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ONDE ESTÁ O EX-SECRETÁRIO JORGE LUIZ PRUCINO PEREIRA? QUEM O AMEAÇOU? POR QUE ELE NÃO DENUNCIOU E PEDIU PROTEÇÃO POLICIAL? A CIDADE AGUARDA RESPOSTAS HÁ UM MÊS

Pois é. Faz um mês, também, que o irmão de templo, presidente do diretório municipal do PSDB de Gaspar – ainda não pediu para sair – e o faz tudo do segundo mandato do prefeito de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Jorge Luiz Prucino Pereira, sumiu da cidade com a sua família. Para pedir demissão e sair do olho do furacão de problemas e questionamentos, Jorge exibiu na imprensa – a mesma que finge que em Gaspar nada disso está acontecendo – um bilhete da suposta ameaça anônima que lhe fizeram. Você pode vê-lo acima, como circulou amplamente na época dos fatos.

A rara manchete da imprensa local naqueles dias foi para criar comoção e se ter mais uma cortina de fumaça favorável ao poder de plantão contra o caso e os esclarecimentos necessários. E por quê? Por causa de um gesto simples, necessário e óbvio que deixou-se de fazer: ir à polícia. 

Por incrível que pareça e diante da gravidade da denúncia, para quem está ameaçado e precisa, por consequência, de proteção institucional das forças de investigações e policiais, Jorge não registrou até agora nenhum Boletim de Ocorrência contra os atos, os desaforados, os que chantageiam, os que tentam cometer este tipo de crime hediondo, pois envolve não só uma família, mas crianças e que nada têm a ver com a suposta, até aqui, ação temerária do pai na administração pública.

Esta ameaça é tão grave quanto o caso que aconteceu na creche de Blumenau e que ganhou repercussão nacional. 

Aqui, todavia, em algo assemelhado, pela atitude do ex-secretário, conhecedor da lei, bem assessorado, está devidamente sepultado. Interessante! Para os “çábios” que não sabem ainda o que fazer para se livrar desta craca toda que criaram contra eles próprios, quanto menos mexer nela – o da ameaça pelo bilhete – menos ela respinga em outras feridas abertas e que fizeram, aí sim, Jorge correr da cidade. Enquanto isso, Kleber, o vice Marcelo de Souza Brick, Patriota ou PL, sei lá, a Bancada do Amém na Câmara – MDB, PP, PDT, PSD e PSDB – e os “çábios” que os rodeiam estão em silêncio sobre tudo isso.  Há até queira arrumar desculpas para se desgrudar, mas está difícil. No Trapiche, cito um exemplo.

Neste casino de cartas marcadas, inventaram até uma CPI na Câmara para dar pizza e diplomar como inocentes, todos os envolvidos. Na CPI criada e tocada por gente dos poderosos de plantão na prefeitura e adjacências, espertamente, estão “apurando”, e às escondidas, um fato que a princípio, não possui recursos públicos de qualquer origem envolvidos nele.

Por outro lado, nas redes sociais, orientado pela caros e erráticos marqueteiros de sempre que criaram e sustentam a imagem de Kleber, a tal ponto de torná-lo inviável como candidato a deputado estadual, está se mostrando o prefeito indo a cultos nos templos, lavando a louça, fazendo comida, cuidando e passeando com a família, mesmo estando ele neste furacão. Kleber está em estado de negação pelo silêncio daquilo que a cidade inteira sabe, amplia, distorce, descobre mais ou desconfia. É só ver o que está nervosamente sendo distribuído pelos aplicativos de mensagens, pois pelas redes sociais, há marcações e perseguições desses mesmos poderosos. E não é de hoje. como escreve e lembra sempre a leitora Odete Fantoni: é a tal “lei do retorno.

Voltando.

