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OS POLÍTICOS DE GASPAR ESTÃO PRESOS NAS ARMADILHAS E INCOERÊNCIAS QUE ELES PRÓPRIOS CRIAM CONTRA ELES PRÓPRIOS. E PARA ELES, OS CULPADOS DISSO SÃO OS QUE COBRAM COERÊNCIA OU MOSTRAM ESTAS CONTRADIÇÕES

Jorginho Mello, PL, depois de vir como candidato pedir o “apoio” do Médio Vale do Itajaí para não aceitar os recursos do estaduais que alavancaram, de verdade, as obras de duplicação da BR-470 – que a gestão de Jair Messias Bolsonaro, PL, mingou – e por isso, Jorginho levou um corridão em tentativa tão esdrúxula que empreendeu, como governador, Jorginho tenta se redimir, principalmente depois que não pegou bem dizer que o PIX do ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, era inconstitucional e que o acordo não era entre municípios e o estado, mas entre políticos. É a segunda vez em menos de um mês que Jorginho vem à vizinha cidade trazer recursos e pasmem, entre eles, para o Hospital Santo Antônio, como presente de aniversário pelos seus 163 anos, como mostra a foto de abertura.

Gaspar, por sua vez, ficou, mais uma vez, chupando no dedo. Falta-lhe importância, organização, influência e o mais importante: projetos robustos, viáveis, necessários e integrados. Vou desenhar, mais uma vez.

E qual a causa disso? 

Primeiro, Blumenau se organizou e para dizer o que quer como prioridades. Mais do que isso, deixa claro de como pode retribuir em desenvolvimento ao estado (arrecadação) e consequentemente em votos, à reeleição do governador e num colégio expressivo. Segundo, Blumenau (a prefeitura e a sociedade organizada) possui planos, projetos, forças institucionais fortes, influência e reconhecidamente. Mais do que isso: produz resultados regionalmente como é o caso do HSA. Terceiro, Blumenau tem representatividade política na Assembleia e na Câmara Federal. Quarto, Jorginho – um experimentado parlamentar de longos anos de atuação municipal, estadual e federal – sabe que se não jogar as suas cartas num naipe sem ao mínimo para ter à oportunidade do blefe, terá que sair da mesa do jogo. E por tudo que anda fazendo – e ainda é cedo -, se não se aprumar e ganhar respeitabilidade como governador, vai ter problemas já em outubro do ano que vem. E Jorginho sabe que o resultado será o trampolim e termômetro para outubro de 2026.

Mesmo assim, Jorginho ainda flerta com cartas sem valor. Aos poucos, todavia, tenta sair da mesa viciada para as qual tentou atrair jogadores tão matreiros quanto ele. 

Ele ainda não desistiu de inventar um candidato seu em Blumenau dentro do PL, que penso terá outra configuração até outubro do ano que vem diante de tudo o que o Brasil, Bolsonaro, o PT, a economia oca e estatal da esquerda do atraso e do discurso ultrapassado de Luiz Inácio Lula da Silva.

Para o plano de Jorginho dar certo, antes ele terá que tirar da frente o deputado estadual Ivan Naatz, PL, definitivamente. Talvez a saída seja torcer para que o deputado seja indicado ao Tribunal de Justiça no quinto dos advogados. É difícil. Jogo duro na OAB SC. Mas, há esperanças. E a política em Blumenau e na região terá outra configuração. Na outra cartada, Jorginho precisa torcer para que o senador Jorge Seif Júnior, PL, não ser cassado e que na eventual cassação de Jorge, ela não atinja o seu segundo suplente Adrian Rogers Censi, PL, o queridinho de Jorginho. 

A sorte do PL e de Jorginho, é que o prefeito Mário Hildebrandt, ainda no Podemos, mas ensaiando ir ao PP, não conseguiu fazer um sucessor. A sua vice, Maria Regina de Souza Soar, PSDB, se esforça, mas no fundo é uma autêntica anticandidata a qualquer coisa. E neste vácuo, do seu jeito, Hildebrandt vai encantando Jorginho.

