Políticos em campanha eleitoral para 2022 arrumam pretextos para uma boquinha livre, aglomeração, homenagens e discursos carregados de emoções, os quais se criam heróis de ocasião e “esquecem” outros reais da mesma história. A vida é assim mesmo…
Retomo.
O Samae de Gaspar prepara uma festança de gala e banda de primeira para algo em torno de duas mil pessoas no dia nove de dezembro no Bela Vista Country Club. O pretexto é comemorar os 50 anos da autarquia.
É uma data importante, mas há alguns questionamentos sensíveis nesta área de tratamento, distribuição, coleta e destinação de lixos, e principalmente, no ambiente do saneamento básico da nossa cidade.
Ontem, por exemplo, o soft do sistema de captação teve problemas e por horas ele ficou paralisado. A cidade correu o sério risco de ficar desabastecida. E por que? Não há um uma estrutura de contingência para estas ocasiões excepcionais.
Mas, volto outra vez.
Qual é mesmo o maior presente neste 50 anos que o Samae e as autoridades no poder de plantão poderiam dar para a cidade, à saúde dos cidadãos e cidadãos, ao meio ambiente e se atenuar à grave poluição que atinge nossos mananciais internos e o Rio Itajaí Açú?
O sistema de coleta e tratamento de esgotos. Mas, não! Vão fazer festa com narinas tapadas para o presente e o futuro da cidade e das pessoas.
Estrutura cara para tocar o sistema de esgotos que não existe em Gaspar, até o Samae possui. Não coleta, não trata um mililitro, apesar da reurbanização da Marinha, no Bela Vista, ter sido feita com esta preocupação. Até terceirizar esta gestão do que não funciona, acabaram de fazer. Olhe a planilha abaixo.
Mas, retorno pela terceira vez.
Não se coleta e não trata um mililitro sequer apesar de se ter um projeto concebido e aprovado que contempla parte dos bairros Santa Terezinha, Sete, Coloninha e Centro.
Este projeto está parado, com recursos Federais supostamente disponíveis, desde o governo de Pedro Celso Zuchi, PT. E olha que já se vão cinco anos de Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Este projeto, papelada e outros penduricalhos então parados qualquer lugar de Brasília. Pior, tudo sob a mansidão do Ministério Público com quem os governantes de Gaspar no passado já se fizeram um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta – para implantá-lo.
E isso fosse pouco, há o novo Marco Legal do Saneamento, um dos mais avançados, com prazos para os municípios de mexerem.
Este Marco Legal, facilita à privatização da coleta e tratamento. Mas, por aqui, nada se avançou, apesar de se importar um gestor de Blumenau que já passou pelo Samae de lá, exatamente em tempos de privatização que saiu do zero e já cobre mais da metade da cidade.
O que se avançou por aqui naquilo que não era do Samae, mas ele bancou para a prefeitura, foram tubular valões de esgotos, cujos projetos, a forma de contratação e execução foram dar numa CPI enterrada pelo atual governo na Câmara.
E na contramão de tudo isso, o Samae de Gaspar acaba de priorizar a comemoração dos seus 50 anos com festança entre os mesmos, às vésperas de novas eleições com o dinheiro que arrecada dos seus clientes. É ou não prioridades que escapam ao “core business” do próprio Samae e contra sua comunidade e seus próprios clientes?
A atual gestão está focada, e com atraso, muito atraso, e que mostra o quanto foram falhas as administrações anteriores, no redimensionamento do Sistema de Distribuição de Água Tratada. Acabam de lavar a minha alma mais uma vez ao fazer tal anúncio na semana passada.
Até porque o Samae está com deficiência no abastecimento de água em algumas regiões da cidade, se não descomprometido, atrasado para suportar à expansão demográfica da cidade. É só olhar para o que acontece nos bairros Santa Terezinha, Barracão, Óleo Grande e Bateias.
E para encerrar e mostrar que esta gente não pensa no zé pequeno, o que vai pagar a festa e não vai poder ir lá.
O convescote político-comemorativo era para as autoridades, convidados e funcionários públicos. A estes seriam permitido levar acompanhantes, desde que eles ou elas arcassem com os custos adicionais.
Como o Samae pagaria as despesas dos demais convidados e os respectivos acompanhantes, isso gerou um nova discriminação. Na última hora, para não haver acusações, os “çabios” da prefeitura e do Samae de Gaspar resolveram bancar também as custas dos acompanhantes dos funcionários. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!