Estranho. Muito estranho este sumiço do presidente do PSDB, ex-secretário e muito próximo de Kleber. Ele é reconhecido como um exímio negociador, comunicador e pregador. Jorge não é novo neste ambiente onde conhece bem os seus direitos e os limites do que poderia e não poderia fazer. Afinal, Jorge já ocupou vários cargos públicos irrelevantes e relevantes na administração pública como comissionado. 

Entre eles o de chefe de gabinete – que em tese é o que facilita e o que dificulta o acesso dos interesses de terceiros ao poder e dos políticos -; o de secretário de Planejamento Territorial – onde estão muitos dos problemas com empreiteiros e investidores, incluindo os de meio ambiente, os quais na esperteza de não se criar formalmente o quadro do órgão para atender interesses de próximos e prejudicar os de não tão próximos, regularidade mínima que só veio muito recentemente por intervenção do Ministério Público -; o de secretário da Fazenda e Gestão Administrativa – onde estava quando se conheceram as conversas cabulosas dele fazendo, desfazendo negócios, ensinando, colocando gente na parede e distribuindo rendas, isto sem falar que era ao mesmo tempo pagador e ordenador de despesas -; além de ser o presidente da Comissão Interventora do Hospital de Gaspar – um grosso ralo sem fim e sem transparência de fartos recursos públicos por demais conhecidos neste espaço e que está sendo desnudado na Câmara, cuja maioria está de olhos, ouvidos e boca tapados.

Ou seja, Jorge estava no centro decisório e nervoso do governo de Kleber e Marcelo. Era peça central. Foi o quem articulou e rifou o ex-prefeito de fato, o que levou Kleber à primeira vitória com Luiz Carlos Spengler Filho na aliança então magrinha de 2016 com o PP, o ex-presidente do MDB até poucos dias atrás, Roberto Carlos Pereira. E é aí que o caldo começa a entornar. Um está com sede. O outro, afogado.

Retomando pela última vez o foco do artigo.

Se o ex-secretário Jorge tivesse feito um BO na delegacia da Polícia Civil, a primeira coisa a ser investigada seria à origem do bilhete escrito marotamente num computador. A segunda, era descobrir o autor, ou autores dele. Mas, não! Jorge preferiu deixar tudo como está. E o bandido, se existe, está solto, para ameaçar e constranger outros. Desconfia-se, que orientados por outros “çábios”, Jorge arrumou um álibi para o seu pedido de exoneração e o sumiço da cidade com a família para não ficar no olho deste furacão que criou com a complacência do prefeito contra a gestão municipal, gente que acreditou nele e a si próprio. E por que? Kleber depois de um mês da revelação dos primeiros áudios ainda não disse que seu secretário de confiança fez o que fez sem o seu conhecimento

Jorge, pode, na verdade, estar ganhando tempo para o pior da tempestade passar e evitar que seja chamado neste instante pelos órgãos de investigações para dar explicações sobre o teor dos quatro áudios, até agora conhecidos,  os quais revelam como ele mandava e desmandava para o governo de Kleber e Marcelo, bem como as enormes dúvidas que pairam sobre o Hospital.

Como se vê, essa gente é ruim de explicações. Até para esclarecer supostas ameaças contra ela própria. E a imprensa de Gaspar e regional, caladinha neste e outros assuntos bem cabeludos daqui. Im-pres-si-o-nan-te! Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O corpo fechado I. O Ministério Público em Gaspar com “sangue novo”, mandou desenterrar um inquérito que pretende esclarecer como o ex-secretário de Saúde do tempo do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, que é, coincidentemente, também, agora, o secretário de Saúde de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vereador licenciado e também advogado, Francisco Hostins Júnior, MDB, criou horas como se fosse salário suplementar. Privilégios. Quebra de isonomia.

O corpo fechado II. O inquérito pretende ouvir mais de cem pessoas – entre funcionários efetivos e comissionados, médicos e prestadores de serviços, sobre como a secretaria, a margem da lei, escolheu pessoas, categorias e criou salários mais gordos, fingindo que pagava horas extras iguais e repetidas por um bom tempo até ser denunciado. Isto já foi num escândalo e que o tempo abafou.

