Alterado e corrigido às 7h58min. Este não era o comentário de hoje. Ponto.
Contudo, diante da “briga” e principalmente de narrativas muito particulares entre alguns que se dizem da direita e bolsonaristas do PL de Gaspar – e que chegaram até a ir na Avenida Paulista no domingo passado – somado ao esforço hercúleo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vice-Marcelo de Souza Brick, PP, e alguns do seu entorno para se dizerem de direita e bolsonaristas, está claro, cada vez mais, e novamente, que querem ser iguais ou diferentes por circunstâncias oportunistas; que um depende do outro; ou então estão se auto enganando; ou estão enganando, mais uma vez, os eleitores e eleitoras de Gaspar, pois no fundo são, realmente, iguais e disfarçadamente estão dizendo que nada vai mudar, um sentimento geral que a população vem bem demonstrado em qualquer pesquisa qualitativa que se faça por aqui.
Gaspar não precisa mais dessa discussão de esquerda e direita, de bolsonarista raiz e bolsonarista enrustido, de petista ou não petista. Chega.
Gaspar precisa de resultados práticos para a vida das pessoas na saúde, educação, assistência social, moradia, obras, saneamento básico, mobilidade, manutenção das estradas, cemitério decente, corte do capim… Simples assim.
Com esta discussão sem praticidade alguma, os políticos de hoje, quase todos jovens, estão distraindo, como os velhos, mais uma vez o eleitorado com uma briga fantasiosa e sem resultados práticos. O município está em frangalhos, administrativamente, como pouco se viu antes, a não ser ao tempo do contador Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler (1983/88), ambos falecidos e pertencentes ao que era a Arena – conservadora, direita -, que veio dar no PPB e no PP que é hoje e que em alguns momentos, ao longo dos anos e das oportunidades, se encostou no PT. Vi com meus olhos e posso comparar.
Esta “briga” nas redes sociais e aplicativos de mensagens que se instalou por aqui nestes três dias, sob o silêncio da imprensa que nada mais influencia por aqui, tomou conta da cidade. Pareceu Dengue se espalhando por culpa de todos nós, incluindo o governo.
Na verdade, essa “briga” esconde à incapacidade dos que alimentam esta discussão, de verdadeiramente, eles próprios resolverem o problema da cidade para os seus cidadãos e cidadãs. Por parte de Kleber e Marcelo está bem claro nestes mais de sete anos, quatro dos quais, com Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Eles tinham e ainda têm o domínio administrativo da cidade. Por parte dos que ainda não se elegeram e que rondam o PL, é preciso elegê-los para testar se isto será igual: tão incapazes quanto e são farinhas do mesmo saco. As amostras dão sinais que são.
FALTAM PROPOSTAS DE SOLUÇÕES AO MUNDO REAL
O que deveria estar na pauta e nas discussões dos que dizem aptos para governar e no poder, fazer diferente e melhor do que está aí e do que foi no passado com Pedro Celso Zuchi, PT, que se apresentou para ter o quarto mandato? Mudanças e colocar a cidade definitivamente nos anos 20 do século 21.
Contudo, no debate, nada, nadica de nada. O único que ensaia isso com alguma clareza, por incrível que pareça, é o outsider Oberdan Barni, Republicanos, que nem PL, nem PP, nem União Brasil, nem Novo, nem PSD, nem PDT, nem MDB, nem o PSDB, nem o PT querem Oberdan competitivo, ou eleito, ou no poder. Estranho. Muito estranho esta união invisível de adversários contra alguém que nem bem político é. E aos poucos, como se vê, esta “união” vai se explicando.
Exceptuando Zuchi – na esquerda – e Oberdan – na direita – o que há de comum com quem não quer estes dois candidatos? Um grupo de políticos e empresários que se acha donos da cidade e dos candidatos que escolhe entre os do grupo – que mais parece uma entidade secreta – para serem seus preferidos, entretanto, sem compromissos públicos de mudanças à distinta plateia, a que vai eleger o escolhido deles para eles e não exatamente para a cidade como sew demonstrou até aqui.
Sem projeto, sem controle este grupo já foi traído por Kleber, por Marcelo, seus luas-preta e “çábios” – os quais vivem no entorno e na invisibilidade. Este grupo voltou, não para reapresentar o seu escolhido à cidade, aos cidadãos e cidadãs, mas para se vingar naquilo que ficou desnudado de que perdeu a mão e o poder ao tempo de Kleber, Luiz Carlos e Marcelo.
Este grupo, por vergonha, não quer se declarar mais uma vez Zuchi como já foi no passado. Este grupo não confia em Marcelo e também possui restrições Rodrigo Boeing Althoff, PL. E já fez o seu novo ungido, por enquanto sem partido definido, pois isso é um detalhe menor para eles. O importante é a imposição e a demonstração de força, contrariando o sistema partidário desde que satisfaça a satisfação de mando do grupo.
UM AUSENTE CORRE PARA SE DIZER PRESENTE
Rodrigo, por exemplo, e já escrevi isso aqui várias vezes, fato que o deixa emputecido, ficou em estranho silêncio sepulcral nos últimos anos vendo os erros de Kleber e Marcelo contra a cidade, achando que teria a fruta para comer sem qualquer esforço para subir na árvore para apanhá-la.
