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PL E EMPRESÁRIOS SEM SUCESSO NAS RASTEIRAS ATÉ AGORA, FECHAM O CERCO E DECLARAM GUERRA PARA ACABAR COM A CANDIDATURA DE OBERDAN BARNI, DO REPUBLICANOS, EM GASPAR. ELE AINDA RESISTE

Esta foto acima é emblemática. Ela traz Oberdan Barni, no único encontro com o presidente “interventor” do Republicanos em Santa Catarina colocado pelo governador Jorginho Melo, PL depois de tomar o partido em Santa Catarina no último mês do ex-governador Carlos Moisés da Silva,o deputado Federal Jorge Goetten, ex-PL, de Rio do Sul e para quem, Rodrigo Boeing Althoff, candidato a vice prefeitom pelo PL de Gaspar é seu cabo eleitoral. 

O encontro aconteceu há três semanas (26 de junho) em Blumenau (foto abaixo estão da direita para a esquerda estão Oberdan, Egidio Beckhauser, presidente regional do Republicanos e o deputado Jorge Goetten) no Centro Cultural 25 de julho. Jorge Goetten esteve frente a frente com Oberdan, ouviu friamente a exposição e argumentos, como já tinha orientação superior, esquivou-se de compromissos, pois segundo ele, “ainda” estava avaliando a situação do Republicanos e suas candidaturas nos municípios, mesmo que houvesse a declaração de respeito do presidente nacional as situações já estabelecidas pela “antiga” direção do partido. 

Na semana passada, quarta-feira, Jorge Goetten, mandou a Gaspar os assessores dele de recados Rodrigo Duarte e Leonardo Santhiago. Era para o enterro da candidatura de Oberdan Barni. O encontro aconteceu numa padaria local. Não deu certo. Foi uma reunião tensa em que estava presente também o que seria anunciado na sexta-feira passada numa entrevista de rádio 89 FM, como vice de Oberdan, Aurino Amaral. 

Desde que parte do PP, MDB e empresários gasparenses que estava por oito anos com o governo de Kleber Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho PP e Marcelo de Souza Brick, PP – alguns deles, inclusive, já estiveram com as administrações de Pedro Celso Zuchi, PT -, pulou fora desta barca de apoio, devido aos maus resultados da atual administração para com a cidade e retratados em sucessivas pesquisas internas, isto sem falar na insatisfação deles em relação aos pleitos que não foram atendidos por oito anos seguidos -, essa gente aderiu ao PL e a marca Jair Messias Bolsonaro por oportunidade e para continuar no poder de plantão. 

O movimento sacou o candidato natural do PL, o engenheiro Rodrigo Boeing Althoff – que na eleição passada sem apoio do partido e mesmo assim fez 22,21% válidos para prefeito. Substituiu pelo delegado Paulo Norberto Koerich, um nome “novo” na política gasparense, mais alinhado a direita do que Rodrigo e de origem do PP, o partido que comanda a campanha com Pedro Inácio Bornhausen, mas por outro lado, tem candidato próprio concorrendo nestas eleições em Gaspar.

O que está sendo difícil para esse grupo que cobra a fatura em Florianópolis para deixar o caminho livre ao PL, os coroados do PP, parte do MDB e principalmente os empresários que comandam a política na cidade para sair daquilo que ainda patina por aqui? É o segundo passo orquestrado. Ou seja, eliminar – ou subordinar – os concorrentes do campo da direita e do conservadorismo como Ednei de Souza, Novo, bem como Oberdan Barni, do Republicanos ao mesmo balaio do PL, como anexados sem valor algum. Sem este espectro ideológico “unido”, alegam que defendem esta “união”, temem que Paulo Norberto Koerich venha desistir da candidatura, na qual por longo tempo ele próprio resistiu a entrar, mesmo já esstando filiado ao |PL pelo próprio governador. 

COMO NA SÉRIE DE TV, “TODOS ODEIAM O CRIS”

Estranhamente, por outro lado, esse mesmo grupo que ainda está com os pés em duas canoas, não considera, por exemplo, na mesma linha de raciocínio que fazem com Oberdan, a desistência de Marcelo e que supostamente estaria no mesmo campo “ideológico” e pior, no PP. Como Ednei não temem a sua decolagem, como Marcelo é muito improvável a sua auto retirada da corrida eleitoral, o foco se virou contra Oberdan a quem o próprio PL – e sua banda radical de comunicação nas redes sociais – diz possuir nada mais além do que 1%, repito 1% na pesquisa pré-eleitoral que eles próprios fizeram várias vezes e a divulgam nos encontros de cooptação.