O corpo fechado III. Isto aconteceu entre janeiro e setembro de 2011. Ou seja, há 12 anos. Justiça que tarda, falha além de muito cara para os cidadãos. e neste caso, nem nela chegou. Tudo está em segredo de Justiça – porque assim determina a lei criada pelos políticos – que se dizem nossos representantes e vivem dos nossos pesados impostos. Tudo para protegê-los nos erros e principalmente nos desmandos intencionais.

O corpo fechado IV. Tudo isso – demora e o que se esconde – facilita o retardamento das apurações, punições e chega até à prescrição sem que haja julgamento.  E o esquecimento pela população absolve o mau político ou gestor público que continua entre nós pedindo votos e discursos marotos. Permite narrativas. Esta é uma amostra de muito mais. Há uma rotina. E os políticos se sentem fortalecidos naquilo que erram ou se desviam. E pior: ouvir uma centena de pessoas na Delegacia de Gaspar vai demandar tempo. Não há estrutura. Então os políticos comemoram o erro, zombam da intenção de pegá-los e bem como, da impossibilidade de cercá-los e até expô-los.

Em Gaspar, familiares guardam lugar na administração pública. A notícia que se estampou nesta quarta-feira nos site dos jornais e noticiário das rádios locais – ao invés dos escândalos – foi a de que Douglas Francisco Muller, MDB, é o novo presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer. Ele está substituindo Roni Jean Muller, MDB, o qual foi parar na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, no lugar do ex-vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, rifado e instalado como consolo, na chefia de Gabinete.

Roni e Douglas são primos: um é filho de Amadeu e outro de Gelásio – o Daco Muller. Pelo acordo, Roni sai a vereador no ano que vem pela Margem Esquerda, no lugar de Francisco Solano Anhaia, MDB, e Daco o apoia, e com isso, enterra, mais uma vez, a pretensão de concorrer ao legislativo. Entenderam quem paga a conta…

Pronto. Finalmente somos a Capital Nacional da Moda Infantil exposta. A Ampe de Gaspar e Ilhota montou um estande coletivo na Feira Internacional do Setor Infantojuvenil e Bebê que se realiza esta semana em São Paulo. Somos, segundo a própria Ampe, quase 200 empresas que vivem disso em Gaspar. Sabem quantas estavam no estande? Três. Mas, é um começo para quem vive de títulos dado por políticos.

Aliás, esta “meia volta volver” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, em liberar às chinesas para nadarem por aqui sem pagar os impostos que as nossas empresas pagam para competir no duro no mercado nacional de moda infantil, complicou ainda mais o que já estava difícil. Se a Shein intermediasse os nossos produtores talvez o título seria para valer.

Estes dias passou na Câmara, um remanejamento de verbas de quase R$25 milhões. Saiu do que era dinheiro próprio e foi para os empréstimos já aprovados pelos próprios vereadores em anos passados. Este é um sinal claro de que pode estar faltando grana nos cofres da prefeitura. Outro sinal, é que está no forno também na Câmara, mais um Programa de Refis. Aqui quem ganha é que não paga em dia.

A imprensa de Gaspar está muito preocupada e toma espaço para se indignar com o inchamento e gastança das Câmaras de Vereadores de Blumenau e Florianópolis. Perguntar não ofende: na Câmara de Gaspar isso não acontece? Cada uma!

O presidente do PSD de Gaspar, vereador Giovano Borges, está recolhendo parte do que disse, tudo para preservar os carguinhos em comissão do partido na prefeitura de Gaspar. Na semana passada, Giovano afirmou que não era conivente com as “cagadas”[o termo é dele] que estão sendo reveladas em áudios e denúncias. Na sessão de ontem, depois que foi pressionado por um membro do terceiro, repito, terceiro escalão do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, ele reviu parte do posicionamento.