Enganou-se. Virou bolsonarista, coisa que nunca foi. Pode estar se enganando pela segunda vez. Se tivesse ocupado espaço dos 22,21% dos votos válidos que ganhou sob adversidade em 2020, neste instante da corrida eleitoral ele não teria adversário e penetras no ambiente interno do conservadorismo local, diante do naufrágio do atual governo municipal.
Se usasse o conhecimento e não maquiagens, as quais se derretem ao menor sopro, provavelmente se sairia melhor. Ao menos teria autenticidade. Tarcísio Gomes de Freitas, Republicanos, por exemplo, vendeu competência, determinação e tinha credibilidade para ser governador num estado onde ele nem sabia quantos municípios havia por lá. Era a competência, determinação e credibilidade que o eleitorado queria. Era isso que diziam as pesquisas vindas do interior e que sufocou a onda vermelha da capital.
PALANQUE QUEBRADO
No outro lado, está Kleber e Marcelo sem crédito e legado, a não ser dúvidas, erros e capim. Construiram um palanque que está quebrado e que causa danos a quem Kleber indicar como sucessor.
Evangélico neopentecostal, depois de ver o sucesso do aglomero na avenida Paulista e a ida Rodrigo para lá com o grupo mais radical do bolsonarismo daqui, Kleber se declarou um conservador desde o seu nascimento. Talvez seja, mas de cara, isso não combina bem com o seu MDB, e aliados como o PDT e PSDB. Veja o vídeo abaixo que Kleber gravou esta semana para rebater à enxurrada de questionamentos dos bolsonaristas locais.
Ambos – bolsonaristas e Kleber – se auto alimentam. Kleber não pode dizer o que fez. Rodrigo não quer se comprometer no que poderá fazer diferente. E os bolsonaristas nem cobram. Então sobram coelhos da cartola neste ilusionismo onde um diz ser de direita, o outro de esquerda e assim vai. É briga de rua. E de real? A cidade tomada pelo capim, com falta de vagas em creches, sem contraturno nas escolas, sem professores, sem transparência em nada.
Só faltou e falta muito pouco – porque nos bastidores rola uma química que se esconde do distinto público – declarar que o MDB Kleber e o PP do neo-convertido Marcelo – era PSD, Patriota e será o que for para ser candidato a prefeito -, estão no mesmo projeto do PL de Bernardo Leonardo Spengler Filho, cujo pai, já foi presidente do MDB e prefeito (1997/2000), mandato que o vice, Andreone Cordeiro dos Santos, PTB, terminou. Há ensaios disso por todo o lado e, pasmem, vindos de Florianópolis onde o grupo de empresários e políticos mirou seus esforços para que os daqui engulam o prato feito.
O que é, no fundo esta briga entre os bolsonaristas, direitistas, conservadores e liberais? Coisas miúdas, mais uma vez. São coisas passadas, mas sinalizadoras. Como em Gaspar coisas do passado não são enterradas, elas ficam vagando como almas penadas neste cemitério lotado onde só o povo paga a conta, “viram coisas importantes”. Transformam-se em cortinas de fumaças ao que está errado e atrasado, mas que precisa ser mudado urgentemente. É isso que a população está pedindo nas pesquisas qualitativas, que os políticos e seus “donos”, fingem não enxergar, mais uma vez.
Sem ser Oberdan, por enquanto, no ambiente conservador, e talvez para se manter vivo e percebido, ninguém dos outros pré-candidatos conhecidos conseguem apontar os atrasos, dúvidas e os erros de Kleber e Marcelo, e dizer com clareza como vai consertar, inovar, experimentar e colocar a cidade para rodar de forma diferente, e para frente, ao que está aí no legado de Zuchi, Kleber, Luiz Carlos e Marcelo.
MENOS IDEOLOGIA E MAIS PRAGMATISMO
Este é o ponto de partida para uma candidatura séria neste campo que diz ser conservador e quer se diferenciar das teses do atraso da esquerda, do PT, PSOL, PSB, PDT, PSDB entre outros. Se Kleber realmente é conservador, como reafirma a todo instante, é este espectro ideológico o que está em dívida com a cidade. Ninguém mais. Se o PT e Luiz Inácio Lula da Silva levaram uma lapada na Avenida Paulista, aqui Zuchi foi prefeito três vezes e fato claro é de que, quem o sucedeu, não está em boa conta. Se tivesse que concorrer novamente perderia. Isto também está nas pesaquisas conhecidas, inclusive as do MDB.
E se os partidos que estão no poder de plantão como o PP e por tabela o PSD e o MDB continuarem a se misturar com o PL, União Brasil e o Novo, intencionalmente, ou não, vão fortalecer o PT, ou então, trazer para a cena competitiva, o Republicanos que, quase por unanimidade, esses partidos da dita direita e da esquerda não querem ver nem pintado de dourado, tanto que quando fazem pesquisas na cidade, nem o nome de Oberdan colocam nelas para se auto-enganarem.
O PL, os bolsonaristas, os da direita, os conservadores e os liderais precisam escolher o seu próprio caminho. Precisam deixar as coisas pequenas de lado onde não há desentendimentos insuperáveis. Discussões ideológicas, só servem, em eleições municipais, para convertidos e extremados. Urgentemente, PL, bolsonaristas, direitistas, conservadores, liberais e o grupo que os tutela a cada eleição impõe seu preferido, precisam dizer claramente aos gasparenses o que vão fazer de diferente ao que está aí e quem eles não querem com eles neste caminhão chamado “mudanças”.
