Se você é leitor ou leitora habitual deste espaço, então você já leu esta observação abaixo, MUITAS outras vezes. Vou repeti-la pela SEGUNDA vez este ano – em tão curto espaço de tempo -, ou refrescar à memória dos “esquecidos”, ou, tornar claro para os novos por aqui, os quais inventam e encontram nas entrelinhas “interesses” naquilo que publico.
AVISO NECESSÁRIO E REPETIDO MAIS UMA VEZ: este blog não é e nunca foi impulsionado, não montou nenhum grupo de WhatsApp – ou em outros aplicativos de mensagens – para dar volume de acessos – apesar de ousadas propostas neste sentido – , não é e nunca foi monetizado pelos acessos que recebe, não é e nunca foi patrocinado por particulares, empresas, dinheiro público ou de políticos, também nunca “pediu ajuda de custos” a políticos e empresários para se manter.
Acrescento: não monta premiações, não “cria” agências para disfarçadamente intermediar negócios de comunicação aos interesses dos poderosos “amigos” de plantão e também, não dá assessoria privada para políticos locais.
Se você quer republicar os artigos, por favor, só na íntegra para não descontextualizar a análise, comentário ou à crítica. E ao final de cada artigo, há botões facilitadores para replicar estes artigos via aplicativos de mensagens, e-mails e redes sociais. Estes botões fazem isso automaticamente para você. Há também espaço para a sua opinião, correções e contraponto.
Os políticos – e seus amigos – querem que os artigos esclarecedores como o abaixo, em novo governo que veio para mudar, sejam banidos, estão se articulando, desacreditando e farão de tudo para isso. E no fundo isso é contra você e a cidade. Então este espaço é de vigia e continuará “olhando a maré” para o descontentamento dos políticos sustentados por nossos pesados impostos cada vez mais altos e on line – ou à sombra dele, que descaradamente, ainda pregam a transparência dos seus atos e dizem que vão desnudar os dos outros, mas tudo corre para debaixo do tapete.
Duas notas, atualizando às 11h06min deste 14.01.2025 o texto abaixo, que publiquei cedo, antes da prefeitura de Gaspar abrir para o protocolo.
A primeira: o ex-prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, acaba de dar um nó no experiente delegado em instruir inquéritos e agora prefeito, Paulo Norberto Koerich, PL. Kleber foi á prefeitura protocolar um pedido de averiguação das denúncias (sindicância) que estão sendo feitas contra o desleixo e sucateamento gerencial que ele, supostamente, deixou a cidade ao seu sucessor. Uau! O cara está preparado. Sabia-se disso pelo corpo fechado. E o “novo” governo, que teima em ter no seu entorno quem sustentou o velho governo, batendo cabeça. Agora se entende melhor, a razão da turma que cerca o delegado-prefeito sempre pedindo para abafar tudo. Falham liderança, a estratégia, a tática, a comunicação, a coordenação, a procuradoria geral e mais uma vez a chefia de gabinete.
Falham liderança, a estratégia, a tática, a comunicação, a coordenação, a procuradoria geral, mais uma vez a chefia de gabinete e a equipe de transição.
A segunda. Tem radialista que ficou oito anos quieto no governo Kleber, agora, valente, está publicando críticas nas redes sociais. Não as desconstituo até porque, esta é a base do meu sucesso de leitura – sempre negada – e da perseguição que os poderosos me moveram e movem contra mim por todos estes anos. Vingança por não conseguirem me enquadrar ao silêncio para melhor “governar” ao modo deles. Mas, a pergunta que não quer calar é: onde o caro radialista estava este tempo todo, quando ele mesmo diz, que o ex-prefeito Kleber estava “destruindo” a cidade? Ele o viu ncomo o pior de todos. Guardadas as proporções, já vi coisas piores aqui. Muda, Gaspar!
Agora o texto inicial e original de hoje.
O meu primeiro artigo deste ano sobre o “novo governo” em Gaspar ainda está na gaveta. Credo. Fui atropelado pelos fatos. Ainda bem. Há fatos. E apesar da idade, sou capaz de desapegar e estar na crista da onda da maré instável.
Até as minhas pretendidas e anunciadas férias de duas semanas, só duas, neste blog, foram para o espaço de há muito. Fui tirado do meu socego várias vezes. Não reclamei e nem pedi “remuneração” extra. E estou, aqui, extraordinariamente, outra vez.
