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O MDB DE GASPAR CONSTRUIU O SEU PRÓPRIO CALVÁRIO ACHANDO QUE ESTAVA A CAMINHO DO ÉDEM

Hoje é quinta-feira dita como Santa para os cristãos e muitos servidores públicos e seus políticos de estimação já estão em feriadão, fingindo estarem em penitência. Jurei que me reservaria neste dia. Mas, não deu. Fui provocado pela circunstâncias, mais uma vez numa semana cheia de novidades, as quais foram providencialmente escondida pela imprensa local e regional, mas desnudas, outra vez, aqui.

Amanhã é dia de reflexão, mas principalmente de subir simbolicamente o Monte das Oliveiras, no Golgota e assistir o Salvador ser injustiçado e na Cruz, sob a testemunha de ladrões, só para nos livrar dos nossos pecados. Será a representação da Via Dolorosa.

Doloroso foi ver o MDB de Gaspar fazer um plano de poder de 30 anos, enfeitar-se para tal e em menos de seis estar à espera da ressureição como única alternativa a tantas falhas que cometeu por insensatez, falta de liderança, arrogância, sapos e cobra que reuniu para lhe dar apoio e de falta verdade.

A certeza do “plano perfeito” era tanta que ele e seus “cábios” – não os de Jó ou dos Salmos, não se deram conta que, mesmo sem uma oposição estruturada e uma sociedade organizada, tudo teria o tempo da ruina. Consequentemente perderam suas apostas para eles próprios.

O sinal mais eloquente – como aquele do bilhete premiado – veio quando ganhou na lábia a aliança na reeleição de Kleber Edson Wan Dall, MDB, com aquele que o via como fantasma para derrotá-lo. Tornou Marcelo de Souza Brick, PSD, o vice com a promessa de que daria a prefeitura a ele, porque Kleber seria candidato a deputado estadual.

Kleber errou tanto e não vou me repetir naquilo que os leitores e leitoras daqui já leram e ainda leem de que não teve a menor chance de se viabilizar candidato nem dentro e nem fora do seu MDB.

A pergunta que não quer calar, no entanto, é: Kleber realmente queria de verdade ser candidato ou apenas fingiu para continuar prefeito e passar a perna em Brick? Era ou não, uma mera jogada para continuar no poder com o salário altíssimo que possui na prefeitura, empregar os seus e gerenciar os problemas que criou contra si, sendo a “desistência” uma mera justifica à sua permanência no poder e mandar bananas para o seu vice?

O presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira, articulador de Kleber e ex-prefeito de fato da secretaria que talhou na Reforma Administrativa para mandar e desmandar na prefeitura e na cidade, a da Fazenda e Gestão Administrativa, foi o primeiro a sair da barca.

Ele e o MDB daqui sempre estiveram fora da sintonia com o MDB estadual e por arrogância, por ter um mundinho próprio de verdades e por erro de cálculo. Eles ficaram, mais uma vez, de fora do jogo de poder onde balançou, mas numa lição a ser estudada, recuperou-se o governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos, por muito tempo sem partido, e eleito pelo ex-PSL na onda bolsonarista como Comandante Moisés, ele um tenente coronel bombeiro militar, prematuramente na reserva.

Quando o MDB ensaiou o casamento com Carlos Moisés num golpe de auto-sobrevivência via a Assembleia e o cofre do governo do estado, o MDB daqui apostou as fichas em gente que nada tinha a ver com o futuro do partido, como o senador Dário Berger, que já migrou para o PSB e o presidente estadual da sigla, o deputado Federal Celso Maldaner, um equilibrista sem brilho depois da morte do irmão Cacildo.

O MDB de Gaspar zombou da novidade chamada Antídio Aleixo Lunelli, um corupaense ex-prefeito e empresário bem sucedido de Jaraguá do Sul. Hoje, sabe-se que o MDB dos deputados é que move o moinho no que restou do partido depois da morte do articulador Luiz Henrique da Silveira. E que outra jogada se arma no MDB: o deputado Federal Carlos Chiodini, também de Jaraguá, para ser o vice de Carlos Moisés.