Tem muita gente metendo o bico neste assunto por aqui e quando chegar a hora do desastre, vai arrumar culpados para esconder, novamente, as suas bicadas. Amostras na praça já temos mais uma vez: Kleber, Luiz Carlos e Marcelo. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O delegado Paulo Norberto Koerich, com ficha assinada no PL, finalmente saiu da sua rotina familiar e social para dar o ar da graça como possível candidato a prefeito. Levado pelo “lua preta” do PP de Gaspar, Pedro Inácio Bornhausen, Paulo foi às fotos e cumprimentos na festa da comunidade São Sebastião (ao centro de camisa escura na foto ao lado).
Aliás, o PP precisa vir a público em Gaspar dizer se ele possuiu ou não candidato a prefeito e quem é. Uma parte expressiva do partido está fazendo jogo duplo. E no meio desta arena está a família Amim (Esperidião, Ângela e João), acionada para tentar construir soluções ao conflito interno de Gaspar. Quem poderá virar espectador nesta disputa, é o vice-prefeito Marcelo de Souza Brick. Ele com pompa rasgou a ficha que tinha no PL e assinou a ficha para ser candidato do PP na disputa deste ano. Então…
Café no bule I – Em um mês, cinco de abril, os secretários municipais e os presidentes da Fundação Municipal de Esporte e Lazer, bem como do Samae terão que sair se quiserem ser candidatos a vereadores este ano. A desincompatibilização é de seis meses antes do pleito que se dará em seis de outubro. Ou seja, até terça-feira se saberá a lista dos retirantes por aqui.
Café no bule II – Para candidatos a prefeito e vice, o prazo em iguais cargos é de apenas quatro meses.
Sem celular I – Na prefeitura de Gaspar já estão ensaiadas as mudanças e elas já foram comunicadas. Uma reunião, que chamam de planejamento, sinalizou estas mudanças. Não haverá novidades. Para este período, na maioria dos casos, serão levados ao primeiro escalão, funcionários de carreira, ou em cargos de confiança, ou comissionados que eram os segundos nas suas respectivas pastas e que não vão concorrer a nada este ano. A ordem é evitar atritos e constrangimentos na multiplicidade de interesses partidários e eleitorais em ano eleitoral e com dificuldades claras para os que estão no poder de plantão.
Sem celular II – Em uma dessas reuniões “não entraram” celulares dos neófitos. Foi para “evitar” vazamentos. E principalmente para mim, como expressou o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Fora da casinha. Eu nunca disputei a primazia de dar nomes dos que supostamente estão em linha de nomeação. Não é o meu foco. Eu me dedico a comentar estas indicações, depois de indicadas e quando nas funções, elas falham para a cidade. Mas, se eu tenho palpites? Tenho. E óbvios e ninguém me passou: Emerson Barth, no Planejamento Territorial e Douglas Muller, no Obras e Serviços Urbanos.
Testes de Covid I. Sobre estes segredos que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e seus am amestrados querem impor não exatamente a este espaço, mas a cidade, se não fosse o blog, por exemplo, ninguém saberia, que estamos sem testes para Covid-19 em pleno aumento da doença entre nós. E que centenas deles estão sendo jogados no lixo porque passaram do prazo de validade. Sem ter como negar, na prefeitura está se procurando quem passou a informação, que é pública, num ambiente público, em algo grave.
Testes de Covid II. Ao invés de confirmar, se desculpar e até apontar culpados, a prefeitura de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP, obrigada pelas circunstâncias e me praguejando, emitiu uma nota oficial. Não admitiu que perdeu os testes, numa outra cortina de fumaça disse o seguinte: “A Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o teste rápido para Covid-19 está suspenso temporariamente no município. A medida se deve à dificuldade de aquisição e distribuição do material em todo o país“. É prácabá. Outro espetáculo de ilusionismo. E a imprensa aplaudindo.
Em cima do laço I. O ex-primeiro ministro do Brasil, Tancredo de Almeida Neves, dizia: “quando a esperteza é demais ela come o dono“. O governo de Gaspar abunda em exemplos. Na segunda-feira, o secretário de Agricultura e Aquicultura, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, gravou um vídeo para dizer que a sua pasta presta contas e é transparente. Ele falava da única reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, convocada às pressas, depois de um ano em que ele está à frente da pasta.
Em cima do laço II. Sabe por que esta reunião aconteceu? Porque um questionário feito pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PL (2005/08), protocolado à Ouvidoria da prefeitura, bateu na secretaria de Agricultura pedindo esta informação (e muitas outras mais). O questionário está enrolado para respondê-lo e secretaria já pediu para esticar o prazo. Ou seja, se a secretaria é tão prestativa de suas contas e tão transparente como apregoa o vereador secretário, qual a razão para enrolar Adilson e até pedir para o ex-prefeito desistir em ter estas respostas oficiais?
Aos poucos vai se descobrindo que no movimento que quer apresentar um candidato-solução do grupo de empresários e dirigentes políticos, estão os mesmos que sempre coordenaram as campanhas de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e até participaram do governo dele, como se de fato fossem os donos do primeiro mandato deste governo, e que foram extraídos dele, para dar lugar a gente mais próxima de Kleber, mais ligada a igreja, como o ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB.