Incrível, como políticos experientes do PP, MDB, empresários acostumados a lidar share de mercado – o governador Jorginho Melo, o deputado Jorge Goetten que se escondeu da negociação e o PL de Gaspar estão preocupados com quem eles juram ter apenas 1% (menos de 200 votos válidos) e isso não faria cócegas em que supostamente, como se divulga, estaria nadando de braçadas. 

O foco do PL neste momento deveria ser o PT, à volta de Zuchi para o quarto mandato. Entretanto, e inexplicavelmente, está deixando o PT e Zuchi livres, como deixou por vários anos o governo de Kleber e suas dúvidas, a tal ponto, de ver agora na reta da campanha, o seu único vereador, Alexsandro Burnier ser encurralado, ameaçado e chantageado para ir à vara na Câmara, e vejam só, por suposta falta de decoro parlamentar exatamente por exercer a sua função de fiscalizar o governo Kleber, Luiz Carlos e Marcelo. Inacreditável.

Quando o PL local – de forma sorrateira, sabedor dos prejuízos eleitorais que terá se der a cara neste assunto e ele se tornar uma polêmica na campanha eleitoral, bem como o PL regional, estadual – focam para frustrar orquestradamente da candidatura de Oberdan. Ao mesmo tempo, sabem que correm o alto risco de estarem atirando nos próprios pés.

Por falta de civilidade, negociação e tornar ao mesmo tempo um assunto possível de acordos em beligerante, o PL pode perder os votos da turma do Republicanos. O partido hoje em Gaspar possui um diretório com 600 filiados e construído em pouco tempo. Não é pouca coisa. 

Se Oberdan não for candidato, esses votos vão migrar, mas devido ao passa a perna que se arma sem pudor algum, não irão para o PL, mas para os concorrentes. E eles estão assistindo de camarote esta briga. E agradecem. Por outro lado, deve-se reconhecer, que a saída ou a troca na cabeça de chapa na candidatura do PL comandada por gente não afinada com o partido, também é outro nó que trará prejuízos à sigla em Gaspar nesta corrida as eleições de seis de outubro e desespera seus dirigentes e muito mais, aos radicais bolsonaristas.

O enfraquecimento da candidatura de Oberdan teve vários episódios e quem é leitor e leitora deste espaço sabia que isso iria dar no que está dando, pois anunciei com meses de antecedência. 

Primeiro, os partidos fizeram uma reunião almoço para se “unirem”, desde que o PL fosse o cabeça de chapa. Não deu certo. Só fotos e que publiquei um mês depois para relatar o que eu tinha antecipado quando soube do assunto, mas era contestado – como sempre: figuração para engolir o Novo e o Republicanos.

O segundo fato do passa perna em Oberdan foi como o PL impediu o crescimento da nominata de vereadores dos demais partidos conservadores, principalmente. Trouxe para si o União Brasil e o PRD e arregimentou quase 40 candidatos e candidatas a vereadores. 

O terceiro sinal veio da deputada Paulinha. Ela assumiu o Podemos estadual com a estória de fortalecimento do partido. O Republicanos fazia dobradinha com o Podemos aqui em Gaspar. Com Paulinha, o projeto miou.

O quarto passa perna está em curso: a tomada do Republicanos pelo PL que não quer concorrência onde o PL possui candidato viável. Está difícil sair do esquema que governa Gaspar e que a atrasa há mais de 40 anos“, reclama Oberdan. Em parte, ele próprio é culpado do enrrosco onde está metido. Primeiro sabia disso. Segundo, não se protegeu adequadamente em Blumenau e Florianópolis. Tem apenas um bunker de resistência em Gaspar. É pouco. Muda, Gaspar!

TRAPICHE

Acabo de assistir as cinco entrevistas com os pré-candidatos a prefeito de Gaspar produzidas pela 89 FM. Foram leves por parte de Paulo Flores e Joel Reinert. Quase só levantadas de bolas. E mesmo assim, os candidatos desperdiçaram golaços praticamente prontos nessas “levantadas de bolas. Pedro Celso Zuchi, PT, foi o que menos se esforçou apesar das estocadas no governo de plantão.

Zuchi não precisa se esforçar. É uma entidade depois de três mandatos. Ninguém tem dúvidas de como e com quem governará. Por enquanto, ninguém o tirou da zona de conforto.