O texto do blog que deveria circular amanhã, quarta-feira. Ele foi novamente para a gaveta. É outro. Estão acumulando coisas escritas. E talvez elas até se percam na validade e na atualidade da mudança de personagens, temas e resultados.
Então, mais, uma vez, antecipo a publicação deste ponto-de-vista para não perder à atualidade da “novela” de quem não quer sair de cena, mesmo depois da derrota. Como sou um darwinista convicto, onde se constata de que não é o mais forte sobrevive, mas o que se adapta melhor às novas situações e ambiente, não me restou outra alternativa a não ser as de deixar a quarta-feira de lado, trocar a abordagem da hora e até, excepcionalmente, antecipar os artigo de supostos esclarecimentos neste mundo ápero do poder político de Gaspar. Ele tem dono. Os mesmos. Há décadas. Com as mesmas jogadas para os mesmos.
Sobre a boca no trombone do “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, vocês souberam pelas redes sociais dele e dos vereadores da base (PL e União Brasil) do governo desde sexta-feira da semana passada, quando se tinha até então apenas pasmaceiras.
Ontem, aqui, em ACOSSADO PELA REALIDADE, FINALMENTE O “NOVO” GOVERNO DE GASPAR BOTOU A CABEÇA DE FORA. E DE VERDADE, PELA PRIMEIRA VEZ, TEVE A CERTEZA DE QUE A ÚNICA COISA QUE SEPARA POLÍCIA E POLÍTICA É A LETRA “T”. E FAZ TODA A DIFERENÇA. ESTA LETRA IMPEDE ÀS MUDANÇAS PROMETIDAS foquei mais na impropriedade e no aviso de que depois do meu artigo, viria a voz de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Bingo. Calejado e experiente na marquetagem, Kleber anunciou no domingo, num teaser, que faria isso nesta segunda. E fez. Deixou flancos, mas disse que não terá nenhum pudor em defender o que em alguns casos, podem ser até indenfensável.
E a cidade então calada, começou a tomar partido. E não é exatamente majoritariamente de Kleber como ele calculou e revelou a amigos que consultou. A cidade só não está na proporção dos votos recevidos pelos novos poderosos de plantão por duas questões fundamentais: o entorno de Paulo é tóxico e remete à vários governos que não inspiram mudanças, inclusive o de Kleber; e porque a estratégia de comunicação e contra-comunicação do atual governo, é ainda falha, mesmo supostamente experiente. É uma atrás da outra. E por enquanto, Kleber dá um banho neste assunto. Falta ao atual governo até, canais críveis de enfrentamento. Ganharam e ainda não levaram. E tiveram tempo desde seis de outubro para fazer isso. Incrível!
O SHOW DE KLEBER NÃO PARA
Retomando.
Primeiro. Kleber foi cirúrgico: entre cemitério, Agricultura, ele mirou na Educação. E por que? Está obrigado pelo ex-prefeito de fato, o deputado Federal de Blumenau, Ismael dos Santos, PSD, que empregou aqui um aparentado e irmão de templo, curioso no assunto, o jornalista Emerson Antunes, PSD, nesta pasta. Segundo. Não esgotou o tema. Vai dividi-lo em capítulos. Ou seja, quer que a novela renda a seu favor enquanto a prefeitura não acertar o passo na comunicação, não encontrar canais abastecidos de contra-informação de qualidade e credibilidade e os veículos de comunicação da cidade e da região não estiverem acertados financeiramente. Além disso, Kleber ainda, quer queira ou não, é o presidente da Fecam. É uma voz.
A Educação era o brinco da gestão do segundo mandato de Kleber com o que montou na Norma Mônica Sabel no tal laboratório digital – quando este tipo de equipamento deveria estar na maioria das escolas municipais. Fê-lo, para esconder o que deixou de fzer primariamente como o contraturno, o período integral e a queda espantosa do Ideb, antes da pandemia, com a educadora Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, qude virou vereadora, mas também não deu conta do recado e não se reelegeu.
E terceiro, Kleber não misturou temas, para gerar poluição que a turma de “çábios” do Paulo – ainda batendo cabeças – se permitiu e numa comunicação experiente e vinda de Blumenau.
Então, a denúncia contra o que está lastimável na secretaria da Agricultura e Aquicultura (foto de abertura), bem mais grave do que na Educação, Kleber terceirizou para o mais longevo dos vereadores e presidente do PP de Gaspar, José Hilário Melato. Ele vai tourear o xucro, e silenciosamente, como sempre, e botar preço pelo reparo. O PP era o dono da secretaria da Agricultura no loteamento político explícito feito por Kleber nos dois mandatos. E Paulo precisa de Melato e do PP para a governabilidade mínima na Câmara. Simples assim!
