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QUANDO NÃO É O CAPIM, É A SAÚDE. QUANDO NÃO É SITUAÇÃO DE NEGAÇÃO AMBIENTAL DOS LOTEAMENTOS, É A EDUCAÇÃO. QUANDO NÃO SÃO AS DÚVIDAS DE PROCEDIMENTOS É O PRÓPRIO CAIXA…

Mais um retrato do atual estágio de deterioração – depois de mais de sete anos no poder – do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, se revelou na última sessão da Câmara, sem que o líder de governo, vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, pudesse, mais uma vez, ferozmente, contestar o que se desenhou na tribuna. 

Anhaia, que já foi petista, preferiu gastar o seu tempo e comprometimento – e em nome de Kleber e Marcelo – tratar da questão palestina vergonhosamente mal versada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, a que divide o país. Ela, pelas repercussões e implicações, já possui um debate mais intelectualizado em curso do superficial que se ensaiou na Câmara. Anhaia, mais uma vez, usou o tema para fazer o mesmo fumacê de sempre aos problemas de gestão do governo a que está obrigado a defendê-lo e naquilo que está em falta com a cidade.

O que aconteceu? 

O ex-líder desse mesmo governo e até bem pouco tempo, secretário de Saúde da cidade, ou seja, com conhecimento e autoridade de causa, advogado e vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, mas não “tão mais cristão assim” na Bancada do Amém, a que reúne onze convertidos (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) dos 13 vereadores, desnudou o que é recorrente neste espaço, nas redes sociais e aplicativos de mensagens, mas frequente e providencialmente abafado na falsa propaganda governamental: a falta de cuidadores e professores para completar as salas de aulas nos CDIs e nas escolas municipais de Gaspar.

E tudo piora, quando se trata da falta dos auxiliares para a complementaridade na educação especial, exatamente aquela que demanda mais atenção e cuidados para equidade e inclusão por pedir mais atenção.

Este é um problema antigo em Gaspar. Constante e recorrente. Aprendizado com o passado e estes erros, até agora, neste governo é zero. Eles são frutos de escolhas políticas e não as obrigatoriamente técnica. São resultados da simples falta de liderança e planejamento para resultados ou mitigações.

E por onde começa?

A secretaria de Educação de Gaspar é tocada por um aparentado, um fiel de templo, um curioso na área, vindo Blumenau como indicação política do novo prefeito de fato de Gaspar, deputado Ismael dos Santos, PSD, o jornalista Emerson Antunes. Desde a sua chegada aqui há três anos, ao preferir olhar para o quintal dos outros, ele vem causado, a ponto de ter sido obrigado ir à Câmara pedir desculpas à cidade para continuar por aqui. 

Não podia dar certo e não deu. Alertei em vários artigos. Fui acusado de exagerado e pelos mesmos queixosos de hoje, são eles, vejam só, que lavam a minha alma mais uma vez. Nada como um dia após o outro. E tenho paciência para ver essa gente se esborrachar na própria empáfia, arrogância, incoerência, autoritarismo e punitivismo.

O que é desalentador? Nunca é tarde para mudar se não se tratar de novo oportunismo. É que Hostins Júnior só tomou esta iniciativa e coragem pública depois que foi traído por Kleber e Marcelo. Falta de avisos não foi. Todavia, era tarde demais. Hostins Júnior está de muda para o PL e na terça-feira, mesmo numa sessão encurtada, saiu mais cedo para ir num convescote restrito de “donos” da cidade e que querem fazer do delegado Paulo Norberto Koerich, já com ficha assinada no PL, com o testemunho do governador Jorginho Melo e do próprio Hostins Júnior, mas que Paulo resiste em confirmar, candidato a prefeito à revelia do diretório local do partido.

Volto ao discurso de Hostins Júnior na Câmara na terça-feira e o silêncio do governo em algo repetido e gravíssimo.

Na sessão, da tribuna Hostins Júnior falava o líder de governo, mudo quando teve vez e voz para se explicar, e vejam só, Junior Hostins se dirigia para a ex-secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, hoje presidente do MDB gasparense, esta sim, uma técnica da área, entretanto, contraditoriamente pelo legado, não exatamente uma autoridade na área. 