O atual vice e candidato a suceder Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo de Souza Brick, PP, perdeu o discurso e velho pique da novidade que faria tudo diferente. Está na defesa. É governo cheio de problemas e contradições com os seus próprios discursos do passado nas entrevistas e palanques.

Sobraram as “novidades”. Ednei de Souza, Novo, saiu-se melhor que a encomenda. É um livre atirador, num partido com diferenciais em gestão pública. Oberdan Barni, Republicanos, foi melhor de todos porque colocou diretamente os dedos nas feridas da cidade e do atual governo. E Paulo Norberto Koerich, PL? Perdeu a grande oportunidade. Cauteloso, genérico e sem alma. Diferente daquele policial que se entrevistava na delegacia onde era assertivo, dominante, atento e principalmente, feliz. 

Gaspar sendo Gaspar. “Eu estou de parabéns por tanta dedicação à minha comunidade, a Lagoa“, do vereador suplente Norberto dos Santos, MDB, ao relatar as iniciativas e obras da prefeitura naquela região feitas pelo governo e algumas por sua indicação.

Há dias num evento comunitário o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi e a atual cúpula do MDB de Gaspar discutiram sobre a Arena Multiuso Prefeito Francisco Hostins ser ou não propriedade do município. Eu tratei entre tantas coisas desse assunto na sexta-feira em A DIFERENÇA DE FOCO E RESULTADOS COMUNITÁRIOS ENTRE AS ADMINISTRAÇÕES DE GASPAR E BLUMENAU. ENQUANTO KLEBER BOTOU R$14 MILHÕES NOS COFRES DA FURB POR UM TERRENO AINDA SEM UTILIDADE AQUI, A PREFEITURA DE LÁ COLOCOU NO PATRIMÔNIO DELA AS UTILISSÍMAS ASSOCIAÇÃO DA ARTEX E O COMPLEXO DO SESI

Tanto o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, como o PT sabem como começaram este serviço e como não o terminaram para a cidade, cidadãos e cidadãos. O imóvel não é do município e dos gasparenses. Está num limbo jurídico. Nem vou longe neste assunto indefensável para Zuchi e os petistas. Bastam três consultas, todas públicas e acessíveis: o decreto 4242, de três de março de 2011, o processo 025.11.001167-2.0198067-82.2011.8.24.0000, bem como a matrícula do terreno 11970, ficha 1, livro dois e se pedir uma certidão de inteiro teor. A imprensa testemunhou, mas ficou calada. E eu em repeito, esperei o registro.

Faria melhor o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi na propaganda e conversas dizer o que vai fazer para terminar o que ele começou de errado, como a Arena Multiuso. Faria melhor ainda, se dissesse que vai criar uma auditoria para ver o quando a prefeitura – no seu e outros governos – investiu num local particular, cercado de notórias inseguranças jurídicas e como, particulares usufruem de ganhos como este limpo administrativo público.

Síndrome do Céu Azul I – Ontem, Jadir Amorim publicou esta foto ao lado do Rio Itajaí Açú sob a nossa velha ponte Hercílio Deecke, aqui no Centro, com o seguinte texto. “Há exatamente 41 anos atrás (1983) eu fazia esta foto. Nós estávamos conhecendo a maior cheia dos últimos 50 anos. A medida do Rio Itajaí em Bçlumenau, 15m34cm. Nós gasparenses e de todo o Vale estávamos vivenciando um caos total”

Síndrome do Céu Azul II – O governador Jorginho Melo, PL estava no ensolarado Portugal até este final de semana. De lá anunciou que vai se reunir com a rede hoteleira catarinense para atender à demanda de possíveis turistas de lá e da Europa.

Primeiro, o governador Jorginho precisa melhorar a mobilidade (quantas horas se perde para chegar a alguma praia barriga-verde? Quantas vezes a Serra do Rio do Rastro foi fechada só este ano? Quantas tempo se perde para chegar aos dois mais movimentados aeroportos catarinenses: Florianópolis e Navegantes?). Sem caminhos não há turismo. Sem portas, não há entrada e saída de turístas.

Segundo, e urgente, é preciso restaurar o mínimo de balenabilidade do nosso litoral. Jorginho, o liberal, como se fosse um ferrenho defensor do estado paquidérmico que permeia o cerne dos esquerdistas, teima em deixar isso na mão da Casan. Ela está descapitalizada o marco legal, inchada, lenta e consequentemente, sem resultados para os cidadãos catarinenses e principalmente para salvaguardar os turistas.

