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PEGO EM DOIS RECENTES VÍDEOS VAZIOS, KLEBER RESOLVEU MOSTRAR O LADO ADMINISTRADOR. E ESCORREGOU

O prefeito eleito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, não resistiu aos dois últimos comentários feitos aqui sobre o ensaio dele ser candidato a deputado estadual sem legado por sua Gaspar, a qual, no mínimo, em tese, estará dividida por outro ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e um monte de paraquedistas alimentados, vejam só, por gente que é da própria base do governo e que vestida de cabo eleitoral.

Hoje, e depois dos dois comentários de ampla repercussão no ambiente político e no círculo de apoio, Kleber foi à sua rede social dizer que “em 2021, a prefeitura arrecadou 13% a mais que no ano anterior“.

Supondo que esta leitura esteja correta, olhando-se à própria contabilidade exposta à consulta ela desmente esta percepção, principalmente aos que entendem de contabilidade pública e direito administrativo.

Por anos seguidos venho afirmando, que a peça orçamentária de Gaspar – e de outros municípios também, sejamos sinceros – é uma peça de ficção.

Se colocada na ponta do lápis e nas boas práticas contábeis, cai em recuperação, fácil, fácil. Os truques são antigos e manjados. Eles são feitos por técnicos experimentados a serviço dos políticos de plantão. É gente que sabe o que está fazendo. O Tribunal de Contas do estado está careca de advertir os assanhados para a correção e até sugerindo punições.

Esses resultados consolidam os esforços que realizamos durante a gestão no sentido de empreender o controle fiscal para alcançar o equilíbrio nas contas públicas, o pagamento em dia das obrigações com os servidores públicos e as obras imprescindíveis demandadas pela população“, disse garboso Kleber na sua rede social. Não especificou onde e porquê a receita municipal cresceu.

É claramente mais um blá-blá-blá. Os “çábios” e a cara equipe marqueteira já disfarçaram melhor e já foram mais eficazes em sua promoção.

Para a receita de R$307 milhões proposta e aprovada pela Câmara ano passado, efetivamente, segundo o que está no portal da própria prefeitura foi contabilizado R$301.786.334,28. Então está faltando números.

Ah, mais isso é no total, é um jogo de rubricas etc e tal. Aceito. Então era melhor explicar isso aos leigos antes do que se gabar naquilo que pode gerar dúvidas quando olhado no que está disponível à população pagadora de pesados impostos.

Outra. Não é preciso ser contator, matemático ou gestor para saber que um Orçamento feito prevendo uma inflação de 3,75% em 2021 – o que não estava errado quando o Orçamento foi concebido em meados e aprovado no final de 2020 – “ganhasse” receita pela inflação a inicial projetada e chegasse a mais de 10% no período.

Mais. O blá-blá-blá fica por conta das tais obras imprescindíveis que rarearam em 2021 e as estratégicas nem existiram, além da bobajada em afirmar que o tal equilíbrio fiscal garantiu o pagamento dos servidores públicos. Ora, isto é o mínimo que se espera de um gestor público.

Enfim duas coisas mudaram nas suas postagens: a primeira é o uso da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo para se livrar do rótulo de candidato dos evangélicos neopentecostais, e a nova frase de guerra no lugar do tal “Avança, Gaspar”: “bora trabalhar para 2022 ser ainda melhor“. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Circula, toca, choca e polemiza o vídeo-desabafo-apelo nas redes sociais do cirurgião bucomaxilofacial Marco Aurélio Sudebrack Desessards, na sala de cirurgia do Hospital Santa Isabel, de Blumenau, após procedimento de recomposição de um acidentado na BR-470.

Ele apela para políticos e autoridades por mais segurança na rodovia da morte, que se duplica em lentidão e até é motivo de atrito quando o governo Carlos Moisés da Silva, sem partido, e os deputados estaduais deram à rodovia uma dinheirama dos pesados impostos dos catarinenses para terminá-la, o mais cedo possível, na duplicação dela entre Navegantes e Blumenau, mesmo ela sendo uma obra federal.

A publicação do vídeo provocou. E houve quem achasse que os culpados de tudo isso fossem os motoristas – e há, de verdade culpa deles também – e não exatamente o perigo em que ela está transformada e há anos em suas armadilhas.

Entretanto, dois fatos chamaram a atenção. O médico é vereador em Pomerode pelo PP, e o apoio do deputado mais votado em 2018, Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, ao apelo do médico que recompõe a nossa melhor expressão: a face.

Alba está se recompondo politicamente. Eleito na onda Bolsonaro está à procura de uma nova onda. E ainda não a encontrou. Seus eleitores em Gaspar, onde foi um dos mais votados, estão reclamando. Os bolsonaristas são agora seus maiores críticos.

As eleições de 2020 a prefeito de Blumenau já deram a Alba um grave sinal de que ele está “desembarcado”do eleitorado de lá. E para completar, foi Jair Messias Bolsonaro, PL, e seu ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes Freitas, quem colocaram penimbas nesta rara e excepcional ajuda estadual.

A vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, PL, no poder de plantão, vetou os recursos. A Assembleia reverteu na volta de Moisés. O senador Jorginho Mello, PL, o dono do DNIT catarinense – e que já morou em Gaspar, quando gerente do finado BESC – também foi contra a ideia de Moisés a favor de vidas e do desenvolvimento do Vale do Médio e Foz do Rio Itajaí.

Quando viu que a vaca estava no brejo, Jorginho iniciou um doloroso processo de desatolamento. Era tarde. O Marco Aurélio, mesmo um profissional frio para o que precisa ser feito, não deixa de ficar indignado e emocionado, independente das culpas de cada um neste processo.

Já Alba está se agarrando qualquer cepo para se salvar do que está por vir em dois de outubro do ano que vem.

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