E por quê? Lembro, então, aos de recorrente memória curta. Foi na gestão de Zilma que se criou as creches em meio período para diminuir as longas filas de espera aos filhos de trabalhadoras. Foi, ainda, na gestão de Zilma e antes da pandemia de Covid-19, que o Ideb caiu em nossa cidade contra o futuro das crianças. Ou seja, Hostins Júnior se mirava em quem não serve como bom exemplo naquilo que pedia como salvação de suas justas súplicas. Zilma tampouco vai mudar de lado, partido neste caso, na causa pela melhoria mínima da educação em Gaspar. Pois quando tinha tinta na caneta para isso não a usou. Coisa de doido.

Resumindo e deixando as incoerências dos nossos políticos de lado, a causa de Hostins Júnior é séria e relevante. É preciso diagnósticos, intervenção técnica e resultados.

O que está aí, comprovadamente, de há muito não funciona, além do voluntarismo. E isto está virando um ato comum de choramingos. É uma pena que Hostins Júnior nesta causa está tão órfão quanto eu com os meus textos sobre o mesmo tema. Ambos estamos pregando no deserto. Eu há bem mais tempo. Os políticos sabem como se safar das suas responsabilidades e tudo porque entendem bem como manipular a cidade, os cidadãos e cidadãs aos seus interesses.

FALTAM PROFESSORES E CUIDADORES NAS NOSSAS ESCOLAS E CDIs

Como prenunciei aqui e fui praguejado por quem depende do governo de Kleber e Marcelo para sobreviver, o erro na consideração dos títulos no edital do concurso de ACTs (temporários) não só atrasaria o processo de contratação de profissionais para os CDIs e escolas em 2024, mas também era um sinal alarmante da falta de determinação, ao menos em ano eleitoral, de não causar tanto ruído na área da educação. Bingo. Faltam professores nas salas de aula e cuidadores nas creches. Em 2023 este drama durou o ano inteiro. Uma vergonha!

O caso relatado por Hostins Júnior na terça-feira passada é altamente preocupante. E o governo de Kleber e Marcelo abafa marqueteiramente na imprensa que não pode levar o discurso de Hostins Júnior às últimas consequências, como aqui neste blog, mostrando uma sala de informática numa escola como se este fosse o nível de todo o ensino municipal. Não é. Nem turno integral, nem contraturno há e que deveriam ser prioridades à mágica da disponibilidade da tecnologia como iniciação, indução, inserção, atualização e experimento.

O governo de Kleber e Marcelo mostra um ambiente de um velho ginásio – vereador Gilberto Francisco Sabel e que esconde o nome – sendo reformado para ser compartilhado por outras escolas para uma mesma finalidade, como se fosse um avanço naquilo que deveria estar em todas as escolas municipais. No fundo, a solução é paliativa, mostra as muletas e um atraso de pelo menos uma década. 

O governo de Kleber e Marcelo, circundado por outro monte de políticos nas redes sociais, mostra a ampliação de uma creche. Boa. Entretanto, esconde os graves erros de projeto em tempos de novas exigências. Tudo isso, marqueteiramente planejado para tentar esconder que falta o elementar de uma escola: os professores. Ou de uma creche: os cuidadores. Incrível!

O governo Kleber e Marcelo entrega em ano eleitoral, com muita propaganda na imprensa e nas redes sociais um prédio seu em desuso para ser sede da Associação dos Autistas. No outro lado, este mesmo governo faz vistas grossas e fica em silêncio naquilo que é essencial para a inserção e escolarização dos autistas gasparenses via professores especializados e auxiliares necessários para o acompanhamento individualizados nas salas de aula. Incrível. E se acha ainda incompreendido.

A Educação com “E” maiúsculo está em atraso em Gaspar. Ela não trata adequadamente crianças especiais e sua inclusão de forma técnica e pedagógica como se requer nos dias de hoje. Economiza. Tudo isso beira o escárnio. E por anos.

É de se perguntar: ao invés de fazer discursos, que sabe ser inócuo, a julgar pelo aconteceu nos anos anteriores, qual a razão que impede o advogado Hostins Júnior, o padrinho político da causa dos autistas, de comunicar estes fatos que basearam o seu discurso de terça-feira passada ao Ministério Público que cuida da Infância e Adolescência, ou até, ao Conselho Tutelar?

