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QUANTOS VOTOS FICARÃO PARA OS CANDIDATOS DE GASPAR A DEPUTADO ESTADUAL? O BOLÃO DE APOSTAS ROLA SOLTO. O MEDO TAMBÉM II

No artigo anterior, mostrei como se estabelecem as dificuldades para se eleger um deputado estadual a partir de Gaspar. Não se trata de invenção. Trata-se do nosso passado descomprometido com este objetivo. Relatei o tamanho minúsculo do colégio eleitoral – se bem que há colégios bem menores do que aqui e de onde vêm e se elegem deputados em circunstâncias regionalizadas ou estadualizadas. Gaspar tende a perpetuar a fama que temos em dar votos para fora os candidatos de fora não exatamente de Gaspar, mas do Vale do Itajaí. 

Resumindo, além da falta de visão macro regional para a defesa do Vale onde estamos inseridos, está bem claro que não há liderança política-administrativa – e empresarial – neste cenário, isto sem falar na falta absoluta articulação e senso de renovação do discurso, da prioridade e dos objetivos.

No fundo, e você pode deixar de ler o restante destas “mal traçadas linhas” se compreender que tudo isso se trata de um jogo de poder e demarcação de território essencialmente gasparense visando as eleições de 2024. Sejam elas nas candidaturas postas, na continuada empréstimos de votos para candidato paraquedista. Sempre foi assim. E não há perspectivas de se mudar esta prática.

Antes de continuar: não considero para a exposição deste ponto de vista, candidatos a deputado estadual paraquedistas os do Vale do Itajaí e principalmente os do agora Vale Europeu. 

Pedro Celso Zuchi, PT, três vezes prefeito demarca terreno na volta do PT por aqui com o retorno do partido ao cenário político nacional, integtridade abalada depois de desnudado na corrupção braba pela Lava Jato. Aliás, ela já se tinha ensaiado no mensalão. E exatamente por ter sido mal apurado – e punido – se aperfeiçoou com o passar dos anos e governos petistas. 

O vice-prefeito Marcelo de Souza Brick, Patriota, é a novidade disfarçada do próprio MDB que fez prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, um candidato de ensaio. Este MDB não quer mais como político. Kleber está fora do controle do grupo. Depois de se tornar prefeito, Kleber deixou-se influenciar desde a mulher Leila até a Igreja que Ismael dos Santos domina.

Como se vê, é um jogo pesado entre uma velha – e não estou me referindo a gente que se foi este ano como o ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca – e à nova elite cheia de interesses. Marcelo é o candidato dos riquinhos, exatamente os mesmos que lançaram Kleber e o viram naufragar por vontade própria, pois sabia que estava em uma enrascada devido à sua própria inércia e os interesses contrários dos que o dominam hoje. 

E a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos? É um nome novo, sim. É uma surpresa? Sim! Pode abocanhar votos de uma suposta revolta contra o governo de Kleber? Não! Ela no fundo é governo. E o seu reiterado silêncio é o melhor atestado de culpa. Mara, até aqui, por seu coração conciliador cumpre apenas o papel de cotista dentro do PP.

Mas quantos votos estes três gasparenses terão dos 35.800 bons que mencionei no artigo publicado no domingo? 

Há números para todos os gostos. Há pesquisas falsas para todas as necessidades circulando por aplicativos de mensagens, meio de comunicação mais difícil de ser pego pela Justiça eleitoral. Se em 2018, Zuchi levou em torno de 30% dos votos bons, é de se esperar que ele repita isto e que qualquer coisa menor seria uma derrota para ele. 

No outro lado, estão Marcelo e Mara para dividirem 40% desse colégio, ou seja 14.320 votos. Noves fora sobrariam em torno de 30% para os de fora, ao invés dos 70% de praxe.

Só esta conta simplista, mostra o quanto difícil será a vida de todos os candidatos por aqui. E por quê? Faltarão os chamados votos da arrancada que se completariam fora daqui.

Vamos olhar o resultado de 2018. E só os mais votados para não se complicar muito. 