Na visita que fez a Blumenau, restou ao prefeito eleito de Gaspar, bem como o prefeito de fato, o deputado Federal Ismael dos Santos, irem lá e aplaudir Jorginho, Mário Hildebrandt, as verbas para o saneado, credenciado e referência Hospital Santo Antônio e voltar para Gaspar de mãos abanando. Restou promover mais uma daquelas reuniões que ele chama de Planejamento (foto ao lado). Para discutir o quê? Cemitério cheio e a ira dos vivos que tem que arcar para preservar a memória dos mortos. O procurador geral, Felipe Juliano Brás, na semana passada tomou um suador da população que foi lá na audiência da Câmara contra as altas taxas que Kleber e Marcelo canetearam para fazer caixa naquilo que não se preocuparam por quase sete anos.

Enquanto isso, o secretário da Saúde – um curioso e um entre mais de uma dezena que ocupou o cargo nesta função no governo Kleber, foi na semana passada fazer encontros com políticos. Dizia que estava atrás de dinheiro para o Hospital. 

Nesta terça-feira também comendo diárias, rumou a Florianópolis com a mesma súplica achando que está fácil encher o pires com narrativas, ignorando-se, parece, que os caixas estão vazios em todos os lugares. O prefeito de Gaspar estava com a secretária da Saúde, Carmem Zanotto, Cidadania. Ela sabe de cada um dos detalhes do Hospital de Gaspar. Sabe o que fez e principalmente, o que não fez. E que por isso e para não comprometer a campanha do ano que vem, o prefeito e o vice querem se livrar do Hospital daqui. Tudo depois de quase sete anos gestão temerária, falta de transparência e uso político dele. Perguntar não ofende. Este encontro com Carmem Zanotto não podia ter sito feito ontem na vinda do governador Jorginho e comitiva a Blumenau?

Mas, perguntar outra vez também não ofende: então o que faz o Hospital Santo Antônio no Hospital de Gaspar é coisa para inglês ver; para tudo se enrolar e piorar mais do que já está?

Se é sério esta auditoria para possivelmente unir os dois, não seria o caso de todos tocarem a mesma música para salvar aquilo que já parece perdido? Parece que a ficha ainda não caiu para alguns políticos e precisados de empregos públicos por aqui. É isso? Se este for o caso, já se sabe que o Hospital Santo Antônio levará vantagem, depois de conhecer o fundo do poço e dele – homens e mulheres com consciência cidadã – expurgar os políticos e curiosos. Ele está redondo. Está com crédito na cidade de Blumenau – e de Gaspar – bem como no ambiente técnico-profissional. Hoje, o Hospital Santo Antônio está respondendo melhor aos discursos dos políticos vencedores em vésperas de eleições. E a vinda de Jorginho demonstrou bem isso na sua reaproximação com a cidade. Nem mais, nem menos.  Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O secretário geral do Ministério das Cidades, Hildo Rocha, MDB-MA, esteve em Santa Catarina, acompanhado do presidente do MDB catarinense, deputado Carlos Chiodini, de Jaraguá do Sul, esteve em Santa Catarina neste final de semana, distribuindo recursos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em Timbó, ele destinou cerca de R$25 milhões para o CIMVI – Conselho Intermunicipal do Médio do Vale do Itajaí. Ele é um órgão técnico de assessoramento dos municípios da região.

Pois é. Neste mês, Gaspar saiu oficialmente do CIMVI. E quem foi ao encontro do secretário geral do Ministério das Cidades, foi o cabo eleitoral de Carlos Chiodini, MDB, o atual presidente da Câmara de Gaspar, Ciro André Quintino, MDB. Ao invés de entregar uma reivindicação do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, entregou uma garrafa de cachaça. O líder em diárias na Câmara não perderá esta oportunidade para ir a Brasília, quando a prefeitura tiver algum projeto pronto. Por enquanto… Só pinga. E da premiada.

