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ONDE OS POLÍTICOS QUEREM ENCONTRAR PELO EM OVO NO CASO DOS LOTEAMENTOS SENÃO NA PRÓPRIA PREFEITURA?

Revisado e texto acrescido às 16h45min. Até dias atrás, e para mover a política, políticos, discursos, entrevistas, propaganda, marketing, exibições de poder e riqueza e até, campanhas eleitorais, os novos loteamentos em Gaspar eram a referência de algo grandioso, futurístico, moderno e modelo de empreendedorismo. Agora, eles exalam problemas e que atingem seus moradores vizinhos, não só as leis que não obedeceram.

Em decorrência disso, este modelo de “progresso” e “negócio da china” estruturado por gente antiga e “novos” visionários, está sob ataque. E de quem? Dos próprios políticos amigos dos empreendedores. Incrível! Então, é coisa arranjada e falsa. E com a morte no domingo de madrugada do mais experimentado do ramo, o ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca, essa gente ficou viúva e vai cometer erros que Paca não cometeria.

E mais uma vez, eu vou ficar olhando a maré. E como o vigia das tainhas – já que é tempo delas – vou ficar plantado nos costões e monitorando aonde esse cardume gordo vai dar.

Eles [os políticos gasparenses] não batem pregos sem estopa.

E antes de prosseguir, aos mais jovens, é preciso explicar esta expressão antiga, que podem não estar acostumados ao significado dela.

Na construção naval antiga, se a madeira do casco da embarcação era pregada, corria-se o risco de infiltração, de se enferrujar o prego e nela, aumentar-se ainda à possibilidade de inundação de água no interior da barca. Colocando o betume com a estopa ao prego, além de protegê-lo contra a ferrugem imediata, vedava-se ao entorno do prego com a madeira, contra as micro infiltrações.

Retomo.

Pois é. O mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, está fingindo inconformismo com as supostas irregularidades de empreendedores, empreiteiros, empresas de terraplanagens e loteadores gasparenses. Ou, ele precisa vir a público explicar o que realmente quer com esta “súbita curiosidade”.

Em tese, Melato está certo, mas o que ele culpa, ou quer esclarecido, vem tudinho do governo que o próprio Melato apoia e de quem ajudou colocar Kleber Edson Wan Dall, MDB, seja com o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, hoje secretário de Obras e Serviços Urbanos, ou o atual vice, Marcelo de Souza Brick, Patriota, no poder de plantão. Nem mais, nem menos!

Quem aprovou tudo, quem não fiscalizou, quem não regularizou, quem fechou o olho para a Lei, quem não revisou o Plano Diretor – a que estava obrigado pelo Estatuto das Cidades -, quem escondeu os ribeirões em galerias e tubos, quem colocou esgotos nas drenagens pluviais, quem não previu espaços de lazer, escolas, creches, postos de saúde, quem não desenvolveu o setor de Meio Ambiente da prefeitura conforme a Lei e como se acertou com o Ministério Público?

Kleber e o próprio Melato que sempre fez parte desse governo Kleber.

Então, qual a razão para perguntar via requerimentos, aquilo que a cidade inteira sabe, porque Melato pode ser tudo, menos um alienado – e isso ele faz sempre questão de dizer nos seus discursos. Então, mais uma vez, qual a razão para perguntar aquilo que já foi desnudado aqui, ou que não é segredo de ninguém, ou corre em arguições administrativas em vários órgãos e até na esfera judicial?

Essa bagunça que paralisa o setor importante da nossa economia, que prejudica empreendimentos e empresários, que cria privilégios para uns e demoniza outros, na verdade tenta – e vai – repassar à pesada conta para o poder público dos danos causados por ações particulares.

Ora se até sacrificam e penalizam servidores idôneos, disfarçam responsabilidades, qual a razão para também não se criar fictícias animosidades? Tudo isso tem nome e sobrenome: governo Kleber e Marcelo com a anuência completa da Bancada do Amém.

