Sábado. No meu aplicativo de mensagens pipocavam textos, imagens, áudios, informações e críticas sobre reunião almoço que os “patriotas” de Gaspar, ou seja, uma hiperbole para o encontro que a direita, conservadores, e bolsonaristas fizeram naquele dia.
Causou boa e má impressão. A boa foi à alta adesão, incluindo gente que não costuma se manifestar politicamente em público. A má, foram algumas ausências essenciais, e quase todas, por ranços entre pessoas e não exatamente ideológicos. Isso só enfraquece à causa e deixa a cidade livre de vigilantes ao que está no poder de plantão, ou aos que acham donos da cidade.
Sábado. Eu assistia na HBOmax, o último episódio da terceira temporada de Westworld.
E lá, o personagem Dolores cravou a Caleb: “toda revolução precisa de um líder”, em resposta quando ele questionou para a razão pela qual o tratavam de “senhor”. Em dado momento, Dolores foi mais enfática ao plano dela, uma criatura cibernética, tinha para dizimar com os humanos, os que a criaram naquele mundo de “vida” virtual: não importa o que você fez, mas naquilo que você se torna“.
Sem filosofar, sem os reparos necessários, bingo.
A reunião dos “patriotas” de Gaspar, hoje um híbrido entre o PL do B, ou um “Aliança Brasil frustrado”, ou antigo PSL, precisa de um líder e identificado com os desejos, gritos de guerra e naquilo que é ser “patriotas” para eles e para a sua comunidade de “patriotas”.
Neste e no parágrafo seguinte vou sintetizar em uma pergunta e duas respostas daquilo que foi este encontro de sábado sob um calor intenso, onde mais de uma centena de pessoas foram lá desprezando conforto de casa, praia, sítios e em que todos tiveram que bancar as suas próprias despesas: foi um encontro de bolsonaristas? Foi!
Mas, foi principalmente um encontro plural, de gente que não quer nem Kleber Edson Wan Dall, MDB, e nem Pedro Celso Zuchi, PT, como representantes deles a deputado estadual, mas ainda não sabem exatamente em quem confiar. Este é o ponto comum daquela gente que foi lá naquele sábado abrasador ouvir discurso, conversar e almoçar.
Por tudo isso, ainda não é uma “revolução” como a descrita pelo personagem Dolores, de Westworld: falta o líder, o que emociona, o que passa confiança e o que conduz…
A PROCURA DE REPRESENTANTES
Não sou um engajado e esse é um defeito fundamental e por isso dizem que tenho “cheiro” de um infiltrado, de traidor para a causa “patriota” dos tempos de hoje. Relevo.
Nestes parágrafos seguintes observarei de como há espaços, os quais podem, ou precisam ser ocupados por essa gente da direita, conservadora e bolsonarista.
Primeiro, ela precisa aceitar Jair Messias Bolsonaro com todos os seus defeitos.
Segundo, é fundamental apostar todas fichas em Jorginho de Mello, porque ambos serão a régua de quanto os bolsonaristas, direita e conservadores são de verdade por aqui. É demarcação de terreno. E ele vem do topo antes de chegar nas escolhas de senador, bem como na multiplicidade de deputado federal e deputado estadual. Simples assim!
Gente que estava no encontro do “patriotas” – e que não é do partido bem sumidinho por aqui -, como se denominou o convescote para mascarar de que não se tratava de uma reunião paralela do PL, a oficial e minguada feita na segunda-feira em Blumenau, como sendo de Gaspar, ainda não tem certeza sobre à aposta única em Bolsonaro e Jorginho.
Isto, na minha avaliação, já deveria ser uma questão fechada. Já passou a hora dos pudicos se envergonharem menos com suas escolhas. Resumindo: falta um líder para dar linha e direção a essa gente.
O único que se saiu bem nesta história toda, foi o deputado Federal Coronel Armando, PSL, de Joinville – vai trocar de partido na janela em que se permitirá pular de partido.