Não está na hora de deixar a politicagem de lado e partir para a ação prática em favor da educação e assistência mínima aos sem professores em Gaspar? Não está na hora de enquadrar curiosos, pífios resultados, políticos e gestores públicos? Ou vamos insistir e permitir que se avance o capim também nesta área? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Educação I – Diante do quadro acima, o que apareceu na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale de sexta-feira passada? Mais um textão assinado pelo pré-candidato a prefeito de Gaspar pelo Republicanos, Oberdan Barni, ele filho de uma professora. Qual o resumo? 

Educação II – A defesa do turno integral e principalmente do contraturno como ampliação do tempo de formação e transmissão do conhecimento, bem como um fator de ocupação para deixar as crianças longe de ambientes de conflitos, desvios e vícios, estimulando-as à criatividade, competitividade e convívios.

Educação III – Oberdan Barni é o primeiro dos pré-candidatos a prefeito de Gaspar, onde a Educação está sob trevas e atraso, que vejo, propor e debater claramente este tema, que é algo antigo e essencial numa sociedade que preza avançar pela educação e conhecimento aos de baixa renda clientela principal das escolas públicas municipais. É bom que este debate contamine os outros candidatos, incluindo gente que coloca no currículo já ter sido professor. 

Educação IV – E que de fato, não fique só nas ideias e do debate de candidatos, mas que com eles, finalmente, esse atraso diminua e se torne um compromisso socioeducacional dos eleitos à marcha ré que Gaspar foi submetido pelo atual governo e o anterior, neste ambiente que trata do futuro das nossas crianças como sobreviventes de um mundo de mais exigências, mais competitividade e menos oportunidades.

Registro I – O PT de Gaspar fez o seu convescote informal na sexta-feira à noite para apresentar, oficialmente, a pré-candidatura de Pedro Celso Zuchi, 72 anos, à quinta corrida dele a prefeito por aqui. Já ganhou três. Só perdeu para Adilson Luiz Schmitt, PL, em 2004. Gente simples, do time antigo e jovens. Calcula-se mais de 200 pessoas na “Macarronada dos Amigos”, na comunidade São João Batista. Poucos penetras e olheiros para fazer volume. Dois deputados federais estavam lá: Pedro Uczai, de Chapecó e Ana Paula Lima, de Blumenau.

Registro II – No mesmo ambiente e vestido de vice, estava o ex-vereador, ex-diretor geral do Samae, e ex-superintendente do Distrito do Belchior, Rui Carlos Deschamps, que já esteve no PT, mas que agora está no PSB, Rui Carlos Deschamps. Pedro Celso Zuchi, PT, quando se elegeu, sempre teve mulheres como vices: Albertina Maria Deschamps (falecida, agricultora e oriunda do Distrito), Mariluci Deschamps Rosa (ligada a educação infantil). Agora, coincidentemente, mais outro Deschamps?

Registro III – Pedro Celso Zuchi é a única candidatura consolidada em Gaspar e em qualquer pesquisa que se faça, devido a três mandatos. Sai na frente. É uma marca. Se esta marca se associar ao PT e principalmente a um tal de “papai Lula”, ela se enfraquece até seis de outubro, num território que sempre foi conservador e agora, é muito mais.

Registro IV – O que está em jogo são mudanças ao que está aí quase destruído com Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP. Pedro Celso Zuchi não é exatamente esta mudança. É a volta ao passado como está sendo com Lula, em Brasília. Zuchi só avança, se a direita, o conservadorismo e o bolsonarismo errarem muito, como estão errando até agora, reféns dos donos da cidade, os mesmos que já elegeram Zuchi e Kleber. O recado dado ontem na avenida Paulista com maciça presença de conservadores é um aviso que tem que ser considerado pelo PT por aqui.

