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PLANO DIRETOR DE GASPAR É PEÇA DE FICÇÃO. OU É UMA ARMA DE POLÍTICOS PARA ENCURRALAREM ADVERSÁRIOS, OU É UM DOCE PARA AGRADAR OS ALINHADOS E MANSOS? TUDO SEMPRE COM SILENCIOSA APROVAÇÃO DA CÂMARA

Alterado às 15h01min de 25.08.23Na sexta-feira da semana passada, dia 18 de agosto, matreiramente despercebido, e mais uma vez – bem do que diferentemente aconteceu nesta semana na quarta-feira e que retrato abaixo no TRAPICHE no que tange à participação popular [ compare as fotos] -, a prefeitura e a Câmara de Gaspar produziram um espetáculo de deboche contra o Plano Diretor, a cidade, seu futuro minimamente organizado e à equidade entre os cidadãos e legislação. Uma audiência pública vapt-vupt, para apenas cumprir uma exigência da lei e com isso dar ares de formalidade e autoridade no trâmite legislativo, retaliou-se, outra vez, em diversos Projetos de Lei, o que deveria ter sido cumprido e o que quer se favorecer poderosos e amigos do poder de plantão.

Qual a alegação fajuta? De que o Plano Diretor está defasado e para revisá-lo é preciso mais dois anos. E o que está errado, não pode mais esperar.

Isto, para ser claro e sem meias palavras é um a mentira.

Estão na verdade, estão legalizando o errado, o que permitiram que se fizesse fora da lei e se livrando da culpa, descaracterizando o dolo daquilo que permitiram. E por quê? Não fiscalizaram, fecharam os olhos e NÃO aplicaram a lei em vigor sabendo que mais tarde haveria um jeitinho Simples assim!

O primeiro e único Plano Diretor de Gaspar foi criado em 2006. Foi no tempo do governo de Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB e que depois foi dar no PSB e PPS e que virou hoje o Cidadania e está federado com o PSDB. Foram os técnicos da Furb, com conhecimento da região, que o fizeram num debate com as comunidades de Gaspar. 

A revisão do Plano Diretor, segundo o Estatuto das Cidades, teria que acontecer em dez anos, ou seja, em 2016. Sim, porque a cidade é um ente vivo. E se cria novas necessidades. E o Plano Diretor, nada mais é do que organizar esta cidade: onde pode ter indústria, onde vai se ter casas e prédios, comércio e as ruas para dar conta de tudo isso, protegendo a natureza, criando qualidade de vida, facilitando a mobilidade de hoje e do futuro.

Tanto é que em 2012 o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, iniciou este processo de revisão e “complementação” do Plano Diretor. 

Ao final ganhou e foi contratada por quase R$400 mil – a dinheiro de hoje chegaria a R$1 milhão – a Iguatemi, de Florianópolis. No papel, os entendidos e técnicos, fizeram algo utópico. Gente teórica que não conhecia e não quis conhecer à nossa realidade. Ele expressava muito as preocupações com os severos desastres naturais. Para alguns, esta utopia até foi proposital. E o desfecho deste história que não se completou ainda colabora para esta percepção. Diante da gritaria de donos de terras e empresários loteadores, nada do que se projetou na “revisão” do Plano Diretor foi à discussão, avaliação e aos obrigatórios consensos com os afetados e na discussão com a sociedade de um modo em geral.

Bingo!

Ficamos à mercê das jogadas dos políticos e seus amigos. Os fracos, os sem padrinhos ou adversários, foram ou estão sendo espoliados. Emenda em cima de remendos. Tem coisa que se fez, como mudanças de zoneamento, que nem audiência pública teve. E tudo longe do olho necessário do Ministério Público. Incrível! O atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, teve sete, vou repetir, sete anos para mudar tudo isso. Não levou adiante o que a Iguatemi propôs, nem contratou outra empresa para a revisão organizada e técnica do Plano Diretor. Até a secretaria de meio ambiente com técnicos só fez há menos de um ano, na marra, depois de perder todos os prazos para o MP.

Agora, a secretaria de Planejamento Territorial, de onde se devia liderar este processo de atualização do Plano Diretor, vem com a desculpa amarela e repetida – a cada remendo – de que não há tempo, pois demora dois anos, para fazer o que já devia ter feito há anos?

Isto é uma tática. Manjada. Todos conhecem. Até as autoridades fiscalizadoras.

Na audiência e que pode ser vista aqui e no site da Câmara (se não tirarem de lá e não será surpresa isto com a atual Mesa Diretora)  Audiência Pública: Projetos de Lei Complementar nº 10, 11, 12 e 13/2023 e Projeto de Lei nº 65/2023 – Sessões – Câmara de Vereadores de Gaspar (camaragaspar.sc.gov.br) é claro perceber que se está fazendo a coisa de forma errada. Tudo para limpar problemas. Assista e não se assuste.

Primeiro, uma audiência desse tipo, deveria ser feito nas comunidades afetadas. Não foi. E se fez na Câmara entre poucos políticos, alguns técnicos que não esclareceram nada do caos que criaram e se limitaram a expor – em alguns casos até fingiam não conhecer bem o que se fazia e dizia -, com praticamente nenhuma participação popular,  em horário de expediente onde a população está trabalhando: 16h30min. 

Segundo é a pressa com que se faz neste tipo audiência com temas sensíveis. Parece que há outro compromisso. Quer se terminar e não abrir espaço para debates.

E terceiro, é como se omite esclarecimentos, finge-se desconhecer o que realmente está se fazendo e nervosamente torce-se para que não haja perguntas, mesmo estando lá, vereadores que, supostamente, precisam conhecer detalhes para avaliar as matérias antes de emendá-las e votá-las. São colocadas aos montes, exatamente para que como num balde de siri, uma esteja atrelada a outra e assim, sejam mais difíceis de uma ser excluída ou mudada no pacotão.

E quando há questionamentos, as respostas são embaraçosas. E o secretário de Planejamento Territorial, Carlos Francisco Bornhausen, um técnico de carreira – é a primeira vez que Kleber permitiu isso -, o qual está tentando “limpar” estas pegadinhas criadas pelos políticos e seus amigos no poder de plantão, claramente fica constrangido em explicar o que não pode ser explicado. E quando faz isso, sem alternativa, aponta os culpados: obviamente o próprio poder público.

