Na edição impressa desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale – o mais antigo em circulação em Gaspar e Ilhota -coloquei mais uma vez o dedo numa ferida que todos teimam em escondê-la da discussão e solução em favor da sociedade, principalmente dos mais vulneráveis, dos fracos, idosos e doentes. Um drama.
Só queria entender também a razão pela qual ninguém da imprensa local, lideranças empresarias e principalmente os políticos no poder de plantão ou na suposta oposição não levantem esta bandeira e estão quietinhos e perdendo o timmig que é se ter uma UTI para o Hospital de Gaspar.
Quando isso era algo muito distante, pelo menos tinha um técnico sonhador, o médico cardiologista, funcionário público municipal, o ex-vereador, Sílvio Cleffi, ex-PSC, hoje, quietinho, no PP depois que perdeu o enfrentamento com os do poder de plantão.
Sob o título LEITOS DE UTI OCIOSOS? I, II e III descrevi: há quase dois meses que a média de ocupação dos leitos de UTI do Hospital de Gaspar é de seis, contra uma estrutura cara e disponível para 20 leitos.
Este incrível “desperdício” de dinheiro público – e que poderia estar sendo melhor aplicado em outras áreas carentes da Saúde Pública do nosso município – é falta de planejamento e decisão. Quem ganha com esta ociosidade? O terceiro que está de plantão com uma equipe para atender 20 pacientes-“clientes” e que não se têm, faz tempo.
E tudo em pleno decréscimo dos casos graves devido à vacinação que se avança por aqui em Gaspar com alguns escândalos, propaganda de cunho eleitoral e dancinhas. Ou se está esperando uma nova onda de graves infectados da Covid-19 e estão, mais uma vez, escondendo isso da população? Indicadores conhecidos para isso não há. Vamos tomar como referência o boletim da Covid-19, do site oficial da prefeitura de Gaspar e emitido às 9h54min da quinta-feira, dia 30 de setembro, quando encerrei artigo para o jornal impresso: dos 20 leitos de UTI do Hospital de Gaspar, só quatro estavam ocupados; e isso vinha de dias.
Dos 12 leitos de enfermaria reservados para Covid no Hospital de Gaspar, nenhum deles ocupados. E isso vem de dias. E os dois gasparenses que estavam em UTIs, eles estavam internados fora daqui. É ou não um desperdício na estrutura de plantão e no dinheiro de todos para manter a UTI daqui ativa sem doentes?
O que chama a atenção, de verdade, é que no mesmo boletim, 233 (*) gasparenses estavam em isolamento. Ou seja, isto mostra à alta contaminação entre nós. E isso, muito provavelmente, deve-se à resistência ao exercício dos protocolos, incluindo o uso de máscaras em ambientes fechados, públicos, como prefeitura, Câmara, postos de Saúde, escolas e nos privados como comércio, prestadores de serviço e indústrias, pois nos abertos, nem falo mais -, mesmo diante de uma vacinação meio capenga. Ah, mas se desmonta a UTI, o Hospital e Gaspar vai se perder à possibilidade de se ter uma UTI definitiva entre nós. Bobagem! O pleito para é de dez leitos definitivos. Desmonta-se dez, pois as estatísticas mostram que 20 são demais na disponibilidade por aqui para a Covid-19 e há ainda, suporte regional numa eventual emergência. Sobram dez.
E se Gaspar perder esta possibilidade de se ter uma UTI definitiva no seu Hospital é porque, e só por isso, os seus políticos – sim porque isso tem, infelizmente, um quê político e os gestores do Hospital, incluindo o gestor terceiro, estão falhando tecnicamente para provar da necessidade – se ter clientes – manter estrutura e suportar tecnicamente esta nova oferta.
Resumindo e encerrando: gestor do hospital, prefeitura, entidades e políticos não estão fazendo a lição de casa pelo Hospital e pela comunidade. A UTI que está lá, com gente especializada e cara, não serve ao Hospital de verdade e do dia a dia, ou seja, ao suporte dos casos graves, de emergência da comunidade e de quem não estiver com Covid; hoje e no futuro. Acorda, Gaspar!
Atualização das 18h20min.Impressiona que, o número de 233 relatado acima, num novo boletim expedido com intervalo de apenas poucas horas, às 16h54min desta sexta-feira, tenha subido para 317 contaminados em isolamento em Gaspar.