Registro III – O vereador e o presidente do PSD de Gaspar, Giovano Borges, que tinha se auto lançado pré-candidato do partido a prefeito, foi a tribuna da Câmara criar outro factoide. Disse que o grupo do PSD optou por não ter candidato, mas apoiar outros em coligação. Quando escrevi – e fui o único até agora – que o PSD estadual virou bicho quando soube que Giovano se lançou pré-candidato, Giovano disse que eu deveria me informar melhor para não passar vergonha. Então…

Registro IV – Nada como um dia como o outro. Giovano Borges ficou pendurado literalmente na brocha. Quatro fatos o incomodam: o amigo gêmeo Marcelo de Souza Brick, incerto e preso no PP, podendo até ser rifado da corrida eleitoral; o bafo do PSD de Florianópolis contra Giovano e à míngua que ele transformou o diretório de Gaspar; a interferência do novo prefeito de fato de Gaspar, deputado Federal, Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau; e o desgaste cada vez maior do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e seu amigo gêmeo Marcelo.

Quando não é Educação, é Obras, quando não é Manutenção é Saúde, quando não desbarrancamento é capim… Sexta-feira escrevi O CAPIM, O LIXO, A DENGUE, A COVID, AS CONTAS E O DESESPERO DOS POLÍTICOS DIANTE DO CAOS QUE CRIARAM. NÃO CONSEGUEM DAR SOLUÇÕES EM ANO ELEITORAL. CULPAM QUEM OS EXPÕEM Bingo. O que estão escondendo? Que deixaram vencer os testes de Covid em Gaspar, a que matou 222 almas moradoras daqui. Estamos em falta desses testes na rede pública. Pediram. Vai demorar para chegar.

Todos quietos, a começar pelo secretário de Saúde, um curioso na área, um dos mais de uma dezena que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, nomeou em pouco mais de sete anos para o cargo, Santiago Martin Navia, MDB. Ele está em campanha para tentar, mais uma vez, ser vereador. E a doença da vez é a Dengue. E a culpa dela se espalhar, é do povo, segundo os políticos. Ninguém ainda morreu dela por aqui, mas de Covid…

Pelo jeito, e mais uma vez, ninguém é culpado pelos testes terem ficado fora do prazo e do uso. A coordenadoria da DIV culpa o coordenador geral, que coloca a culpa no diretor geral de compras, que culpa o almoxarifado e todos assim, nesta ciranda livram o secretário, o prefeito, o… Mais dinheiro público jogado fora e a cidade desassistida, com casos de Covid-19 aumentando e se espalhando.

Sabem quando começaram a vencer os testes? Janeiro. Desde lá, parte dos funcionários da Saúde, como se fosse algo ultrassecreto, estão perdendo tempo em inutilizar o material. É prácabá. Agora, os “çábios” da prefeitura vão perder mais tempo para descobrir quem repassou a informação documentada para o blog. Para que? Para punir a fonte e talvez, eu. Não os verdadeiros irresponsáveis disso tudo. É assim que funciona o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, sob as bençãos de um grupo de donos da cidade, sem votos, que não querem perder as rédeas dela. Acorda, Gaspar!

A Gaspar que inventa candidatos a prefeito, partidos para engolirem e pesquisas para abrir espaços de poder. Na semana passada rodou mais uma pesquisa. Um pré-candidato que claramente não estava nela, ao final, pasmem, conseguiu ficar com 4%. Das duas uma: ou é um aviso dos entrevistados aos pesquisadores e patrocinadores da pesquisa, ou ela, é fajuta ao admitir um nome que condenaram só para queimá-lo anunciando propositadamente que este baixo percentual é fruto da expressão do eleitorado gasparense quando questionado. Como dizia o ex-primeiro do Brasil, Tancredo de Almeida Neves, “quando a esperteza é demais, ela come o dono”.

A ingratidão I – A nova diretoria da Ampe de Gaspar e Ilhota tomou posse na semana passada. Um festão no Restaurante Questão de Gosto, na Associação da JBS. Havia mais políticos do que propriamente empresários. É ano de eleições. Lá pelas tantas, quase que o evento vira um palanque contra o PT e Luiz Inácio Lula da Silva, com um pronunciamento consentido de um associado. Mal estar e superado.

A ingratidão II – É que a Ampe de Gaspar e Ilhota está exatamente em aproximação para dar acessos a programas de capacitação, gestão, modernização, além de financeiros para capitalização e suporte de tecnologia via o Sebrae, hoje presidido pelo presidente do PT de Santa Catarina, Décio Neri de Lima. 

Ingratidão III – O discurso político contra o atual governo Federal e a convocação para derrotá-lo foi público. O pedido de desculpas foi da cúpula e no privado. Aí não vale.

