Há mais de um século que os gasparenses sabem que não há caimento para drenagens da áreas do Bairro Sete de Setembro e da comunidade Vila Nova, onde a prefeitura quer construir a nova sede dela. Mesmo assim, políticos e técnicos do governo autorizaram ocupação e loteamentos regulares. A foto mostra isso: água parada, sem capacidade de escoamento, e tubulação insuficiente. Agora os políticos querem consertar aquilo que, naturalmente, não tem conserto. Por isso, todos vão pagar uma babilônia pelos erros dos outros.
Nesta sexta-feira, não vou escrever, mais uma vez, sobre como o município de Gaspar está resolvendo, com artimanhas, um problema de caixa e de gestão da Furb e do município de Blumenau, via os pesados impostos daqui na compra do terreno gasparense da instituição de ensino superior de lá e que ela recebeu de doação da Souza Cruz, décadas atrás. É repetição.
A movimentação desesperada na tarde de ontem do governo, do relator da matéria Francisco Hostins Júnior, MDB, e alguns puxa-sacos, para fingir que explicavam alguma coisa, bem como a sessão de ontem a noite, lavou mais uma vez a alma deste escrevinhador e do blog.
Os que se escondiam e também mentiam, ficaram expostos e estão não eles próprios que criaram esta desconfortável e insustentável situação.
Entretanto, há muitas coisas escondidas ainda. E vou tratá-las oportunamente na semana que vem.
Por outro lado, este assunto escabroso não pode esconder tantas outras pautas que estão aí serem destrinchadas e serem esclarecidas aos meus leitores e leitoras. E por quê? É que o poder de plantão, os “çábios” e poderosos entrincheirados na política partidária de mando, insistem e não querem que nada seja questionado, exposto, ou esclarecido..
Curiosamente, e incompreensivelmente, essa mesma gente teima em afirmar que não possuo audiência, mas insiste na reclamação de que eu exagero, e até supostamente influencio, e vejam só, para o mal. Deve ser para o mal dos planos secretos deles, é claro.
Vejam bem, meus nenhum leitores e leitoras. Se eu não tenho audiência como alegam esses “çabidos”, como, de verdade, posso instruir, enganar, ludibriar um tal de ninguém, se não sou lido até mesmo por este mesmo ninguém? E não é sobre esses bobinhos e suas bobagens que vou escrever hoje.
E por quê não abordarei, hoje, este tema da compra do terreno da Furb? Ele está enfadonho. Está esclarecido. Está tudo nos artigo anteriores. Só dá o blog porque é o único que teve a coragem de abordá-lo por aqui. Não dependo de verba pública e privada.
Então, vou dar chance para as edições de hoje e de amanhã dos nossos hebdomadários para que eles contem a versão deles, mas, principalmente a oficial dos poderosos – aqueles que chamaram a polícia para conter o bafo pacífico do povo contra os políticos marotos e com isso, tentar colocar a pecha de criminosos nas pessoas bem, só por elas exercerem o direito de pedir explicações sobre os fatos da sua comunidade e que elas bancam com os pesados impostos.
Esses veículos estão obrigados até pela renda que recebem da prefeitura, Câmara, políticos e gente de interesses poderosos, a dar a versão oficial. Eu com a obrigação de desconstituir a unanimidade oficial! Também vou dar mais uma chance à imprensa regional. Ela também está caladinha neste assunto.
Então, volto ao meu cantinho de novidades. E retomo o título deste artigo: os bobos da corte.
O mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, insinuou há dias na Câmara que entende da história de Roma e dos romanos. Acho que até contaram para ele, e ele não a aprendeu, ou não a entendeu. Falou que na Roma Antiga havia, num determinado tempo o Rei, o Príncipe e o bobo da corte para ser constrangido e humilhado pela corte e divertir, ou distrair – que é o termo certo – o povo desinformado, ou amedrontado pelos poderosos.
Espero que o ensaio das risadas contidas de alguns vereadores diante do que relatava Melato, tenha sido entendida como piada contada por Melato e à ignorância deles sobre o tema.
Roma foi uma República e aí até houve reis, numa complicada coalizão de forças. E na fase de glória, conquista e decadência foi um Império (27 a.C até 476 D.C), precedida por uma sistema de Triunvirato. Ou seja, não tinha rei, nem príncipe, mas Imperador.
E esse negócio do bobo da corte está mais para lenda nas obras do pai da literatura inglesa, o dramaturgo Willian Shakepeare, do que para reis e príncipes romanos de duvidosa existência.
O bobo da corte teve origem no Império Bizantino, e no fim das Cruzadas – sim, os cristão também já mataram em nome de Deus, ou Jesus para impor a sua fé e teologia – tornou-se figura comum nas cortes europeias. Mas não demorou muito para desaparecer, o que ocorreu no século XVII. O bobo da corte vestia uniformes espalhafatosos, com muitas cores e chapéus bizarros com guizos amarrados.