Síndrome do Ceú Azul. – Terceiro, é preciso no mesmo senso de urgência, o governo do estado com suas estruturas – incluindo a jurídica – não apenas a da secretaria de Proteção e à Defesa Civil agir para os daqui – que investem e vivem – e os visitantes que se quer atrair como turistas para dar renda aos daqui. É preciso dar segurança a eventos, locais e visitantes. Alguém sabe quem está no comando da Barragem Norte a que mais protege o Médio Vale do Itajaí, um pólo de atração turística? Os povos originários, as ongs e partidos de esquerda sabem. E o governo estadual…

Síndrome do Ceú Azul – O Rio Grande do Sul, recentemente, deu avisos. Esta semana, Rio do Sul no Alto Valer entrou na sua quarta enchente deste ano. Em Blumenau, todos estavam de olho no Rio e sabedores que a Barragem Norte estava sem a função para aquilo que foi projetada e investido milhões de reais (ao tempo em que eles nem existiam). Este assunto precisa estar na pauta das eleições de seis de outubro. Em Blumenau a possível escolha do empresário e vereador Carlos Wagner (Alemão da Alumetal), PSD, para ser o vice de Odair Tramontin, do Novo, pode ser um bom caminho para esse desabafo da sociedade. Ao governo do estado resta está na hora de encerrar os discursos e se estabelecer nas prioridades com ações concretas neste assunto de Defesa Civil, Turismo, Saneamento…

Sobre o atentado ao pré-candidato republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos da América: as pessoas jovens estão cada vez mais doentes em seus mundinhos que o querem a seu gosto e modos. Ainda bem que não foi um imigrante, um negro, um mulçumano e um ideologicamente identificado com a esquerda. O garoto metido a sniper era, aparentemente, uma pessoa do novo normal, num novo mundo anormal e intolerante que até invade creches para matar criançinhas.

E a imprensa brasileira? Perdida. Preferiu o fla-flu ideológico e não à insanidade. Aliás, estes dias, vi uma reportagem na NSC que dizia que uma pessoa tinha sido condenada por supostamente ter esfaqueado e matado um vendedor de paçoca em Blumenau.

Havia vídeo do crime, havia o morto, havia a confissão do assassino, havia um julgamento condenatório com fartas provas, mas para o novo jornalismo asséptico da novalíngua, o futuro do pretérito composto é o tempo verbal chave. Lá tudo ainda é mera suposição ou escape para se pedir perdão à realidade da notícia.

Só faltou concluir a informação no mesmo tempo verbal: de que o suposto assassino teria sido supostamente condenado por um suposto juri popular com supostos jurados, promtores, defensores e juiz…. Incrivel.

Videos que circulam nas redes sociais, mostram que a Polícia Militar de Gaspar não deu trégua onde a noite aos que saiam do Rodeio que se realizou na Arena Multiuso. Com bafômetrro em punho havia dois shows: os dos pegos com desculpas e putos com a operação, e a dos guincheiros que não davam conta do serviço. Ufa!

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8 comentários em “PL E EMPRESÁRIOS SEM SUCESSO NAS RASTEIRAS ATÉ AGORA, FECHAM O CERCO E DECLARAM GUERRA PARA ACABAR COM A CANDIDATURA DE OBERDAN BARNI, DO REPUBLICANOS, EM GASPAR. ELE AINDA RESISTE”

  1. Pingback: GASPAR TERÁ NOVAMENTE CINCO CANDIDATOS A PREFEITO. O PL NÃO CONSEGUIU TIRAR OBERDAN DA DISPUTA. DEU ERRADO A TENTATIVA DE SE IMPOR UM CANDIDATO ÚNICO DA SUPOSTA DIREITA POR AQUI - Olhando a Maré

  2. ANISTIA PÕE PARTIDOS NO DESVIO, por Dora Kramer, no jornal Folha de S. Paulo

    Um dilema se impõe aos partidos e a seus políticos: ou eles dão um jeito de acabar com os abusos ao dinheiro da coletividade ou o uso abusivo do financiamento público dessas agremiações acabará com o que resta da pouca credibilidade de que ainda dispõem junto aos brasileiros.

    Caso sigam indiferentes, cedo ou tarde caberá à sociedade ou à Justiça, esta provocada por aquela, dar um fim ao impasse retirando do Legislativo a vantagem da iniciativa.

    É uma encruzilhada. Agora cabe ao Senado decidir se inicia a construção de um caminho para sair dela ou se prefere afundar na lama do descrédito e da amoralidade, em prejuízo da saúde democrática.