Melato encaixou nas últimas duas semanas quatro requerimentos para dar base aos seus discursos, quase todos desconexos da responsabilidade solidária que ele possui como vereador da base governamental que é. Até líder do governo já foi bem como presidente do Samae onde se enrolou na época numa CPI da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho.

Se há alguém que não desconhece os meandros e segredos desse assunto, este verdadeiramente é Melato. Mais: como membro do governo, com a faca e o queijo na mão, como sempre garganteia por aí, não precisava de requerimentos ao governo Kleber pedindo “explicações”. Conta outra!

Em um dos requerimentos, Melato pediu “informações sobre a implantação dos loteamentos de 2017 até agora”; outro ao gerente Regional do IMA – Instituto de Meio Ambiente -, em Blumenau, Frankie Luis Marin, “solicitou informações, por escrito, sobre aprovação do Loteamento Avenida das Torres e que tinha restrições ambientais [ do IMA]”; o terceiro, a Robson Tomazoni, do Meio Ambiente de Gaspar, querendo “informações e cópia de documentos sobre a aprovação do mesmo loteamento”.

Mas, Melato é autor de um quarto requerimento, este o mais emblemático de todos, pois os anteriores são cortina de fumaça: ele quer saber do prefeito Kleber e seus “çábios” informações sobre “aprovação de terraplanagem e aterro, no lado esquerdo – sentido Ilhota, nos terrenos ao longo da Rodovia Jorge Lacerda, no trecho do CDI Durvalina Fachini até o Ginásio João dos Santos, neste município de Gaspar“.

Interessante, que só agora à beira da conclusão – ou da irreversibilidade – daquelas obras, feitas à luz do dia, por longo período, em local visível, de forte circulação de autoridades e gasparenses, questionadas desde que surgiu sob fundadas dúvidas técnicas e ambientais, é que aquilo, venha merecer este tipo de questionamento na Câmara, e de Melato.

Parece ser uma clara sinalização de fogo amigo, ou de um ajustamento de contas. Ai, ai, ai.

Essa gente não bate prego sem estopa. Aquele aterro e tem outro prometido nas terras que eram do Beto Carreiro, está inundando – não só de água, mas de fezes – parte do bairro Sete Setembro e da comunidade Vila Nova. Além da traiçoeira turfa, não há caimento para a água escoar. Está na cara de todos. E há séculos. Repito: séculos.

E a revisão do Plano Diretor – que devia ter ocorrido antes de 2016 – não foi para frente já no tempo do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, porque a Iguatemi que o revisava o Plano Diretor, provou de que naquela área não poderia ter ocupação e habitação. E aí, começou o nó de toda esta questão, que é antes de tudo, econômica e para gente de grosso calibre em Gaspar.

Então a invenção de Melato em distribuir a rodo requerimentos para lá e para cá, é conversa mole para boi dormir. É para salvar seus votinhos de um lado, arrumar o que está errado de outro, mas que vai complicar à vida de gente que não estará nos loteamentos caros, famosos e rentáveis aos seus empreendedores.

O particular, com anuência, ou por falta de fiscalização da própria prefeitura e dos vereadores, criaram o problema, e quem vai dar a solução, é o poder público com os pesados impostos de todos, não com o lucro do empreendedor. Alguém quer dobrar a aposta?

No fundo, vai se provar que a máquina política da prefeitura, renegou à sua prerrogativa técnica e criou um problema social, econômico e político, por isso, para o bem de todos, vai ter que bancar com o dinheiro do zé pequeno. Ou há alguma dúvida disso, inclusive no ambiente jurídico? Só se a prefeitura provar que o empreendedor infringiu as licenças concedidas por ela para os aterros que o particular fez.

Caminhando para o encerramento, onde tudo se encaixa mais uma vez, na escuridão das coisas da política.

A compra polêmica do milionário terreno para ser sede da nova prefeitura naquela região, o qual pode ser inundado agora e que não tinha essa possibilidade antes, vai dar uma ajudinha a todos os fingidos: vai se fazer um caríssimo canal extravasor para drenar aquela região. Simples assim!