Sempre escrevo: a língua é o chicote do dono. Quem foi a Brasília? Dionísio Luiz Bertoldi, PT. Para que? Para participar do “Primeiro Encontro de Lideranças municipalistas Catarinenses, em Brasília. Uau! E não foi só. Inovou. Levou o seu assessor. Qual o custo disso. R$6.140,00 em diárias para o vereador e R$1.960,00 para o assessor Ullian Rafain de Souza. Ah, tem mais: as passagens e traslados. E que não é pouco.

E quem também estava em Brasília e participou remotamente da sessão desta terça-feira igual a Dionísio Luiz Bertoldi, PT? Alexsandro Burnier, PL. Mais outros R$3.280,00 de diárias. E para quê? Visita aos gabinetes dos deputados Jorge Goetten, Daniel Freitas, Júlia Zanata e Zé Trovão, todos do não seu tão igual PL. Uma passada nas redes sociais desses deputados, mostra que eles estavam na região neste final de semana. Tanto que o suplente de vereador Eder Muller, fez selfie com Júlia e Zé Trovão, focados nas eleições de Brusque neste final de semana. 

Essa gente do PL de Gaspar não se fala? Há divisão entre eles? O vereador que já acumula este ano R$8.350,00 em diárias não conhece contatos on line? Hum!

O campeão em diárias na Câmara de Gaspar, mais uma vez, é o vereador Ciro André Quintino, MDB. Ele soma R$14.761,00, dos R$91.990,00 empenhados e liquidados pela Câmara de Gaspar para o seu quadro até agora. Como se vê claramente, tanto Ciro, como Dionísio e Alexsandro possuem pontos comuns. Mas, eles juram aos eleitores e eleitoras que são completamente diferentes um do outro. Acorda, Gaspar!

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7 comentários em “OS POLÍTICOS DE GASPAR ESTÃO PRESOS NAS ARMADILHAS E INCOERÊNCIAS QUE ELES PRÓPRIOS CRIAM CONTRA ELES PRÓPRIOS. E PARA ELES, OS CULPADOS DISSO SÃO OS QUE COBRAM COERÊNCIA OU MOSTRAM ESTAS CONTRADIÇÕES”

  1. A ETERNA TENTAÇÃO DE CONTROLAR A IMPRENSA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    CPMI do 8 de Janeiro reverbera a tentação de controlar o jornalismo. A liberdade de imprensa é sempre incômoda ao poder.

    Aliberdade de imprensa, um dos sustentáculos do regime democrático, sempre foi incômoda para o poder. De tempos em tempos, aparece alguém tentando, de modo mais explícito ou mais sutil, cercear o livre exercício do jornalismo pelas mais variadas razões. Tal pretensão autoritária não deve causar surpresa. Como preconiza o mais básico dos manuais do ofício, o jornalismo envolve necessariamente lançar luz sobre fatos de interesse público, fatos estes que alguns detentores circunstanciais do poder gostariam de manter longe dos olhos da sociedade.

    O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), foi um dos que não resistiram à tentação de se arvorar em editor de jornal, tentando controlar, ora vejam, o que o jornalismo pode ou não publicar. No dia 28 passado, Arthur Maia editou uma norma que vedava aos profissionais de imprensa credenciados para cobrir os trabalhos da CPMI a publicação de documentos classificados como “confidenciais” pelo colegiado. Quais seriam as consequências mundo afora se o jornalismo publicasse apenas o que o poder estatal autoriza publicar?

    Não é papel do presidente da CPMI – nem de qualquer outra autoridade – definir que tipo de informação o jornalismo pode levar a conhecimento público. O Estado simplesmente não dispõe dessa atribuição. Ainda mais contraditório é o fato de que a norma restritiva para a imprensa foi editada por quem preside uma comissão parlamentar que investiga um ataque contra a Constituição que reconhece a liberdade de imprensa como garantia fundamental do Estado Democrático de Direito.