Volto ao bobo da corte de Gaspar que Melato prometeu revelar na sessão da Câmara semana passada, depois do spoiler que deu na sessão anterior.
Na verdade, o bobo da corte aqui, são os pagadores de pesados impostos.
E isso ficou claro em vários movimentos do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo de Souza Brick, Patriota, e da Bancada do Amém – onde está o próprio Melato – na penúltima jogada dos reis e príncipes da cidade para comprar o terreno da Furb.
Melato votou a favor, quando teve a chance não só de se indignar, mas de pelo menos pedir prazos para esclarecer tudo e ajudar o seu próprio governo ficar menos exposto ou então até, calar a boca dos críticos com fatos, argumentos, planilhas, números, planejamento e transparência.
Retomando o fio da meada do título e deste artigo, pois prometi não tocar neste assunto da Furb nesta sexta-feira e vira e mexe entro nele.
Melato está “encardido” com os loteamentos, loteadores e problemas que eles, supostamente estão causando à cidade, aos cidadãos, cidadãs e seu futuro do município carente de infraestrutura para suportar tudo isso, bem como nas notórias falhas de aprovação e execução desses projetos.
Melato até está certo. Mas, deve-se tomar cuidado, até porque o próprio Melato admite que os vereadores – incluindo ele próprio – tem culpa nesse cartório. E tem. Ontem ele próprio deu mais uma vez, prova disso. Ou seja. Ensaia um discurso contra o erro que diz que precisa ser consertado, e faz o que sempre fez: dar os votos na Câmara para se perpetuar o errado e lá na frente com os impostos de todos, consertar ou se dar um jeitinho na troca de votos.
E por quê Melato faz a sua “mea culpa”, mesmo que supostamente falsa?
É que os vereadores e os políticos no poder de plantão em Gaspar NÃO ,fizeram a lição de casa, ou seja, a Revisão do Plano Diretor, obrigatoriamente prevista para até 2016 pelo Estatuto das Cidades.
Começou a enrolação com o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT e está na mesma balaia, Kleber e Marcelo. Estão fazendo remendos ao gosto de cada cliente, necessidade, amigo, dos poderosos e por outro lado, complicando com o uso correto da lei, os que não se ajoelham para orar do templo do pode quase tudo. Um desatino.
Melato até pediu, via um extenso e necessário requerimento, ao governo de Kleber e Marcelo quem ele serve, quem foram os que pediram autorização da prefeitura para lotear, quando se autorizou e quem fez isso dentro da prefeitura, quem são os donos dos loteamentos de Gaspar. Boa.
Todavia, eu tenho fundando os dois pés atrás neste assunto.
Depois dos pagadores de pesados impostos, Melato não vai tratar os investidores como se eles fossem os bobos da corte. E ontem teve essa oportunidade de colocar os negócios cheios de dúvidas em pratos limpos, mas, na hora do vamos ver, do voto, negou-se a dizer que está atrás de explicações para se convencer naquilo que a cidade inteira sabe não estar esclarecida.
Melato, mais uma vez, corporativamente como os outros dez vereadores da Bancada do Amém, votaram com o erro. Um parêntesis explicativo. A presidente da Câmara, Franciele Daine Back, PSDB, não vota, se não precisar desempatar. Todavia, ela manobrou em tudo – e até contra os que queriam mais explicações e tempo – para que a votação acontecesse ontem como queriam os poderosos no poder de plantão. Então…
Retomo outra vez o fio da meada do bobo da corte.
Isto parece até um ensaio geral orquestrado por Melato que diz não ter rabo preso com os loteadores, empreiteiros e investidores da vez. Será?
Por detrás desta fala crítica – e acertada, repito -, pode está se criando um clima, algumas dificuldades, palanques, discursos e fanfarronices para se chegar a um grande acordão com os amigos dos reis e de rebarba até, beneficiar os bobos da corte que estão pagando seus pesados impostos e poderão não ter suas escrituras de seus imóveis disponíveis em determinados loteamentos jurados como regulares.
É este o cheio de enxofre que está no ar. E de coisa armada. E não é para o zé pequeno, não!
Resumindo: é uma cortina de fumaça que está se criando para justificar novos e necessários pesados investimentos de infraestrutura na área de drenagem pluvial, desta e mais uma vez, todos bancados pela prefeitura e no ano de eleições, quando seus políticos estão mais acuados atrás de votos como cabo eleitorais que se transformaram para deputados, senadores, governador e presidente da República.
Este investimento estruturais, ou os corretivos necessários, de verdade, deveriam ter sido feitos pelos loteadores, ou os que ainda estão enchendo de aterro partes baixas e represando outras antigas ao redor desses loteamentos e aterros, como a Angelina Motter e Oriente, no bairro Sete de Setembro e a comunidade Vila Nova, as citadas pelo Melato no seu discurso.
