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O IBGE DESMENTE OS POLÍTICOS GASPARENSES E MOSTRA O TAMANHO DA IRRESPONSABILIDADE COM O FUTURO, À INFRAESTRUTURA E À SUSTENTABILIDADE


A revelação dos dados coletados e apurados parcialmente até o dia 25 de dezembro pelo Censo de 2022 do IBGE, em Gaspar,
 mostrou claramente o que quase todos enxergam na cidade, mas os políticos e seus técnicos – os que estão no poder de plantão, os que tiveram lá, bem como os que ensaiam tentar se aboletar nele em 2026 – escondem: a falta de preparo da cidade para suportar de forma sustentável o nosso próprio crescimento e transformá-lo em desenvolvimento. 

Afinal, onde está a revisão do Plano Diretor, prevista para ter de ocorrido em 2016, pelo Estatuto das Cidades? Até agora isto não aconteceu. 

O Plano Diretor – nascido em 2006 no tempo em que o prefeito era Adilson Luiz Schmitt (2005/08), eleito pelo MDB e hoje sem partido, foi, sucessivamente, retalhado na Câmara aos interesses de particulares e seus acertos políticos. E até com leis claramente inconstitucionais sob olhar do corpo técnico da Câmara. Em pelo menos um caso recente, a mesma Câmara que aprovou o Projeto de Lei do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o revogou. E só revogou depois de serem pegos pelo Ministério Público Estadual e pasmem, só quando todos os beneficiários da lei sancionada pelo prefeito, estarem plenamente satisfeitos naquilo que ela lhes concedeu ou ajustaram para não serem penalizados, pois alegaram tê-la usado de boa fé, consagrada na Câmara.

Qual é a notícia, que os veículos de comunicação de Gaspar em férias ainda nem perceberam num conluio com as autoridades e contra a cidade, os cidadãos e cidadãs? 

Que em Gaspar, salvo revisões que ainda poderão acontecer, no dia 25 de dezembro deste 2022, tínhamos 73.035 almas e que se declaravam moradoras daqui. Ou seja, 26% a mais do que coletou o censo de 2010 e que na contagem sobre o nosso pessoal, apurou sermos 57.981 moradores. Noves fora, crescemos pouca coisa além da média: 2,17% ao ano. O que no fundo ainda é uma boa notícia, pois poderia gerar um caos ainda maior.

Ao final de 2021, o próprio IBGE, projetava que Gaspar teria 71.925 pessoas, parâmetro usado para se receber verbas federais obrigatórias. Apesar da fama de cidade dormitório, nem isso, nem migração massiva que se conjecturava na falta de dados oficiais. Em meio a inércia, saímos melhor do que a má encomenda.

O que mostram estes números oficiais do IBGE? 

Que ao sermos uma cidade com 73.035 pessoas, e num crescimento de 2,17% ano, faltam políticas públicas essenciais, falta infraestrutura, falta serviços suficientes como educação com ensino de tempo integral ou contraturno, ou as creches para os trabalhadoras; saúde na eficiência e ampliação dos postinhos, incluindo um Hospital sob intervenção marota da prefeitura, que falta a verdadeira assistência social e para isto basta ver o que acontece na Vara de Família no Fórum da Comarca cotidianamente; que faltam mobilidade e principalmente, falta desenhar e compromisso com futuro como por exemplo esgotamento sanitário, segurança no abastecimento de água, descobrir a nossa vocação – porque Capital Nacional da Moda Infantil é propaganda enganosa bem fajuta – e drenagem para ambientes urbanos já comprometidos pelos empreendimentos imobiliários que não tiveram nenhum pudor com a cidade e os vizinhos.

Falta, agora, à prefeitura de Gaspar contestar os números oficiais do IBGE. Como em Gaspar tudo é possível, não é de se duvidar que a atual gestão venha se preocupar com isso para esconder a realidade que ela conhece muito bem. Já escrevi aqui há dias, e não custa relembrar, pois para se eleger em 2016, Kleber e os seus, fizeram reuniões-compromissos nos bairros para anunciar que estavam ali para conhecer a realidade de lá e da cidade. E para que, segundo o discurso eleitoreiro de seis anos atrás? Exatamente para se elegerem e estando no poder, corrigi-las. Elegeram-se duas vezes. E até agora, a realidade é contra o cidadão.