Desconhecimento I – Mesmo evento, o vice prefeito Marcelo de Souza Brick, PP, pediu a palavra. Entre outras, ele afirmou que Gaspar possui mais de 40 mil empresas. Como se vê, ninguém pode planejar e administrar uma cidade com números arrumados não se sabe de onde, sabendo-se que o município possui 72.570 mil almas moradoras, segundo o IBGE e confirmado pelo próprio site da prefeitura.

Desconhecimento II – Antes desses números oficiais serem conhecidos, na propaganda ufanista dos políticos e gestores gasparenses, projetavam-se cerca de 90 mil habitantes. A prefeitura de Gaspar, desesperada, com este número inflado queria mais dinheiro federal para os seus cofres mal cuidados. E a Câmara, que se incha a cada ano de assessores e mordomias, queria aumentar o número de vereadores. Nem um, nem outro. Ambos prometeram recorrer do Censo do IBGE. Só barulho. Sabiam que jogavam fantasias para seus eleitores, eleitoras e a cidade mal cuidada. Avança, capim!

Agora vai. O líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, Francisco Solano Anhaia, MDB, confirmou que com a “briga” que está havendo na disputa pelos termos do edital e contra o vencedor da licitação para a roçação em Gaspar, o prefeito poderá contratar por emergência, uma empresa para o serviço. Quando não se sabe e nem a que preço.

Alerta geral I – O sucesso da manifestação da direita, dos conservadores e bolsonaristas na Avenida Paulista neste domingo, convocada pelo inelegível ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, mesmo sob circunstâncias de ameaças e constrangimentos, foi apenas um aviso contra a arrogância, a arbitrariedade, a intimidação, a errática política externa, aumento de impostos, reestatização, acenos à corrupção do governo do PT e da esquerda do atraso em minoria que quer impor sua pauta do século 20 aos anos 20 do século 21. Eles ganharam por uma margem muita estreita de votos e ao invés de unir, polarizaram, radicalizam e impõem.

Alerta geral II – É um aviso ao Congresso enfraquecido, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a tal de Janja e a Justiça brasileira como um todo. Ela vem protegendo a corrupção na sua essência mais perversa e até bandidos endinheirados dominantes no narcotráfico, facções e milícias, para punir mais severamente e em alguns casos, fora do devido processo legal, quem supostamente conspirou contra a ordem democrática. Não pode haver democracia sem liberdade de expressão e respeito às leis, com o equilíbrio dos três poderes.

Alerta geral III – Quem marcou pontos neste caso foi o pré-candidato pelo PL de Gaspar, Rodrigo Boeing Althoff e que nunca foi é tão bolsonarista assim. Ser bolsonarista neste evento de ontem na Paulista nem era o mais importante, mas, pelo volume, mandar recados aos que estão no poder de plantão e se lambuzando nele, como não houvesse gente acordada e esclarecida no país, farta dos políticos e de seus novos desmandos.

Alerta geral IV Rodrigo Boeing Althoff estava lá amarelado, fantasiado com a camisa da seleção brasileira – que vai mal dar pernas no campo de jogo – e com a bandeira de Israel. Foi de carro. Vapt-put para a foto. Nela, Rodrigo está com os suplentes de vereadores do PL de Gaspar: Timoty Deschamps e Eder Muller. Ao fundo, o símbolo do capitalismo competitivo que o PT odeia: o prédio da sede da Fiesp.

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7 comentários em “QUANDO NÃO É O CAPIM, É A SAÚDE. QUANDO NÃO É SITUAÇÃO DE NEGAÇÃO AMBIENTAL DOS LOTEAMENTOS, É A EDUCAÇÃO. QUANDO NÃO SÃO AS DÚVIDAS DE PROCEDIMENTOS É O PRÓPRIO CAIXA…”

  1. SINAL DE ALERTA, por Merval Pereira, no jornal O Globo

    Há dois aspectos a analisar em relação à manifestação bolsonarista de domingo na Avenida Paulista. O primeiro, mais superficial, é a tentativa de escapar de punições pela marcha golpista que culminou com a invasão da Praça dos Três Poderes em janeiro de 2023. Não há nenhuma razão para que seja levada a sério. A pressão popular não tem força para paralisar a investigação em andamento, já praticamente encerrada com a definição de um quadro claro de frustração de um golpe de Estado.