    Além de evitar a publicação de documentos ditos “confidenciais”, a norma censora se prestava, nas palavras de seu idealizador, a “proteger o direito à intimidade e a vida privada” dos deputados e senadores membros da CPMI, haja vista que o conteúdo de algumas mensagens trocadas entre eles por celular veio a público por meio de veículos jornalísticos.

    Aqui se vê como a pretensão de controlar a imprensa sempre se apresenta revestida de bons motivos. No caso em tela, como pretensa defensora do direito à privacidade dos parlamentares. Mas, apesar das vestes aparentemente civilizadas, a justificativa é inteiramente descabida. Não cabe controle prévio da imprensa. E, na hipótese de eventual equívoco por parte do jornalismo, há sempre a possibilidade de posterior responsabilização pelas vias judiciais. Como dissemos neste espaço, “um jornal não lava as mãos pelo que publica. Ele é responsável pelo conteúdo que sai em suas páginas, sejam impressas ou digitais” (ver editorial O limite da imprensa já está na Constituição, 20/8/2023).

    A imprensa, livre e independente, incomoda. Não é por outra razão que jornalistas e veículos de imprensa figuram entre as primeiras vítimas dos déspotas e autoritários que ascendem ao poder. Por isso, no regime democrático, a liberdade de imprensa é ponto inegociável. Impor qualquer limite ao trabalho jornalístico além do que está estabelecido na Constituição é uma afronta ao Estado Democrático de Direito. Entre outros graves danos, deixaria a população refém do poder estatal.

    A imprensa é “o cão de guarda da sociedade”, diz o conhecido aforismo. De fato, a constante vigilância exercida pelo jornalismo é proteção – algumas vezes, a única – da população perante o Estado, em suas diversas esferas.

    Diante da repercussão negativa do caso – que veio justamente da denúncia feita pela imprensa –, o presidente da CPMI recuou do ato que impôs sanção aos jornalistas que divulgarem informações confidenciais vazadas por membros do colegiado. Manteve, no entanto, a decisão de proibir que profissionais da imprensa capturem “imagens de conteúdo privado de terceiros sem autorização”.

    Todo esse episódio lembra a importância da defesa das liberdades. Mesmo num colegiado do Congresso cujo objetivo é investigar atos antidemocráticos, tenta-se restringir a liberdade de imprensa. Ou seja, o preço da liberdade continua sendo a eterna vigilância.

  2. MINISTRO NÃO DEVE INTEGRAR CONSELHO DE EMPRESA, editorial do jornal O Globo

    Pode ser até justificável criticar a remuneração dos ministros de Estado e de outras autoridades como insuficiente para honrar as responsabilidades e necessidades impostas pelos deveres do cargo. Mas é injustificável que o governo tente “complementar” essa remuneração por meio de artifícios que resultem em conflitos de interesses flagrantes.

    Foi comum, por anos, indicar integrantes do gabinete a cadeiras no conselho de administração de empresas estatais. Ainda que o indicado mantivesse comportamento impecável, sempre era possível encontrar uma situação em que suas decisões no governo poderiam ter impacto no negócio das empresas. É um caso em que, como diz o provérbio, não basta ser honesto, é também preciso parecer honesto. Por isso a Lei das Estatais, de 2016, vetou a prática. A proibição vigorou por seis anos, sem que nenhuma estatal tenha sido prejudicada por isso. Infelizmente a indicação para o conselho de estatais voltou a ser possível em razão de liminar do então ministro do Supremo Ricardo Lewandowski, à espera de exame pelo plenário da Corte.