    A Câmara dos Deputados vem de aprovar emenda que eterniza na Constituição um prêmio à ilicitude. Perdoa dívidas com renegociações camaradas, reduz as cotas de candidaturas negras e pardas, institui vantagens tributárias, aumenta o poder discricionário dos dirigentes partidários e estabelece um liberou geral para infrações passadas e futuras.

    Pelo texto, partidos serão inimputáveis. Poderão fazer o que bem entenderem ao arrepio da legalidade, pois estarão constitucionalmente cobertos. Para sempre.

    Não há como a sociedade aceitar, mas há uma forma de os senadores frearem a derrocada, repudiando a ofensiva cheia de tenebrosas intenções.

    Triste ver a bancada negra aderir ao jogo cínico de envernizar a proposta com alegados benefícios a cotas. Não é do que se trata. No essencial a ideia são as vantagens financeiras sem garantias específicas. Estas seguem submetidas às decisões dos dirigentes.

    Estabelece-se, assim, o império da servidão do Estado a interesses individuais perpetrados ao arrepio da legalidade. Estimula-se, com isso, a disseminação de uma infecção que se alastra no organismo institucional já combalido e que na teoria é defendido por aqueles que na prática são seus piores algozes.

  3. SENADO PRECISA REJEITAR A PEC DA ANISTIA, editorial do jornal O Globo

    É missão do Senado rejeitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia — ou então esquecê-la. Aprovada na Câmara, ela grava na Constituição mudanças na legislação que beneficiam o caixa dos partidos políticos em detrimento do eleitor. Mais grave, perdoa irregularidades cometidas nas últimas eleições e desfaz incentivos a candidaturas de minorias. “A PEC é um retrocesso de décadas em relação a regras que o próprio Congresso havia construído no plano das ações afirmativas”, diz o procurador Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção. As ONGs Transparência Internacional, Pacto pela Democracia e Movimento Transparência Partidária consideraram a PEC “um grave retrocesso para a sociedade civil, para o sistema partidário, para o Congresso Nacional e, consequentemente, para a democracia brasileira”.

    Não houve debate adequado sobre os temas com a sociedade, tampouco entre os próprios deputados. Em vez de coibir abusos, a PEC dificulta a fiscalização. O texto aprovado reduz o financiamento a candidaturas de negros, autoriza as legendas a usar o Fundo Partidário para pagar multas eleitorais, as isenta de multas e juros acumulados por atraso nos pagamentos, além de estender essa imunidade a todas as sanções a que foram condenadas, inclusive as determinadas em processos de prestação de contas anuais ou de eleições passadas. Apenas o partido Novo e o bloco PSOL-Rede votaram contra esse despropósito. No fim, o amplo arco de alianças interessado no perdão aos partidos somou 338 votos. Apenas 83 deputados votaram contra.

    Para aumentar a representatividade no Congresso, o Tribunal Superior Eleitoral estabeleceu em 2020 que partidos políticos deveriam destinar a candidatos negros uma fatia proporcional dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo de Campanha. Se fossem 60% das candidaturas, receberiam a mesma fatia do financiamento. Nas eleições de 2022, a regra foi amplamente descumprida. Em vez dos 50% a que tinham direito, os negros ficaram com 30%.

    Para escapar das multas, partidos de todos os matizes ideológicos passaram a apoiar a anistia. De acordo com a última versão da PEC, caso o montante que deixou de ser aplicado em 2022 seja distribuído em 2026, 2028, 2030 e 2032, não haverá punição. Dado o histórico do Congresso, é pouco provável que a impunidade tenha fim. “Considerando que, se aprovada, será a quarta anistia, ninguém ficaria muito surpreso se viesse outra no início da próxima década”, diz Guilherme France, gerente da Transparência Internacional.

    O texto aprovado ainda diminuiu o percentual de recursos destinado a candidaturas de negros, estabelecendo 30% “nas circunstâncias que melhor atendam aos interesses e estratégias partidárias”. As mulheres, para as quais as campanhas também destinaram menos que o exigido, acabaram retiradas da PEC diante da pressão.

    Apesar desse avanço, é escandalosa a tentativa da Câmara de reduzir o apoio a candidaturas de minorias, promover anistias e diminuir a transparência na prestação de contas. O anseio do eleitorado é o oposto. Pesquisas de opinião reforçam o repúdio aos políticos que legislam em causa própria. A sociedade tem demonstrado repetidas vezes apoiar o aumento da representatividade de negros e mulheres nas várias esferas. A tarefa de resgatar esses valores do ataque representado pela PEC da Anistia está agora nas mãos do Senado.