    Havia o temor de que a prisão de Lula, depois de condenado por duas instâncias da Justiça, como rezava a lei na ocasião, pudesse levar a um confronto, e nada aconteceu. Nada acontecerá também com uma eventual prisão de Bolsonaro.

    O outro aspecto, esse mais profundo, é a resiliência de uma liderança radicalizada de extrema direita, apesar de tudo o que aconteceu no país desde que o capitão chegou ao poder por circunstâncias alheias a suas capacitações.

    Uma década depois das manifestações surpreendentes contra o preço das passagens, que extrapolaram completamente o objetivo inicial e deram margem ao ressurgimento de um movimento de direita no Brasil, que parecia estar aprisionado, abafado, depois de 20 anos de governos de esquerda ou sociais-democratas, com PT e PSDB, voltamos à estaca zero, com o país dividido, e o antipetismo dando a tônica da marcha política.

    Não há dúvidas de que estancar a permanência do bolsonarismo no poder foi, por si só, um avanço democrático. Medidas perniciosas à cidadania, como armamentismo, negacionismo vacinal, incitação à violência como método de resolução de conflitos, ataques ao meio ambiente, aos povos originários e às instituições — todas essas atitudes anticivilizatórias foram neutralizadas, e com isso ganhou a sociedade brasileira.

    No entanto a manifestação a favor de Bolsonaro foi uma demonstração clara de que o país é conservador, de que Lula só ganhou a eleição porque parte do centro político da sociedade não queria a continuidade daquela selvageria do governo bolsonarista. Mas também não quer a continuidade do governo petista tal qual se apresenta hoje. Lula só chegou lá porque se ofereceu para ser fiador de um governo de união nacional. Ele usou a força desse centro da sociedade brasileira para derrotar Bolsonaro. Mas não ganhou a eleição para fazer o governo que tem feito.

    Um governo de esquerda, que procura se afastar do Ocidente para almejar uma liderança do Sul Global que une ditaduras dos mais diversos calibres, só porque são antiamericanas. Não é essa a vontade da sociedade brasileira, não são esses os desígnios que as urnas indicaram. Não é preciso ser vira-lata em relação aos Estados Unidos, nem caudatário dos desmandos do governo de Israel, para ser um país independente no cenário internacional.

    Embora o PT ache que as urnas deram a ele o direito de tentar impingir à população brasileira uma direção política que não é a que combina com a maioria conservadora do povo brasileiro. O Brasil também não é de extrema direita, e a maioria da sociedade, depois de ter cometido o erro de levar a sério um sociopata, se encontra agora mais livre para escolher uma alternativa, pois Bolsonaro está inelegível.

    Escolher o governador paulista Tarcísio de Freitas, ou outro direitista moderado, é mais fácil do que escolher Bolsonaro para quem é, antes de tudo, antipetista. A esquerda tem de entender que não chegou ao poder por seus próprios desígnios, mas para evitar que Bolsonaro continuasse seu projeto de retrocesso da sociedade. Se Lula fizesse um governo de união nacional, sem tentar impingir suas teses esquerdistas à maioria, controlaríamos esses extremismos.

    Infelizmente, dependemos do surgimento de um líder equilibrado e popular para colocar o trem no trilho novamente. Que é de centro, de equilíbrio, que quer a evolução do país; não quer o retrocesso de Bolsonaro, mas também não quer o retrocesso de esquerda identitarista, que dá mais valor a questões particulares de grupos mobilizados politicamente do que do ponto de vista geral do bem-estar inclusivo da população, cuja maioria não quer ser emparedada por uma elite, quer ser partícipe do desenvolvimento.

  2. SETE BRASIL NAUFRAGA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    Em recuperação judicial desde 2016, a Sete Brasil pediu falência à Justiça, deixando pelo caminho um rastro de dívidas, má gestão e escândalos de corrupção.

    Fundada em 2010 como um consórcio de grandes acionistas privados, fundos de pensão e a Petrobras, no auge da megalomania petista com a descoberta do pré-sal, a empresa deveria gerenciar a compra e a operação de sondas para exploração de novas áreas.