Resumindo. Conhecido loteador, conhecedor da legislação, invadiu uma Via Projetada pelo Plano Diretor vigente e nela estendeu o seu loteamento. Não podia. Ele mandou bananas. A prefeitura fechou o olho. Ele vendeu os lotes. E agora eles possuem problemas de Registro de Imóveis. A prefeitura é parte da culpa. E a prefeitura até poderá ser culpada pelo loteador por este olho fechado. O que ela faz, então? Muda a via de lugar. E para completar a lambança, a ciclovia que estava projetada nesta VP, um avanço e atualidade de mobilidade, desaparece e se faz estacionamento de veículos. Quase duas décadas de atraso conceitual. Outra Via Projetada em outra parte da cidade desaparece para dar lugar a um terrenão para se construir galpões. E assim vai. Quem ganha? Não sei! Quem perde? Todos os que seguem a lei, os que não possuem amigos no poder de plantão. Simples assim!

Na Margem Esquerda não se podia ter estamparia com mais de 30m2 e isso foi motivo de um quiproquó com um Fiscal. Até tiros deu. 

O fiscal pegou – e provou e por isso todos no paço ficaram tiriricas – a própria prefeitura legalizando algo que não podia. Agora, se passar o remendo que foi a tal audiência pública, poderá. Há muitos nesta situação por lá e de todos os partidos. Ou seja, também dá votos. E como estamos caminhando para mais uma disputa eleitoral…A prefeitura se livra da responsabilidade solidária neste crime.

E o fiscal? Este sim é um problema. Por fazer o serviço dele, com a lei na mão, está amaldiçoado e todos os políticos querem a cabeça dele. É uma questão de honra. A audiência mostrou que a mesma coisa acontece no Distrito do Belchior. Não era permitido a instalação de determinadas indústrias em determinados locais. Mas, elas se instalaram, com o aval da prefeitura. Agora, está se mudando ou remendando o Plano Diretor para dar regularidade ou que era irregular. Daqui a pouco, aos poucos, poluindo as cascatas, a fonte de atração diferencial daquela região. Cresce as indústrias, acaba-se com o turismo, a “indústria do futuro”.

Em Gaspar é assim: você sabe que é errado, a prefeitura sabe que é errado, mas todos fecham o olho por determinado tempo. Vêm as pressões e negociações. Para a maioria as bençãos. Para alguns, as punições. O Plano Diretor de Gaspar é uma peça de ficção, não tanto pela falta de revisão obrigatória e que está atrasada há sete anos, mas pelas atitudes dos políticos e da falta de autoridade da prefeitura para preservá-lo, naquilo que foi discutido com a sociedade. É cultura. A do atraso.

E por quê? Todos sabem, que com o tempo, vira uma lei, e até uma audiência quando tomam esta precaução, e o errado vira exceção para se tornar certo definitivo no retalho que se costura no Plano Diretor. Os que não fizeram isso, olharam a lei antes, ou foram impedidos pela própria prefeitura por não terem padrinhos bons ficaram na chuva. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Nesta quarta-feira, governo de Gaspar sentiu o bafo do povo e de quanto ele [governo] está errando, sistematicamente – talvez por falta de reação – contra a cidade, os cidadãos e cidadãs. Foi na audiência Pública feita para discutir as cobranças das exageradas taxas nos dois cemitérios públicos. Tudo sem a necessária discussão prévia com a cidade, os cidadãos e cidadãs. Está é a marca de Kleber Edson Wan Dall, MDB, seu vice, Marcelo de Souza Brick, Patriota, ou PL, talvez, ou PP, sei lá, seus “çábios” que infestam o paço municipal e a Bancada do Amém na Câmara, onde estão religiosamente onze dos 13 vereadores. E neste caso dos cemitérios foram os 13.

Plenário cheio. Nervoso. Inconformado. O suador foi grande. O prefeito e o vice não apareceram. Mais uma vez fingiram que não era com eles. Nenhum deles -p acostumados a isso aos montões postou um vídeo Os vereadores, os que foram, ficaram quietinhos. O que tentou se explicar como Francisco Hostins Júnior, MDB, foi brevíssimo. Não tinha clima. O que tentou fazer política, Alexsandro Burnier, PL, sentiu a reação. E ao final, os vereadores que foram lá, mesmo os governistas, não tiveram dúvidas em limpar a si próprios e apontar Kleber Edson Wan Dall, MDB como o único culpado disso tudo: foi ele quem criou os valores exorbitantes. A lei que já existia e a que os vereadores “melhoraram” para dar espaço ao crematório, só autorizava a caneta do prefeito fazer o que ele fez. E ele a usou. E abusou dela. Despiu-se de Cristo. Simples assim.

Os vereadores, ao sentir o bafo do povo que mal representam, por sua vez, agora querem limpar as digitais deles neste rolo. Impressionante. O próprio relator da matéria, Giovano Borges, PSD, o parceiro de todos os momentos de Marcelo de Souza Brick, ele próprio cortou a audiência. O assessor dele era o que toca o cemitério. Ficou refém. E agora está calado. Giovano quis ouvir a comunidade quando se faziam estas mudanças e dava tinta para o prefeito fazer o que fez. Giovano, se não tivesse atropelado, teria evitado o desastre de quarta-feira para ele, Câmara e o Executivo. A emenda de retirar a audiência pública – e registrei aqui – saiu pior que o soneto. A esperteza comeu o dono. O que ficou claro: que o prefeito, o vice, seus “çábios” estão surdos e que os vereadores, não representam a comunidade. Ao fim, todos lavaram todos, a minha alma mais uma vez. Não é à toa que sou o líder de audiência na cidade. São quase 20 anos.

O governo gasparense no poder de plantão resmunga de que seus adversários estão fazendo política. Primeiro quem estava lá reclamando na quarta-feira na Câmara e que representa muitos que não puderam ir, na sua maioria, foi eleitor do que está aí no poder. E só pode estar se tornando adversário desse mesmo poder exatamente pelas muitas burradas, omissões e desprezo do próprio Executivo. Quem deu espaço para essa gente crescer contra o governo de Kleber e Marcelo? O próprio Kleber e Marcelo que vivem nas redes sociais mostrando coisas que não coincidem com os resultados que eles garganteiam. Nem naquilo que o PT tem culpa no cartório, o governo presente à audiência foi capaz de dar o nó e mostrar a corda.

