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QUANDO UMA SEITA SE TORNA UM PARTIDO, QUER O PODER A QUALQUER CUSTO E PRECISA SATANIZAR SEUS FIÉIS

Da esquerda para a direita: o deputado Ismael, o prefeito Kleber e a deputada Giovânia, todos da Assembleia de Deus num salve-se quem puder

Não é de hoje que a religião, crença ou Igreja organizada é uma danosa influência no ambiente de poder e político institucional. É milenar. É o tal poder divino transmutado para as mazelas humanas.

No Brasil, as igrejas neo-petencostais, principalmente, se tornaram praticamente partidos políticos e trabalham abertamente na eleição de seus representantes nos diversos ambientes eletivos.

O exemplo está aqui perto no poder de plantão em Gaspar e no próprio PSDB catarinense, que não tinha, diga-se, até então esse viés. No plano nacional, uma facção da Assembleia de Deus, liderada pelo pastor Silas Malafaia, faz escândalos para ver o seu indicado ministro do Supremo Tribunal Federal, onde o que importa é o notório saber jurídico e a suposta isenção para julgar.

Não vou me alongar em texto próprio. Vou colar um de O Antagonista. Outros colunistas de Santa Catarina também vem tratando este tema há mais de uma semana. Não se refere ao temido talibã ou qualquer outra expressão radical religiosa que faz manchete mundo afora. Mas, parece… também exala perigo, manipulação de gente ingênua, o uso indevido da fé sobre crentes e vulneráveis, em favor de gente sabida e rica…

O texto original de O Antagonista é didático. Ao mesmo tempo, desnuda parcialmente o funcionamento dessa máquina de fazer representantes políticos via os templos, e não exatamente os partidos, e como se discrimina em nome de Deus, ou se julga como infiéis quem não estiver devidamente ajoelhado à uma cúpula que não busca o amor e o perdão de Deus para o centro das suas pregações, mas o poder terreno. E assim se estabelecer no ambiente onde satanás mais reina: o da política partidária.

O CASO DA DEPUTADA TUCANA GIOVÂNIA DE SÁ E O VOTO EVANGÉLICO NO GAY EDUARDO LEITE

A parlamentar passou a receber represálias após declarar apoio ao governador gaúcho; pastor gravou vídeo chamando o pré-candidato de “homem indigno”

A cúpula do PSDB e os entusiastas da chamada Terceira Via estão acompanhando com atenção os desdobramentos de um polêmica envolvendo a deputada federal tucana Geovania de Sá.

Filha de pastor, conservadora e eleita duas vezes por Santa Catarina com o apoio da Assembleia de Deus, Geovania declarou apoio a Eduardo Leite nas prévias do partido para a escolha do candidato tucano ao Planalto em 2022.

No início deste mês, Geovania, presidente estadual do PSDB, se reuniu com o governador do Rio Grande do Sul e lideranças da legenda em Florianópolis e, ao anunciar o apoio, apresentou Leite como “grande amigo e futuro presidente do Brasil”.

Não demorou para que a deputada começasse a ser atacada por “movimentos de direita”.

“Alô, cristãos de Santa Catarina! A deputada Geovania de Sá sempre se elegeu às custas do povo evangélico e declarou apoio ao Eduardo Leite. Parabéns, deputada, você é mais um joio no meio do trigo”, espalhou nas redes o Movimento Direita Sul.

Mas não foi só isso.

O pastor Valdir Paulino, da Assembleia de Deus em Criciúma, base eleitoral da tucana, gravou um vídeo anunciando que o caso seria levado para a cúpula da igreja, para que fosse revisto o apoio dos evangélicos à reeleição da deputada em 2022.

Na gravação, o pastor, de pijama, sem nominar o governador do Rio Grande do Sul, se refere a Leite como “homem indigno”, “homem desse tipo” e “corrupto”. Leite se declarou gay recentemente.

“Eu lamento, Geovania, você não merece que eu me apresente com dignidade, porque você era uma ótima deputada federal para nós. Você manchou a tua vida política. Você não manchou nós, da Assembleia de Deus, você manchou você mesma, quando declarou o teu apoio a um homem indigno.”

O pastor ainda diz, no vídeo, que a deputada precisa pedir perdão à Assembleia de Deus e acrescenta que ela “morreu, acabou”.

Para mim, você morreu, acabou. Vamos pedir a todos os pastores de Santa Catarina que repudiem a tua atitude, para que, na próxima eleição, se tu for viva e tiver coragem de entrar novamente, tu vai ver o que o povo das igrejas evangélicas de Santa Catarina vai fazer com você nas urnas. Você vai passar vergonha. Eu espero que nem para vereadora você venha a se eleger mais. Você assinou, decretou a tua morte política. Ligue para mim para pedir desculpas por esse teu erro gravíssimo, vergonhoso, que você acaba de fazer declarando o seu apoio para a Presidência da República a um homem desse tipo, que declarou quem ele é no Rio Grande do Sul e no Brasil.”

O tal pastor conseguiu o que queria: após esse vídeo, a Convenção das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná divulgou uma nota confirmando a suspensão do apoio à reeleição de Geovania de Sá no ano que vem, mexendo no xadrez das candidaturas evangélicas no estado.

A situação chegou até ao líder da bancada evangélica no Congresso, o deputado Cezinha de Madureira (PSD), que é apoiador de Jair Bolsonaro. Ele também divulgou uma nota, criticando a postura da igreja em Santa Catarina.

“Surpreendidos formos com a informação, de que nossa irmã em Cristo deputada federal Geovania de Sá (PSDB-SC) recebeu notificação de suspenção do apoio convencional à sua pré-candidatura à reeleição no estado de Santa Catarina. (…) Entendemos não haver justa causa para a suspensão do apoio convencional por suas opiniões ou atuação parlamentar”, diz trecho da nota.

A reação dos fiéis locais – muitos já saíram em apoio à deputada – está sendo monitorada por lideranças do PSDB. O caso é encarado na cúpula do partido como um termômetro para o potencial de voto de Leite entre evangélicos mais conservadores.

Volto e encerro.

O que não está escrito neste artigo do O Antagonista?

Que este movimento é tramado por nada mais, nada menos pelo deputado evangélico Ismael dos Santos, PSD, que passaria a ter as bençãos das igrejas para a corrida à Câmara Federal, e Kleber Edson Wan Dall, ainda no MDB, para a estadual. Ambos da Assembleia de Deus. Meu Deus!

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