    Contudo nem sequer chegou perto de seu plano de fornecer 28 desses equipamentos para a petroleira. Acabou engolfada logo nos primeiros anos por denúncias de propinas e sobrepreço.

    Com os atrasos no fornecimento e o impacto da Operação Lava Jato, a Petrobras não manteve os contratos, e apenas quatro sondas entraram em operação, parte ínfima do projeto original.

    O imbróglio gerou dívidas de R$ 18 bilhões com bancos e investidores, além de processos contra executivos acusados de corrupção.

    Durante o processo de recuperação judicial, a Sete Brasil tentou vender as quatro sondas para a Petrobras por cerca de R$ 1 bilhão e, assim, antecipar pagamentos aos credores —que não passariam de uma fração do montante devido.

    Agora, com o pedido de falência, essas negociações são frustradas, e as chances de chegar a uma solução são ainda mais remotas.

    O que se observa é a agonia de um projeto que já nasceu em meio a conflitos de interesse e vícios de governança que contaminaram todos os entes que dele participaram, fossem privados ou públicos.

    O aprendizado que deveria ficar do episódio, assim como de outras empreitadas nos setores naval e petrolífero, é de ceticismo. Não é fácil tirar do papel projetos complexos para setores altamente intensivos em capital, e o governo federal já enterrou bilhões em pelo menos três iniciativas similares.

    Num momento em que Palácio do Planalto e BNDES ensaiam novas aventuras na área naval, declarando levar em conta os erros do passado, o esqueletos da Sete Brasil e de estaleiros fracassados devem servir como lembrança dos riscos que esse tipo de política ensejam para os contribuintes.

  3. A GUERRA QUE MATA E OS JOGOS VERBAIS, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo

    A frase que Lula disse na Etiópia repercutiu fortemente durante toda a semana. Tão fortemente que não há muito mais o que falar, exceto extrair algumas lições sobre nossa pátria amada, salve, salve.

    Ouvi um repórter anunciar que a reunião do G20 trataria de três temas: as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza e o embate diplomático entre Brasil e Israel. Meu Deus, pensei, como podem colocar no mesmo plano duas guerras reais, com gente morrendo ou sendo mutilada, com uma disputa verbal entre duas chancelarias?

    Claro que o G20 não abordou o tema, mas o tom das reportagens deixa bem claro como superestimamos as situações em que o Brasil é protagonista.

    Duas repercussões políticas também me impressionaram. De um lado, deputados propondo o impeachment de Lula por causa de sua frase. De outro, a declaração de Celso Amorim de que a fala de Lula sacudiu o mundo e potencialmente ajudaria a acabar com a guerra.

    Há quem espere consenso a partir de uma discussão racional na política. Sou dos que acreditam que isso é impossível. A realidade é um conflito insolúvel entre valores, e só a aceitação da diversidade nos prepara, ainda assim modestamente, para a vida em comum.

    Sinto que o Brasil polarizado está condenado a duas políticas externas radicais. No período Bolsonaro, havia uma crença de que o Ocidente estava ameaçado pelo marxismo cultural e de que era preciso seguir Donald Trump, o salvador dos valores ocidentais. Aquecimento global, feminismo, o que chamam de ideologia de gênero — tudo isso era arquitetado para destruir a civilização e desintegrar as famílias patriarcais.

    Apesar do discurso de frente ampla, a esquerda apresenta, por seu lado, uma política bem mais próxima de uma visão partidária que uma perspectiva nacional. O mundo está dividido entre Sul Global e Norte rico, e o presidente precisa viajar incessantemente para defender os pobres.

    O curioso é que o caminho do meio é cheio de saídas que as duas correntes desprezam. O Brasil é signatário de uma Declaração de Dublin em 2022, precisamente protegendo populações civis de bombardeios. A declaração é um avanço civilizatório. O país poderia, com base nisso, criticar tanto Israel quanto a Rússia.

    Nesse universo político a que estamos condenados no Brasil, a Rússia está blindada. Putin é intocável para uma esquerda que o vê como adversário dos Estados Unidos e ainda encara a Rússia com a aura de uma revolução que aconteceu no início do século passado e não deixou vestígios, a não ser as atrocidades de Stálin e o corpo de Lênin no mausoléu.

