Na semana passada descrevi a situação de vulnerabilidade em que se meteu – por gula e inexpressividade de seus líderes locais – o PSD de Gaspar.
Seduzidos por vãs promessas, sem quadros, sem lideranças pragmáticas, a última hora o PSD abandonou o seu projeto eleitoral com reais chances de sucesso e fez dobradinha, apenas para não ser concorrente real, e desta forma juvenil, mas facilitar à vitória da aliança do MDB com o PP e Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Escrevi um artigo há dias com este título UM GOLPE EM CURSO? O PSD DE GASPAR ESTÁ COM FUNDADOS RECEIOS DISSO.
Pois bem, um cuidadoso e bem escrito texto postado na área de comentários do citado artigo neste blog e que se permite por ser plural, sem patrocínios de qualquer espécie, não impulsionado, sem rabo preso com os poderosos de plantão, o leitor sob o pseudônimo multi-interpretativo de “Bombeiro Trabalhador“, não só confirmou tudo o que escrevi, como deu novas e até questionáveis dicas de como se estabelece os jogos no mundo que quer se perpetuar no poder.
Preste a atenção!
“Com o devido e necessário respeito, mas entendo que o famigerado golpe pelo governo ao partido político que se aliou nas eleições municipais não é novidade para ninguém, seja aos leitores assíduos deste movimentado blog ou até mesmo aos “çábios” que rodeiam e se lambuzam do governo desta municipalidade. Isto, por certo, trata-se de obra ardilosamente articulada pelo até então prefeito de fato, expurgado do governo por sua própria torpeza.”
NOTA 1. O prefeito de fato – apelido que dei – supõe por isso, neste caso, ser ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, ex-coordenador das campanhas vitoriosas de Kleber e atual presidente do MDB de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira.
NOTA 2. É válido se estabelecer que quase tudo possa decorrer de “obra ardilosamente articulada”. Mas, não apenas isto. O que é incompreensível, é não entender como o PSD não “conseguiu” percebeu que estava caindo nesta armadilha desta tal “obra ardilosamente articulada”. Ingenuidade, oportunismo ou gula?
NOTA 3. Falta de aviso interno no próprio PSD daqui não foi. E se faltou sinalização externa, não foi deste articulista naquilo que escreveu antecipadamente a respeito do que se fazia e do possível resultado que os partidários do PSD daqui teriam e agora choramingam pelos cantos.
NOTA 4. É preciso entender quem é Marcelo do Souza Brick, o vice, o jovem, o bonitinho, o que se emprega em cargos comissionados quando não está em cargo eletivo, o agora abatido politicamente, o que tinha votos para suposta renovação entre o PT e MDB/PP que se revezavam no poder daqui.
NOTA 5. Resumindo e o MDB entendeu melhor do que todos o bote oportunístico: Marcelo gosta de desfrutar do status e não exatamente de constituir poder para distribuir aos seus e assim construir uma proteção duradoura para todos como por exemplo faz com maestria o PP, o que tem raiz, núcleo duro e fome de poder; não de status que é uma consequência do poder. Aliás, por que isso dá trabalho; é preciso investir; é preciso de estrutura e leões de chácaras que acreditam e se inserem num projeto de poder.
Mas, vamos adiante com o texto postado pelo meu leitor no artigo que publiquei na semana passada.
“Prova inconteste a este fato, estimado Herculano, é o reiterado movimento político adotado pela indigesta figura referenciada, o qual, muito embora tenha exercido cargo público – e comissionado – ao longo dos últimos anos, inova ao ingressar judicialmente, como profissional autônomo e na qualidade de representante de servidores públicos que perseguem seus direitos contra a municipalidade, cingindo fatos – e direitos – que certamente se originaram no curso do exercício de suas funções.”
“Indago: cá estamos cuidando de direitos legítimos; oposição; ou, então, de pretensões escusas voltadas ao futuro?”
NOTA 6. É estranho o patrocínio deste tipo de causa na jurisdição, mas apenas do ponto de vista ético, porque do olhar técnico e permissão, ou legitimidade, nada é vedado na legislação vigente.
“Independente à conclusão individual de cada um dos assíduos leitores deste blog e também eleitores desta municipalidade, consigna-se aqui que o então prefeito de fato não terá êxito em sua medíocre tentativa de manter-se no controle. Ao contrário, arruína-se semana após semana desde o ‘voluntário’ pedido de exoneração sob a alegação de que prosseguiria com seus projetos ‘pessoais'”.
NOTA 7. O mundo dá voltas. O PSD de Gaspar sabe que foi ensacado e está sendo sufocado dentro do próprio saco que escolheu para ser chutado. Apesar do esperneio e das pragas que roga aos que supostamente o sufocam, corre o sério risco de não ver as promessas e juras da pré e da campanha se concretizarem.
Resumindo, vai ter que se contentar com migalhas; vai se enfraquecer ainda mais e não será adversário nas próximas eleições. É assim que o MDB e PP acabaram com mais um potencialmente adversário. Só não vê que não quer. Primário.
NOTA 8. E o PSD gasparense corre o sério risco de assistir passivamente o seu enfraquecimento. Pior do que isso: ele ainda está arranjando desculpas só para não provocar rompimentos no empreguismo do quinto escalão, porque nos de primeira linha abriu mão de todos.
Está bem quieto à importação de comissionados de Blumenau, indicados por gente estranha à comunidade, como foi o caso do secretário da Educação, Emerson Antunes, um curioso neste assunto indicado pelo deputado evangélico Ismael dos Santos para o projeto político de Kleber, ou até mesmo outro curioso, trazido de Blumenau pelo próprio Marcelo, para ser o superintendente da Ditran, Maico Rodrigo Erbertz, na vaga do PSD gasparense.
NOTA 9. Certo está o PP. Ele, um ex-concorrente que ameaçava o poder do MDB. Assim, vendeu caro esta suposta estabilidade. O PP – mesmo unido a seu arqui-adversário – mantém o MDB sob prudente distância. E se MDB, vestido de poderoso, resolver desafiá-lo, o PP possui neste mandado votos suficientes para desequilibrar o jogo e encurralar a atual administração pela Câmara de vereadores, e melhor: com gente que entende disso como poucos.
Com todos os defeitos que se podem colar nele, o PP de Gaspar é uma alma viva permanente a advertir o MDB, que só não cedeu a alma da sua vitória ao PP.
NOTA FINAL . Então não se trata de uma “obra ardilosamente articulada” como quer fazer crer o meu leitor em defesa do seu PSD. Foi uma obra “pega patinhos”. Simplesinha. O jacaré não foi atrás da presa. Ela veio à boca do jacaré que está satisfeito com a comida que degusta no papo. Simples assim.
Se para ser vice Marcelo não vendeu o seu PSD por aqui, entregou-o de mão beijada estraçalhando-o no presente par não se ter futuro; inclusive para ele.
Ao leitor, obrigado pela contribuição. Acorda, Gaspar!