    Não contente com as estatais, o governo acaba de fazer duas indicações ao conselho de uma empresa privada. Por meio das participações de BNDESPar (braço de investimentos do BNDES) e Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), entraram no conselho da metalúrgica Tupy o ministro da Previdência, Carlos Lupi, e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Considerando apenas as fatias do BNDESPar em 27 companhias, abre-se amplo leque para encaixar ministros e outras autoridades em sinecuras com pouco trabalho e alta remuneração.

    É verdade que o BNDES alterou em abril sua política para preencher cargos de conselho, de modo a dar mais espaço a técnicos do banco. Os critérios incluem “notório conhecimento e formação acadêmica compatíveis com o cargo” e não ser “dirigente estatutário de partido político”. Lupi, presidente da Executiva Nacional do PDT, não satisfaz a nenhuma das exigências. Anielle, até onde se sabe, não tem familiaridade com o ramo metalúrgico. A remuneração de um ministro no conselho da Tupy alcança R$ 52.600 mensais, ante salário de R$ 41.651 no governo.

    Se já não era razoável haver ministros no conselho de estatais, é ainda menos aceitável em empresas privadas. É evidente o conflito de interesses imposto pelo convívio com a intimidade de companhias que dependem de decisões do governo. O caso, diz o ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Marcelo Trindade, “ultrapassa uma fronteira perigosa e abre a porteira para empresários elegerem ministros a conselhos privados”.

    A nomeação dos ministros ao conselho da Tupy é mais um motivo para o Supremo apressar o julgamento da liminar que suspendeu dispositivos da Lei das Estatais. O debate sobre aspectos jurídicos (e éticos) da questão é urgente, na defesa dos interesses tanto de contribuintes quanto de acionistas.

    Como princípio, deveria valer para ministros a mesma regra imposta a todas as autoridades pelo Código de Conduta da Alta Administração Federal: “A autoridade pública não poderá receber salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada em desacordo com a lei, nem receber transporte, hospedagem ou quaisquer favores de particulares de forma a permitir situação que possa gerar dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade”.

  3. O PT E AS CHACINAS BAIANAS, por Elio Gaspari, no jornal O Globo e Folha de S. Paulo

    O Partido dos Trabalhadores governa a Bahia desde 2007. A Bahia deu a Lula uma vantagem de mais de 3 milhões de votos na eleição de 2022, e, sem os votos baianos, ele teria perdido para Jair Bolsonaro. Foi um resultado acachapante: Lula obteve 72% dos votos e prevaleceu em 415 dos 417 municípios do estado. Os ex-governadores Jaques Wagner e Rui Costa reelegeram-se. Wagner está no Senado, e Costa na chefia da Casa Civil. Ambos vieram do sindicalismo dos petroleiros e ajudaram a fundar o Partido dos Trabalhadores. Jerônimo Rodrigues, o atual governador, filiou-se ao PT nos anos 1990. Por todos os motivos, o PT baiano é um exemplo de administração reconhecida pelos eleitores.

    Onde pode se encaixar a estatística de que, nos últimos 12 meses, ocorreram 29 chacinas na Bahia? Numa só semana de agosto, morreram 25 pessoas. (No Rio as chacinas foram 37, mas o estado é triste figurinha fácil nessa prática.)

    Numa outra ponta do problema, durante os governos de Rui Costa, a polícia baiana quadruplicou sua letalidade, de 354 mortes em 2015 para 1.464 em 2022. Confrontado com esses números, o doutor respondeu:

    — Não reconheci e não reconheço, de ONGs que fazem publicações sobre questão de segurança.

    Rui Costa governava a Bahia em 2015 quando uma ação da PM resultou na morte de 12 pessoas na Cabula, na periferia de Salvador. Os envolvidos no episódio ainda não foram a julgamento.