E por quê? O representante do governo que se escondeu e que foi lá dá a cara à tapa, o procurador Felipe Juliano Braz, quis se impor e pela arrogância. “Todo dia acordo com uma taxa para pagar”, como se esta fosse a sanha de todo o cidadão acordar e ver o governo enfiar no seu bolso vazio mais um boleto para sustentar a máquina cara, burocrática e sem resultados dos políticos no poder de plantão. Depois, Juliano como representante de Kleber e Marcelo não explicou a razão para fazer caixa milionária do dia para a noite, como vai usar esta montanha de três milhões vair ser usada e como se chegou ao valor dessas taxas. Faltou clareza. Faltou respeito. Inventaram números. E isto ficou claro durante toda a audiência. Restou aceitar uma comissão para discutir melhor este assunto. Ninguém quer nada. Não exatamente porque não precisa, mas pela imposição feita.

Outra. Também ficou claro o que sempre escrevi aqui: esperaram o problema se agravar para, supostamente sem saída, colocar a corda no pescoço das famílias dos vivos, que por sentimento familiar e cristão, querem cuidar da memória dos seus mortos. Isto também cheira desumanidade. “Não tem terreno. Ninguém quer um cemitério por perto. Leva dois anos para licenciar um. Tragam-me um abaixo assinado de vizinhos que aceitam um cemitério por perto de seus imóveis”, argumentou e deu bem a dimensão do caso pensado dentro da prefeitura o procurador Felipe. E o prefeito teve sete anos para fazer isso e evitar este debate que lhe desgasta. Não fez. Hoje não tem dinheiro. E esfola.

Os discursos e queixas dos que usaram o microfone foram lições, claras, óbvias, aos vereadores, todos de cabeça baixa, incluindo o presidente da Casa, Ciro André Quintino, MDB. O comunicador e ex-vereador Miro Salvio, mirou naquilo que o governo erra na escolha das suas prioridades. Exemplificou que Kleber e Marcelo referiram comprar um terreno da Furb por R$14 milhões, salvar o caixa da universidade e deixá-lo lá na Rua Itajaí, criando mato do que resolver o que realmente precisava resolver para a população gasparense. Este é um entre muitos retratos da incoerência e da incompreensão que passa pela Saúde, Hospital, Educação, falta de vagas nas creches, assist~encia social nula. Agora, a prefeitura está sem caixa, até para manter o básico. E ferra a população, sem ouvi-la. E os vereadores avalizam.

Se o PT cresceu com Dionísio Luiz Bertoldi, PT – um notório candidato a prefeito -, para cima do governo de Kleber, Marcelo, dos “çábios” e da Bancada do Amém, é porque são incompetentes até naquilo que o PT é parte da culpa neste processo. Em 2014, na gestão de Pedro Celso Zuchi, PT, ele “privatizou”, fora da lei, o cemitério do Santa Terezinha para o limpador dele, a Arnaldo Muller, a origem do que é hoje a Saay’s Muller – e que está recolhendo o lixo da nossa cidade outra vez. Então: 220 pessoas compraram terrenos por R$3.300,00. 

O MP pulou na jugular. O caso foi parar na Justiça. E tudo o que foi feito não tinha mais valor. Mas, devolver o dinheiro dos que sem outra opção tiveram que entrar nesta sinuca de bico para enterrar seus mortos conforme depoimentos fortes de quarta-feira, nada até agora. “Isto está na Justiça”, lavou as mãos o procurador Felipe Juliano Braz. E a Justiça é lenta. Ainda mais contra o poder público e os políticos.

Os 220 não compraram de um particular, o Arnaldo Muller ME. Eles compraram de uma concessão malfeita pelo poder público que foi anulada pela Justiça ao particular. Quem está devendo aos 220 é a prefeitura – e não um prefeito que fez o errado, neste caso Zuchi. E o que faz Kleber Edson Wan Dall, MDB? Empurrar o assunto com a barriga. Faz caixa quando se finge de morto e não faz um acordo entre as partes, estanca os prejuízos que vai contra todos os pagadores de pesados imnpostos e tenta deixar para o próximo prefeito.

E perde a oportunidade de ouro de transformar um limão numa limonada. Ora, no mesmo mecanismo em que ele criou taxas, com amparo jurídico do seu procurador Felipe, tudo para facilitar a vinda de crematório, por brecha calculada da urgência, deveria também estabelecer à devida compensação desses 220 lesados no governo petista. Mas, não. Eles além de terem sido enganados em R$3.300,00 há dez anos e que valem no mínimo o dobro hoje, estão obrigados, mais uma vez, a renovar a concessão daquilo que compraram como permanente. Gaspar não tem jeito. E o PT quietinho. Igualzinho ao que faz o MDB, PP, PSD, PDT e PSDB que apoiam Kleber e Marcelo.

Os políticos em geral, mas os daqui, padecem de dois defeitos de origem: o povo só é bom quando querem os votos dele; depois bananas, perseguições e benesses aos amigos próximos do rei. E quando falta dinheiro no caixa da prefeitura, por falta de gestão, por exagerado empreguismo e em muitos casos, de incompetentes cabos eleitorais, os políticos mandam conta para os seus próprios eleitores e eleitoras. Na cada dura. 

E os que querem suceder o que está aí, estavam lá nas audiências. Numa tinha gente acordada e o bicho pegou. Pode ser o sinal de que algo está em mudança. Já na outra audiência, gente para limpar as lambanças. Afinal, como diz o novo lema dessa gente: a máquina não pode parar. E não vai parar se o eleitor e eleitora continuar dessa forma: longe dos seus próprios problemas e continuarem a escolher os mesmos representantes. Avisados estavam.

Do nada surgiu nome do deputado estadual Egídio Marciel Ferrari – que já foi um exemplar delegado em Gaspare e se dedica a causa animal – para se filiar no MDB. Ele está no PTB. Em Blumenau, o MDB morreu e deixou um vácuo. No PT o deputado é um. No MDB será mais um e novato. Mas, a pergunta que não quer calar é: e a fidelidade partidária? Se não cuidar ainda perde o mandato.

Quer mais uma? A Ecossistem, de Curitiba, que por anos cuidava da limpeza das ruas e calçadas em Gaspar está indo embora. O que está mal-cuidado, ficará ainda pior. É preciso fazer caixa até o final no ano para a prefeitura não entrar em colapso financeiro.

