Texto modificado às 13h03min. O primeiro político metido a jovem foi abatido nos seus planos de ser o imbatível político do seu tempo: o reeleito prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. O segundo, que segue a mesma trilha, é o vice Marcelo de Souza Brick, PSD, o feito de bobo.
E no mesmo caminho, estão as três mulheres vereadoras de Gaspar, todas apoiadoras de ambos. Então, tudo a ver.
O ex-vice-primeiro ministro do Brasil, o mineiro Tancredo de Almeida Neves, teimava em dizer que “quando a esperteza é demais, ela come o dono“. E ela comeu Kleber, comeu Marcelo e parece, se não tomarem tento, a tempo, vai comer também as nossas vereadoras.
Gaspar mudou. O mundo mudou. Nós, na verdade, fomos mudados. E muitos de nós nem tivemos tempo, ou a chance de nos adaptar ao novo mundo, à tecnologia da comunicação em tempo real, ao conhecimento abundante, à queda da barreira para o debate.
Até às doenças nos surpreenderam e nos enclausuraram, antes de nos matarem aos milhões numa guerra entre a ciência e à negação.
Diante das novas realidades, necessidades e experiências, o eleitor e a eleitora parecem ter mudados também – a se olharmos para os resultados das urnas nas últimas eleições e pelo que se clama nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Há uma mudança em curso e que exige adaptações permanentes. Não só aqui na aldeia, mas no país e no mundo afora.
Contudo, os políticos, mesmo sendo eles jovens, ou neófitos na representação política do seu povo, insistem nas velhas práticas que os desfiguram como novidade, inovadores e até mesmo, como representativos do tempo atual, ou daquilo que já mudou.
O que se inventou na Câmara de Vereadores de Gaspar? A tal “Procuradoria Especial da Mulher“.
A iniciativa e a ideia possuem boas aparências, mas carecem de legitimidade. É marqueteira. É oportunista. É caça votos em tema sensível de solução complexa.
As mulheres eleitas como políticas da nossa cidade viram passar à sua frente um cavalo encilhado, o da violência contra a mulher e resolveram pular na “carruagem da felicidade”. E para quê. Para fidelizar um público carente de tudo, e muitas vezes, até de respeito, reconhecimento e opinião própria. Tudo isso em pleno século 21.
E quem fez esta constatação?
Não fui eu, tido como suspeito – ou parcial – para tal observação. Mas uma mulher, uma leitora assídua deste espaço e sempre presente na cena gasparense, Odete Fantoni. A “Procuradoria” – que se iniciou como uma ação solidária, mas logo, logo terá uma estrutura bem gorda e paga com os nossos impostos, com diárias e tudo, justificando-se que precisa disso para dar visibilidade aos seus propósitos políticos – resolveu “ensinar” às nossas mulheres, Educação Financeira.
Nada contra. Apoio.
Contudo e necessariamente antes, essas mulheres em estado de vulnerabilidade precisam de empregos, precisam de respeito, precisam de inclusão social, precisam de amor, precisam de creche e educação com o mínimo acesso e qualidade para seus filhos, precisam de teto, precisam de alimentos, precisam de proteção para ser verem livres de todos os tipos de violência – inclusive a de seus maridos, companheiros, cafetões, pais, irmãos e até filhos…
E precisam de educação financeira, mas quando satisfeita antes, a hierarquia de Maslow. Simples assim.
Será que as nossas vereadoras ainda não entenderam este be-a-bá do óbvio, do didático e do necessário?
E o mau presságio está na criação de uma sala física na Câmara, cerimônias, discursos, enfeites, bonitinha, para suposta ação contra agressões que se dão exatamente em ambientes degradados sob todos os aspectos, bem longe do prédio da Câmara.
É para lá que as políticas politiqueiras deveriam olhar e estar, se o propósito delas realmente for mesmo o de contribuir para um mundo mais digno às mulheres sob ameaças.
O que escreveu Odete ontem na área de comentários deste blog?
