Bingo. O tema da coluna Olhando a Maré na edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, sob o título “AGORA É ORAR”, e a ampliação daquela coluna aqui com o título “MDB DE GASPAR ESCONDE O JOGO E ABRE MÃO DE PROJETO PRÓPRIO. É PARA OS SEUS SE PERPERTUAREM NO PODER” precipitaram o anúncio do PT local. Ele vinha tratando o assunto internamente e em banho-maria. Credibilidade é algo que não se compra, conquista-se. O PT já entendeu. Obrigado leitores e leitoras.
A Gaspar dos políticos enveredou na tese aristoteliana de que, quem tem muitos amigos não tem nenhum, ou seja, a cidade ameaça ter muitos candidatos a deputado estadual e se arrisca ao vexame na contagem dos votos, mais uma vez. Ou seja, não terá votos suficientes sequer para uma boa suplência para nenhum deles.
Sábado que passou, em dia impróprio para a comunicação o que bem demonstra o improviso a que foi submetido, via à marquetagem, foi a vez do PT de Gaspar anunciar que terá candidato a deputado. Vai aproveitar a onda Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, ex-presidiário, reabilitado para voltar ao cenário político, incluindo a tal regulação da mídia.
Até agora, Lula está bem cotado nas pesquisas da pré-corrida eleitoral, alavancado pelo seu melhor cabo eleitoral, o presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, na enchente de erros, mentiras e dúvidas que inundam sua figura e os que permanecem nesta barca cada vez mais cheia de furos.
Qual o fato novo no anúncio do PT de Gaspar? Que tudo é velho. A criação de um fato sem uma definição , serviu para apenas animar a torcida, criar um espaço político e principalmente, intimidar às outras candidaturas adversárias. Elas se ensaiam e ainda não decolaram de verdade por aqui.
Estão no páreo o jovem João Pedro Sansão, o atuante vereador Dionísio Luiz Bertoldi – talvez por ser o único de oposição -, o ex-vereador e candidato a prefeito, Amarildo José Rampelotti, e o ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi. Amarildo é cacho que já deu bananas. João Pedro e Dionísio só servem para serem projetos locais para 2024. Zuchi é o que pode se estadualizar se a ideia do PT vingar.
O que mostra mais uma vez o PT de Gaspar? Que não fez a lição de casa, não renovou os seus quadros e muitos menos se adequou o seu discurso à realidade dele próprio que é a inserção plural da representatividade.
Quatro candidatos homens e brancos? Ficou na mesmice onde estão metidos os seus possíveis concorrentes por aqui. É um ensaio. É apenas um aviso de que vai ter candidato e ocupar parte deste espaço desde já. Ainda há tempo para reavaliações e criar fatos novos. Pois no passado quando foi para trucar, ao menos botou na linha de frente duas mulheres em três tentativas: Liliane Zuchi (em 2002 fez 6.504 votos com Zuchi no mandato) e Mariluce Deschamps Rosa (em 2006 fez 8.373 votos e em 2010, como vice de Zuchi em 2010, 14.604 votos)
E para encerrar.
Na atual coligação MDB, PSD, PP, PDT e PSDB no poder de plantão, ensaia-se um candidato sob à benção das igrejas neo-petencostais, do bolsonarismo em franca queda e do empresário Luciano Hang, que vai ficar mais exposto do que já está. Também já escrevi sobre isto.
Mas, há aparas nos que estão no poder de plantão, incluindo a de criar um laranja que ocupe a possível fusão do PSL com o DEM, para que dali nada saia ninguém para concorrer com esse grupo, bem como lidar com os candidatos de fora e que são parceiros da atual administração.
Se não der certo esta jogada que se arma nos bastidores gasparenses, e já expliquei em outros artigos, Gaspar – que tradicionalmente é uma terra para candidatos paraquedistas – poderá ter três candidatos a deputado estadual. Um desperdício.
Ainda há tempo para consagrar ao menos um dos candidatos locais a Federal e com o mesmo objetivo de ser um teste de urnas para a a corrida de prefeito em 2024. Acorda, Gaspar!