Com a busca e apreensão de documentos, celulares e computadores do Jair Renan Bolsonaro, PL, pela polícia Civil do Distrito Federal, ao mesmo iniciou-se uma guerra de fotos de gente daqui posando com ele em recente visita a Gaspar. Os adversários associados. Os bolsonaristas se escondendo. Esta é a vida. E se não cuidar, estas fotos vão reaparecer na campanha eleitoral, daqui.

O Banco Santander que comprou a folha de pagamento da prefeitura de Gaspar já avisou que possivelmente não conseguirá fazer a portabilidade para as contas concorrentes dos servidores neste final de agosto. Só em setembro. Se isto não acontecer, num mundo digital e com a prefeitura emprestando gente dela como se empregado do Santander fosse, para muitos restará pegar os vencimentos na boca do posto na prefeitura. Mais transtornos e exposição.

Dois ausentes na Câmara na votação das mudanças promovido pelo Senado no Arcabouço Fiscal: Ismael dos Santos, PSD e Giovânia de Sá, PSDB.

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12 comentários em “PLANO DIRETOR DE GASPAR É PEÇA DE FICÇÃO. OU É UMA ARMA DE POLÍTICOS PARA ENCURRALAREM ADVERSÁRIOS, OU É UM DOCE PARA AGRADAR OS ALINHADOS E MANSOS? TUDO SEMPRE COM SILENCIOSA APROVAÇÃO DA CÂMARA”

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  3. OS “VULNERÁVEIS” DO ANDAR DE CIMA, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

    O regime jurídico da Previdência brasileira tem uma singularidade. Quando ele avança num direito do andar de baixo, sempre em nome da modernidade, ele vira fumaça. Quando a moralidade pega o andar de cima, aos poucos a prebenda é restabelecida.

    Até 2020, sete ex-governadores do Paraná recebiam pensões vitalícias de R$ 30 mil mensais. Em agosto, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a concessão do benefício. Em novembro, os ex-governadores recorreram, mas em fevereiro de 2021, a ministra Cármen Lúcia, relatando o recurso na Segunda Turma do STF, negou-lhes provimento. Seu colega Gilmar Mendes pediu vista. Em abril passado Gilmar votou, divergindo:

    “Não há cruzada moral que justifique, à luz das garantias constitucionais, a abrupta supressão dos benefícios recebidos de boa-fé durante décadas por pessoas idosas, sem condições de reinserção no mercado de trabalho.”

    Foi acompanhado pelos ministros Ricardo Lewandowski e Kassio Nunes Marques. Bingo, a pensão renasceu.

    Três ex-governadores da Paraíba e quatro viúvas também querem as pensões de volta. (Uma delas, desembargadora, com vencimentos superiores a R$ 50 mil, veio a desistir.)

    Um levantamento de 2014 mostrou que, à época, 157 ex-governadores ou suas viúvas recebiam pensões de até R$ 26,5 mil. Sabe-se lá quantos seriam hoje.

    O precedente do Paraná levou o ex-governador Roberto Requião a pedir o restabelecimento de sua pensão de R$ 43 mil mensais. Ele governou o Paraná por 13 anos e, em março, comemorou seu 82º aniversário. No mesmo barco, como mostrou Murilo Rodrigues Alves, entrou o ex-governador João Elísio Ferraz de Campos, que governou o estado por dez meses.

    Assim é a vida. O Supremo Tribunal Federal decide que as pensões vitalícias de ex-governadores são inconstitucionais e o mesmo tribunal decide que são constitucionais. Com sua decisão, o STF fez um milagre para litigantes do andar de cima.

    AS PENSÕES DO ACIDENTE DE 1958

    Em junho de 1958, caiu nas cercanias do aeroporto de Curitiba o avião em que viajavam o ex-presidente Nereu Ramos, o então governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, e um deputado. Todos catarinenses, emocionaram o estado, e a Assembleia Legislativa votou uma pensão vitalícia para as três viúvas. Como se fosse um gás, ela se expandiu.

    Em 1991, a situação era a seguinte, nas palavras do então governador Vilson Kleinubing (1944-1998):

    “A pensão passou a cobrir todas as viúvas de todos os deputados, mesmo aqueles que tivessem exercido o mandato apenas por um dia, de todos os desembargadores e juízes, inclusive os substitutos, todos os procuradores e conselheiros de Tribunal de Contas.

    A pensão tornou-se também cumulativa. Assim, se um cidadão foi funcionário público, elegeu-se deputado estadual, depois federal e terminou a carreira no Tribunal de Contas, a viúva recebia as quatro pensões. Se a viúva morresse deixando filhos homens menores e filhas solteiras, a pensão sobrevivia até a maioridade ou o casamento. Assim, deram-se inúmeros casos de senhoras que jamais casaram no civil.

    Em 1991, o valor destas pensões era quase equivalente ao orçamento da universidade do estado.”

    AS PENSÕES DE ADAM SMITH BRASILEIRO

    O andar de cima cuida de si há séculos. Torturando os fatos, chega-se a dizer que José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu (1756-1835), foi o Adam Smith brasileiro, num sacrilégio contra a memória do economista inglês. Smith lecionava na Universidade de Glasgow e, ao trocar de emprego, devolveu aos alunos o que eles haviam pagado pelo curso que não daria.

    O Smith brasileiro era um defensor da liberdade de comércio, mas estudou em Coimbra com dinheiro da Viúva. De volta ao Brasil, arrumou um emprego público e aposentou-se aos 50 anos. Arrumou outro emprego público, manteve a aposentadoria e tornou-se o primeiro professor de “Ciência Econômica”. Preservou a aposentadoria, mais os vencimentos do outro emprego e nunca deu uma aula.

    Virou senador e visconde, publicou seu livro “Observações sobre o Commercio Franco no Brazil” pela Imprensa Régia e trabalhou como censor. Ele ainda estava vivo quando suas filhas pediram à Coroa pensões vitalícias (não se sabe se foram concedidas).

    Cairu amarrava sua mula na sombra, mas, em 1823, defendia a concessão da cidadania para os negros libertos e condenava a proteção aos contrabandistas de escravizados. Perdeu.

    TRISTE CASO

    Rudolph Giuliani, advogado de Donald Trump, pagou US$ 150 mil de fiança para responder em liberdade num processo de corrupção.