O MDB estadual morde o governador Jorginho Melo, PL, por mais espaço e visibilidade. Está em curso em Itajaí o apoio do PL como vice-prefeito do presidente estadual do MDB, importado de Jaraguá do Sul, deputado Federal, Carlos Chiodini, para ser candidato a prefeito na cidade portuária e que deixou oi porto sem atividade por mais de ano em graves prejuízos para os cofres municipais. Em Blumenau, constrói-se algo semelhante depois que o MDB vem perdendo o deputado estadual, Egidio Maciel Ferrari para o PL. Um dia esse tipo de conversa de unir MDB, PP, PSD e PL vai chegar a Gaspar.
Anti-campanha. Esta é quando se olha os vídeos que políticos e pré-candidatos de Gaspar fizeram esta semana e colocaram os idosos como gente dependente. E são, mas de assistência do poder público, como saúde, remédios nos postinhos, consultas de especialidades, exames médicos e remédio na farmácia básica, onde falham os próprios políticos que estão usando essas pessoas como manequins de propaganda política de respeito e amparo. Falsos.
O que apareceu ontem no início da noite? O anúncio nas redes sociais da prefeitura para escolha de vagas no dia de hoje na secretaria de Educação, do processo seletivo 12/2023. Começou agora às 8h e vai até o meio da tarde. O que é engraçado e ao mesmo tempo estranho, se não fosse cômico e trágico ao mesmo tempo? “A nova chamada vem para atender a demanda de profissionais que por ventura desistiram das vagas”, diz a prefeitura Cumuéqueé? Se desistiram que nova chance pode existir aí? É coisa direcionada? Ou desespero mesmo diante de tantas queixas? Acorda, Gaspar!
10 comentários em “O PL DE GASPAR ESTÁ CADA VEZ MAIS PRÓXIMO DE REPRESENTAR A CONTINUIDADE DE KLEBER E MARCELO. INGENUIDADE, CILADA OU FALTA DE PROPÓSITO DE MUDANÇA, O SENTIMENTO PREDOMINANTE DO ELEITORADO REVELADO NAS PESQUISAS?”
FERROLHO POLÍTICO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo
Conciliação e pacificação são palavras de fácil uso e difícil implementação. Aparecem com certa frequência nos pronunciamentos dos dois personagens que dominam a política brasileira, Lula e Bolsonaro. Mas não são para valer.
Ambos subordinam a própria sobrevivência política à “missão” de liquidar o adversário. Operam por contraste em relação ao oponente. Isso foi sempre parte da postura de Bolsonaro frente “à esquerda”, mas é razoavelmente novo em Lula, que passou de “pai dos pobres” para “pai da democracia” (quer dizer, campeão do antibolsonarismo).
Do ponto de vista de Lula, as investigações criminais e o STF não eliminaram seu adversário, pelo menos não na rapidez desejada. Cujo atual peso eleitoral, mesmo inelegível, se explica em boa medida pelo próprio… Lula.
Bolsonaro exibe a dificuldade em entender que suas teorias conspiratórias não “colaram” num eleitorado muito além do seu núcleo duro que, da mesma maneira como acontece com lulistas, aceita qualquer coisa que venha do líder. Em outras palavras, há um nutrido contingente profundamente insatisfeito com “o que está aí”
(especialmente a volta do PT ao poder) que não engole Bolsonaro como saída para o País.
É óbvio que não há muito espaço de “conciliação” e “pacificação” num cenário de “ladrão” contra “golpista”, ainda mais quando cada um considera que suas vantagens eleitorais residem no jogo de contraste com o adversário/inimigo. Curiosamente, ambos parecem ter assumido que o adversário se dissolveria em suas próprias vulnerabilidades políticas, associadas a fatos recentes, o que não aconteceu.
Ambos não conseguem, porém, ampliar o próprio potencial na direção de maiorias consistentes. E estão, por motivos diferentes, diante da necessidade de criar um “herdeiro”. Lula teria um “herdeiro natural” no atual ministro da Fazenda, que, por isso mesmo, é ferozmente combatido dentro do próprio PT, às voltas no momento com lideranças regionais sem clara projeção nacional.
Quanto a Bolsonaro, mesmo com a resiliência política que apresenta, não é o automático “king maker” de quem por ele enfrentaria Lula/PT nas próximas eleições. As raposas das operações políticas já perceberam isso e seu movimento é na mesma direção das últimas eleições: o que importa é a formação de bancadas no Legislativo, que sempre terá o presidente da República como um refém político, não importa quem seja.
Apesar do enorme cansaço que causa, até aqui não parece que esse ferrolho político possa ser rompido
OS RECADOS DA PAULISTA, por Malu Gaspar, no jornal O Globo
Desde o primeiro momento, Jair Bolsonaro disse que seu maior objetivo com a manifestação do último domingo era produzir uma “fotografia para o mundo”.
Como Bolsonaro não costuma ser bom em esconder seus reais propósitos, é razoável apostar que ele não esperava comover ninguém que já não o apoie com seus pedidos de pacificação e anistia — muito menos o Supremo Tribunal Federal (STF). Tampouco achava que convenceria alguém de que não planejou um golpe de Estado. O que ele queria era a imagem mesmo, e para passar mensagens bastante claras.
A primeira, para o STF. A foto da Avenida Paulista mostra que prender Bolsonaro não será uma operação fácil, agora ou mais adiante. Quem se lembra do comício de Lula em São Bernardo do Campo em abril de 2018, horas antes de ser levado para Curitiba pela Polícia Federal, sabe por quê.
A Suprema Corte está até hoje expiando o trauma de ter prendido um ex-presidente popular, e mesmo o intrépido Alexandre de Moraes vai pensar algumas vezes antes de confrontar os bolsonaristas.