    Dias depois da declaração negacionista do chefe da Casa Civil, foi executada na região metropolitana de Salvador a líder quilombola Bernadete Pacífico. Em 2017, havia sido assassinado seu filho. Sem qualquer prova, o governador Jerônimo Rodrigues relacionou o crime a uma eventual guerra entre facções criminosas. Mais: diante da exposição do aumento da letalidade policial, Rodrigues foi professoral:

    — Eu quero pedir para aqueles que ficam mandando recados errados: respeitem nossa Polícia Militar, o que vocês estão fazendo com a Polícia Militar é irresponsabilidade.

    De fato, é irresponsabilidade atribuir à PM execuções e chacinas, sem provas. Também não é atitude responsável negar os números da letalidade policial. A Bahia, como diversos estados, vive a praga das quadrilhas de traficantes e das guerras de facções. Esse é um problema de segurança pública, mal resolvido do Oiapoque ao Chuí. Na madrugada de segunda-feira, nove pessoas, inclusive três crianças, foram chacinadas em Mata de São João, a 62 quilômetros de Salvador. Os depoimentos de moradores atestam que o crime resultou de uma disputa do território por traficantes de drogas.

    A ação do crime organizado é um problema de segurança pública, mas a retórica negacionista é um vício do mandonismo. A segurança da Bahia vai mal porque tem dois problemas: um é o crime organizado, o outro é uma polícia letal.

    Os governadores petistas poderiam seguir uma regra simples. Sempre que estiverem prestes a dar declarações idênticas às dos políticos que condenam, talvez seja melhor que fiquem calados. Afinal, se Jerônimo Rodrigues e Rui Costa ecoam frases que poderiam ter saído da prosopopeia bolsonariana, qual é a diferença entre eles? Em 2018, ao elogiar policiais cearenses metidos numa operação que resultou na morte de 14 pessoas, o então governador petista, Camilo Santana, teve a humildade de desculpar-se com as famílias.

  4. E SE FOSSE OUTRO PRESIDENTE, por Vera Magalhães, em O Globo

    E se fosse outro presidente, e não Lula, que reduzisse de 2 (18% do total) para 1 (9%) o número de mulheres integrantes da mais alta Corte de Justiça do país?

    E se fosse outro presidente a usar a nomeação de uma mulher para outro tribunal superior, menos estratégico nas questões de Estado e de grande repercussão política, como forma de atenuar o desgaste pela não nomeação de uma mulher para o Supremo Tribunal Federal (STF)?

    E se fosse outro o chefe do Executivo que ignora a lísta tríplice da Procuradoria-Geral da República, encabeçada por uma mulher, para escolher, fora da lista, outro homem?

    E se fosse outro o presidente que designasse um ministro para o STF e ele, ato contínuo, passasse a exarar votos alinhados com o pensamento mais conservador da sociedade brasileira?

    O que aconteceria se qualquer presidente cogitasse trocar uma mulher, técnica de carreira de um banco público, para contemplar o Centrão de Arthur Lira e, para não ficar tão feio, pedisse ao partido que escolhesse uma mulher e, pela falta de alguma candidata com currículo compatível com as atribuições, ascendesse ao posto de mais cotada uma ex-deputada ligada ao principal opositor do mesmo presidente?

    Qual seria a reação do PT e dos movimentos sociais progressistas a cada uma dessas decisões de um presidente da República? Não se trata de ponderações hipotéticas. Todas elas refletem decisões já anunciadas, ou em franca maturação, por Lula.

    Ao dar de ombros para todas as ponderações para que designasse uma mulher, preferencialmente uma mulher negra, para a cadeira que hoje cabe à presidente do STF, Rosa Weber, o presidente demonstra desapreço pela regra republicana de que deve haver equidade de gênero em postos de poder.

    Essa noção é a que permeia regras como as cotas para candidaturas femininas, seguidamente dribladas pelos partidos e, quando não cumpridas, varridas para debaixo do tapete por meio de anistias.

    Para Lula, mais vale ter alguém para quem ele possa telefonar do que garantir que as mulheres, que representam a maioria da população brasileira e do eleitorado, se vejam minimamente representadas no tribunal que, conforme a História recente do Brasil é pródiga em confirmar, tem sido ator fundamental nas grandes decisões.