Por outro lado, Giovano afirmou com todas as letras e rebatendo uma afirmação de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que está com a corda toda no caso do ralo de dinheiro, falta de transparência e controle do Hospital de Gaspar, que o PSD de Gaspar não possui nenhuma secretaria na atual administração. E não tem mesmo. Isso, porque o vice-prefeito e parceiro de longa data de Giovano, Marcelo de Souza Brick, hoje no patriota ou PL, sei lá, ao ser passado para trás quando junto o PSD com o MDB, PP, PDT e PSDB, permitiu que a secretaria de Educação, negociada na articulação da chapa, fosse dada ao PSD, mas o de Blumenau.

E por que Giovano está querendo se livrar da craca que lhe querem colar? Porque o quarto áudio revelou, como mostrei no artigo de ontem, que a Educação pode ter um pedágio de 25% nas suas demandas de serviços e obras. O PSD é dono da secretaria e isto ninguém tem dúvidas. O indicado é um curioso no assunto, o jornalista Emerson Antunes, vindo de Blumenau.

E a indicação de Emerson é do deputado Federal, e novo prefeito de fato de Gaspar, Ismael dos Santos, PSD. E todos em silêncio. Estão orando. Tramam castigos. Armam vinganças. Nada divinas. Esperam por milagres e não é dos deuses, mas dos que protegem na terra os corpos deles de punições escritas nas leis. Na hora da fritura, todos estão querendo pular fora do óleo quente. E Giovano sentiu o calor desta fritura ao continuar associado ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Só isso. Acorda, Gaspar!

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8 comentários em “ONDE ESTÁ O EX-SECRETÁRIO JORGE LUIZ PRUCINO PEREIRA? QUEM O AMEAÇOU? POR QUE ELE NÃO DENUNCIOU E PEDIU PROTEÇÃO POLICIAL? A CIDADE AGUARDA RESPOSTAS HÁ UM MÊS”

  1. DEBATE TORTO SOBRE A REGULAÇÃO DAS REDES, por Pedro Dório, em O Globo

    O debate sobre o PL das Fake News está completamente torto. E de muitas formas. A primeira é que deveríamos chamá-lo como o resto do mundo chama: regulação das plataformas digitais. Explica melhor a intenção. A segunda é que o texto será votado na semana que vem, e o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), só o protocolou ontem. Não pode. Não numa democracia. Não bastasse, o debate está torto principalmente porque foi contaminado pela má-fé.

    Vejamos só três acontecimentos das últimas duas semanas. Num momento de pânico nacional, em que pais e professores temiam rumores de um ataque em série nas escolas brasileiras, advogados do Twitter se recusaram a retirar do ar contas que incentivavam a violência.

    Enquanto isso, o Telegram se recusou a obedecer a uma ordem judicial. Terminou com a plataforma suspensa em todo o território nacional. É muita a prepotência de uma empresa que se põe acima da Justiça.

    O deputado lavajatista Deltan Dallagnol (PODE-PR) achou por bem espalhar pelas redes que a regulação proibirá a publicação de versículos bíblicos no ambiente digital. Como se um Congresso conservador como o atual estivesse disposto a censurar a Bíblia. Como se não fosse, aliás, inconstitucional.

    Os três acontecimentos mostram aspectos diferentes dos problemas no debate. No mundo das empresas digitais, é muito comum haver gente como Elon Musk, CEO do Twitter, e Pavel Durov, CEO do Telegram. Eles se dizem libertários, têm um discurso pesadamente anti-Estado. Há boas doses de cinismo, no caso de Musk. Suas companhias mais importantes dependem do Estado. A Tesla precisou de subsídios a carros elétricos para se tornar economicamente viável, e a SpaceX sobrevive de contratos com o governo americano.