Outro recado foi aos aliados, especialmente aos governadores que se aboletaram no carro de som.
Depois da operação da PF sobre os militares envolvidos no plano de golpe de Estado, sobre o próprio Jair Bolsonaro e sobre o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, os líderes partidários detectaram um movimento de pré-candidatos a prefeito e vereador que até então planejavam ir para o PL considerando ingressar noutras legendas para se prevenir contra complicações jurídicas.
A multidão se comportando em estrita obediência aos comandos de não levar faixas, cartazes ou palavras de ordem contra o STF funcionou como aval para Bolsonaro dizer aos seus que eles não têm muita opção e estão amarrados a ele pelo menos até a eleição municipal.
Um terceiro destinatário da mensagem de domingo foi o próprio Lula, que passou recibo em entrevista à Rede TV/UOL “A manifestação foi grande, quem não quiser é só ver a imagem”, disse, mesmo classificando o evento como “meio alucinante” e “a favor do golpe”.
A maior lição para Lula, porém, não está na foto, mas fora dela, e pôde ser aferida numa pesquisa de opinião divulgada na quarta-feira pela Genial/Quaest. O levantamento, que mediu a impressão da população a respeito do ato e da situação jurídica de Bolsonaro, mostra que o quadro de polarização de 2022 permanece forte e vivo.
Eleitores de Lula e de Bolsonaro respondem de forma diametralmente oposta se acham que o ex-presidente é perseguido, se planejou um golpe de Estado, se deveria ter sido declarado inelegível ou se seria injusto prendê-lo. Lulistas estão certos de que ele deveria estar atrás das grades, bolsonaristas dizem que é completamente inocente.
A pesquisa mostrou também que um amplo contingente dos que votaram em branco ou anularam em 2022 acredita que Bolsonaro planejou um golpe (47%), que seria justo prendê-lo (58%), que foi certo torná-lo inelegível (52%) e que não há perseguição política nas investigações (56%).
Os dados reafirmam a Lula que, apesar do apoio significativo e inabalável de um setor do eleitorado a Bolsonaro, continua havendo espaço para convergência com quem não está nem em uma bolha nem em outra.
Num ambiente de polarização tão extrema, nichos pequenos definem eleições. Mas o presidente, que já reconheceu na última conferência eleitoral do PT, em dezembro, a necessidade de “falar o que o povo espera de nós”, parece ter esquecido o próprio chamado.
É verdade que seu governo já anunciou apoio à imunidade tributária a igrejas e templos religiosos e divulgou que pretende instituir a contribuição previdenciária e a remuneração por hora para motoristas de aplicativo.
Mas foi boicotado na jornada ao centro pelo próprio Lula, que se vangloriou de ter colocado um “comunista” no STF, comparou as ações do governo Benjamin Netanyahu em Gaza ao Holocausto e vem fingindo não ver a caçada que a ditadura de Nicolás Maduro promove contra opositores na Venezuela.
Numa conversa recente, um lulista histórico, fiel e com muito voto mostrou-se angustiado com a demonstração de força de Bolsonaro na Paulista:
“Lula pode até estapear a esquerda se quiser, que na próxima eleição ela vota nele do mesmo jeito. Já o centro e a centro-direita, não. É com esses que ele precisa estar preocupado o tempo todo se quiser impedir a volta da extrema direita em 2026”
Esse mesmo aliado, ecoando um diagnóstico bastante repetido em Brasília, diz que falta no Planalto quem alerte o presidente todos os dias sobre as cascas de banana que precisa evitar. A massa verde e amarela na Paulista deveria cumprir esse papel.
NÃO É RAZOÁVEL MISTURAR CONTRIBUIÇÕES A SINDICATOS COM DISCUSSÃO SOBRE FERIADOS, editorial de O Globo
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, não desfez a confusão criada pelo próprio governo sobre o trabalho aos feriados e, em vez disso, criou mais confusão. Ao prorrogar por 90 dias as normas atuais para que estabelecimentos funcionem sem restrições nessas datas, ele disse que o assunto deverá ser tratado por um Projeto de Lei que deverá abordar também a contribuição a sindicatos. São temas sem relação nenhuma, e não há motivo para que sejam tratados em conjunto.
Em reunião com parlamentares, Marinho pediu apoio para aprovar uma proposta trazendo de volta a contribuição a sindicatos com desconto no salário. Ele nega querer ressuscitar o imposto sindical obrigatório — extinto na reforma trabalhista de 2017 — e fala, no lugar disso, em “contribuição negocial”. Parlamentares que participaram do encontro disseram que ela seria cobrada nos acordos coletivos como contrapartida pelo serviço dos sindicatos. Os detalhes deverão ser apresentados em 15 dias.
É natural que o atual governo, com raízes históricas no movimento sindical, se preocupe com a derrocada financeira dos sindicatos. Depois da reforma de 2017, a arrecadação deles, que chegara a R$ 3 bilhões por ano, caiu para R$ 53,6 milhões em 2022. Mas qualquer proposta que avance sobre o bolso do trabalhador precisa ser analisada com cautela. Em primeiro lugar, o governo precisa deixar claro o que pretende. Transparência e diálogo não têm sido pontos fortes do Ministério do Trabalho.