    Aos 79 anos, bebendo demais, Giuliani tornou-se um triste exemplo de ocaso na política americana. Sua estrela subiu nos anos 1980. Ele era um jovem promotor e desarticulou boa parte da máfia em Nova York. Logo depois, avançou sobre larápios de Wall Street.

    Encantado pela marquetagem, entrou para a política e brilhou como defensor da lei e da ordem. Elegeu-se prefeito de Nova York e chegou ao apogeu nos dias seguintes aos atentados das Torres Gêmeas, em 2001.

    Daí em diante, nas fímbrias de seus êxitos sentia-se algum cheiro de picaretagens. Seu estilo de combate ao crime gerou um negócio multinacional e malcheiroso. Tentaram ganhar algum até no Brasil.

    Giuliani é hoje uma caricatura do que foi. Algum dia seu declínio será bem estudado e é provável que na raiz da ruína esteja a obsessão pelos holofotes, convertendo boas causas em motores do exibicionismo.

    O ESPINHO DE GDIAS

    O general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula, tornou-se um espinho no pé do governo.

    Noves fora o fato de ter recebido mais de dez alertas da Abin antes das invasões do dia 8 de janeiro, fica difícil entender por que ele achou que a situação era normal se, às 8h12m do dia 6, sentindo cheiro de queimado, retransmitiu à agência uma mensagem do grupo Patriotas, que dizia o seguinte:

    “Vamos atuar em 3 frentes”.

    1ª frente: acampar em frente às distribuidoras nas cidades (não tem combustível, ninguém trabalha).

    2ª frente: fechar a entrada dos 3 Poderes em Brasília: Executivo, Legislativo e Judiciário (quem puder ir para Brasília, vá!).

    3ª frente: quem estiver em lugares afastados, fiquem nos quartéis!”.

    Vale lembrar que às 8h15m o diretor da Abin, Saulo Cunha, respondeu a GDias: “Ao que tudo indica, são bravatas.”

    Às 18h19m, um grupo anunciava: “Festa da Selma nesse fim de semana no Plano Alto !!! Sem hora pra terminar Bora !!!”.

    Cunha argumentava que não haviam chegado ônibus fretados a Brasília.

    À CPI, GDias disse que nas mensagens dos dias 2 a 7 “não havia informações relevantes”.

    Até 9h43m do dia 7, a PM de Brasília havia monitorado a chegada de 18 ônibus, com cerca de 600 pessoas. Às 18h17m, os ônibus eram 74 e haviam trazido 5.500 pessoas.

  4. DÓLAR, YUAN E TANGO, por Rolf Kuntz, no jornal O Estado de S. Paulo

    Abaixo o dólar, viva o yuan, proclama com suas ações o governo petista, menos próximo dos Estados Unidos que seu antecessor e muito mais voltado para a China. O Brasil está disposto a aceitar a moeda chinesa no comércio com a Argentina, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio ocorreu em Johannesburgo, África do Sul, onde o presidente Xi Jinping se impôs como figura mais importante na reunião do Brics. O presidente Vladimir Putin participou virtualmente, sem se arriscar à detenção ordenada pelo Tribunal Penal Internacional. Mas valeu a pena, certamente, ficar em Moscou e acompanhar o noticiário sobre a morte do mercenário Yevgeny Prigozhin, citado entre as vítimas de um desastre aéreo na Rússia. Uma perícia honesta e bem executada poderá, ou poderia, indicar se foi um acidente.

    Só os presidentes Putin e Lula falaram sobre a guerra na Ucrânia, em pronunciamentos durante a cúpula do Brics. Ignorado o assunto pelos outros participantes, sobrou muito espaço para a afirmação da liderança chinesa. Além de se destacar como representante da segunda maior economia do mundo, o presidente Xi Jinping defendeu com sucesso a ampliação do grupo, contra a opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas o brasileiro serviu com esmero ao líder chinês.

    Repetindo a arenga contra a predominância da moeda americana, Lula propôs a adoção de moeda própria no comércio entre os países do Brics. Mas a mágica pode ser mais complexa do que talvez pareça inicialmente. Como seria estabelecida a relação entre as moedas nacionais e aquela escolhida para as trocas?

    Sem cuidar de questões desse tipo, o presidente brasileiro tem apresentado a mesma proposta em conversas com autoridades do Mercosul. A única novidade prática, até agora, foi a sugestão de Haddad aos importadores argentinos, mas a moeda escolhida pelo ministro brasileiro foi o yuan. Na Argentina, porém, o discurso de um dos candidatos à presidência, Javier Milei, aponta para a dolarização da economia, truque já tentado sem sucesso no século passado. Também houve remédios mágicos, por muito tempo, no receituário brasileiro, mas foram abandonados, até agora sem recuo, desde os anos 1990.

    Com propostas como a extinção do Banco Central, Milei é apontado e até apoiado como novidade promissora. Mas nada tem sido mais comum, na política argentina do último meio século, do que propostas de soluções mágicas, e até bizarras, para os desarranjos econômicos. Os truques são lançados, a magia é encenada e os problemas podem até recuar, inicialmente, mas os desajustes logo retornam e tudo piora em pouco tempo.

    A Argentina, como outros países latino-americanos, tem bons economistas, alguns com importante currículo internacional. Mas até profissionais com histórico mais modesto poderiam identificar os principais desafios econômicos e propor soluções prosaicas e eficazes. Não falta conhecimento especializado. Só tem faltado, com regularidade notável, a ação política necessária para a solução ou atenuação dos problemas.

    Pior que isso: as políticas têm ido, repetidamente, no sentido contrário. Já se usaram reservas cambiais para reforçar o Tesouro, apesar da frequente escassez de moedas fortes. Já se impuseram barreiras à exportação de produtos agrícolas, para conter os preços no varejo. Com isso se perderam dólares, prejudicou-se a agropecuária, estrela principal da economia argentina, e afetouse a capacidade de importação.

    O presidente brasileiro e seus ministros econômicos certamente conhecem os fracassos e as condições de sucesso das políticas empregadas no Brasil. Devem conhecer também as experiências desastrosas da política argentina, assim como as poucas iniciativas bem concebidas e bem executadas no último meio século. Devem saber, embora a admissão desse fato possa horrorizar o presidente Lula, o tipo de política recomendável para a correção de persistentes desarranjos estruturais. Não há, no caso argentino, como fugir dos ajustes típicos orientados e financiados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). A atuação do fundo tem sido mais suave e com maior prazo para os arranjos, mas a natureza das políticas tem-se mantido.