    Mas ambos têm uma certa prepotência, tomam decisões de forma isolada. Seria injusto comparar Mark Zuckerberg, da Meta, com os dois. Perante eles, Zuck é mais cuidadoso. Ainda assim, a governança da holding põe todas as decisões em suas mãos. Ele faz o que quiser, dá a última palavra em tudo, e o Conselho não pode tirar seu poder. Quando precisam lidar apenas com seus acionistas, problema deles. Mas, nessas plataformas onde acontece o debate público, suas decisões isoladas atingem toda a sociedade. Então o problema é nosso. Eles não foram eleitos. Nunca, na História das democracias, tão pouca gente não eleita teve uma quantidade tão absurda de poder sobre tantos. Sobre todas as democracias. No caso de Musk e Zuck, eles literalmente têm poder de decisão sobre o que vai ser lido e o que não vai. Sobre quais ideias circularão e quais não.

    O desprezo do Twitter pela violência nas escolas brasileiras e o desprezo do Telegram pelas decisões da Justiça do país mostram que não tem como dar certo.

    Assim como o desprezo do deputado Dallagnol pela verdade mostra que, entre nossos problemas graves, está o fato de um conjunto de parlamentares ter abraçado a mentira como método de fazer política. A mentira descarada. Dallagnol sabe que a Constituição proíbe que se mexa com a liberdade religiosa. Sabe que não é possível, no Brasil, existir uma lei que restrinja a liberdade de citar a Bíblia. Ele era procurador da República. Não tem nenhuma desculpa para desconhecer o texto. Sabe, portanto, que, ao distribuir informação falsa sobre a regulação das redes, faz terrorismo.

    Ainda assim, o texto que a Câmara deverá aprovar inclui liberdade incondicional para que parlamentares sigam mentindo, aterrorizando, manipulando, sem temer consequências. Pelo tamanho de suas audiências nas redes, alguns políticos estão entre as principais fontes de desinformação.

  2. A Argentina que Lula, Simone, Haddad, o PT e a esquerda do atraso querem para o Brasil e o Banco Central resiste porque o governo é gastão irresponsável, empregador de gente incompetente e criador de impostos que tira mais dinheiro de circulação na economia, e com isso, gera mais inflação que tira mais dos pobres

    CRISE ARGENTINA REVELA CONSEQUÊNCIAS NEFASTAS DO POPULISMO ECONÔMICO, editorial do jornal O Globo

    As crises econômica e política se misturam na Argentina. No domingo, o presidente Alberto Fernández anunciou que não tentará a reeleição em 22 de outubro. Com menos de 20% de aprovação, juntou-se à vice-presidente, a também peronista Cristina Kirchner, e ao ex-presidente Mauricio Macri, de centro-direita, que já haviam decidido não participar das primárias previstas para agosto. Enquanto isso, o dólar em disparada passa de 500 pesos no câmbio paralelo, 120% acima do oficial. A inflação acumulada em 12 meses rompeu os 100%.

    Ninguém arrisca dizer o que será do país. A Argentina anda em círculos desde o fim da ditadura militar, em 1983. A política cambial fixa do governo Carlos Menem debelou a inflação, mas o câmbio artificial fracassou, ao pôr em risco uma economia essencialmente exportadora. As eleições deste ano se mostram as mais importantes para o futuro desde o naufrágio do governo Fernando de la Rúa no final do século passado, cujos reflexos ainda se fazem sentir.

    Em nenhum momento os argentinos levaram a sério a insolvência crônica do Estado e jamais equacionaram o endividamento explosivo, interno e externo. O país vai, de calote em calote, depositando confiança nas soluções mágicas de economistas heterodoxos a serviço dos diversos matizes de peronismo. Mesmo o governo Macri, que prometia resgatar a sanidade monetária e fiscal, fracassou por ceder às pressões.

    Agora, com o peronismo mais dividido que nunca e a crise econômica, a direita populista ganha espaço. O economista e deputado Javier Milei se inspira em Jair Bolsonaro e Donald Trump para avançar no eleitorado. A ex-ministra Patricia Bullrich, dos governos De la Rúa e Macri, aparece como alternativa à direita. Os peronistas deverão lançar candidato o ministro da Economia, Sergio Massa. Quem quer que vença terá o desafio de revigorar um país falido.