Se isto acontecer, o MDB de Gaspar, cheio de “çábios” sacramenta o passo errado que deu nessa história toda. Quem sai fortalecido é o escanteado de sempre pelo MDB vereador Ciro André Quintino, MDB, cabo eleitoral eleitoral de Chiodini. O MDB só usa o populista e campeão de diárias Ciro para arrancar votos, mas de verdade, nunca o deixou entrar nesse ônibus, ou chegar perto da janela dele.

Mais do que isso. Os do MDB que discursavam na Câmara de vereadores se dizendo com Kleber até morrer, verdadeira estão aliviados com a saída de Kleber da corrida eleitoral. Vão fazer o que sempre fizeram: puxar votos para gente de fora e a quem estavam em dívidas devido aos compromissos que assumiram, pelas emendas parlamentares que receberam para tal e pela profissão que possuem: a de cabos eleitorais em ano de eleições gerais.

O que significa isso?

Que se a traição não estava de tocaia – como na Santa Ceia, no Julgamento e na Crucificação de Jesus ou nas mãos lavadas de Pilatos – a candidatura de Kleber era uma farsa desde o início.

E por quê. Desde que Kleber tomou posse em primeiro de janeiro de 2021, Kleber nunca se vestiu de candidato. E quando foi lançado, foi por um grupo de riquinhos e por um conselho da cidade fake, numa inauguração de obra que é a cara do governo Kleber: um gargalo ao futuro, com dúvidas e problemas técnicos.

Agora, Kleber de uma hora para outra se tornou próximo de Carlos Moisés da Silva que não conseguia vir a Gaspar e estabelecer uma linha de contato. O máximo que chegou foi debaixo da ponte do Vale para descerrar uma plaquinha marota que dava a Rodovia Jorge Lacerda como revitalizada.

O tamanho do erro está nesta foto desta semana e publicada acima: deputados, prefeitos e vices foram a Moisés dizer que o apoiam na reeleição, aceitam a vice, para continuarem ao menos parte do poder se Moisés vencer. E quem representou os prefeitos da região nesta reunião não foi Kleber, mas Érico de Oliveira, MDB, de Ilhota.

Entende-se claramente a razão pela qual Kleber e os seus perderam outra vez o passo da história, ou estão preocupados em proteger a história que fizeram até aqui e não podem dar o passo que tanto sonharam para os 30 anos de poder. Há vários ditados populares que bem relatam o que está acontecendo. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Estamos em meados de abril. Em meados de janeiro o ex-prefeito de Gaspar, Adilson Luiz Schmitt, sem partido, mas nascido no MDB, deu dois telefonemas: um para o deputado Carlos Chiodini e para o ex-prefeito Antídio Aleixo Lunelli e sugeriu que a vice-governadoria a ambos na composição com o governador Carlos Moisés.

Eu ouvi só ontem estas duas gravações.

Estas sugestões foram dadas quando ainda estavam em pleno desenvolvimento o posicionamento do MDB em relação às prévias e a posição de ter candidato próprio, mas com os deputados claramente minando esta possibilidade e querendo salvar o couro e o número de vagas da bancada que num projeto próprio tem uma tendência clara de minguar.

Adilson, que se articula como quase ninguém faz isso hoje em dia em Gaspar, já tinha uma leitura do que pode acontecer de fato até agosto quando se definem as chapas e concorrentes.

Pena que Adilson não usou essa sensibilidade para si próprio. Cercou-se de “çábios”, familiares que sem mandato tinham mais influência do que a prudência recomendava e se estabeleceu numa bolha, que quando murchou grudou e ele luta para sair dela até hoje.

Como cabo eleitoral foi bem sucedido e abriu caminho e que outros surrupiaram alegando suposto envelhecimento e desgaste político no presente. Ao que parece ainda está vivo. Tanto que quando se filiou ao finado DEM para voltar a ser candidato a alguma coisa, foi sumariamente deletado autoritariamente via on-line, para impossibilitar medir nas urnas o que se conta dele.

Gaspar se repete na entrada de triunfal de Jerusalém (Ramos), na Santa Ceia, no Golgota e na espera da Ressureição. Gaspar – a religiosa com tantos arcebispos, bispos e padres católicos que não tinha poder político e partidário, virou quase majoritariamente neopetencostal misturando poder, partido e religião.

Com os seus políticos antigos e novos é a nossa Via Dolorosa. A cada Estação uma história e uma surpresa. E a cada ano uma encenação interpretativa diferente. Impressionante. Acorda, Gaspar!

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