Ilhota está com 20.319 habitantes pelo mesmo critério de levantamento e divulgação do IBGE nesta semana. Blumenau com 363.340; Brusque com 141.676; Indaial, 71.369; Timbó, 46.144 e Pomerode, 34.699 almas. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Mais verbas. Basta uma chuvinha. O decreto 10.788 de 26.12.2022 declarou “situação anormal, caracterizada como situação de emergência em Gaspar em razão das chuvas intensas que ocasionaram enxurradas, alagamentos e movimento de massa em diversas regiões”.

Para que isso? Para se habilitar a recursos da Defesa Civil Federal e Estadual. É burocracia. Necessário. Não discuto. O dia em que a Defesa Civil receber, mas ao analisar estes pedidos constatar que muitos dos casos são, repetidos, e devido à falta de drenagem adequada dos próprios projetos implantados pela prefeitura, ou à permissão que ela dá, incluindo a omissão, para ocupação de encostas, e por isso, negar os recursos, as responsabilidades se reverterão contra os administradores acostumados à papelada burocrática.

Há gente que não emenda, mesmo. O vice-prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, Patriota, desaparecido, resolveu dar o ar da graça na sua rede social. “Que ano histórico! Em um ano cheio de desafios e obstáculos, a força e a alegria das pessoas não nos impediram em momento algum (?). Fui o candidato a deputado mais votado em Gaspar, com 14.444 votos de confiança”, escreveu.

Essa gente acha que eu sou um problema. O grande problema é que não sou tolo. Eu esclareço. Realmente foi um ano histórico para o Marcelo. Eu sei. Ele sabe. A cidade inteira sabe. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, passou a perna nele. Pelo acordo, para anulá-lo como candidato com potencial em 2020, Kleber ofereceu a vice-prefeitura e jurou que a daria este ano para ele. Resumo da história: Marcelo nem gabinete tem mais na prefeitura.

A secretaria da Educação estava no acerto pré-campanha para o indicado de Marcelo. E tinha até o escolhido: Antônio Mercês. Do nada, Marcelo viu chegar de Blumenau, um curioso na área, o jornalista Emerson Antunes, como apadrinhado do templo e do novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado estadual e eleito federal, Ismael dos Santos, PSD. Marcelo não reagiu, não agiu, então decaiu. Foi a senha.

Não vou repetir a sucessão de erros, mas apenas me ater ao que Marcelo postou na sua rede nesta última semana do ano como um balanço positivo de uma trajetória espatifada. Marcelo afirma que foi o candidato mais votado de Gaspar. E foi. Mas, não com 14.444 como sugere o texto dele na rede social, e sim, 10.070 votos. Os candidatos Pedro Celso Zuchi, PT e Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP, respectivamente, coletaram aqui, 5.638 e 2.668 votos, respectivamente. E isto quer dizer, derrota não em dois de outubro, mas em 2024. Simples assim!

Marcelo fez mais: teve que deixar o PSD para se aventurar de candidato a deputado estadual depois de ver todas as suas asas cortadas no núcleo de poder da prefeitura de Gaspar. Era uma forma de tentar a sua alforria, se eleito deputado estadual. Na calada da noite foi para o Patriota, que nem nanico é mais. Será extinto. Disse ao mundo que com 15 mil votos estaria eleito. Eu sempre escrevi que não. E não se trata de bola de cristal ou pegação de pé. É uma conta matemática para se chegar ao se denomina na Justiça de coeficiente eleitoral. Marcelo deveria conhecer este assunto melhor do que eu. Também simples assim!

Bingo. Faltou ele combinar com os russos. Pois nem 15 mil ou com 20 mil se se conseguisse em votos, se elegeria. conseguiu uma montanha de dinheiro – dos nosso pesados impostos – do partideco para a campanha. O Patriotas não teve em Santa Catarina votos sequer para eleger minimamente um deputado por qualquer cálculo da Justiça Eleitoral. Pelo jeito, Marcelo não desanimou. Em tempos difíceis e “de obstáculos”, como ele mesmo reconhece me dando razão, Marcelo já está vendendo terrenos na lua. Ao menos ao seu eleitorado. E haverá quem os compre.