    Chega a ser cinismo a conversa mole de que tudo bem reduzir à metade a já amplamente minoritária presença feminina no STF, uma vez que o presidente assinou ontem a indicação da advogada Daniela Teixeira para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ganha um Rolex do Bolsonaro quem souber, de cabeça, sem Google ou ChatGPT, dizer o nome de cinco ministros do STJ ou citar duas decisões de impacto nacional que a Corte tenha tomado nos últimos dois anos.

    Ademais, o STJ já tem um número bem maior de ministros, então não chega a ser alvissareira a quantidade levemente superior de mulheres na Corte. Serão 7 de 33, ou 21%, percentual ainda bem aquém das cotas mínimas que se estabelecem em qualquer política afirmativa de equidade, os paradigmáticos 30%.

    A tendência a passar pano para anacronismos e posturas nada progressistas de Lula não vem de hoje. Mas o fato de o Brasil ter enfrentado o trauma de Bolsonaro a reforçou como nunca.

    Os diferentes arranjos cogitados na reforma ministerial para incluir no governo duas siglas bolsonaristas nunca seriam aceitos se não partissem de Lula. Nomes como o jurista Silvio Almeida, um portento do Direito brasileiro, em boa hora designado para os Direitos Humanos, passaram a figurar em listas de troca com uma dose de desrespeito que acaba por colocar em perspectiva a real intenção de sua nomeação inicial.

    É importante que haja na sociedade o vigor civil para apontar em Lula idiossincrasias que seriam apontadas com dedo em riste noutros governantes, mesmo que de esquerda ou de centro. Importante para que ele mesmo reveja alguns desses atos tão contraditórios com sua promessa de campanha.

  5. Bom dia.
    Quanta falta nos faz o saudoso Vereador Amauri Bornhausen…
    Ontem o vereador Melato tentou fazer da Comissão do Hospital de Gaspar um repeteco da CPI do DESCONHEÇO.
    Vereadores Hostins e Carvalho pularam fora. Se negaram a participar pela ausência da oposição nessa comissão.
    O caldo ferveu e o vereador Melato chamou pra ocuparem as vagas dos desistentes os vereadores Procópio, Zilma e Mara.
    Vereador Anhaia pediu providências da presidente do MDB de Gaspar, vereadora Zilma 👀

    Outra: a Câmara de Vereadores de Gaspar APAGOU a sessão itinerante do Gaspar Alto.
    Será que foi um replay da audiência Pública ocorrida no plenário da Casa na quarta passada?

    Vereadoras Zilma, Franciele e Mara fizeram discurso inflamado em defesa das mulheres vítimas de violência doméstica.
    Prometeram às vítimas um curso de DEFESA PESSOAL.
    Quando esta mesma bancada criou na Câmara a Procuradoria da Mulher, sob as luzes de muitos flashs e postagens em todas as redes sociais, elas também PROMETERAM MUITO.
    Agora, “novo” DISCURSO 👀

    Como perguntar não ofende, vereadora Franciele: como está a distribuição dos absorventes íntimos nas escolas do município?
    Vereadora Zilma: QUANTAS NOVAS VAGAS EM PERÍODO INTEGRAL NAS CRECHES DE GASPAR a senhora ENTREGOU até agora?
    Vereadora Mara: a senhora já teve acesso a lista dos pacientes ENFERMOS AGUARDANDO POR PROCEDIMENTOS MÉDICOS em Gaspar?

    E essa gente debochada se acha digna de pensar em reeleição em 2.024…

    1. segura que até ano que vem tem mais..
      novas estradas, já considerando a duplicação gaspar/brusque;
      marinha do MDB;
      tarifa zero para passageiros de ônibus;
      nova sede da prefeitura (antiga FURB);
      conclusão CPMI dos áudios;
      nova sede arquivo histórico (antigo BESC);

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