    A Argentina assinou no ano passado um acordo com o FMI — o 13º desde a redemocratização — para reestruturar sua dívida externa e evitar que a inflação disparasse. Não funcionou. Para complicar, o país enfrenta a pior seca desde 1929, um desastre para a agricultura e para as exportações. Estão garantidas, portanto, a escassez de divisas e mais pressão inflacionária. No mês passado, em cumprimento ao acordo em vigor, o FMI liberou US$ 5,4 bilhões. Mas não se vê, da parte do governo, nem sinal da austeridade necessária para resgatar as finanças públicas e reconquistar a confiança.

    Em vez disso, Massa diz que usará “todas as ferramentas” disponíveis para estabilizar a economia. Tradução: quer reivindicar do FMI condições mais suaves no ajuste das contas públicas. Provavelmente para descumpri-las, como tem sido frequente na História recente. Conflagrada por diferentes tons de populismo, a campanha eleitoral será tensa. Maior parceiro do Brasil na América Latina, a Argentina também é um alerta, contraexemplo mostrando tudo o que pode dar errado quando se acredita em fábulas econômicas e se desafia a realidade fiscal.

  3. Onde anda o vice prefeito Marcelo Brick? Não deveria vir a público em nota oficial dizendo que não tem nada a ver com isso? Ou quer dizer, será que ele também está envolvido nas m…. do ex bobo da corte Jorge Pereira? Ficou feio esse bilhete fake aí hein Jorge kkkkkk

    1. 1. O bobo da corte, de verdade, é o vice Marcelo de Souza Brick, Patriota ou Pl, sei lá. Achava que ia ganhar a prefeitura como prometeram para ele. E o primeiro teste, foi quando tomaram na mão boba, a rica secretaria de Educação, onde um áudio diz que além tem uma taxa de 25%

      2. Jorge Luiz Prucino Pereira, só é bobo, na medida em que se tornou esperto demais à serviço para si e de gente que perdeu a noção do risco que estava tomando – para si e os outros que tentam se limpar com a CPI da pizza para inocentar todos e culpar gente que andou perto deles – e criou uma outra bíblica para profanar a que diz ler todos os dias.

  4. DIPLOMACIA DE LULA É PAPO DE BOTECO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

    A política externa atual do Brasil em relação ao conflito na Ucrânia é a política externa do Lula. Ela consiste na promoção da imagem pessoal do presidente como um estadista de grande projeção internacional. O principal problema dessa política é o notável distanciamento entre a visão que Lula tem do cenário internacional e a realidade dos fatos. Nesse sentido, as bobagens que ele reitera sobre causas, evolução (no sentido cronológico) e possíveis resultados do conflito não são deslizes retóricos.

    São distorções trazidas pela ignorância de como funciona a ordem internacional em transformação e o motivo das ações das potências envolvidas. Junto da incapacidade de formular o que seja o interesse nacional brasileiro, que Lula confunde (como fazem populistas) com interesses políticos pessoais.

    Uma das imprecisões históricas mais reveladoras da falta de visão internacional de Lula foi a afirmação de que a China merece crédito especial como possível negociadora no conflito da Ucrânia pois “não faz guerra há muito tempo”. A história da moderna China é a história de suas grandes guerras (de conquista, civil ou ambas). E a China está se preparando para a maior delas, contra os EUA.

    A afirmação de Lula, de que não adianta “discutir quem está certo ou quem está errado” no caso da Ucrânia, implica desprezo a princípios de Direito Internacional. A preservação desses princípios foi por décadas o norte da política externa brasileira. Outra bobagem retórica – “Você só vai discutir acerto de contas quando pararem de dar tiros” – expõe incapacidade de entendimento das relações internacionais. Não se esperava que Lula se dedicasse a interpretar a frase célebre de Clausewitz (A guerra é a continuação da política por outros meios), mas qualquer político realista e pragmático sabe bem o que significa.