Este é o meu último comentário do ano de 2022. Não vou escrever sobre o Pelé, que vi várias vezes jogar ao vivo. Mas, estou um pouco triste. Não estou de férias, como os que se dizem da imprensa. É neste período que os políticos mais se aproveitam de nós, os burros de cargas. O Miguel Teixeira com suas leituras e re-postagens, e eu com meus comentários e re-postagens estaremos atentos.

Afinal, Jorginho Mello, PL, e Luiz Inácio Lula da Silva, PT, estarão sendo empossados no dia Primeiro de Janeiro. E, então, começar-se-á um novo espetáculo. E o script que se anuncia não é bom aqui e no Planalto Central. Wake up, Brazil!

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2 comentários em “O IBGE DESMENTE OS POLÍTICOS GASPARENSES E MOSTRA O TAMANHO DA IRRESPONSABILIDADE COM O FUTURO, À INFRAESTRUTURA E À SUSTENTABILIDADE”

  1. LULA PRECISA DE CRÍTICAS PARA ACERTAR NO GOVERNO, por Malu Gaspar, no jornal O Globo

    Uma das declarações mais emblemáticas de Luiz Inácio Lula da Silva desde a vitória foi feita na última quinta-feira, durante a apresentação do relatório da transição sobre o cenário que o presidente eleito encontrará após subir a rampa do Palácio do Planalto.

    “Eu sei que vocês vão continuar nos ajudando, cobrando”, disse ele à plateia formada por aliados políticos, integrantes da equipe de transição e jornalistas. “Isso é importante, não deixem de cobrar. Se vocês não cobram, a gente pensa que tá acertando, e muitas vezes a gente tá errando e continua errando porque as pessoas não reclamam.”

    Não chega a ser uma fala surpreendente para quem já disse outras vezes que este seria um governo de composição, de frente ampla, para além do PT. É, aliás, o esperado de quem se elegeu prometendo fortalecer as instituições democráticas, tão solapadas no último governo.

    Mas nem por isso deixa de ser importante, por demonstrar que Lula entende – ou pelo menos diz que entende – as circunstâncias que o levaram de volta a Brasília para um inédito terceiro mandato.

    Apesar do que dizem muitos petistas, a vitória em outubro não foi o triunfo de uma visão de mundo à esquerda ou a redenção de uma vítima da perseguição do sistema judicial. Foi, isso sim, fruto do repúdio contundente da maioria dos brasileiros ao negacionismo e à destruição sistemática das instituições promovida pelo bolsonarismo.

    Mesmo com o passivo de corrupção sistêmica e da condução ruinosa da economia promovida nos últimos anos do PT no governo, os eleitores deram a Lula um novo crédito, em nome da reconstrução da nossa democracia e de políticas sociais desmanteladas no atual mandato.

    Tal constatação em nada diminui o tamanho da vitória, mas dá a medida dos desafios que esperam o presidente eleito.

    Enquanto Lula se prepara para subir a rampa, uma parcela da população ainda torce ou trabalha por um golpe militar, insurreição ou ataque terrorista que o impeça de assumir o poder. Os radicais estão a toda, e o Brasil infestado de gente armada e disposta a causar tumulto.

    Investigar os criminosos e coibir as ameaças usando todos os instrumentos legais disponíveis é o mínimo que se espera. Mas a tarefa de pacificar o país vai além. Passa por desidratar o radicalismo do discurso político e restabelecer como normal o diálogo e a divergência democrática respeitosa.

    Por isso o pedido de Lula por cobrança é tão relevante quanto necessário. Empavonados pela volta ao poder, petistas e lulistas radicais já vêm tentando reeditar o argumento, tão repetido na campanha, segundo o qual, “se criticar o Lula, o Bolsonaro ganha”. Agora o bordão está sendo adaptado por algo na linha “se criticar o Lula, o Bolsonaro volta”.