    O presidente Lula continua falando mal do FMI e preservando, portanto, a figura aplaudida pela esquerda mais juvenil. Mas nem por isso recusou um compromisso de condução responsável das finanças públicas, embora isso contrarie companheiros de partido.

    Esse compromisso contrasta com a insegurança fiscal, econômica e cambial presente no maior parceiro do Brasil no Mercosul e terceiro maior importador de produtos brasileiros. Não cabe a Lula dar palpite sobre a administração interna de outro país. Mas tampouco lhe cabe apoiar o governo desse país, financeira ou politicamente, em sua persistente resistência aos padrões mínimos de seriedade fiscal e monetária. Só esse apoio, somado a um antiamericanismo juvenil, explica a disposição de aceitar yuans, em vez dos dólares sempre escassos na Argentina, como pagamento de produtos importados do Brasil.

  5. Para os gasparenses lerem e entenderem o que se passa com os santinhos do pau oco e que usam a bíblia para lhes dar competência e moralidade que não possuem na vida cotidiana

    O DIFÍCIL PROBLEMA DA MANIPULAÇÃO RELIGIOSA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    O levantamento segundo o qual 17 templos são abertos por dia em média no País traz à tona um tema difícil de ser tratado, mas nem por isso menos real ou menos daninho: a manipulação religiosa, isto é, o uso da religião para fins políticos ou financeiros e a utilização da vulnerabilidade social e econômica para dominação social e política. É uma modalidade de coronelismo, profundamente perversa, que subjuga parcelas crescentes da população à condição de subcidadania.

    O tema exige muito cuidado. A liberdade religiosa é um enorme bem para a sociedade, parte essencial dos direitos fundamentais. Sem liberdade religiosa, não há cidadania. Além disso, grandes conquistas civilizatórias foram motivadas por ideais religiosos, como o movimento abolicionista no século 19.

    O Estado laico não tem uma religião oficial. Ele é absolutamente incompetente para fazer qualquer afirmação em matéria teológica. Consequentemente, ele também não vê as religiões – nenhuma delas – como inimigas. Ao contrário, reconhecendo a profunda atuação social e humanitária de tantos credos, o poder público trabalha em parceria com muitas igrejas em várias áreas, como saúde e educação. Mais do que uma relação de oposição ou de conflito, o Estado Democrático de Direito – mantendo-se rigorosamente isento nas questões especificamente religiosas – vislumbra nas igrejas uma realidade humana e social que merece ser preservada e respeitada.

    Esse é o espírito consagrado na Constituição de 1988, que reconheceu e protegeu a liberdade religiosa. Vendo nas diversas manifestações religiosas um importante bem social, o legislador constituinte estabeleceu a imunidade tributária das igrejas. “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer culto”, diz o art. 150, VI, b. Ver no fenômeno religioso, seja qual for sua matriz espiritual ou filosófica, uma oposição ao Estado Democrático de Direito é manifestamente inconstitucional: é reconhecer que não se entendeu nada sobre a liberdade própria de uma democracia. O Estado contemporâneo não vem dizer como os cidadãos devem viver – em que devem acreditar ou como devem amar –, e sim assegurar o espaço de liberdade para que cada um, respeitando a lei e os direitos dos outros, viva como bem entender.

    As religiões fazem parte do passado, do presente e do futuro do País, de modo que integram nosso patrimônio histórico, arquitetônico, social e cultural, mas todo esse panorama formidável não esconde o fato de que, sob aparência de fenômeno religioso, há muita gente aproveitando-se da condição de vulnerabilidade de outros cidadãos para fins políticos e financeiros. No Brasil, fundar uma igreja virou, muitas vezes, um lucrativo negócio. A imunidade tributária, cujo objetivo é assegurar a liberdade religiosa da população, transformou-se em ocasião de enriquecimento. Não é nenhum exagero: ao longo das últimas décadas, lideranças religiosas acumularam milhões.

    No ano passado, criticou-se, neste espaço, “o uso abusivo do estatuto especial das igrejas para fazer proselitismo eleitoral” (ver o editorial Púlpito não é palanque eleitoral, do dia 13/8/2022). Além de constituir uma manipulação de liberdades fundamentais, a prática é vedada pela legislação eleitoral. O problema já foi tratado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), algum limite às atividades eclesiásticas é “medida necessária à proteção da liberdade de voto e da própria legitimidade do processo eleitoral, dada a ascendência incorporada pelos expoentes das igrejas em setores específicos da comunidade”.

    O País não pode fingir que o problema da manipulação religiosa não existe, sob pena de permitir a exploração de cidadãos por seus iguais. Não é fácil estabelecer critérios para a distinção entre o que é religião e o que é instrumentalização da religião. Mas não cabe abdicar dessa tarefa. Só será possível defender efetivamente a liberdade religiosa se, enquanto sociedade, soubermos o que não é liberdade religiosa.

  6. Lula, o presidente do mundo podre e da américa do sul decadente, quiçá da Argentina em frangalhos atrapalha o Brasil

    O CAOS ARGENTINO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    O bem-estar material tende a ser fator decisivo para as escolhas do eleitorado, e o caos econômico não raro descamba para a desordem social e política. Em meio ao descontrole inflacionário e ao encolhimento da renda, a Argentina experimenta hoje esse risco.

    Nas primárias para a Casa Rosada realizadas em 13 de agosto, o voto de protesto proporcionou a ascensão de um candidato antissistema, Javier Milei, de um radicalismo liberal irrealista. Poucos dias depois, o país vizinho se viu às voltas com uma onda de saques populares a supermercados.

    Os ataques começaram em cidades da província de Mendoza e se espalharam pelas de Córdoba, Neuquén e Río Negro, além da região metropolitana da capital Buenos Aires —onde, segundo relatos, cerca de 200 pessoas foram detidas na semana que passou.

    A menos de dois meses das eleições, o desalento e o desespero são tratados à base de politização rasteira. A porta-voz da Presidência, Gabriela Cerruti, disse que os candidatos da oposição incentivaram os ataques pelas redes sociais.

