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O FUTURO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA EDUCAÇÃO SUPLEMENTAR FAZ PARTE DA FILANTROPIA EM BLUMENAU

Lá vem ele. E venho, ressaltando bons exemplos e iniciativas, mas principalmente comparando-os com a nossa inércia que se estabelece na vaidade pessoal, isolando o espírito coletivo de filantropia que não temos. “É abençoada a mão que dá, do que a que recebe“, diz um ditado árabe. E completaria, melhor seria ser reconhecida do que conhecida.

Com um pouco mais de tempo, fui bisbilhotar algumas reportagens feitas – com intervenções ao vivo, ou seja, gastando dinheiro – pela NSC TV de Blumenau (quadros “De mãos Dadas” e “Por Aí“), por vários dias, sob o mesmo tema e de algumas semanas atrás, no seu Jornal do Almoço regional. Pauta comunitária supimpa. Parabéns! E bem apurada e executada, também.

O que é surpreendente? A conclusão, a comparação na soma das reportagens. Foram várias. Não se trata de uma única, conhecida e tradicional entidade que mudaram o foco de apenas suplementar comida e roupas. Há algo de novo no ar.

Elas mostraram e talvez não tenha sido isso intencional, nem no início e nem no resultado da série de reportagens, que a sociedade organizada em micro interesses comunitários em Blumenau – anônimos, sim e nas mais variadas denominações e grupos -, em diversos bairros carentes e porque lá, isso existe de verdade também, além da beleza que se vende da Oktoberfest, Centro, Vale Europeu, … – criou uma blindagem social incomum, necessária e hoje, vital diante das circunstâncias econômicas onde estamos metidos e essencial ao futuro.

E por que ouso tratar deste assunto sob este ângulo? Porque Gaspar e Blumenau padecem, como outras cidade, do mesmo problema. Só que lá…

O que no fundo, as reportagens mostraram? Como a nossa vizinha – apesar da migração muito forte registrada a partir da metade século passado, atraída pelos empregos das grandes marcas e indústrias, bem como intensificada nestas décadas do atuais na escassez de mão-de-obra de menor valor agregado na área de serviços – não perdeu o seu senso filantrópico dos que percebem de que o desiquilíbrio social, faz mal não só á comunidade, mas degrada a alma dos que apenas observam àquilo que cada vez mais vai se tornar irremediavelmente torto e sem conserto.

Gaspar precisa mudar e aprender com Blumenau. É só olhar da nossa própria janela. Está tão perto o problema quem um dia vamos ser engolidos por ele.

O que esses micro núcleos de filantropia, voluntariado que encontraram forma de sustentação coletiva estão fazendo? Inclusão.

Estão suprindo aquilo que é dever do ente público e não é coberto por “n” razões. Eles não estão culpando apenas a ausência pública. Estão agindo. Revertendo. Mitigando. Ocupando espaços. E na maioria dos casos, até com parcerias com o poder público, mas não dependente dele.

Ao mesmo tempo que estão “consorciados”, mostram que há uma fragilidade no ambiente público e agem de forma complementar, e cobrando o gestor público.

Estão comemorando conquistas. Mesmo que sejam, pequenas, pois o importante neste caso, é também o exemplo que inspira os descrentes, os inertes de sempre, os ausentes contumazes e os políticos que se fartam das sobras das iniciativas alheias.

Ondem está o olhar diferenciado que encontrei nessas reportagens?

Estão abrindo espaços para contraturnos, acolhimento de gente que não consegue ir a creches, atividades esportivas e culturais, num município – bem diferente daqui – que que tem uma educação pública referência, e até disponibilizou experiências em turno integral, contra-turno e até ensino bilíngue.

Estão alimentando crianças, educando, inserido e tratando a família como núcleo de apoio.

Um exemplo pinçado ao acaso por mim nesta série de reportagens é a Casa de Acolhida São Felipe Neri, no bairro Velha Central. Tudo começou em 2015 apenas e para distribuir cestas básicas a gente carente da região. Mas, logo se percebeu que o problema era maior. Deu-se o tal cavalo de pau desafiador.

Hoje, a entidade atende mais de 150 crianças e atua como um agente de fortalecimento de vínculos das crianças e adolescentes com as suas famílias e à própria comunidade. Como aqui não vou me repetir no textão, este é o link para ver este entre tantos outros exemplos que espiei: https://globoplay.globo.com/v/10455599/

Onde está a diferença desse comportamento que apareceu nas reportagens da NSC e de tantas outras “são felipe neris” de lá? Na essência da cidade.