Ele está claramente fechado com Bolsonaro e Jorginho. Mas, procura um estadual em Gaspar, ou região para colocar o bloco na rua pela dobradinha e sem concessões. Ele evita, e até nega em público, mas particularmente, sabe que Ivan Naatz, é um problema na associação e na liderança desse processo no Vale do Itajaí.
E o engenheiro, professor universitário e empreendedor Rodrigo Boeing Althoff, PL, vestido de camisa canarinho da seleção brasileira de futebol? Não cravou que é Bolsonaro, nem Jorginho, nem exatamente que é candidato a deputado estadual. Rodrigo está sendo boicotado pelo que já foi seu amigo, Ivan Naatz.
O deputado quer vê-lo fora da presidência do PL gasparense exatamente para que ninguém saia candidato por aqui. Ivan sabe que Rodrigo é um sério complicador na caça dele por aqui aos votos que rareiam em Blumenau.
Mas, este não é o pior problema de Rodrigo e que já esclareci na semana passada em GASPAR COMPORTA UM TERCEIRO CANDIDATO A DEPUTADO, OU É APENAS UM JOGO PARA SE CRIAR VANTAGENS?
O cerne da questão está de fato nas duas frases do personagem Dolores, “toda revolução precisa de um líder” e “não importa o que você fez, mas naquilo que você se torna”.
RODRIGO ESPERANDO O SEGUNDO TEMPO
Rodrigo perdeu a corrida para Kleber em 2020. Entretanto, foi bem. Sabor de vitória. É só olhar como se uniram com medo dele partidos e candidatos, como o vice de Kleber, Marcelo de Souza Brick, PSD.
É só analisar todas as circunstâncias, como campanha financeiramente pobre e de apenas semanas. E sendo ele um homem de exatas, nem precisava ser de humanas, ou marketing, não conseguiu, ou fingiu que não entendeu, o que representou para ele e os que votaram nele nos 7.097 de um universo de 31.953 votos válidos, muito menos que os 7.227 de um universo de 160.406 do então ex-vereador, e deputado estadual, maquinado, Ivan Naatz e que o boicotou por aqui em 2020.
Na verdade, Rodrigo ganhou um mandato para fiscalizar, e não fiscalizou; para propor, e não propôs, para agregar, e não agregou; para liderar, e não liderou.
Agora, Rodrigo quer reunir os cacos no tempo extra do segundo tempo do jogo que não comandou e que só ele tinha a bola desta partida? Ou Rodrigo está dizendo que não tem apetite para fazer a revolução que os “patriotas” que foram no encontro de sábado pediram pelos votos, esperavam e queriam dele?
Os “patriotas”, com votos, estão sem candidato e líder. Vão se dispersar, sem a oportunidade de dizer nas urnas deste ano que existem e ratificam uma liderança. Kleber, o desgastado, principalmente, agradece. Acha que esses votos ainda flutuam a seu favor. Acorda, Gaspar!
PS: Depois do sucesso da reunião de sábado, o entorno gasparense do deputado Ivan Naatz, PL, resolveu degolar a cabeça de Rodrigo não com a rapidez de uma guilhotina como queria e só ele é culpado por isso como expliquei acima, mas com o sofrimento de um mata-leão.
Para voltar à paz, acha esse entorno, que Rodrigo deve desistir da corrida estadual e ir a federal. Ou seja, quer matar também o Coronel Armando que se aproximou do PL gasparense. Ao mesmo tempo, Naatz lança hoje em Blumenau o vereador Ito de Souza, PL, pré-candidato a deputado federal para alavancar a sua campanha.
Como bem disse Dolores em Westworld: “não importa o que você fez, mas naquilo que você se torna…”
TRAPICHE
Sobre o comentário acima, sem exageros e paixões, mas nos números do passado, olha só o tamanho da orfandade dos bolsonaristas, conservadores e direitistas de Gaspar.
Na eleição de 2018, eles deram a Ricardo Alba, no PSL, de Blumenau, agora um traidor na causa e que vai a Federal pelo União Brasil, pois a estadual terá dificuldades de se eleger: 4.426 votos, ou seja, 13,21% dos votos válidos de Gaspar.