Repare.
Desde que este assunto da Educação veio à tona na sexta-feira, para Kleber, ele se tornou um ponto de honra combatê-lo e da forma que fez. E por que? Quem tomou à frente como o grande descobrir dos sete mares foi o campeão de votos e presidente da Câmara, Alexsandro Burnier, PL. E Alexsandro não está apenas investido de presidente da Câmara, mas vestido de candidato a deputado estadual em 2026, concorrendo com quem? Kleber. O touro sabe que o toureiro é um novato. Sem experiência, desafia o time, o técnico e orientações para se tornar notado na arena. É instinto puro. Tanto que Alexsandro já foi a sua rede social várias vezes, para se explicar num tema em que já deveria ter derrubado o touro.
PELA PRIMEIRA VEZ KLEBER ESTÁ SE EXPLICANDO
Voltando para encerrar.
Desde que este assunto da esbórnia no almoxarifado da Educação estourou, há três versões do pessoal do ex-governo Kleber para desqualificar o que se denunciou. Ao jornal Metas, o ex-secretário disse que o “grande trabalho que fez na pasta” não pode ser “resumido ao uns tubos de cola que estão prestes a vencer”. Além de piscar, ele sabe que não é bem assim. Ou seja, admitiu haver problemas e descontrole.
À NSC, ontem ao meio dia, Kleber mandou dizer que se tratava de materiais comprados na gestão dele, exatamente para não parar a secretaria neste começo de ano. Saiu-se bem. Mas, por outro lado, sobre a quantidade e o desalinho nada observou. Ou seja, não foi para o confronto do cerne do problema porque sabe que há problemas e descontroles.
A terceira versão está neste vídeo abaixo. Ele tem um minuto e meio e circulou amplamente nas redes sociais e nos veículos de comunicação.
Pela primeira vez, Kleber sentiu o bafo de estar fora do poder e a razão pela qual foi humilhado nas urnas com o candidato que levou para a continuidade, o vice Marcelo de Souza Brick, PP, para quem tinha prometido parte do mandato no acordo que fez e não cumpriu quando se uniram para não se ter concorrências lá em 2020. Os comentários questionadores dos gasparenses apareceram, pois ninguém mais está obrigado, como antigamente, as curtidas que um dia exigiu pelos aplicativos de mensagens aos seus que empregava politicamente.
Diante das obserfvações de ontem nas redes sociais, de gente que estava obrigada a ficar calada, Kleber, precisa ficar de olho, para não exagerar nos próximos capítulos da novela que quer prolongar. A diferença entre o remédio e o veneno está no tamanho da dose. E há muito Kleber vem exagerando na dose.
Kleber disse no vídeo que é vítima das circunstâncias. É o único papel que lhe cabe bem neste instante. Quem o conhece, que o compre. Sugeriu que era uma montagem o cenário filmado para obter likes nas redes sociais – um ambiente onde ele é mestre e acha que os outros fazem a mesma coisa.
Kleber, entretanto, admitiu que precisa ser apurado se há produtos vencidos – porque isso não tem como diuzer que foram plantados lá – e concorda com apurações. São provas. E ele entende que não pode negar estas evidências até para não contaminar o discurso de vítima. Se é montagem e sacanagem é de se perguntar quem mesmo comandava o local no tempo dele. E se for atrás, se surpreenderá. E Kleber tem o canal direto com o ex-administrador do local. Sobre a compra de livros – alguns deles com preços exorbiutantes e feitos já quando se entrava de férias – jogou a culpa no Conselho chamado de Comed. Os integrantes deles estão jurando que isso não ocorreu. E eu tenho áudio.
Resumindo. O governo do “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, tem facas, fatos, provas, contra-provas e o queijo na mão, mas quem ainda encontra facilidade para usá-los a seu favor, é Kleber. Interessante.
Kleber foi mais longe. Atirou. E promete mais balas explosivas. Saiu da posição de defesa e vai para o ataque. E o governo do “delegado-prefeito” que deixou criar o político Kleber ao tempo do delegado, fica sem ação e temeroso, mesmo sendo ele o dono da municção. Impressionante.