É que os moradores destas áreas – que nunca até então tinham sido atingidos por águas de qualquer tipo de enxurrada, colocaram sob relho os políticos aliados de Kleber neste mês de abril, depois dos moradores de lá não só receberem água nas casas – coisa que nunca tinha acontecido antes, mas também merda – esta é a palavra correta para todos entenderem o que os técnicos da prefeitura misturaram na drenagem.
Ali não há grau e saídas naturais para escoamento das águas. Simples assim. Está se duelando contra a natureza das coisas. Impressionante.
E a prefeitura com os seus políticos e “çábios” depois de ser malditos por terem fugido ao debate com o povo de lá, prometeu um “estudo” da bacia hidrográfica. Por enquanto, só promessas, um cala-boca momentâneo, para ganhar tempo, naquilo que estava virando uma revolução popular.
Como própria prefeitura autorizou os aterros, como ela própria não fiscalizou o que se fazia por lá, ou então fechou os olhos – o que é mais provável -, como o Plano Diretor foi colocado no saco mais uma vez por todos os técnicos, políticos, poderosos e empreendedores, o que vai acontecer para salvar quem se afoga em água, lama e fezes, para o bem de loteamentos caros que estão surgindo na região e de gente bem conhecida e amiga do poder de plantão?
Vai se indenizar terras de particulares, para se criar um caro canal extravasor das águas e esgotos daquela região para o Rio Itajaí Açú, com o dinheiro de todos e não dos loteadores como deveria ser.
Então que é o bobo da corte? Todos os gasparenses que vão bancar esta obra que salva o que está errado e teve a aprovação de reis, príncipes, “çábios” e políticos para seus amigos da hora, bem como da omissão de toda a Câmara como bem ressaltou Melato, repetindo-me naquilo que sempre escrevi aqui. Ou seja, estou de alma lavada outra vez. Acorda, Gaspar!
Na escuridão da noite, em dias de chuvas fortes – e não precisa enxurradas – a água com fezes invadem as casas das ruas Angelina Motter e Oriente. De dia, quando há dias seguidos de sol e até seca, a água não consegue escoar por falta de caimento e por ser o solo um charco. E isto todos em Gaspar sabem disso há séculos, menos os políticos, técnicos e os “çábios” de hoje do poder de plantão com cartografia espacial e digital disponível.
TRAPICHE
No dia Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador, o PL de Gaspar, promete ocupar das escadarias da Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, de Gaspar. “Vai ser gigante”, diz o meme que circula nas redes.
O PL que virou o partido de aluguel da hora do mito Jair Messias Bolsonaro, precisa dizer para os próprios bolsonaristas, direitistas e conservadores como ele vai caminhar em dois de outubro. Estão sem candidatos em Gaspar.
Perguntar não ofende I. Onde estava esta semana a chefe de gabinete Josieli Cristina Casanova, indicada pela Dona Leila? Oficialmente de férias nada constava, a não se r que se regularize tudo as pressas. Mas, as redes sociais a mostravam bem longe daqui em “dolce vita”.
Perguntar não ofende II. Não era o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e o seu vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, que deveria estar na Câmara defendendo a montanha de dinheiro dos gasparenses para tapar as necessidades financeiras da Furb e da prefeitura de Blumenau?
O governo de Kleber e Marcelo mandou os comissionados ocuparem a maior parte dos assentos do auditório da Câmara ontem a noite. Achavam que iam intimidar e abafar a voz do povo. Foram advertidos por estas mesmas vozes, de que estão surdos ao que se fala – e muito – na cidade, sobre dúvidas, negócios e erros do governo.
Aliás esta tática é muito antiga e uma prática recorrente de Kleber que se vende na cara marquetagem oficial e distante da realidade como um religioso, generoso, bonitinho, gestor à frente do seu tempo, um líder de acurada habilidade e um ente familiar exemplar. Uma coisa não bate com a outra, tanto que ele correu da candidatura a deputado estadual
Lembram-se do áudio que no início do governo dele em 2017 e que Kleber mandou com ameaças de demissão para explicitamente os comissionados e os de cargos em confiança invadirem as redes sociais a seu favor.
Nada mudou. Isso apenas, está sendo cuidadosa e continuadamente praticado.
Quando a ex-secretária de Saúde de Gaspar, Silvania Jonoelo dos Santos, foi tirada do seu cargo e só depois da pandemia de Covid-19, onde praticou sucessivos e reiterados erros, foi “transferida” para o Hospital de Gaspar. Ela disse que na nova função iria cuidar da humanização do hospital.
Pois bem. Pontuei que aquilo era a prova mais eloquente de que o Hospital tinha problemas graves nesta área de humanização e que sempre negava, quando se apontava esta falha. E olhando as redes sociais, vê-se que nada mudou. Entre outras, é só ler no facebook o relato mais recente da Educadora Social, Juliana Meneses de Oliveira. Ou seja, nada mudou! Acorda, Gaspar!