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SAÚDE TROCA DE MÃOS EM GASPAR, MAS CONTINUA DOENTE E CONTRA OS QUE ESTÃO NA FILA DOS EXAMES

O assunto não é novo.  Em seis anos de governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, oito secretários da Saúde. Numa empresa séria, isto seria sinal claro de desastre e até falência. Não há tempo para planejamento, avaliações, correções, bem como formação de equipes e testagem de métodos.

Agora está de plantão na titularidade o advogado e vereador Francisco Hostins Júnior, MDB. Não se pode dizer que ele é um neófito na área. Foi um bem sucedido secretário da Saúde em parte de uma das gestões do ex-prefeito petista, Pedro Celso Zuchi. Mas, está no cargo comissionado fazendo politicagem – que se viu nesta eleição. Além disso, o gesto também mostra que ele não possui controle da máquina viciada da secretaria da Saúde, desarrumada devido as sucessivas a trocas de gestores. Meu Deus!

Primeiro, no horário de serviço, Hostins Júnior – como um chico – continua – fazendo um programa de rádio dele, pago por ele, para manter a imagem de político e assim amealhar votos não só na eleição de domingo passado, como também e principalmente, para a corrida de 2024.

Ele se ensaia ir para além de eterno candidato a vereador, onde já foi campeão de votos, todavia, viu a reeleição ameaçada depois de tratorar à realidade, e para com isso, colocar para debaixo do tapete, a CPI das obras de drenagem da Rua Frei Solano, numa dobradinha mal enjambrada e explicada entre a secretaria de Planejamento, secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa da prefeitura e o Samae, naquele tempo, a autarquia era tocada pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP.

Segundo: insatisfeito com a sua própria gazeta ao serviço em horário que deveria estar lá presente – só falta dizer que estava usando o “banco de horas”, a marota e costumeira desculpa esfarrapadas dos comissionados de Gaspar – Hostins também arrasta para o seu programa político – que rotula disfarçadamente de comunitário – de rádio, outros comissionados, os quais vivem a cada eleição como cabos eleitorais de candidatos de fora, ou então, eles próprios candidatos a vereador. Impressionante como se perdeu a noção da prioridade do serviço público em Gaspar. E tudo sob os olhos tampados do prefeito Kleber.

Terceiro e por isso escrevo hoje com uma semana de atraso, até porque a imprensa de Gaspar não deu uma linha ou um pio sobre o assunto, do que foi destaque, vejam bem, na terça-feira passada na Câmara. O funcionário público municipal, vereador que em tese é da Bancada do Amém, Amauri Bornhausen, PDT, colocou o dedo na ferida, cuja inflamação não se cura; nem com remédio forte, nem com benzedura leve. Já é uma resiliente postema. 

Depois da amputação das duas pernas e querendo obter as próteses, ao Amauri lhe foi recomendado fazer vários exames no serviço público de Saúde para tal. Então Amauri saiu por aí. Ainda não era vereador. Foi à cata dos exames nos postinhos e policlínica. E lá em 2020 entrou na fila por um ecocardiograma. Agora, dias antes das eleições, é só mera coincidência, senhores e senhoras, o tal exame foi autorizado.

Como, Amauri sofreu um infarto no ano passado – não aguentou a pressão política do próprio governo para que ele ficasse quieto nas indignações que levanta -, ele foi obrigado a este exame diante da emergência do infarto. Diante da oferta atrasada em dois anos, Amauri num gesto de solidariedade e cidadania, telefonou – até porque a sua mobilidade é complicada – para a policlínica e explicou a situação, na esperança que outro doente gasparenese entrasse no seu lugar para fazer este tal ecocardiograma. 

“Está entendido? Preciso ir aí?”.  E do outro na secretaria de Saúde de Gaspar jurou para o Amauri que tudo estava entendido, agradeceram o gesto nobre e cidadão. Tadinho. Acreditou!

Nobre para o faz de contas desses locais onde não há gestão sistematizada, controle e chefe presente para cuidar dos seus. 

Semanas depois, surpreendido, Amauri recebe um telefonema de uma clínica particular de Blumenau onde este exame deveria ser feito e pago pelo SUS. A clínica queria confirmar a presença dele e ao mesmo tempo, dar a preparação. I-na-cre-di-tá-vel. 

O caso que foi contado no plenário da Câmara – onde todos os vereadores da Bancada do Amém se fingiram de surdos e ninguém se indignou. Este é o retrato do que realmente se passa na secretaria da Saúde de Gaspar. Falta de coordenação, controle e respeito. E não é de hoje. 

Quem disse que ia mudar, não mudou. Está na rádio fazendo propaganda política no horário de serviço. Ficou puto com uma notinha que dei aqui sobre isto n semana passada. Agora, está um artigo inteiro para tomar providências na secretaria e não contra mim, contra o vereador, acostumado a ser perseguido pelo seu próprio governo que quer tudo isso escondido e piorado.