  4. TODOS OS IRMÃOS BATISTAS, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo

    Faz bastante tempo, e muitos de vocês nem eram nascidos, havia duas irmãs muito famosas. Eram as irmãs Batista, Dircinha e Linda, cantoras. Havia uma outra chamada Odete, mas que não entrava na história.

    As irmãs Batista da minha infância eram rainhas do rádio. Pode não parecer nada hoje, mas o título importava na época em que o rádio era a única diversão. As irmãs Batista cantavam em filmes de carnaval. Se me lembro bem, elas puxavam um pouco nos erres. O pai foi ventríloquo e cantor. Fez tudo para que as filhas seguissem a carreira artística.

    É coisa de velho, eu sei, mas cada vez que falam nos irmãos Batista, o que me vem à lembrança são as irmãs Batista da minha infância. Os irmãos Batista, Joesley e Wesley, não são cantores, embora os nomes sugiram uma dupla de sertanejo universitário. Vendem carne para o mundo e surgiram num grande escândalo no governo Temer. Foi gravada uma conversa com o presidente em que um deles falava de suas visitas e de seus agrados a Eduardo Cunha, para que ele não contasse todas as aventuras do PMDB com os empresários.

    A frase de Temer ficou muito conhecida:

    — Tem que manter isso aí, viu?

    Mantenham isso, quer dizer, continuem tratando bem o Cunha para evitar escândalo. Mas o escândalo explodiu a partir daí, e os irmãos Batista fizeram longos depoimentos, delações premiadas, e sua história rolou por muito tempo na imprensa.

    Passados alguns anos, depois de tanta exposição, os irmãos Batista voltam à cena. O ministro Dias Toffoli perdoou uma multa de R$ 10,3 bilhões definida no acordo de leniência que fizeram com as autoridades. A mulher de Toffoli tinha trabalhado como advogada dos Batistas, mas tudo parece ter sido uma coincidência.

    Os Batistas foram ao exterior convidados na caravana do ministro da Agricultura. Afinal, são exportadores de proteína animal. Participam de seminários com autoridades, e parece que organizam também alguns debates sobre grandes temas nacionais.

    Os irmãos Batista entraram no ramo da energia. Compraram várias pequenas produtoras e criaram a Âmbar, que venderia para a distribuidora Amazonas Energia, uma empresa falida. Teriam enlouquecido? Vender energia para quem não paga nem pode pagar! O governo resolveu a questão editando uma Medida Provisória em que pagamos todos a dívida da empresa falida, e o negócio fica viável para os Batistas. A Amazonas devia mais de R$ 10 bilhões; agora, quem deve somos nós, que pagaremos aos poucos em nossas contas. No último dia 28, a empresa dos irmãos Batista formalizou um plano de compra da distribuidora beneficiada pela MP do governo.

    Eles visitaram 16 vezes o Ministério de Minas e Energia, mas o governo continua dizendo que foi tudo uma coincidência. É o célebre “não é o que você está pensando”, que sempre aparece quando descobrimos o casal na cama sem roupa.

    O governo deveria prestar mais atenção a esses detalhes, se é que podemos chamar de detalhes os bilhões que, por coincidência, acabaram favorecendo Joesley e Wesley. Eles podem cantar de novo, e ficaremos sabendo que, no fundo, nada mudou: o país continua sendo saqueado como foi no passado recente.

    A recusa em aceitar uma nova relação se manifesta também na insistência em manter no cargo um ministro das Comunicações acusado pela Polícia Federal de desvio de verbas públicas. Ele ficará no cargo até que provem sua culpa. No governo Itamar Franco, foi inaugurada a prática de o acusado deixar o cargo para provar sua inocência. Regredimos, portanto.

    Neste momento em que os irmãos Batista aparecem com a corda toda, manobrando bilhões que, por coincidência, lhes são legados por decisões de um ministro do STF e por uma Medida Provisória do governo, lembro-me das irmãs Batista.

    No meio da década de 1980, elas foram recolhidas em seu apartamento na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, por uma ambulância. Estavam paupérrimas, desnutridas, na miséria. Foi um choque ver o estado das rainhas do rádio, destituídas de todo o esplendor de sua carreira. Eram apenas artistas populares num país que segue na normalidade, exceto por alguns eventos extremos, tiroteios intensos, incêndios e devastações em nossas matas. Pátria amada, Brasil.

