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ONDE ESTAVAM OS BOLSONARISTAS DE GASPAR NAS ELEIÇÕES DE 2020?

A pergunta do título talvez seja outra: onde estarão os bolsonaristas de Gaspar nas eleições presidenciais de 2022?

Jair Messias Bolsonaro, PSL, cravou no segundo turno das eleições de 2018, em Gaspar, a espetacular marca de 82,50% dos votos válidos.

Carlos Moisés da Silva, PSL, com o discurso bolsonarista contra o petismo e a esquerda do atraso, misturando-o ser supostamente um antissistema dominado nas oligarquias e coligações de interesses pela permanência continua no poder em Santa Catarina do PP, MDB, PSDB, PSD e DEM, somou 78,50%.

Tudo isso, numa cidade dominada pelo PT e que o MDB com o PP tinham retomado o poder dois anos antes. Não era e foi pouco o que fez Bolsonaro e Carlos Moisés por aqui.

Dois anos depois, 2020, o evangélico Kleber Edson Wan Dall, MDB, teve 65,60% na reeleição. E para isso, coligou-se com o PSD, PP, PSDB e PDT, ou seja, com o arco que havia sido condenado e derrotado nas urnas em 2018 por Bolsonaro e Carlos Moisés.

Kleber venceu o bolsonarismo, o petismo e uma “oposição” híbrida abrigada no PL (22,21%), onde o que mais valeu foi a suposta marca de competência do engenheiro e professor universitário, Rodrigo Boeing Althoff.

Registre-se antes de prosseguir: o segundo colocado de verdade nas eleições de novembro do ano passado em Gaspar foi o nulo, o branco e a abstenção: 34,91%.

Estes três percentuais de votos válidos (Bolsonaro, Moisés e Kleber) me obrigariam a encerrar o comentário por aqui.

Eles dão à dimensão de como o bolsonarismo se um dia existiu por aqui, ele despareceu num piscar de olhos. O bolsonarismo gasparense nascido nas urnas em 2018 está, nos novos números das urnas, morto. Foi um mera “revolta” dos eleitores contra os políticos tradicionais naquelas eleições daquele outubro de 2018, pré-pandemia.

Bolsonaro já não está no PSL que alugou para ser candidato partidariamente descomprometido; está barbarizando na economia, negando-se às urgentes necessárias reformas; não se estabelece em diálogos mínimos à governabilidade, virou Centrão de carteirinha de onde veio (PP e outros); deixou a inflação lhe escapar e para os mais de 200 mil mortos pela Covid-19, diz que são coisas da vida e da morte, as quais virão um dia para todos nós.

E Carlos Moisés? Prometeu um novo jeito de governar. E o que fez? Foi à redoma e aos jantarzinhos na Casa da Agronômica com cantorias e amigos da sua intimidade. Os bolsonaristas o enquadram como traidor. Por outro lado, o grande esquemão político oligárquico enxergou à brecha e à fragilidade. E este esquemão que briga entre si, mas sempre se une para comer o mesmo bolo, pegaram-no. Lascaram dois impeachments e uma CPI na Assembleia contra Carlos Moisés.

Ele até “retornou” o cargo de governador via evidências judiciais. “Acordou”. Mudou o seu jeito de se relacionar com os políticos e à sociedade. Comunica-se mal. Como um fantoche, o tenente coronel bombeiro militar da reserva, está nas mãos das mesmas oligarquias políticos de sempre e que condenava no palanque efêmero. Está respirando por aparelhos. Diz que vai sair do PSL.

O contexto não é pretexto. É resultado.

Em Gaspar, o bolsonarismo raiz ficou com o DEM. Ele fez 2,26% (721 votos); menos que o PT sob severo descrédito e ataque institucional. Pior desempenho foi o do PSL e Patriotas. Eles conjugaram o bolsonarismo e pentecostais, mas voz e representação de um sindicalista. Essa mistura era um desastre sempre anunciado. Bingo: 2,11% ( 621 votos) e o último lugar na corrida pela prefeitura.

Outra parte do bolsonarismo gasparense se disfarçou no PL. Entretanto, se somar os votos dos vereadores que faziam essa clara defesa, também se chega facilmente à conclusão que não há votos entre seus simpatizantes.

O candidato Márcio Cezar, abrigado no PL, foi quem retomou a coleta de assinaturas para a formação do Aliança pelo Brasil (na foto, Márcio está à direita) e que capenga e carece de apoio do próprio presidente Bolsonaro, quando ele diz que está procurando outro partido para a reeleição à presidência. Márcio é reticente, não abre os números ou estratégias, contudo, está mais otimista por aqui que o próprio Bolsonaro.

Sobre o pífio desempenho, Márcio culpa à desunião dos simpatizantes do bolsonarismo, direita, conservadorismo e os evangélicos pentecostais nos costumes. A missão agora, segundo ele, é uni-los e focar nos problemas locais. Temerário, a próxima eleição terá como foco o Brasil e não Gaspar.

O bolsonarismo e coleta de assinaturas para o Aliança já liderado por Demétrius Wolf,; ele esteve no DEM, saiu dele e informalmente ficou no PL. Demétrius se diz cansado e traído. Marciano Silva que já foi o presidente do PSL, mas rifado para dar lugar ao amigo Sérgio Luiz Batista de Almeida, ficou com a beirada: a presidência do Patriotas. Marciano possui a mesma queixa, mas acentua a sua fidelidade: “estarei sempre onde Bolsonaro estiver”.

Em comum desse espólio? Mágoas e um nome que os une: Bolsonaro. De verdade? Falta-lhes um líder para a causa que agora precisa de suor e não possui mais a espuma de 2018 e talvez não se repita na caixa de surpresa de 2018. As eleições de 2022 estão ganhando contornos da previsibilidade como a de 2020 e de outras eleições com disputas tradicionais.

A direita e o conservadorismo, desgastados nas mídis sociais, tendem ser movimentos sem protagonismo de 2018. Falta-lhes, verdadeiramente, a tal Aliança pelo Brasil. E 2022 é logo ali. Vinte meses separam de hoje para a próxima eleição geral.

Onde, verdadeiramente e com quem, estarão os bolsonaristas de Gaspar nas eleições de 2022. Wake up, Brazil!

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