O que está aí claramente? Desperdício de dinheiro público e de tempo. Ora, se tem clínica particular contratada para atender paciente do SUS e ele não comparece, a clínica cobra. E quem paga somos nós com os pesados impostos. Ela estava lá com toda a sua equipe e aparelhagem disponível esperando o paciente e que não veio. E não veio, neste e muitos casos, por conta da irresponsabilidade e da burocracia dos burocratas de plantão. 

E depois se faz discursos – inclusive na Câmara, como já ouvi – contra os doentes, os quais pedem exames e não vão a eles quando marcados depois de meses e anos, exames determinantes para a vida e a morte. 

Ora, dois anos depois ser autorizado, para uma emergência como um ecocardiograma – só podem ter acontecido duas coisas ao doente: ou morrido da doença não diagnosticada a tempo, ou então, para não se morrer e sofrer, feito uma vaquinha entre os familiares e ido a um exame particular. E quando se avisa isso a secretaria de Saúde para a fila andar e dar sobrevida a outros, os burocratas e gestores falham e contra os mais pobres, os mais fracos, os mais vulneráveis. É prácabá! E fica putos com a revelação e não com o erro?

No fundo, todos trabalhando contra o SUS e a até imagem política do prefeito, da gestão como um todo, certamente, destruindo a marquetagem amadora que abunda diariamente nas redes sociais. E tudo dentro da própria prefeitura. Como diz o vereador Amauri, que aposta que o município pagou o exame que não foi feito, “isso parece uma jiboia; está tudo enrolado”. 

O inconformismo do vereador Amauri vai mais além. 

Para ele, tudo desemboca no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar, a grande e verdadeira UPA de Gaspar. Elee possui um custo médio de mais de R$500,00 no atendimento por paciente, enquanto nos postinhos, este custo gira ao redor dos R$200. “Por que não se amplia o atendimento para além das 16h30min? Parece que até a doença tem hora marcada em Gaspar”, queixa-se inconformado contra as dificuldades de mudar as coisas que estão exatamente assim aqui há quase 50 anos naquilo que é do meu próprio testemunho. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Todos de olho no Diário Oficial dos Municípios. É bem mais lido do que este. Estão atrás das tais demissões prometidas para depois das eleições aqui em Gaspar. Até agora nada. Isto mostra bem como está a guerra e os arranjos da turma da deixa prá lá nos bastidores.

Já adverti aos que querem o circo pegar fogo. Não há santo nesta história toda. E o estouro do paiol danifica não só o quartel, mas todos que estão nele. É isto que se avalia.

Comento com uma fonte dentro do PT de Gaspar sobre o mau desempenho do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi nas eleições de domingo. Ele concorda, mas me diz que faltou dinheiro. Como é que é? O maior orgulho do PT não era à sua militância que não dependia de meios capitalistas para mover eleições fáceis?

“Até eu estou desistindo”, disse-me esta fonte. “Tudo em Gaspar é movido a dinheiro. E do grosso!” Ai, ai, ai. E aí eu pergunto, quem mesmo alimentou esta gente que só vive de dinheiro nas eleições? O PT é parte do processo. Foi ao engenho e bebeu da mesma pinga. Agora, está tonto.

O PL foi o maior vencedor desta eleição. Incontestável. E foi por conta da mitagem a Jair Messias Bolsonaro. Em Gaspar, a situação do diretório não está pacificada. É notório e faz tempo. Um exemplo de muitos. O deputado Federal Coronel Armando (Luiz Armando Schoroeder Reis), de Joinville, eleito pelo extinto PSL, era o queridinho de Márcio César. Coronel Amando que aqui teve 866 votos não foi reeleito pelo PL.

Outra parte do diretório liderada por Demétrius Wolff, foi com a vice-governadora Daniela Cristina Reinehr e fez 1.066 votos e ela foi eleita deputada Federal. Por conta disso, armou-se uma brigaçada por quem é o dono da vitória e dos votos por aqui a favor de Daniela. Márcio César quer a fatia dele.

Uma das coisas que sei fazer é interpretação e confio muito, são em pesquisas qualitativas principalmente. É como vinho. Quanto mais velho, mais você percebe as nuances. E não falo das eleitorais. Quase todas as decisões oferecidas aos clientes vieram de pesquisas. E eles, por causa delas se deram bem. E eu também.

De ontem para hoje li ao menos 12 artigos de gente do ramo sobre como as pesquisas de campo para as eleições vem errando tanto, aqui no Brasil especialmente. Em outros, menos.

Todos os artigos se justificando e criando hipóteses. Os institutos deveriam aceitar que estão falhando nesse processo de transição ou não estavam preparados para a nova dona da opinião que é a rede social. Aceitar o despreparo dói menos e ajuda a corrigir. Porque se não é despreparo diante de novos cenários e que já fazem dez anos que estão aí em mutação, espirra para o campo da má-fé.

Na era do metaverso, o algoritmo probabilístico ainda não é parte das nossas pesquisas eleitorais. Então passem vergonha e recibos de incompetência. 

Há algumas décadas, a previsão do tempo, tinha este mesmo mal. Hoje, a chance de erro está reduzida devido a criação de modelos matemáticos complexos, agregou-se a inteligência artificial para domar parte destas surpresas naturais e da natureza, também em mutação.