    A guerra imposta pela Rússia é guerra imperialista clássica de conquista inflamada por nacionalismo e chauvinismo de séculos, dos czares aos bolchevistas, além do típico anseio por segurança (diante de ameaças reais ou percebidas, como a existência da Otan) de grandes potências. Ela se tornou fator definidor da ordem internacional que, simplificando, é a formação de dois formidáveis blocos geopolíticos. Guerra da Ucrânia e nova ordem são eventos com características próprias, mas que se condicionam mutuamente.

    É bom observar que o chefe de governo espanhol, um político socialista ao lado de quem Lula proferiu as últimas declarações sobre a guerra, compartilha com outros dirigentes europeus de esquerda ou de direita o mesmo entendimento sobre a natureza do que está acontecendo. Eles não definem a postura externa de seus países apoiados em sabedoria de botequim.

  5. Bom dia.
    Situação dracolesca para os POLÍTICOS de Gaspar, mas ainda pior para a população gasparense, que fica desassistida enquanto ladrões do POVO seguem tomando champanhe e comendo LAGOSTAS.

    “O que me assusta não é o barulho dos maus, mas o silêncio dos bons”..👀😔

  6. NA AUSÊNCIA DE LULA, LIRA PREPAROU SUAS CILADAS, por Josias de Souza, no UOL

    No retorno da viagem a Portugal e Espanha, Lula encontrará uma conjuntura política menos amistosa. Geraldo Alckmin revelou-se um interino imperceptível, quase invisível. Arthur Lira ocupou todos os vácuos. Foi como se o imperador da Câmara quisesse demonstrar que o Brasil enviou o seu segundo time para a Europa. O poder real ficou em Brasília, armando suas ciladas.

    Lira engatilhou na Câmara dois projetos de decretos legislativos que derrubam medidas adotadas por Lula. Um revoga decisões presidenciais que deformaram o marco do saneamento básico, aprovado no Congresso sob Bolsonaro. Outro derruba decreto editado por Lula para limitar o registro e a aquisição de armas de fogo.

    Lira equipou-se para impor as derrotas ao Planalto antes do retorno de Lula. Ouviu do líder do governo, José Guimarães, a promessa de que o governo reformularia os decretos sobre saneamento e armas. Puxou o freio de mão. Deu prazo de uma semana ao governo.

    Incomodado com as pressões do MST para desalojar um primo de uma poltrona da superintendência do Incra em Alagoas, Lira retirou da gaveta uma CPI para esquadrinhar o movimento. Fez isso num instante em que o MST constrange Lula pendurando nas manchetes o seu Abril Vermelho. De cambulhada, pôs para andar outras duas CPIs. Uma sobre irregularidades em apostas esportivas, outra sobre as fraudes contábeis nas Americanas. O centrão esfrega as mãos.

    Instalou-se nesta quarta-feira no Congresso a CPI mista do 8 de janeiro. Para evitar que a comissão vire um picadeiro bolsonarista, o Planalto tenta acomodar aliados na presidência e na relatoria da comissão. Lira decidiu plantar um preposto, André Fufuca ou Arthur Maia, numa dessas poltronas. E insinua que Lula pode ter problemas na CPI se insistir em colocar o seu desafeto Renan Calheiros na outra cadeira.

    Na passagem por Portugal e Espanha, Lula aproveitou a ribalta internacional para reiterar o seu desejo de assumir um ilusório protagonismo numa hipotética negociação de paz entre Ucrânia e Rússia. De volta à rotina brasiliense na noite desta quarta-feira, Lula perceberá que seu governo tem um cessar-fogo mais urgente para negociar.

    Para sorte de Lula, Lira cogita voar para o exterior na semana que vem. Nessa hipótese, o governo desfrutaria de um armistício para se reposicionar no front.

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