    Mas Putin é também admirado pela extrema direita, que o vê como defensor de valores tradicionais, inclusive um implacável perseguidor do povo gay na Rússia. Enfim, estamos condenados ao desequilíbrio, passando pano para autoritários como Putin, Viktor Orbán, Nicolás Maduro e Daniel Ortega.

    Não há saída para isso num país polarizado, apesar dos acenos em tempos eleitorais. Ainda assim, precisamos garantir em nossa imagem internacional um respeito pelo sofrimento real que a guerra produz.

    A guerra na Faixa de Gaza passa por um momento especial, a possibilidade de um ataque a Rafah. Mais de 1 milhão de civis estão concentrados ali. Não têm para onde fugir, pois o espaço que Israel propõe é muito pequeno para tanta gente.

    Mais do que nunca, é preciso uma grande unidade entre as pessoas que querem a paz. Além de todas as críticas já repisadas por sua frase, Lula poderia pensar nisso. Ele provocou uma divisão entre as pessoas que criticam mortes de civis em Gaza, querem não só um cessar-fogo, mas também defendem a solução de dois Estados.

    Precisamos de um consenso, ainda que pontual. A luta continua e, apesar dos excessos verbais, da batalha de postagens, das acusações mútuas e de toda essa agitação em redes sociais, a realidade continua áspera, e a guerra continua matando. Hora de olhar para a frente, direto no coração de tragédia.

  4. CANDIDATO OU NÃO, EX-PRESIDENTE MOVE MULTIDÕES E DIVIDE O PAÍS, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

    O ato deste domingo na Avenida Paulista confirma o que todos sabiam: o ex-presidente Jair Bolsonaro tem base popular, move multidões e divide o País ao meio, como já mostraram os votos de 2022. Isso, porém, não muda a realidade e as investigações da Polícia Federal e da Justiça contra Bolsonaro, seus generais, minutas de intervenção no TSE, anúncio de estado de sítio e a longa preparação de um golpe, que, frustrado, virou a invasão e depredação das sedes dos três Poderes.

    Compareceram ao ato de domingo os governadores da linha de frente do bolsonarismo, como Tarcísio de Freitas, anfitrião, Ronaldo Caiado, de Goiás, Jorginho Mello, de Santa Catarina, e Romeu Zema, de Minas Gerais. Ok. O passado diz bastante do que eles foram fazer lá e o futuro dirá se a presença valeu a pena. No fim das contas, a história colocará tudo isso em contexto.

    O Brasil estava e continua dividido, logo, nada muda com a nova demonstração de força popular de Bolsonaro, que repetiu as grandes aglomerações de carreatas, motociatas e passeatas na própria Paulista. Por maiores que tenham sido, não refletiam a maioria da população, tanto que ele perdeu em 2022 e se tornou o primeiro presidente derrotado na disputa pela reeleição.

    De toda forma, a forte adesão é um recado para o governo Lula, o PT e os antibolsonaristas em geral, de esquerda, centro e direita. Bolsonaro pode ser o que é, pode ter feito tudo o que fez de mal, antes, durante e depois da pandemia, mas o bolsonarismo paira sobre o País, preparando-se para inverter o prato da balança e voltar ao poder.

    Isso aumenta a responsabilidade de Lula, que precisa fortalecer suas ações e melhorar seus resultados em áreas em que Bolsonaro foi uma tragédia, como ambiente, defesa dos povos originários, saúde, educação, política externa.

    Não basta ter ministros e gestores incomparavelmente melhores, Lula tem de mostrar os efeitos em fatos, números e declarações certas, na hora certa.

    Bolsonaro chegou até onde chegou com palanques e grandes multidões País afora, mas também apoiado por uma máquina de discursos, realidades paralelas, desqualificação de adversários. Se Lula apresentar resultados expressivos, isso fica mais difícil. Com resultados que deixam a desejar, por exemplo, no desmatamento e nas terras Yanomami, Bolsonaro nada de costas.

    O principal efeito do ato na Paulista – sem os cartazes e faixas golpistas – foi jogar luzes num fato real: apesar de tudo o que todos sabemos, e com Bolsonaro candidato ou não, o Brasil continua dividido ao meio e o bolsonarismo está vivo. O centro? O gato comeu.

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