Ontem mesmo, os dirigentes do Datafolha e IPEC, os mais visados porque deram suporte para a Globo – os demais tiveram os mesmos vícios ou erros e foram poupados – falavam em uma tal tendência. Então eles sabiam o que estavam acontecendo. Faltou ciência e profissionalismo no novo ambiente que se está pesquisando, com opiniões em mutações. Simples assim.

Na terça-feira passada, quatro dos 13 vereadores de Gaspar deixaram a sessão mais cedo para fazer campanha eleitoral, a única sessão ordinária a que estão obrigados por semana. Ela durou menos de 50 minutos. Ulalá! Os salários deles continuaram intactos. Espera-se que hoje ao menos que se esforcem para chegarem ao fim da sessão.

Falta de transparência. Apesar de cara e sofisticado equipamento, a Câmara não consegue mostrar o painel de votação ao público que assiste pela internet. Em todo mundo avança, em Gaspar atrasa. Isto já era mostrado. Ou seja, mais um caso de má gestão e descanso com o cidadão e cidadã.

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3 comentários em “SAÚDE TROCA DE MÃOS EM GASPAR, MAS CONTINUA DOENTE E CONTRA OS QUE ESTÃO NA FILA DOS EXAMES”

  1. Este artigo, lá no final dele, está a clara dica: se Lula vencer, o lulismo e o petismo não farão o que querem 9 prometem), mesmo cooptando o centrão, como fizeram no tempo do mensalão. O bolsonarismo se instalou no Congresso e ele é maior e mais vigoroso do que o próprio Bolsonaro. Para quem defende a democracia, terá que exercê-la na sua plenitude. Simples assim. Ou seja, terá que sair do discurso e praticá-la. É aí que as coisas começam a pegar.

    UM OCEANO DE PROBLEMAS, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

    A principal conclusão destas eleições tão conturbadas é que, se Lula é maior do que o PT, o bolsonarismo é maior do que próprio Bolsonaro, está enraizado em todo o País e veio ficar, para o bem ou, mais evidentemente, para o mal. Lula e o PT remetem ao passado, Bolsonaro e o bolsonarismo evocam o futuro. E não é um futuro cor-de-rosa.

    Quem, em sã consciência, poderia imaginar que o obtuso general Pazuello seria o segundo mais votado no Rio, Ricardo Salles teria o dobro de votos de Marina Silva, um garoto de 26 anos de Minas seria o campeão de votos do País por ser ardoroso defensor de teses retrógradas?

    Tudo isso foi possível pela força de Bolsonaro e do bolsonarismo, que deram ao PL a maior bancada da Câmara desde 1998, com 99 deputados, e empurraram para o Senado 15 aliados raiz, incluindo seis ex-ministros/secretários e o vice Hamilton Mourão. Sem esquecer que a correlação de forças com os governadores também muda.

    Se Bolsonaro foi um fenômeno em 2018, sem ter dinheiro, tempo de TV e apoios políticos –, imagine-se agora, com um exército de parlamentares, governadores e oportunistas em geral? Isso vale para o segundo turno e um novo mandato, caso inverta a tendência e vença.

    Quem não colou em Bolsonaro, para não se contaminar com sua rejeição, não tem mais pruridos nem cuidados, vai pular no barco à vontade. O exemplo mais contundente é Romeu Zema, reeleito em primeiro turno em Minas. Mas a fila é grande. Em sua primeira entrevista, esforçando-se para parecer uma pessoa normal, não aquela do “imbrochável”, do “maricas” e do “coveiro”, ele mostrou a valia de aliados: “aprovar certas medidas”. Vamos adivinhar? Mais armas, retrocesso nas leis do aborto, “boiadas” no meio ambiente, política externa radical, cultura amordaçada e asfixiada e… interferência no STF.

    Além de ter mais vagas naturais, como a de Rosa Weber, que se aposenta em 2023, Bolsonaro, se eleito, vai se articular com o Congresso para ampliar o número de cadeiras, promover os “terrivelmente evangélicos” e até prever impeachment de ministros.

    A eleição, porém, está longe de ser decidida. Serão 30 dias de campanha, com tempos iguais na TV e Bolsonaro perdeu um milhão de votos desde 2018, enquanto Lula sai com seis milhões a mais. O resultado é imprevisível, tudo pode acontecer.

    Se Lula ultrapassar o primeiro momento de frustração, ele pode recuperar energia e vencer. Mas, atenção, a sua vida de volta ao Planalto, se ocorrer, não será um mar de rosas. Bolsonaro encomendou um oceano de dificuldades para um eventual, ou duvidoso, governo Lula. •

  2. Bom dia.
    O Vereador Amauri merece às nossas REVERÊNCIAS enquanto Representante do POVO 🙌
    Quem acompanha às sessões plenárias conhece os vereadores da lebre, do abril azul, do dia da vitória, de nome de praça, de pontes, da distribuição de absorventes íntimos nas escolas e dos TRÊS Vereadores que que não esqueceram das promessas quando desceram do palanque.
    Olho ABERTO 👀

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