  5. Seguindo os relatos descritos nesta grande matéria dar-se a entender que pro PL de Gaspar chegar ao poder vale tudo. Sem escrúpulos, sem moral, acordos incontáveis, e por fim sem DEMOCRACIA, algo que é tratado com muito zelo pelos reais conservadores de direita.

    Se o Oberdan é um candidato cachorro morto e as colunas do Herculano ninguém lê, porque tanta perseguição? Alguém alguma vez na vida iria perseguir com tanta voracidade alguém inofensivo? Se o comportamento fosse regra Porque não minar as outras candidaturas? Porque alguém que não incomoda e não tem votos consegue fazer o PL de gaspar chorar feito criança pequena e o mais incrível tentar acordos com um deputado expulso e escorraçado do PL nacional por ser pró LULA? Então os “Homens de bolsonaro” de Santa Catarina devem estar com algum defeito de fábrica. Conclui-se que o PL de gaspar nada se difere da atual administração, a mesma orquestra que esteve por traz das candidaturas do Kleber, hoje estão no PL, e estão a todo custo querendo o poder, sedentos, porquê será?
    Para você apoiador do Bolsonaro fica uma lembrança, Joice Hasselmann e Alexandre Frota também eram de direita e fiéis aos ideais de Bolsonaro, e também seus cabos eleitorais.

    Se mesmo assim o munícipe de gaspar ainda estiver com seu amor cego e doentio pelo PL pelos pense no seu bolso. A chapa do PL tem 3 partidos, inúmeros acordos amarrados, e sim é você quem vai pagar a conta! Ou você acha que tamanha coligação é apoio de dois partidos com 40 candidatos a vereador vai custar de graça? Logicamente não. Porém se você prefere que o dinheiro tomado do seu bolso em forma de imposto seja usado pra bancar acordos eleitorais após a eleição ao invés de ser usado no município, fique em paz com seu sadomasoquismo.

    Um município pequeno como gaspar, com tamanha colisão de partidos e provavelmente promessa de cargos incontáveis, com toda certeza teria o orçamento comprometido para bancar tais acordos. E quem paga é o contribuinte e não o contrário. E sendo assim, pra piorar as benfeitorias no município dependerão de empréstimos e no fim você paga os juros. O que essas coligações famintas de recurso público querem é o simples, me dê seu voto e seu dinheiro, financie meus acordos e minha manutenção no poder. A e o povo de gaspar? Simplesmente vão ser palhaços mais 4 anos.

    Tomem cuidado com quem quer poder a todo custo e trabalha de forma covarde no famoso “off” derrubando candidaturas de chapa puras e enchutas.

    E digo mais, o PL de gaspar está se comportando mais como a esquerda lulista do que direita bolsonarista.

    A decisão é de vocês.

    1. Palavras muito bem colocadas, pois esta é a realidade de Gaspar no momento, “O Poder a qualquer custo”. Não estão nem um pouco preocupados com “nosso povo e nossa gente”. Indignação total com tamanha falta de vergonha na cara dessas pessoas que no caso são do PL, que querem ganhar abaixo de sujeita e falcatruas. Pois eles tem medo de enfrentar uma eleição no voto a voto. Nosso povo e nossa gente merecem dignidade.

  6. odete.fantoni@gmail.com

    Bom dia.
    Não sou esquerdista,
    nem conservadora,
    nem de centro.
    Sou cidadã.
    Como tal, quero o melhor pra cidade.
    Afinal, ela é também a minha casa.
    Quando elegemos alguém pra CUIDAR do nosso patrimônio,
    queremos que esse alguém o faça com primazia,
    com respeito
    e muita responsabilidade.

    Eu não sei se o senhor Oberdan Barni será o melhor ou o pior prefeito que Gaspar já teve.
    Mas, com todo o respeito aos demais,
    a POSSIBILIDADE de ROMPER o CICLO VICIADO já é um AVANÇO.

  7. ALEGRIA DO MERCADO, por Denis Lerrer Rosenfield, no jornal O Estado de S. Paulo

    Lula da Silva nem bem ouve a palavra mercado que já imediatamente tem uma reação alérgica, cujos sintomas mais evidentes são uma verborreia incontida sobre as forças oposicionistas capitaneadas pelo que compreende ser esse tal mercado. Isso se qualquer compreensão é possível, salvo se considerarmos um esquerdismo anticapitalista dos mais rudimentares, no que é seguido pelo seu próprio partido. É como se fosse o novo líder, a ser reconhecido, de um novo movimento global, cujas ideias atrasadas levaram aos desastres comunistas do século 20. O atraso aparece com a roupagem do progresso. Progressistas são, nesse sentido, regressistas.