Veja esta. No mesmo vídeo onde deveria se explicar – e foi obrigado admitir falhas – Kleber questionou a razão pela qual o “novo governo” não estar não estar dando plantão para abrir creches, que segundo Kleber, no tempo dele, fazia. Mas, perguntar não ofende: quem mesmo montou este calendário que não prevê estes plantões em 2025? O próprio Comed, o secretário Emerson Antunes e o prefeito Kleber. O “delegado-prefeito” Paulo poderia mudar. Poderia. Mas a arapuca já estava armada. E ele caiu.
Erra Kleber quando não se precaveu e transferiu essas áreas físicas sob atas ao recebedor. Erra Paulo, quando denuncia e não faz uma ata notarial, ou seja, com fé pública – que ele como prefeito não tem mais e tinha quando delegado -, para impedir o uso político desta situação e até instruir futuros processos contra a gestão de Kleber. Se falha a comunicação, a procuradoria geral do município também está comendo moscas. E experiência não lhe falta. Muda, Gaspar!
TRAPICHE
Resolvido o impasse. A secretaria de Planejamento de Gaspar já tem titular escolhida: a arquiteta Tatiane. É uma escolha pessoal do vice-prefeito, o engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, que já passou por lá nos governos de Adilson Luiz Schmitt, quando no MDB e hoje no PL, e Pedro Celso Zuchi, PT, ao tempo que Rodrigo era filiado ao PV. Ela começa trabalhar na segunda-feira que vem. Era a única indicação de primeiro escalão ainda não feita. Apresentada a alguns na secretaria, ao menos ela já foi. No Diário Oficial dos Municípios, até a pouco, nada.
Este impasse com solução salomônica é vista com desconfianças por vários setores empresariais e investidores. Rodrigo Boeing Althoff, PL, queria esta posição desde a campanha eleitoral, mesmo sendo candidato e agora vice-prefeito. Rodrigo já é o secretário de fato, já está atendendo e despachando (como na foto ao lado e feita ontem com o comandante do Corpo de Bombeiros, Tenente Darlan Margotti Modolon) na secretaria e assim continuará. Tatiana apenas destampa a chaleira nesta fervura. E Rodrigo não abre mão do comando de fato da secretaria.
O tamanho do buraco. Só ontem, é que o Orçamento de Gaspar ganhou movimentação em outras contas que não o Fundo Municipal de Saúde. Mesmo assim, ele ainda é disparadamente o maior demandador de recursos. Foram empenhados nestes 13 dias deste ano R$21,6 milhões (de R$510 milhões). Destes R$21,6 milhões, R$15,8 milhões são para a Saúde cujos postos abriram apenas na segunda-feira. E até agora, só o Fundo de Saúde fez liquidações: R$2 milhões. Uau!
Credo. Só depois de duas semanas, o site da prefeitura de Gaspar deixou de ter a cara de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP. Gente lenta. E tiveram tempo para preparar isso tudo.
Ontem, primeiro dia depois da volta das férias coletivas, o “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, foi percorrer setores da prefeitura para conhecimento, os cumprimentos e apresentações de praxe. No Samae, tocada por Cicero Giovani Amaro, PL, ex-combativo vereador pelo PSD, um efetivo, mostrou a sua linha de frente a auxiliá-lo na autarquia. Pelas imagens que ganharam a cidade, será petista.
Começou a colheita do arroz em Gaspar.
A bola é de todos I . No dia três de Janeiro o “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, assinou e publicou o decreto 12.328. Em resumo esse decreto, além de dar competências aos titulares de algumas funções chaves, incluindo a de autorizar despesas, tenta proteger o prefeito de um suposto mau trato das coisas públicas por seus comissionados e os em função de confiança que nomeou.
A bola é de todos II. Não é bem assim. Há inúmeras decisões neste sentido tanto no Tribunal de Contas, bem como no Tribunal de Justiça. O prefeito é o ordenador maior das despesas e solidário por todos os problemas decorrentes disso, mesmo quando delegadas em nomeações. E a prevalecer o que quer Paulo Norberto Koerich, para si, ele está, automaticamente, constituindo defesa e álibi para o que quer imputar como culpa ao prefeito no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Nem mais. Nem menos.