Contribuição sindical é tema sempre sensível. Em setembro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 10 votos a 1, que é constitucional instituir uma cobrança assistencial de empregados (sindicalizados ou não) por meio de acordo ou convenção coletiva. Mas deixou claro que é assegurado ao trabalhador o direito de oposição. Isso significa que ele pode recusar o desconto em seu salário. Esse é o ponto fundamental da questão — e qualquer proposta deve obrigatoriamente levá-lo em conta.
O argumento do STF é sensato. Diferentemente da contribuição sindical obrigatória, a assistencial se destina a financiar a atividade exercida em nome de todos (não sindicalizados também se beneficiam dos acordos coletivos). Mas é preciso permitir que um trabalhador recuse o desconto se não se sentir representado. Para isso, é essencial que lhe sejam oferecidos meios, como formulário na internet ou carta simples à empresa ou ao sindicato. Não é razoável que ele encontre dificuldade para rejeitar algo que não pediu.
Seja qual for a proposta do governo para reforçar o caixa dos sindicatos, ela deve ser tratada com transparência e não deve se misturar com a questão dos feriados. O trabalhador tem o direito de saber o tamanho da mordida em seu contracheque e de recusá-la sem burocracia se assim desejar. Espera-se que o governo tenha aprendido com a sucessão de trapalhadas sobre o trabalho nos feriados, até agora à espera de regulamentação sensata.
POLÍTICA COM TECLA SAP, por Vera Magalhães, no jornal O Globo
Numa era em que declarações de políticos ganham as redes sociais, com direito a vídeo em questão de minutos, tentar reescrever declarações e adicionar “contextos” ou interpretações posteriores tem pouca validade para além de apaziguar as torcidas organizadas. Foi o que tentaram fazer, no mesmo dia, Lula e Jair Bolsonaro, com falas recentes que causaram celeuma.
O presidente concedeu entrevista ao jornalista Kennedy Alencar em que se apegou ao fato de não ter usado a palavra “Holocausto” em sua declaração em Adis Abeba, onde disse que o único precedente para o que Israel comete na Palestina tinha sido “quando Hitler resolveu matar os judeus”.
Não é preciso fazer um tratado de interpretação de texto para saber que a ausência da denominação histórica dada à matança dos judeus pela Alemanha nazista não elimina a comparação disparatada feita pelo presidente brasileiro.
Esse tipo de contorcionismo poderia e deveria ser evitado por Lula. Se ele não viu razões para se retratar da fala, não há por que achar que Holocausto foi “interpretação” de Benjamin Netanyahu. Não foi o primeiro-ministro de Israel que deu nome ao evento histórico nefasto do Holocausto.
E, se é verdade que o governo de Israel surfou no episódio da fala de Lula de formas bem pouco republicanas e tentou extrair dele dividendos políticos num momento de contestação interna, isso não atenua o fato de a declaração de Lula ter ferido judeus brasileiros e do mundo todo, e a eles deveria ser dirigida alguma reflexão do petista a respeito. Não um truque retórico, mas uma sincera avaliação a respeito de comparar momentos históricos que não se prestam a isso, quando não era necessário fazê-lo para pressionar pelo fim imediato das violações humanitárias e crimes de guerra em Gaza.
A tentativa canhestra de aliados de Jair Bolsonaro de socorrê-lo das próprias palavras na Avenida Paulista soa a desespero. É sabido que a autossuficiência de Bolsonaro geralmente lhe rende complicações judiciais e policiais, e já era previsível que, colocado diante de uma multidão vestida de camisas da Seleção Brasileira, ele tivesse grandes chances de produzir evidências contra si mesmo.
Foi o que fez ao tentar se desvencilhar das minutas golpistas que circularam livremente pelo governo, a ponto de guardar a cópia de uma delas meses depois em seu escritório no PL. Acabou por admitir sua existência, ainda que minimizando a gravidade.
De nada adiantará o esforço de reescrita das palavras do ex-presidente feita por advogados e assessores. A fala fartamente distribuída nas tão veneradas redes sociais bolsonaristas já está em poder da Polícia Federal e deverá ser usada como prova de corroboração de evidências já reunidas pelos investigadores a respeito das sucessivas tramas golpistas lideradas pelo então chefe do Poder Executivo.
Tanto Lula quanto Bolsonaro escorregaram na mesma armadilha política, ainda mais tentadora em tempos de polarização inflamada: falar para as claques.
O presidente pouco ou nada agregou em termos de apoio interno ao comparar a ofensiva israelense contra os palestinos ao Holocausto, com ou sem o título. Pode ter emocionado a ala mais radicalizada da esquerda, mas assustou a mais moderada e ainda provocou aversão na comunidade judaica, que, como se viu na Paulista no domingo, acaba se voltando para Bolsonaro diante dessa revolta.
Bolsonaro também não teria nada a ganhar do ponto de vista jurídico conclamando uma micareta golpista na Paulista. Mas ficou todo orgulhoso ao constatar o que pesquisas já mostravam: mantém a ascendência sobre parcela significativa do eleitorado. Que de nada adianta diante de sua inelegibilidade e que não terá valia também diante das esperadas complicações dos demais inquéritos a que responde e para os quais não cansa de fornecer evidências.
A ANISTIA DE BOLSONARO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo
A manifestação convocada por Jair Bolsonaro para a Avenida Paulista mostrou o vigor de sua liderança política. Quem esteve lá informa que havia até mesmo cordialidade no ambiente. O Bolsonaro de 2024 pretende ser diferente de todos os anteriores:
— O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz, não continuarmos sobressaltados.