Na mesma eleição de 2018, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, com a fama de três mandatos, fez 9.722 votos, ou seja, 29,03% dos votos válidos do município. E Ivan Naatz que não tinha de ligação com o povo bolsonarista, fez apenas 750 votos (2,24%) e com ajuda de Rodrigo Boeing Althoff, ambos no PV.
No encontro de sábado Ivan, Naatz mandou o assessor Jailson da Silva para sentir a temperatura do evento. Também estava lá, o vereador Alexsandro Burnier, PL, o que não é oposição, nem de situação, mas fiel a Naatz, devido as emendas parlamentares que recebeu.
Afora suplentes de vereadores que já saíram do PL de Gaspar na depuração natural devido a filiação dos Bolsonaros na sigla, faltaram gente como Thimoty Deschamps que o próprio Rodrigo manobrou para assumir a Câmara; a vizinha e primeira suplente do partido Andreia Symone Zimmermann Nagel, entre tantos.
Também não estavam lá os do DEM que tomaram o partido em Gaspar para a causa bolsonarista e são contra o surgimento do União Brasil, nem o ex-candidato a prefeito pelo PSL, Sérgio Luiz Batista de Almeida, ou o mais dedicado à causa e amigo do deputado Coronel Armando, como Marciano Nascimento, este presidente do Patriotas.
Em compensação, estava lá o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, mas oriundo do MDB, que já tem um deputado estadual para a campanha Egidio Beckauser, Republicamos, de Blumenau, e não fechou com o federal. Até discursou. Prometeu apoio para Rodrigo, mas só em 2024 para prefeito.
Ou seja, os “patriotas” antes de tudo precisam de verdade de um líder se quiserem a tal revolução para desconstituir o que está posto e dizem não concordar. Mais, do que isso, precisam ser tolerantes e perceberem os diferentes como aliados. Só ampliam defeitos e querem todos em ordem unida. Assim não vai dar…
Foi assim que aconteceu com os dois candidatos a prefeito que se diziam representantes da direita, do conservadorismo e bolsonarismo. Um fiasco de votos nas urnas.
E para encerrar este assunto de sábado e ver como ele se espicha. Olha só como funciona a captação de votos do esquemão dos que estão no poder de plantão. Kleber Edson Wan Dall, MDB, sufocou a causa animal e a Agapa – Associação Gasparense de Proteção ao Animal. Ela está em processo de desmonte.
Quem a prefeitura acaba de contratar? Eliseth Groner, uma das líderes da Agapa, que na eleição passada pelo PL concorreu a vereadora, foi a terceira mais votada na legenda e teve 424 votos. Ela vai ser coordenadora de serviços na secretaria de Obras Serviços Urbanos. Como assim?
É que ela está mapeada para ser uma diretora da causa animal na prefeitura, a mesma que está matando a Agapa, está recorrendo na Justiça para não executar o que a Justiça determinou.
Resumo da história. Em cinco anos Kleber açoitou a causa animal e a Agapa. No ano da eleição, ele traz a Eliseth para passar uma borracha em tudo, como se os cinco anos de sofrimento nunca existiram. E os eleitores e eleitoras ficarão satisfeitos com a mudança e retribuirão em votos. Eliseth será a fiadora
Quem vem nesta terça-feira a Gaspar é o secretário de Infraestrutura Mobilidade, Thiago Vieira. Ele vai a Acig debater a duplicação da rodovia Gaspar a Brusque, onde Gaspar não vai gastar nenhum tostão.
É que Kleber e alguns líderes políticos locais não querem a tal duplicação, pois isso desagradaria alguns empresários que apoiam Kleber e esses políticos. Incrível como se trabalha contra o futuro. Em Brusque, estão todos pasmos com esta história e resistência.
Ou seja, por causa de menos de meia dúzia, a ligação continuará simples, perigosa, mantando gente e comprometendo a mobilidade e o desenvolvimento regional.
Qual o protocolo quando se tem a Covid confirmada? Ficar isolado em casa para não contaminar os outros. Em Gaspar, isso é letra morta, inclusive para que devia dar o exemplo para a cidade.