As aulas nas escolas municipais de Gaspar vão recomeçar no dia três de fevereiro. É uma excelente notícia depois de um ano vagando em incertezas devido a Covid-19 e com o Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – de 2019, atestando que os alunos das escolas gasparenses, sob a gestão do reeleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, estão, literalmente, desaprendendo. Inacreditável!
Mas nem este fato grave – e contra crianças e adolescentes – fez mudar a cabeça e à ganância por cargos públicos dos nossos “çabios” e cabos eleitorais na barrosa gasparense.
E as más notícias?
A data de começo das aulas neste ano – apesar de anunciada como certa – pode ser alterada; quem comanda área não é do ramo, pior, é interino; e nos bastidores – como se não houvesse amanhã e à necessidade de se alfabetizar e repassar conhecimento mínimo -, os políticos, todos marmanjos, travam uma guerra de bastidores por espaços de mando numa secretaria que vai mal, muito mal, no resultado a que está obrigada a entregar à sociedade vulnerável e à pagadora de pesados impostos. Vergonha!
A secretaria de Educação andou para traz era do MDB e tocada pela professora Zilma Mônica Sansão Benevenutti. Zilma foi bem e se salvou, elegendo-se vereadora. Na divisão do novo poder do MDB com o PSD, PP, PDT, PSDB, a Educação foi loteada para ser do PSD, partido que foi mal nas urnas: elegeu só um vereador. E o PSD escalou para à vaga o professor Antônio Mercês.
Mercês era o diretor do colégio estadual Honório Miranda. Ele que já foi PDT e PSDB e candidato por duas vezes a vereador sem se eleger. Agora está em licença-prêmio e num processo d sua aposentadoria. Se assumir a vaga de secretário, o processo é interrompido. Não terá o salário de aposentado somado ao de secretário. Só o de secretário.
O MDB, matreira e gulosamente faz contas devido aos resultados do PSD nas urnas: elegeu só um vereador. E por isso, está à cata da vaga. O PSD se segura como pode. E até pediu ajuda religiosa.
O guru e patrono de Kleber no mundo evangélico, o deputado Ismael dos Santos, PSD, tem até uma indicação de Blumenau para segurar a vaga para o partido. O PSD de Gaspar suspeita que pode ser armação. E Mercês – que na campanha de Kleber e do vice Marcelo de Souza Brick, PSD, andou de férias pelo Nordeste – diante de tantas dificuldades, já até colocou as barbas de molho.
Este é o retrato de uma gestão feita de politicagem e que diz não entender às críticas, e as razões pelas quais os resultados técnicos quando aferidos – como foi o caso do vergonhoso Ideb de 2019, o qual não pode contestado com argumentos -, desanda.
O interino da Educação e sem qualquer intimidade com o objeto da pasta, é o chefe de gabinete e presidente do PSDB, Jorge Luiz Prucinio Pereira. Veja só: ele tem em sua função encontrar soluções para as desavenças de interesses dos novos grupos no poder de plantão. Então, a Educação é lugar para comandar algo que já está estraçalhado.
Um professor me perguntou: “o Ideb é um retrato triste, mas vamos ter alunos neste 2021 no 1º ano do Ensino Médio, que praticamente, não tiveram aulas em 2020. Como vão entrar nesta nova fase sem base alguma?”.
Aliás, todos perguntam. Mas, a pergunta da moda e que vale no atual governo de Gaspar é qual partido vai ocupar a secretaria de Educação, e não quem está realmente habilitado e é líder para desarmar esta bomba que se está lançada desde o tempo de Zilma. O petardo foi turbinado com os alunos em casa devido a Covid-19.
Esses alunos, são exatamente os que não possuem opções – ou condições – para além das escolas públicas onde estão matriculados. Escolas públicas tocadas por políticos descompromissados com a educação. Quando na busca de vagas no mercado de trabalho ou faculdades, esses egressos estarão em evidente desvantagens. Pobre sofre.