É, ou seria, um novo e bem-vindo Bolsonaro. Dando um passo adiante, ele falou em “conciliação”:
— É, por parte do Parlamento brasileiro, uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos os 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para que seja feita justiça em nosso Brasil.
Na mesma ocasião, ele ressalvou que não pretende beneficiar quem vandalizou prédios no 8 de Janeiro. Sobram aqueles que pretendiam anular o resultado da eleição em que Lula o derrotou.
Bolsonaro diz que não houve trama golpista. Se não houve, precisa-se é de justiça, inocentando quem nada tramou. Se houve, como os fatos estão mostrando, trata-se de uma anistia preventiva que, pela lógica, haveria de beneficiá-lo.
No discurso da Paulista, as palavras “pacificação”, “conciliação” e “anistia” foram meros adornos. No conjunto, Bolsonaro é o mesmo de sempre, messiânico em benefício próprio. A anistia que ele propõe, como a que a esquerda defendia em 1965, pressupõe a capitulação de quem a concede.
A anistia assinada em 1979 pelo general João Figueiredo veio seis anos depois do último atentado do surto terrorista iniciado nos anos 1960. Foi produto da exaustão, mas o regime não capitulou com ela.
Num caso de anistia quase instantânea, em 1956 Juscelino Kubitschek anistiou militares que, meses antes, haviam sequestrado aviões, internando-se na Amazônia. Em todos os casos, as anistias vieram com a deposição das armas pelos rebeldes. Assim foi desde as anistias oferecidas por Caxias no Império.
Aceitando a proposta de conciliação de Bolsonaro, anistia-se a infantaria golpista do 8 de Janeiro, “os pobres coitados”, e por extensão livra-se o estado-maior do golpe, cujos fios soltos a Polícia Federal vem puxando. Astuciosamente, a anistia congelaria as investigações. Nenhuma anistia foi preventiva.
A conciliação patrocinada por Tancredo Neves veio da cultura histórica e da compreensão que ele tinha da realidade política. Mesmo tomando as anistias de JK, ele deu ao país seu sorriso e grandes sonhos. Bolsonaro é de trato difícil, e sua percepção da política nacional é primitiva. Mostrou isso tanto como deputado do baixo clero oposicionista quanto como presidente da República. Falando na Avenida Paulista, louvou-se tanto como presidente quanto como deputado “muitas vezes, discursando para as paredes”.
A manifestação da Paulista mostrou o vigor político do ex-capitão, mas sua proposta de pacificação tem pouca base, com objetivo puramente utilitário. Apesar de tudo, dando-lhe o benefício da dúvida, amanhã será outro dia, e o modelo Bolsonaro Paz e Amor precisará mostrar outras cartas.
Bom dia.
Ontem a noite, na sessão ordinária da Câmara, foi aprovada a redução de carga horária, SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS,
da equipe de PSICÓLOGOS contratados pela prefeitura de Gaspar.
Durante o breve debate, foi relatado o número de PACIENTES no AGUARDO de ATENDIMENTO: 530 👀
O único Vereador contrário a redução da carga horária e alegou que melhor seria REIVINDICAR AUMENTO de salário, foi o Vereador Alex.
Já vereador Giovano chegou com a novidade do “saco amarelo” pra separar por cor os resíduos destinados a reciclagem.
E foi além: disse que o lixo que vai pro aterro sanitário custa muito aos cofres públicos, enquanto que o material reciclável GERA RECEITA pra prefeitura.
É de se perguntar onde esteve o vereador Giovano quando a prefeitura de Gaspar rompeu o contrato com aquele consórcio intermunicipal pra coleta e destinação dos resíduos produzidos por aqui…
Teve também o discurso do secretário de Saúde do município.
Foi a Câmara agradecer os repasses no valor de R$ 1.600.000,00.
Segundo o secretário, vai dar pra ZERAR a fila dos exames laboratoriais, de consultas com médicos especialistas, alguns exames de média e alta complexidade e até IMPLANTAR O SISTEMA DE TELE-MEDICINA 👀
Se a prefeitura repassa 7% da arrecadação Municipal pra USO E GOZO DOS TREZE VEREADORES DA CASA DO POVO, que na equação do CUSTO/BENEFÍCIO, DÁ ZERO;
SE COM AS “SOBRAS” DAS EXTRAVAGÂNCIAS PALACIANAS deu pra RESOLVER METADE DAS PENDÊNCIAS NA ÁREA DA SAÚDE, imagina a REVOLUÇÃO que daria pra fazer se esses 7% fossem DIRECIONADOS para os outros 73.000 cidadãos GASPARENSES 😠😥
Exelente leitura. E tudo sob os olhos do prefeito que estava lá.
Sou Ofélia Maria Campigotto – Estou como Presidente do CMDR – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Gaspar – Gestão 2023 e 2024. Esclarecendo que tivemos Reunião dia 26/02/2024 – O CMDR tem Regimento Interno ( é Publico) Os Conselheiros são nomeados por Decreto. Número 11.051 de 15 de maio 2023 ( Gestão atual) Edital de Convocação datado 01/02/2024. Nesta Reunião foi programada desde final de 2023 com objetivo de Prestação de Contas da Secretaria da Agricultura e Aquicultura de Gaspar. E demais Assuntos Gerais. Após a Reunião feita a Ata da mesma. Encaminhado para todos os Conselheiros para aprovação. Após aprovação segue para o Prefeito e Câmara dos Vereadores de Gaspar. Tudo com a maior transparência. Estamos sempre aberto ao Publico. Todos estão Convidados a Participar e somar em Prol do Desenvolvimento Rural de Gaspar. Lembrando que é um trabalho voluntário. Sem remuneração. Solicito que antes de Publicarem qualquer informação sobre o CMDR por favor, façam um consulta com as Pessoas que realmente atuam na mesma. Fake News já temos de sobra… Queremos informação com Credibilidade e Confiabilidade!