Zuchi, o único de Gaspar, fez 9.972 votos; Ricardo Alba, PSL (Blumenau); 4.426 votos na onda bolsonarista; Jean Jackson Kuhlmann, PSD (de Blumenau), que não conseguiu se reeleger e que tinha Marcelo como cabo, 1.734 votos; Ismael dos Santos, PSD (de Blumenau), com apoio explícito do prefeito Kleber e das igrejas neopetencostais, 1.313 votos; Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, MDB (Criciúma), 1.024 votos naquilo que parte do MDB prometeu, traiu, que faltou para Dirce Heidercheidt – na foto com as mulheres do MDB de Gaspar que tenta se penitenciar pela falta que lhe infligiu quando deixaram-na à primeira suplência; Ivan Naatz, PV ( Blumenau), 750 votos e Jerry Comper, MDB (Ibirama), 669 votos, carregado pelo então campeão de votos, o vereador Ciro André Quintino, MDB.

Há quase uma outra centena de candidatos e que pegou votos por aqui. Mas, vou ficar com este quadro para mostrar à real dificuldade para os três candidatos de Gaspar se elegerem, se não vier, muito, mas muito votos de fora de Gaspar. Supondo que Zuchi faça a mesma quantidade de votos de 2018 – e se fizer a coisa se complica ainda mais para os demais gasparense -, sobrarão, para não fazer outra conta, 8.497 votos dados a Alba, Kuhlmann, Ismael e Vampiro. Eles não serão mais candidatos a deputados estadual.

Então estes 8.497 migrarão automaticamente para se dividirem a Marcelo e Mara? Não! E tem gente que jura que este fenômeno eleitoral acontecerá. Na verdade, para quem estuda este assunto e já vi esta tese se repetir várias vezes para confirmar os que estudam, a ausência de Alba, Kuhlmann, Ismael, Vampiro e outros, será um território em substituição. Terra em transe. Simples assim. 

Candidatos à reeleição que de alguma forma já mantém relação com cabos eleitorais em Gaspar tentarão ampliar seus esforços e bases por aqui. Mais do que isso, novos candidatos estão por aqui demarcando terreno com seus cabos eleitorais nos espaços deixados e que enxergaram como oportunidade. E os cabos eleitorais daqui farão isso porque querem apoio dos deputados para seus projetos municipais em 2024, seja para vereadores, seja até para prefeito e vice. Nem mais, nem menos.

E até nisso há uma ordem de grandeza. Os vereadores titulares procuram os candidatos a deputado com chances reais de se elegerem. Os suplentes, apostam em zebras ou em demarcação de terrenos. Trazem gente desconhecida para testarem sua influência e liderança em determinadas regiões da idade. Daí tantos votos para fora. 

Os vereadores do PP, por exemplo, não trabalham para Mara. Não só eles. Até mesmo o presidente do diretório, o secretário de Serviços Urbanos, Luiz Carlos Spengler Filho. Os do MDB estão bem divididos e o prefeito Kleber, por exemplo, está com Marcos Rosa, União Brasil e igreja dele, de Blumenau. Parte do MDB, inclusive, trabalha para o Marcelo, incluindo o presidente do partido, Carlos Roberto Pereira. Já o PSD e Patriota nem existem direito por aqui. O PSDB está vestido de PSD para os candidatos de Blumenau. E assim vai…

Então, onde realmente está o projeto de Gaspar para eleger um deputado estadual daqui e maximizar os supostos 35.800 votos bons do colégio eleitoral? 

Este projeto não existe porque ninguém está disposto a este projeto. Primeiro precisaria à cessão de espaços. E ceder agora, pensa-se, seria se prejudicar naquilo que é vital para 2024. Se um dos três candidatos se elege, enfraquece a estrutura e muito mais a gula dos demais por 2024. E ter um único candidato num suposto projeto de cidade, é uma utopia neste cabo de guerra tripartite. Aliás, ele nem passa exatamente por ideologias. São grupos de interesses distintos brigando por nacos também bem distintos. 

A tendência é que todos morram desgarrados. 

Não há votos suficientes por aqui para uma candidatura pactuada da cidade, quanto mais para três onde um quer se sair melhor na foto do que o outro. As apostas são grandes, mas para ver quem terá o menor número de votos. E as justificativas para cada número que será conhecido na noite do domingo dia dois de outubro, também já se há na ponta da língua. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Todos nervosos. Sai hoje na NSC outra pesquisa IPEC para governador e senador. Muitos gostariam que ela não fosse publicada. Preferem as fakes news que espalham por redes sociais e principalmente aplicativos de mensagens. Esclarecido as tendências, pouca coisa mudará até o dia dois.

É impressionante como na propaganda deputados federais que buscam a reeleição eles falam de buscar mais dinheiro para Santa Catarina ou de mudar a relação de trocas com o Planalto, incluindo os que são base de apoio ao governo de Jair Messias Bolsonaro, PL. Tiveram esta oportunidade com mandato nas mãos por quatro anos e assim não fizeram. Zombam e tratam dos eleitores e eleitoras como beócios.