“Segundo a vereadora Zilma [Mônica Sansão Benevenutti, MDB], é complicado pra mulher ir em uma delegacia de polícia fazer um BO quando sofre violência doméstica
Que indo lá na Câmara conversar com ela, ou com as vereadoras Mara [Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP] e Franciele [Daiane Back, PSDB], elas irão passar os números de telefone da Assistência Social, do CRAS e demais áreas de Assistência à mulher.
Vereadoras Zilma, Mara e Franciele, vocês acreditam que esta ação de vocês irá diminuir a violência doméstica no município? Tem que ir na delegacia SIM! Registrar o nome do agressor e cobrar proteção à vida”.
Volto reconfortado e agradecido a Odete. Eu poderia até parar por aqui. Odete não lavou a minha alma, mas principalmente as das mulheres que precisam antes de tudo, serem mulheres libertas da demagogia barata, inócua e alheia de políticos. As nossas vereadoras pelo visto ainda não chegaram ao presente
Se as três vereadoras não entenderam o que Odete, mulher, ativista, atuante da sua comunidade e eleitora em Gaspar escreveu, elas deveriam renunciar ao mandato político e irem para a casa.
E por quê. Elas falharam, ou falham, e falharão, no essencial e primário, ou seja, contra a contínua vulnerabilidade da mulher na sociedade e ainda mais, investidas como políticas com mandatos. É perigoso usar tudo isso de forma marqueteira na politicagem e promoção pessoal, via a instituição onde estão inseridas com mandatos, a Câmara, exatamente a representação popular da comunidade e só visando na cabala de votos entre gente que tem pouco a quem recorrer.
Uma lição e tanto de Odete que nem elas, nem Kleber, nem Marcelo, nem outros jovens políticos ainda perceberam o quanto estão desconectados, não exatamente do futuro, mas do próprio presente onde estão, vivem, vivenciam e prometeram transformar o que precisa que ser mudado. Impressionante!
Cumuéqueé dona Zilma?
É complicado para uma mulher ir a uma Delegacia – seja aqui em Gaspar ou outro lugar qualquer – e fazer um Boletim de Ocorrência? Meu Deus! Isto em pleno março de 2022.
Ora, se é complicado, e sendo verdadeira esta percepção ou realidade, a senhora como vereadora e mulher, deveria pedir o fechamento desta Delegacia e punições destes agentes públicos. E por quê? Eles foram orientados e estão sendo pagos pelos pesados impostos da sociedade, incluindo o das mulheres, para impedir esta violência, fazer diligências, instruir inquéritos para o devido processo legal, punição e mudança da cultura que ainda diminui a mulher naquilo que é direito mínimo dela como cidadã, mãe, filha, mulher ou no gênero que assim elas se reconheçam.
Cumuéqueé dona Zilma?
As mulheres sob ameaças devem ir na Câmara e ganhar um cartãozinho com o número de telefone da Assistência Social, do Cras e sei lá o quê, locais sabida e conhecidamente que não funcionam na sua prefeitura quando mais se precisa dessas áreas dirigidas por curiosos e políticos, na maioria homens, para a proteção da mulher.
Ilação? São fatos. Eles foram relatados a cântaros. Foram eles que enfraqueceram o governo de Kleber que teve que desistir de ser candidato a deputado estadual Estão descrito aqui há anos. Estão à vista de todos e motivo de vários comentários por aqui. Ou a senhora está sugerindo de que estas indefesas e psicologicamente comprometidas mulheres devam entrar na fila dos benefícios eleitorais e cabala de votos das políticas de plantão com ou sem mandatos? É isso?
Um escritório na Câmara para recepcioná-las já se criou e funciona, vejam só, com horário restrito, como se fosse a violência contra as mulheres e seus direitos estariam circunscritas à dias e horários do funcionalismo público e para a eventual disponibilidade de atendimento das mulheres políticas?
A experiente educadora Zilma talvez até tenha razão.