Atenciosamente. Ofélia – Presidente CMDR
Dona Ofélia
O que é fake news? Que nomeados por quase um ano o CMDR não conseguiu se reunir? Que é fake news? Que, estando supostamente programado para se reunir desde o final do ano passado, o CMDR só se reuniu esta semana, depois de uma convocação feita no dia primeiro de fevereiro? O que é fake news? Que muitas ações feitas pela secretaria de Agricultura dependiam da deliberação colegiada do CMDR e que foram feitas monocraticvamente por burocratas e políticos que estão na secretaria? O que é fake news? Que o CMDR vai validar o que não deliberou antecipadamente? O que é fake news? Que simples pedidos de informações feitas por um ex-prefeito dormitam na secretaria e possivelmente no mesmo CMDR, os quais possuem dificuldades de tabularem respostas e que deviam estar à vista de todos, nos canais oficiais da secretaria, do CMDR e da prefeitura?
Estão tratando as pessoas como tolas
FREIO AO REVISIONISMO HISTÓRICO DO STF, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Em audiência de conciliação anteontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça autorizou empresas que firmaram acordos de leniência no âmbito da Operação Lava Jato a renegociarem os termos pactuados com órgãos públicos. Na superfície, pode parecer que a decisão aprofunda ainda mais a bagunça institucional promovida pelo voluntarismo revisionista do ministro Dias Toffoli. Na prática, é um passo para pôr ordem na casa.
Em setembro passado, Toffoli fez terra arrasada de anos de trabalho de diversas instituições estatais, concedendo uma liminar que anulou todas as provas obtidas por meio do acordo de leniência da Odebrecht (hoje Novonor). Em dezembro, suspendeu a multa acertada com a J&F. Logo depois, suspendeu a multa da Odebrecht.
São decisões eivadas de impropriedades, na forma e no conteúdo. Toffoli deveria ter se declarado impedido na ação da J&F, de quem sua esposa é advogada. De resto, é incompetente. Toffoli assumiu sob sua jurisdição o pedido da J&F, sob o pretexto de que teria relação com uma ação proposta pela Odebrecht. Mas o acordo da J&F, celebrado com o Ministério Público Federal de Brasília sem qualquer relação com os casos de Curitiba, deveria ter sido redistribuído. Casos como esses, de imensa comoção pública e impacto multibilionário para o erário, deveriam ter sido submetidos imediatamente ao plenário. Mas Toffoli tomou decisões monocráticas, algumas em pleno recesso judiciário, cujos efeitos se mantêm.
Ainda mais absurda foi a sua fundamentação. Na decisão que anulou as provas obtidas com a Odebrecht, Toffoli descreveu a Lava Jato como uma imensa “conspiração” com o objetivo de “conquista do Estado”, o “ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições”. Essas alegações genéricas – que ecoam a narrativa lulopetista de um complô urdido pelo FBI e a Justiça brasileira para destruir empresas nacionais e golpear o “governo do povo” – basearam o entendimento de que 100% do que ocorreu na Lava Jato está contaminado.
Em concreto, a única justificativa relevante era de “dúvida razoável” a respeito da voluntariedade dos acordos. A alegação flagrantemente irrazoável é de que empresários amparados por batalhões de advogados dos mais caros do País teriam sido coagidos (no “pau de arara do século 21”, conforme Toffoli) a confessar crimes que não cometeram. A ser assim, os acordos deveriam ser anulados. Mas no entendimento de Toffoli o suposto constrangimento ilegal deve sustar o ônus dos acordos (como multas e restrições à participação em licitações públicas), preservando seu bônus (a não persecução penal).
Todas essas, por sinal, são as alegações dos autores da ação julgada por Mendonça, os partidos de esquerda PCdoB, PSOL e Solidariedade – incomumente sensibilizados com a “perseguição” sofrida por megaempresários num contexto de “Estado de coisas inconstitucional” –, para pedir que os acordos sejam invalidados.
Mas, se havia “dúvida razoável” de “constrangimento ilegal” das empresas, ela caiu por terra na audiência promovida por Mendonça: nenhuma delas sustentou este argumento. Ou seja, os crimes aconteceram, tal como foram confessados. O que as empresas querem é abrandar a sua classificação e, assim, o cálculo das multas. Mas os fatos, como afirmou o ministro, não estão sujeitos à revisão.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, gosta de dizer que o papel da Corte é ser uma vanguarda iluminista que empurra a história na direção certa. A ambição de Toffoli – que já disse que os ministros são “editores” do País – parece um pouco mais modesta: reescrever a história conforme a narrativa lulopetista. Mas, nesse afã, acabou sendo mais católico que o papa – nem os empresários admitem sua “tese da coação” – e a emenda saiu pior que o soneto – o próprio governo, de olho nas receitas polpudas pactuadas nos acordos, apresentou, por meio da Advocacia-Geral da União, um parecer questionando a suspensão das obrigações pecuniárias da Odebrecht.
O fato é que já passou da hora de o STF deixar a história seguir seu curso, e simplesmente aplicar a lei.