Todos os candidatos ao governo do estado estão contra a reeleição de Carlos Moisés da Silva, Republicanos. Compreensível. É do jogo jogado. Mas, a esperteza do prefeito de Criciúma Clésio Salvaro, PSDB, a favor de Esperidião Amim Helou Filho, PP, superou todas. Culpou o governador por lhe enganar e chantagear no tal Plano 1.000. Salvaro acusou Moisés de reter verbas do Plano comprometidas pagar obras na sua cidade.

Tudo caiu por terra, e logo, quando se descobriu que o pagamento do estado não fora feito exatamente porque a obra não estava pronta, medida e provada como executada naquilo que cobrava. Ou seja, por estas e outras, descobre-se que se pode pagar em Criciúma empreiteiros antes deles entregarem as obras. Para quem se vende como competente, perdeu a oportunidade de se blindar. Passou recibo com o jogo de cena.

O MDB de Santa Catarina já foi um partido referência. Agora corre um sério risco de sumir do mapa e por seus próprios erros. Em 2018 nem chegou no segundo turno na dobradinha que o ex-deputado federal Mauro Mariani fez com Napoleão Bernardes, ex-prefeito de Blumenau, então no PSDB (hoje está no PSD e vai a deputado estadual).

Depois de ver o governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, cair em desgraça em dois impeachments e uma CPI – montada pelas elites da política catarinense, incluindo ele próprio – enxergou uma oportunidade de embarcar outra vez nas tetas do poder, depois que todos perceberam que ficariam na mão da vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, então no PSL e hoje no PL.. 

Agora, descobre-se que este mesmo MDB está fazendo boquinha e se sentindo envergonhado no casamento que arranjou para si próprio. O MDB humilhado nas urnas em 2018 só não percebeu que se perder nesta aliança que arrumou para se dar bem, terá assinado parte do atestado do seu óbito. 

É o que atestará a necrópsia.

A mitra diocesana de Blumenau, tem impedido comícios políticos em dependências de paróquias, igrejas e capelas. Em Gaspar, teve gente que furou este impedimento.

Cada coisa. Descobriu-se na semana passada durante a live do presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, que ele não tem e nem apoia ninguém a governador por aqui. Pulou Santa Catarina na hora de pedir votos ou citar suas simpatias 

O partido do presidente da República tem o senador Jorginho Mello como candidato em Santa Catarina. Sempre foi um patinho feio. O PP do senador Esperidião Amim Helou Filho, que já se aliou com o PT, neste momento de esperteza está “casado” com Bolsonaro. São amigos de décadas. O ex-prefeito Gean Loureiro, do União Brasil, foi proibido pela Justiça, a pedido de Jorginho, de usar Bolsonaro como muleta

E o governador Carlos Moisés da Silva, que já se elegeu com a marca Bolsonaro em 2018, tido como um traíra da causa bolsonarista, não rejeita o presidente e os votos dos seus. Diz um antigo ditado que “cachorro com dois donos morre de fome”. Então…

A má representação dos conservadores, direitistas de todos os matizes e liberais que são nitidamente maioria no Brasil está estampada cada dia nas pesquisas nacionais e tidas como referências. Nem mesmo, os programas sociais criados de última hora, foram capazes de reverter a sensação de que estavam sendo enganados.

Segundo o IPEC de ontem. Nordeste: Lula, 63% (+2) e Bolsonaro: 18% (-4); Norte/Centro-Oeste, Lula, 42% (+2) e Bolsonaro38% (-1%); Sudeste, Lula 43% (+1) e Bolsonaro 32% (=); Sul: Lula 38% (+2) e Bolsonaro 41% (=).

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1 comentário em “QUANTOS VOTOS FICARÃO PARA OS CANDIDATOS DE GASPAR A DEPUTADO ESTADUAL? O BOLÃO DE APOSTAS ROLA SOLTO. O MEDO TAMBÉM II”

  1. Bom dia.
    Tá feio o zóio da égua 👀
    Nesse momento de caos generalizado, tão IMPORTANTE quanto escolher o Presidente da República é escolher o POVO que colocaremos no Congresso Nacional.
    O mesmo vale pra SC.
    Sacudam a ficha corrida pra não ficar dúvidas sobre um alfinete.
    É do NOSSO DINHEIRO que estamos falando.

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