A bola é de todos III. O parágrafo único do artigo primeiro desse decreto diz: “o ordenador de despesa responderá pelos prejuízos que, direta ou indiretamente, causar à Fazenda Pública“. O artigo terceiro do referido decreto reforça: ” todo ordenador de despesa ficará sujeito à tomada de contas, inclusive especial, realizada pelo órgão de controle interno e, se for o caso, pelo próprio Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina“. Não vou me alongar em termos técnicos de várias decisões que não separa prefeito de seus subordinados que receberam esta delegação dele. Pinço este do pré-julgado, o 226 do TCESC. Há muitos outros de prefeitos que queriam se ver livres de responsabilidades de seus subordinados, mesmo aparados em decretos assemelhados, como se tivesse validade de contrato particular, com cláusulas entre as partes.
A bola é de todos IV. “Neste sentido fica evidente que o Prefeito será sempre o ordenador primário e o responsável administrativa, uma vez que não se espera do mesmo papel figurativo típico dos monarcas. Esse entendimento se encontra consagrado na doutrina conforme se demonstra…“. Ora, é simples: se não confia, não nomeia o comissionado ou o funcionário efetivo para cargo de confiança. Se há indícios de dúvidas, destitui ele e imediatamente, protegendo-se no PAD e outros instrumentos de responsabilização, para ao menos mostrar que não era tão solidário ou conivente. Muda, Gaspar!
Pelo site oficial da prefeitura se descobre que ontem o principal assunto administrativo da cidade foi o que anuncei aqui: Gaspar está sem estacionamento rotativo e conhecido como área azul. Sem dados, sem informações básicas, sem a transparência mínima para este assunto, sabe-se, de longa conversa onde estava até o prefeito, apenas que o modelo a ser adotado não será o do papelinho, caneta e facilitação aos amigos.
Este assunto é velho demais e mostra o tamanho do nosso atraso. Quando o prefeito era Adilson Luiz Schmitt, MDB (2005/08), e agora no PL, quis o tal do parquímetro (novidade da época e já ultrapassado). Pedeu a queda de braço para o PT do atraso com amparo dos comerciantes locais. Veio, entãso, o papel, a caneta, as brechas, a burocracia e a falta de fiscalização estatal. Agora, deverá vir alguma coisa por aplicativo. Noves fora. No mínimo isto levará seis meses até chegar as ruas de Gaspar, mas chegará. Primeiro muda a lei (se a Câmara deixar). Depois vem a licitação, a contestação, a polêmica e a salvação de casos excepcionais tão próprios de Gaspar. Muda, Gaspar!
14 comentários em “O EX-PREFEITO KLEBER VAI ÀS REDES SOCIAIS DIZER QUE OS NOVOS – MUITOS DO TEMPO DELE – QUE ESTÃO NO PODER PLANTÃO ARMAM E FAZEM SACANAGENS CONTRA A IMPECÁVEL IMAGEM DO SEU GOVERNO”
AOS QUE ME COBRAM JÁ PELA MANHÃ CEDO NO PRIVADO. HOJE É DIA DE COLUNA INÉDITA. DAQUI A POUCO. AGUARDEM
A chefia de gabinete atual é a mesma do início do governo Kleber e a Procuradoria Geral a mesma dos oito anos do Kleber.
Deviam ter mantido o procurador anterior, a equipe de comissionados foi toda renomeada, inclusive o procurador geral-adjunto.
Mais do mesmo… e o povo gasparense não foi enganado…
Impressionanete
O título deveria ser: a derrota de um governo gastador, sem planos de desenvolvimento em um contexto de futuro, mentiroso, criador e gastador sem limites de impostos cada vez mais on line, sendo que no outro lado com mecanismos cada vez mais limitados de defesa do contribuinte. E tudo aprovado por deputados e senadores, engolidores de bilhões via vários fundões, emendas e outras rubricas sem transparência, mas que mesmo assim, dizem serem nossos representantes no parlamento contra a voracidade de um governo estabelecido na derrama.
PIX E CREDIBILIDADE, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo
A derrota do governo na questão do monitoramento do Pix é grave não só pelo estrago causado por uma clara fake news. Mas, sim, pelo grau de desconfiança que ela revela no público em geral, especialmente em relação a autoridades e seu comportamento. O poder de fogo de uma fake news está associado a dois fatores. O primeiro é que seu conteúdo possa parecer verossímil. As pessoas acreditam num conteúdo falso pois consideram alto seu grau de plausibilidade.
O segundo é a ausência de referências – as instâncias tidas como guardiãs da veracidade objetiva dos fatos. Esse papel já foi representado por instituições (como a Receita Federal) ou mesmo a imprensa profissional.