Vai faltar estopa para tanto prego que estão pregando nesta barca.

O pelo que Melato está procurando no ovo que está inventando, se verdadeiramente quer encontrá-lo neste assunto, está dentro da própria prefeitura, do governo que ele sustenta, do conselho fake da cidade que vive lançando candidatos mancos, nos “amigos” de ocasião que cercam toda essa gente e perseguem quem não lhes dá lucro, ou não lhes aplaude, louvando-os incondicionalmente com o Amém.

Oh, boi! Vocês que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais do que receber

E ter que demonstrar sua coragem À margem do que possa parecer E ver que toda essa engrenagem Já sente a ferrugem lhe comer

Eh, oh, oh, vida de gado Povo marcado, eh! Povo feliz! (Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho)


TRAPICHE

A morte do ex-prefeito, ex-político Osvaldo Schneider, MDB, é também a morte do MDB de Gaspar como foi a morte do MDB de Blumenau. A “renovação” havida aqui não é estrutural, mas de interesses paroquiais.

Osvaldo Schneider podia ter todos os defeitos, mas para um político, ele tinha muitas virtudes: a principal delas era o cumprimento da palavra empenhada. E não misturava religião com a política.

Não era à toa que os fingidos – principalmente os mais jovens – estavam lá pedindo à benção dele, e Osvaldo Schneider, sabendo que estava sendo usado. Gostava de dar corda para os enforcados. “Um dia eles vão usá-la”, explicou-me.

Osvaldo Schneider deixou viúvas políticas de todos os tipos. Mas, sinceramente, nenhuma delas capaz de perpetuar o seu legado, a começar pelo presunçoso, arrogante e distante presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira.

Numa das raras e rápidas conversas que tive com Osvaldo Schneider na minha, ele me contou cobras e lagartos do presidente do MDB de Gaspar, de Kleber e de tantos outros. “Não conta nada. Só para você saber quem são eles”. E eu não preciso contar? Todos sabem.

Osvaldo Schneider morreu com uma mágoa de uma ingratidão mal digerida. Era o presidente de honra do MDB de Gaspar, mas vinha sendo boicotado em reuniões oficiais do partido, sob a alegação de que “falava demais”. Ficava triste! Compartilhava com a sua companheira Marlise.

Osvaldo Schneider, simples, direto e no improviso, até podia falar demais. Mas, antes vinha à falta de respeito dos que se acham letrados e donos do partido em Gaspar. O ex-prefeito tinha história. Tinha sucesso. Os que estão aí, também já tem, mas é estórias.

Poucos se lembram, mas Osvaldo Schneider, chegou até a sair do partido. Foi consequência da briga que teve com seu genro Adilson Luiz Schmitt quando ele era prefeito, eleito pelo MDB de Paca. Os dois conviviam devido aos laços familiares que tiveram, mas eram distantes no ambiente político.

Querem ver como os que dirigem o MDB de hoje de Gaspar são tão erráticos e presunçosos? Na reunião da caravana do MDB pelas prévias no Alvorada, no ano passado, Osvaldo Schneider se declarou Antídio Aleixo Lunelli. Na lata. O MDB de Gaspar, Dário Berger.

“Esse aí nem MDB é, disse-me naquele dia em que contou sobre quem são os que estão “donos” do MDB de Gaspar. Osvaldo Schneider estava certo, mais uma vez. Dário Berger está no PSB, depois que viu que não teria votos, nem chances de ser o candidato a governador pelo MDB.

Mas, Osvaldo Schneider até a sua morte tinha duas posições fortes: era contra o atual governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, e não via com bons olhos o alinhamento do MDB para a reeleição de Moisés. Queria um candidato do MDB.

Por outro lado, declarava-se ser Jair Messias Bolsonaro, PL, para presidente da República. Chegou até ir prestigiar antigas manifestações por Bolsonaro na escadaria da Matriz. Era um autêntico, o que falta de verdade na linha de frente de hoje do MDB de Gaspar. Acorda, Gaspar!

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