologia de moda e produção do vestuário , negócios internacionais , diferenciação logística , valorização dos produtos , fortalecimento da comercialização atacadista e varejista além da virtual , aí vai….

Porém finalizo agradecendo o alerta e peço que continue provocando o assunto . Como tenho dito reiteradamente , as oportunidades são fantásticas e devemos aproveitá-las , caso contrário , será mais um documento numa gaveta .

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