Os católicos e os luteranos, não construíram lá apenas igrejas e templos, mas escolas referências não só para Blumenau. Construíram hospitais com a participação ativa da comunidade. E eles hoje, todos os três, são referências não só regional ou estadual, mas até nacional. Ou seja, com a religião ou a religiosidade, estava a educação, a saúde, o bem estar, a assistência, o amparo, o caminho…

Em Gaspar, a inspiração veio com o tenaz empreendedor social, alemão Frei Godofredo. Infelizmente ele se tornou apenas nome de alguns lugares públicos. Aqui prevaleceu a nossa dependência do líder da temporada econômica, social e política. Faltou compartilhar, valorizar a fração, a educação, a saúde, a assistência, o amparo, o caminho…

Quando o líder, o centralizador, o que queria ser com a sua mão de amparo e escolha como tal faliu, desistiu ou se vingou, todos perderam, principalmente os fracos.

Não se criou uma cultura e um tecido para amparar os mais fracos da sociedade e lhes dar a mínima dignidade e mais do que isso, criar suas necessárias autonomias. Então nada transpassou gerações a não ser a inércia, o modelo viciado e dependente

E é por isso, que Blumenau tão próxima e a quem já pertencemos até 88 anos atrás é tão diferente, e mais surpreendente ainda, quando se descobre com participação de gasparenses.

O exemplo do espírito empreendedor, filantropo e despojado de poder para si de Frei Godofredo não se perpetuou, como aconteceu em Blumenau via os “capitães” empreendedores, políticos de outrora – não os de agora -, as dezenas de clubes de serviço e os anônimos de hoje, que não se destacam como uma figura central, mas se multiplicam às centenas, distribuído pela cidade, não nos clubes sociais fechados, mas nas periferias, onde sabem que há necessidades, problemas hoje e que se não tratados vão piorar.

Aqui, nem casa de passagem para os desvalidos e excluídos temos.

Ela é aberta quando há uma ameaça de frio, e isso se houver uma cobrança pública que coloca exposto o político no poder público de plantão. E não estou culpando apenas o atual.

Falta uma sociedade organizada em si própria, longe dos políticos, dos interesses religiosos que cabalam miseravelmente votos de incautos, ignorantes e desinformados, ou daqueles em exibição tosca permanente nas mídias sociais e para se estabelecer no poder e numa suposta riqueza material.

Em Blumenau há um programa público consistente e permanente para acolher o povo de rua e que mesmo assim, ele vem crescendo assustadoramente por lá. Mais do que isso, há também uma rede voluntária anônima que cria exemplos, doa-se como lhes relatei. Ela, pelo que se viu nas reportagens NSC, passa exemplo de geração a geração.

Não é à toa, que Oktoberfest nasceu quando Blumenau se resgatava da desgraça das enchentes de 1983 e 1984.

E não foi exatamente por inspiração e liderança no ambiente público. Era o moral que precisava ser reconstruído e com todos. E os cidadãos e cidadãs entenderam isso, bem antes que ela virasse uma marca de alegria, contágio, sucesso, superação e até resgate de um origem cultura que andava sendo constrangida pelos jovens que de alguma forma rejeitavam à memória de suas origens. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

Se a temperatura subir um pouco mais hoje, será desativado o abrigo improvisado que a secretaria de Desassistência Social montou para acolher os moradores de ruas e andarilhos de Gaspar. Esta é a notícia. Eles não votam! Esta é uma suposição.

Ontem o Hospital de Gaspar, o que está em perpétuo socorro e sob intervenção municipal comendo uma baba do Orçamento municipal, fez 52 anos. A ideia e iniciativa dele foram de Frei Godofredo.

Pois não é que a prefeitura armou uma comemoração? Devia anunciar o saneamento das contas, a abertura da UTI, a escolha da referência, a integração regional e dar transparência aos dados. Impressionante.

O que falar? Quando eu escrevo, correm para dizer que eu exagero. Este é o retrato de um governo e seus políticos apoiadores

Recentemente, cobrado por um eleitor do Gaspar Alto, um vereador da base do governo – que está vestido de cabo eleitoral e pedindo votos para outubro a seu candidato tirou o corpo fora na cobrança do eleitor. “Eu peço, peço e não sou atendido, referindo-se ao governo que defende ajoelhado na Bancada do Amém.

Das três uma. Está mentindo e por isso, deve ser avaliado em outubro. Está falando demais e por isso deve ser excluído do poder de plantão. Ou então, se não está mentindo ou falando demais, é um fraco. Já deveria estar na oposição há muito tempo. Faria melhor papel e sucesso.

Na rede social do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos. ” Noite especial aqui em Indaial. Garantimos mais de R$26,6 milhões para construir a Arena Multiuso no Parque Jorge Hardt, uma unidade de Saúde e uma praça”.

Isto mostra bem que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e seu vice Marcelo de Souza Brick, Patriota, com a Bancada do Amém, não foram atrás e não quiseram dar uma solução para a Arena Multiuso prefeito Francisco Hostins, na Margem Esquerda.

Preferiram o desgaste público para comprar o milionário terreno da Furb por R$14 milhões – sem qualquer negociação – e salvá-la da sua decadência econômica financeira, enquanto comprometia o Orçamento para obras de infraestrutura para a cidade, os cidadãos, cidadãos e seu futuro. Acorda, Gaspar!

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