    Por essa lógica, a única postura construtiva para a democracia é achar bom tudo o que faz o líder petista. Há até quem aposte na falsa simetria de comparar os críticos aos próprios terroristas que armam bombas para explodir aeroportos, já que ambos “querem acabar com o Lula”.

    Sempre haverá quem aceite se submeter a esse tipo de patrulha, mas o silêncio ou a omissão em nada ajudarão a fortalecer a democracia, muito menos contribuirão para o sucesso de qualquer governo. O fato concreto é que Lula está eleito e, como ele mesmo tem dito, é ele quem manda.

    Portanto quem pode reavivar o bolsonarismo com suas ações não são os jornalistas cumprindo seu dever de fiscalizar o poder e de fazer perguntas, nem os críticos que tentam alertar sobre eventuais erros ou omissões.

    O que pode trazer Bolsonaro de volta é um governo ruim, que faça barbeiragens demais na economia – ou que atire no colo dos adversários os eleitores que, apesar de relutantes, deram ao petista o crédito de mais um mandato.

    Fomentar a intolerância para silenciar os críticos em nome de uma pretensa normalidade democrática não é apenas um gesto autoritário, mas também politicamente suicida. É o espaço para o debate e a crítica que garante a saúde e a sobrevida de uma democracia. Quanto mais cobranças e críticas Lula sofrer, mais chances terá de acertar.

  2. atenção para o ante penúltimo parágrafo

    LULA E A “FORTUNA” , por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

    Não é uma frente ampla o que Lula montou para governar. É um governo do PT que já começa limitado por duas severas restrições, ambas de amplo alcance.

    A primeira é de natureza fiscal e tem como causa principal o horizonte político muito restrito do próprio Lula. Ele se esforçou por conseguir uma licença para gastar – seu único foco inicial – e a obteve a custo altíssimo: o Centrão enfiou na PEC de fim de ano enorme pressão pela subida de gastos públicos.

    O preço disso, nas contas de Marcos Lisboa e Marcos Mendes, é consumir de saída a “gordura” (que nunca existiu) para investir e antecipar o dilema entre juros altos ou carga tributária mais elevada. Suspeita-se que teremos os dois.

    A segunda limitação está na clara intenção de Lula de enfiar goela abaixo do mundo político um “ferrolho” composto pela velha-guarda petista. As figuras simbólicas de Geraldo Alckmin, Simone Tebet e Marina Silva não dispõem das forças necessárias (bancada, máquina partidária, peso político individual) para se contrapor, caso pretendam, ao núcleo duro petista.

    É bastante evidente que Lula ofereceu a grupos políticos diversos a oportunidade de participação num governo cujo número de ministérios já sugere grande dispersão de esforços (e enorme dificuldade de coordenação), mas até aqui não parece tê-los incluído na formulação das grandes diretrizes. Se é que se pode falar disso no momento.

    Hábil na arte da acomodação tática, Lula não dá sinais por enquanto de entender uma frente ampla como agenda abrangente que garanta num horizonte expandido condições de governabilidade melhores do que compromissos de cargos e influências no atual amplo ajuntamento de grupos políticos. A presença no desenho ministerial de posições antagônicas sugere que tudo convergirá para o arbítrio “ad hoc” do líder – ou paralisia decisória.

    Exemplo disso é o relatório da assembleia de transição. Ela produziu diagnósticos de situações específicas acompanhadas de sugestões setoriais comparáveis a uma “shopping list”, mas longe de comporem um plano consistente de ação ordenado segundo uma “visão” (compartilhada ou não por uma frente ampla de correntes políticas).

    As ações de Lula até aqui sugerem que ele superestima suas próprias habilidades e a “fortuna” (na definição de Maquiavel). É comum agentes políticos acreditarem que alcançaram algo apenas por si próprios, ignorando circunstâncias que pouco controlam.

    É onde Lula parece estar no momento. Não parece reconhecer a correlação de forças diferente daquela de 20 anos atrás. Nem a natureza e amplitude da oposição social que enfrenta.

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