Quando secretária de Educação do primeiro governo Kleber, sem pandemia, com todos em sala de aulas, a secretária Zilma conseguiu a proeza de rebaixar as nossas crianças e jovens no Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Mesmo assim, como prêmio pelo esquema político do seu MDB, o que teve agora que recuar nos planos de ter Kleber candidato a deputado, foi eleita vereadora. Sintomático.
Agora, Zilma não quer que as mulheres se protejam na polícia, na promotoria e na Justiça contra as violências que lhes são impostas pelos que culturalmente as desrespeitam? Até quando vamos continuar neste jogo do atraso entre nós mesmos para a projeção, promoção e marquetagem de políticos, e pior, sendo eles jovens, ou novos no ambiente político? Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Sabe qual o novo salário do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB? R$31.929,68. Um dos mais altos de Santa Catarina e Gaspar é um município de médio porte. Não é a toa que depois de desistir de ser candidato por falta de apoio e votos, Kleber passou a jogar dominó com os da terceira idade.
Ele e o vice Marcelo de Souza Brick, PSD. O salário dele na prefeitura em função decorativa agora é de R$14.736,78.
Um sinal de que a candidatura a reeleição de Jair Messias Bolsonaro não vai bem: a desistência em série do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, PSD; do prefeito de Criciuma, Clésio Salvaro, PSDB, e a resistência do empresário Luciano Hang a entrar nesta parada.
Bolsonaro não governou, arrumou encrenca todos os dias com todo mundo. E isto até seria bom para quem disse que queria se eleger para quebrar o sistema.
Mas, na verdade, ele contribuiu para acabar com a Lava Jato e se unir ao pior da política brasileira, o Centrão. E é isto que está complicando tudo na hora de mostrar a que veio. Ou seja, se tornou um igual, aos piores.
No MDB as coisas não estão diferentes. Ontem foi a vez do empresário e prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Aleixo Lunelli, ir a reunião da bancada do seu partido na Assembleia confirmar que vai renunciar e que está disponível para a disputa. Mas, os deputados não o querem candidato solo pelo partido. Talvez, vice do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos.
Ameaçando há dias, só nesta segunda-feira, o procurador jurídico da Câmara protocolou o mandado de segurança na Comarca de Gaspar pedindo que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, interventor do Hospital de Gaspar, responda três questões óbvias que o vereador Amauri Bornhausen, PDT, pediu por requerimento no dia sete de dezembro do ano passado.
Estamos no dia 30 de março e nada de se saber do básico e mínimo para a sociedade que paga esta pesada conta que no ano passado absorveu a absurda cifra de quase R$35 milhões.
Kleber, sua equipe, a secretaria de Saúde e o Hospital não mandaram ainda à Câmara e ao vereador o parecer da Controladoria e Auditoria da secretaria municipal de Saúde das contas de janeiro a agosto do ano passado do Hospital, bem como as atas das reuniões do Conselho Municipal de Saúde do mesmo período.
Nem mesmo o relatório de reclamações referentes à área da Saúde registrados na Ouvidoria entre janeiro e dezembro – e suas resoluções – apareceu até agora. O que Kleber quer e precisa esconder sobre o Hospital de Gaspar? Impressionante!
São cada vez mais preocupantes as desconfianças de gente que vive no paço municipal de Gaspar de que os que se procura em Blumenau, poderá ser encontrado aqui.
São quatro os focos de preocupação: saúde, Samae com o pessoal importado de Blumenau, lixo e seu fedor, bem como o modus operandi da área de comunicação na campanha eleitoral de 2020 e que agora pega o pessoal de Blumenau. As semelhanças são impressionantes.
Foto no detalhe e acima. Um retrato daquilo que não muda e que foi um do responsáveis pela inviabilidade popular do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, como candidato a deputado estadual: a Saúde. Ela está cheia de problemas, segredos, propaganda e continua tocada por curiosos amigos do templo e da família.
Na foto, o posto da Coloninha. Gente precisada, ou doente, ao relento. Nem lugar para se sentar possui, a não ser no frio e sujo chão de acesso ao postinho. E o pior ainda pode estar quando ele abrir para o atendimento. Acorda, Gaspar!