    A presidenciável conservadora Patricia Bullrich, que advoga o endurecimento da política de segurança pública, cobrou “lei e ordem para sair desse inferno”; o autoproclamado anarcocapitalista Milei, não sem fundamento, relacionou os saques à crise econômica.

    A conjuntura é de fato calamitosa, com aumento da dívida externa, derretimento da moeda nacional e inflação acima dos três dígitos.

    Segundo dados de março do Indec, o IBGE argentino, o percentual de pobres (com renda individual mensal inferior a 57.302 pesos, então R$ 774) quase dobrou em dez anos, indo de 25,9% da população em 2012 para 43,1% em 2022.

    Dificilmente se poderá demonstrar o papel da radicalização política no incentivo aos saques. O fato é que o presidente esquerdista Alberto Fernández colhe, ao final de seu mandato, resultados desastrosos de uma política que evitou ajustes nas finanças federais.

    A disputa presidencial se afigura imprevisível, dado o equilíbrio entre os principais candidatos, entre eles o governista Sergio Massa, ministro da Economia. A incerteza se estende à composição futura do Congresso, o que não permite prever como a Argentina tentará escapar do caos em que se meteu.

  7. Para as autoridades de Gaspar lerem . Isto é o tamanho do atraso dele para com a cidade, a qualidade de vida e a saúde das pessoas. Elas nada nesta vergonha e acham demais se tocar neste assunto de mínima decência administrativa

    EFEITOS DO MARCO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    Acumulam-se evidências de que o marco legal do saneamento, promulgado em 2020, já resulta em aumento de investimentos no setor, tornando mais crível a meta de alcançar a universalização da coleta e tratamento de esgoto até 2033, determinada pela nova legislação.

    A tentativa estatista do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de retroceder em pontos importantes das novas regras trouxe incertezas, mas por resistência do Congresso não logrou impedir o aumento da atuação do campo privado.

    Desde a entrada em vigor do marco foram realizados 28 leilões parra a prestação de serviços em 17 estados, de acordo com a associação do setor. Em conjunto, as concessionárias vencedoras terão de investir R$ 98 bilhões ao longo dos prazos das concessões.

    Trata-se de um avanço importante para atingir a meta de destinar ao menos R$ 45 bilhões anuais ao saneamento, pouco acima do dobro do que era tipicamente aportado no país até 2020.

    Boa notícia também é a disposição de bancos e do mercado de capitais —em última instância, famílias brasileiras— em realizar investimentos de longo prazo na área.

    Duas das maiores concessionárias e operadoras privadas, Aegea e Iguá, captaram nas últimas semanas o volume recorde de R$ 9,3 bilhões por meio de debêntures, com prazos entre 18 e 20 anos e ampla distribuição para pessoas físicas em plataformas de investimentos.

    Outras fontes de recursos são instituições oficiais, como o BNDES, o banco federal de fomento, e o Banco Interamericano de Desenvolvimento, experientes em boa estruturação de projetos.

    Com mais dinheiro, tudo indica que haverá forte aceleração da expansão da rede e do tratamento de água e esgoto nos próximos anos, desde que seja preservada a principal diretriz regulatória —ampliar opções legais e financeiras para a entrega do serviço essencial.

    Ao contrário do que prega a crítica ideológica, as novas regras não privilegiam o setor privado. Governos municipais e blocos regionais podem avaliar modalidades diferentes e escolher as mais adequadas às condições locais.

    O cardápio inclui concessões, parcerias público-privadas e a eventual continuidade da prestação do serviço por estatais, que precisarão provar capacidade financeira, outra exigência legal.

    A centralização da definição dos padrões técnicos na Agência Nacional de Águas (ANA) também permitirá aumento de escala e eficiência.

    Poucas prioridades podem ser maiores do que estender a coleta de esgoto para os 92 milhões de brasileiros (mais de 40% da população) desprovidos de conexão com a rede, segundo dados do sistema federal —que mostra, além disso, que somente 51,2% da água passa por tratamento sanitário. São números vergonhosos, que não autorizam picuinhas políticas.

  8. SANTA CATARINA VAI TER 20 DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS EM 2026. HOJE SÃO 16. QUEM DETERMINOU A MUDANÇA FOI O STF COM BASE NO CENSO DE 2022

  9. O BLOCO DE CARNAVAL DOS BRICS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

    A cobertura jornalística intensiva dessas “reuniões de cúpula” costuma passar a impressão de que grandes mudanças estão sendo decididas aos 45 minutos do segundo tempo desses jogos geopolíticos. A proximidade com poderosos e seus assessores, o climão de importância e tensão, acaba por levar a exageros sobre a relevância prática do que se discute.

    É compreensível, humano. Acontece em “cúpulas do clima” (“termina em impasse”). Antigamente acontecia nas reuniões da Organização Mundial do Comércio. Era assim em reunião de G5, G7, G8, Gn+. O suspense e impressão de importância aparece até em cobertura de festa literária, do Oscar ou de temporada de desfile de moda, aliás ora tão em baixa quanto a OMC.

    Não é que essa cúpula dos Brics tenha sido desimportante. Mas por que teria sido importante?

    Em 1985, os líderes dos países do G5 fizeram um acerto de taxas de câmbio. Durou um tempinho. É um tópico da história da finança e assunto a que a esquerda dava muita importância (tinha a cara de um “comitê do capital” definindo os rumos do planeta, né). Logo depois desse acerto (“acordo do Plaza”), mudanças na teoria da finança, na tecnologia de informação e comunicação, diferenças de produtividade e a liberação financeira, etc., fizeram picadinho desse tipo de cúpula. Correntes subterrâneas da história fazem o serviço.

    Então os Brics devem admitir novos sócios. O que é por ora quase ficção diplomático-publicitária vai incluir meia dúzia de ditaduras ou países falidos. Pode até dar em alguma coisa —a depender do que pretendem fazer da vida os Brics que têm tamanho, dinheiro, armas ou proximidade dos centros de tensão do mundo.

    O Brasil mora longe. Não é economia pequena, mas ficou nanico em relação à China e assim o será em relação à Índia. Não tem poder de fogo (tiro, pancada e bomba). O que pode apitar nesse clube antiocidental?

    Imagine-se que o Brasil se tornasse uma “potência ambiental” —diminuísse emissões de carbono aos montes, acabando com a destruição da floresta. Que tivesse um plano tecnológico-econômico de “transição verde” bem pensado. Que tivesse estabilidade macroeconômica, ciência, educação e voltasse a crescer. Etc. Teria mais voz no mundo e dinheiro do que falando no palanque da China.