    Dentre suas manifestações, encontra-se o tratamento do mercado como se fosse uma pessoa, de postura oposicionista. Seriam interlocutores de mesma estatura e de personalidade, embora contrárias. Ora, o mercado não é evidentemente uma pessoa, visto ser constituído por um enorme conjunto de forças que, segundo suas próprias regras, configuram um país e, mais especificamente, todo o mundo. Um movimento mais brusco em um país importante reverbera em vários outros em níveis diferentes de intensidade. Mesmo um produto qualquer, tênis ou avião, faz com que intervenham empresas de diferentes países comercializando diretamente entre si. Agora, em uma economia digital, esse processo ganha ainda maior amplitude. Ninguém pode controlar o mercado, inclusive aqueles que tiverem postura messiânica, revolucionária ou megalomaníaca.

    Logo, quando Lula vocifera contra o mercado, ele o faz contra um conjunto de regras. Ele interfere nessas regras, produzindo disfuncionamentos e reações dos mais diferentes tipos. Ao atacar o câmbio ou os juros, por exemplo, ele termina aumentando-os, ao contrário do que procura transmitir em suas palavras. Na verdade, termina prejudicando os pobres que pretende defender. Se guardasse suas palavras para si, em um prudente silêncio, contribuiria para a queda do dólar ou dos juros, produzindo segurança jurídica. Gritando produz o efeito contrário. E aí não há antialérgico que produza efeitos. Jair Bolsonaro, por não saber guardar silêncio, perdeu-se em sua verborragia contra a vacina na pandemia, defendendo fórmulas mágicas, sem nenhuma comprovação científica. Lula segue pelo mesmo caminho em seu esquerdismo infantil.

    Ainda em sua tentativa de personificação, vem a considerar o “mercado” como se fosse a “Faria Lima” e, logo, os seus banqueiros, sua encarnação. Entendendo-se com eles, estaria em paz com o mercado. Ora, ora! A economia é muito maior do que o seu setor de finanças, configurando apenas um grupo de bancos que atuam politicamente, aliás, como o fazem outros grupos empresariais, cooperativas e sindicatos de trabalhadores. Todos eles, no entanto, para sobreviver, devem seguir regras de mercado, sem cuja observância teríamos a completa desorganização econômica, com crise institucional podendo resultar em violência.

    Acontece, contudo, que o próprio presidente procura favorecer grupos empresariais amigos, os “escolhidos”, algo que caracteriza suas diferentes gestões, embora anteriormente fosse mais contido e cauteloso. Sempre teve e tem os seus capitalistas do coração! Os seus “burgueses”! Os banqueiros sempre foram muito bem atendidos, apesar de algumas escaramuças. Briga entre amigos. O mesmo vale para outros grandes grupos empresariais, alguns envolvidos na corrupção tão bem revelada nas operações e nos julgamentos da Lava Jato. Eis o porquê da tentativa atual de apagar o passado e desqualificar juízes, desembargadores e promotores que procuraram limpar tão comprometedor cenário. Trata-se de refazer a história, algo próprio dos regimes comunistas. Leon Trotsky chegou a ser apagado de uma fotografia em que aparecia junto a Lenin como um grande líder revolucionário!

    Politicamente, isso se traduz por um capitalismo de compadrio, em que os “compadres”, espécie de companheiros, são líderes empresariais assim beneficiados. Beneficiados com subsídios, isenções tributárias, fechamento de fronteiras para produtos de menor valor e maior qualidade e assim por diante. Ocorre aqui uma interferência notável nos próprios mecanismos de mercado, passando a operar não na equidade entre os atores, mas em sua desigualdade. Uns ganham e outros perdem. O mercado é, por assim dizer, “falsificado”. Lula e o PT terminam por impor o “seu” mercado, o do compadrio.

    Quem paga por tudo isso? O pagador de impostos. O governo faz valer suas políticas com o dinheiro alheio, como se o Estado fosse o produtor de riqueza, quando é nada mais do que um distribuidor. Quando se coloca na posição de empreendedor, o resultado é bem conhecido: ineficiência, gastos inúteis, politização e corrupção dessas empresas. O pagador de impostos nada ganha com isso, sendo um mero perdedor. E o que procura o atual governo? Somente arrecadar mais, aproveitando-se para isso de uma reforma tributária, aliás, sob outros aspectos necessária.

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