    O que o Brics-Plus pode apitar?

    Considerem a coalizão de EUA, Canadá, Austrália, Europa e Japão. Entre tantos desentendimentos (como comércio e defesa), observe-se o mais recente. Além de não quererem gastar em armas (e menos ainda morrer em guerras), os europeus ocidentais achavam que poderiam contemporizar com a Rússia, a Alemanha em particular, por interesse energético, mas não apenas. Os EUA tinham, claro, seus motivos imperiais. Olha o que deu, mesmo em um grupo de países similares e alinhados.

    O que fará a Índia ascendente, ora paparicada pelo “Ocidente”? O que fará a China em crise econômica ligeira (por ora) e em guerra fria com os EUA? Vão pautar seus destinos por decisões de Brics? Hum.

    Que poder terá essa mistura adúltera de tudo? Alianças de poderosos ditam regras de comércio e política econômica, definem tecnologias, criam instituições de reparação de danos em seu quintal, por vezes tomam decisões coordenadas de bombardear desafetos, organizam coalizões defensivas (contra a URSS, por exemplo). Que interesse comum, imediato e administrável têm os Brics? Acabar com a hegemonia do dólar? Pode estar começando a acabar, quem sabe. Até a China vende títulos do governo americano (venda acelerada depois do boicote contra Putin). Mas o dólar não vai à breca porque a Argentina, a Etiópia e os árabes petrolíferos seriam Brics.

    Sim, podem tirar uma casquinha dos EUA. O que mais?

  10. CHINA COMEÇA A POR BRICS A SERVIÇO DE SEUS INTERESSESA, editorial do jornal Valor Econômico

    O Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – ganhou importância internacional quando a performance econômica de seus membros parecia estelar e projetava a possibilidade de consolidação de novas potências que reconfigurariam a geopolítica global. Esses tempos ficaram para trás – só China e Índia aumentaram, e muito, seu peso econômico e político. O Brics voltou a ganhar destaque de novo quando China e EUA iniciaram o rompimento de laços econômicos e incentivaram uma disputa em várias frentes que ilustra o fim da hegemonia americana. A reunião do grupo em Johanesburgo mostrou que a China é um polo de atração em um mundo multipolar e quer liderar os países descontentes com a globalização. O Brasil será um coadjuvante, se quiser.

    O Brics foi um palco em que algumas das maiores nações emergentes exibiam seus pontos de vista comuns (não muitos) e a promessa de uma atuação conjunta na arena internacional – que, na prática, ocorreu poucas vezes. Com a polarização entre China e EUA, a independência do Brics está se tornando uma quimera. O passo mais importante tomado até agora para o alinhamento do bloco em torno de Pequim se deu com a escolha de seis países para ampliá-lo, anunciada ontem, ao fim do encontro.

    A ampliação interessava muito à China e à Rússia, ansiosas por ampliar o número de aliados na disputa com os EUA, mas nem tanto ao Brasil ou à Índia (que têm fortes desavenças com Pequim). Mas não houve oposição firme ao desejo chinês e ingressarão no grupo Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito, Etiópia e Argentina. O aumento do número de membros foi proporcional ao decréscimo do número dos que defendem o sistema democrático. Arábia e EAU são ditaduras dinásticas e o Egito, uma ditadura militar. A Etiópia é cliente de pesados investimentos chineses e a Argentina, à beira da falência, pode eleger um radical direitista em outubro.

    A escolha recheou o Brics de aliados da China. Pequim já tinha feito cessar as hostilidades políticas entre os sauditas e o Irã, em seu primeiro lance diplomático de peso no Oriente Médio, e acolheu os iranianos no bloco, não por ser um grande produtor de petróleo, mas um rival dos Estados Unidos, que promovem um bloqueio internacional ao país. A Arábia e os EAU colocaram o dinheiro antes da ideologia, como sócios do banco dos Brics, e sua escolha pareceu menos polêmica. A inclusão da Argentina foi uma deferência ao Brasil.

    Não houve qualquer explicação para a indicação desses países como membros e não de outros entre os 22 que pleiteiam a mesma condição. Para o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, não há qualquer mistério ou inversão da lógica nisso. “Primeiro você escolhe os países, e aí depois você define os critérios”, disse em Joanesburgo. O Brasil e os países fundadores dos Brics (exceto China) perdem peso político com a diluição do bloco, aliás pouco usual – a quantidade de novos ingressantes é maior do que a de membros originais.

    A demonstração de força e liderança da China, no entanto, tem seus limites nos interesses contraditórios dos países que compõem o Brics. Em termos de atuação conjunta, os resultados até hoje foram irrelevantes. China e Índia se encontram em lados opostos em vários temas e têm conflitos fronteiriços. Nas negociações agrícolas na OMC, o Brasil com frequência diverge da Índia. China e Rússia não querem perder poder no Conselho de Segurança da ONU, não se movem para favorecer a demanda brasileira por uma cadeira no conselho permanente e fazem apenas acenos retóricos sobre a possibilidade. O comunicado final da cúpula faz menção a isso. “A presença de quatro países do Brics no Conselho de Segurança da ONU proporciona uma oportunidade para reforçar ainda mais o peso de nosso diálogo sobre questões de paz e segurança internacionais”. Elogia o trabalho dos dois países como membros rotativos, mas não trata da participação permanente em um Conselho de Segurança ampliado, velho pleito de governos petistas.

    O comunicado final da reunião mostra a dupla face de China e Rússia, que não poderiam assinar os princípios assinalados porque não os praticam. No documento, se comprometem a “garantir a promoção e a proteção da democracia, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais para todos”. Outro compromisso, sancionado pela Rússia, que anexou pedaço da Ucrânia e invadiu o país, é o de “respeitar a soberania e integridade territorial de todos os Estados” e “a resolução pacífica de diferenças e disputas entre países por meio do diálogo e da consulta”.

    Com menos poder de influência, resta ao governo Lula definir se será um ativista em um bloco agora com feições mais anti-americanas e menos democráticas ou apenas um companheiro de viagem que buscará apoios pontuais para causas que sejam reciprocamente vantajosas. Alinhar-se automaticamente à China ou aos EUA poderá trazer prejuízos ao Brasil, que quase sempre preservou sua independência externa.

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