Em relação ao primeiro fator que explica a potência de uma fake news o governo está lutando contra sua própria reputação. De fato, monitoramento de transações pelo Pix faz sentido do ponto de vista do combate à sonegação. Ocorre que o atual governo é visto como gastador e, por isso, arrecadador.
Portanto, do ponto de vista de quem usa o sistema, faz todo sentido acreditar que combate à sonegação é apenas a desculpa para, num futuro não muito distante, taxar os usuários da ferramenta. Como a credibilidade das autoridades é baixa, não adianta dizer que “nunca acontecerá”.
Em relação ao segundo fator, a questão das fake news é ainda mais preocupante, pois não depende apenas dos governantes do momento. Em quem confiar quando se trata de acreditar num fato? A degradação da credibilidade das instâncias “convencionais” (que inclui instituições de Estado, mas também privadas, como a mídia) é um fenômeno inquestionável.
Pode-se debater quem são os “culpados” disso, ou se a perda de credibilidade das instâncias citadas acima é “justa”, “merecida” ou “positiva” para a sociedade brasileira em geral. O que não se pode é fazer de conta que esse fato não existe.
O comportamento do governo nesse episódio demonstra sua baixíssima capacidade de apreciação da realidade política, com destaque para o grau de resistência social ao que a corrente política no poder representa. E sua espetacular ineficácia em “conduzir narrativas”. Em termos clássicos da política, é um governo sempre a reboque dos acontecimentos, incapaz de moldá-los a contento.
Desconfiança é algo seriíssimo em política e economia, que o governo confunde com deficiência de estratégia de marketing. É o que está na raiz dos comportamentos de agentes econômicos nos mais variados níveis e grupos. Subida do dólar, expectativa de inflação alta e a facilidade com que uma fake news sobre o Pix tomou conta do espaço público são dois lados dessa mesma moeda.
Com um governo abaixo da crítica, ideológico, gastador como poucos, mentiroso, dissimulado, sem planos, que abusa da tal democracia para se safar e que ainda não saiu do século 20, restou a Lula fazer o mais do mesmo: cortinas de fumaça e marketing para como um ilusionista, desviar a atenção dos brasileiros, com o coelho que velho mágico mambembe tira da cartola. Como somos uma maioria de analfabetos, ignorantes e desinformados estamos presos a esta rede de malha fina… Leia, aos que desapsrenderam isso e assim estão reféns de políticos que os manipulam, ao menos o último parágrafo dese editorial
LULA ESCOLHE SEU INIMIGO, editorial do jornal Folha de S. Paulo
Cumprindo rigorosamente o que foi chamado a fazer, o novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, anunciou que o governo de Lula da Silva está em guerra contra as “big techs” para salvar a humanidade.
É o que se depreende do discurso de posse do marqueteiro, que não tem experiência nenhuma em administração pública nem em comunicação institucional, mas conhece como poucos os truques da parolagem eleitoreira e a cabeça de Lula. É a transformação da Secretaria de Comunicação Social em Ministério da Propaganda.
Inventar um inimigo insidioso para gerar medo e galvanizar eleitores é uma estratégia manjada no manual do populismo autoritário. Se “a mentira nos ambientes digitais fomentada pela extrema direita cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade”, como discursou Palmeira, então urge que se dê total apoio a Lula, já que o demiurgo petista se apresenta como o líder natural dessa resistência ao mal existencial causado pelas insaciáveis “big techs”.
Eis aí o lulopetismo em estado puro. Para essa turma, “embate político” no ambiente digital significa estigmatizar tudo o que desagrada a Lula, ao governo e ao PT como “fake news”, “desinformação” e, no limite, “ataque à democracia”, o que beira o ridículo. Isso ficou cristalino no discurso de Palmeira, sobretudo quando ele afirma que “a população não consegue ver o governo em suas virtudes” porque, no seu entender, há uma “cortina de fumaça” causada pelas “fake news” que impede que as informações sobre as maravilhas do governo Lula cheguem aos brasileiros. Em tom grandiloquente, o novo ministro atribuiu à comunicação institucional um papel que ela não tem, qual seja, o de ser a “guardiã da democracia” em face do que ele classificou como o “faroeste” que, em sua visão, impera nas redes sociais.
Em outras palavras, o governo Lula se apresenta não só como portador da “verdade” contra as “mentiras” de seus opositores nas redes sociais, mas também como o xerife que enfrentará os bandidos no tal “faroeste” da internet. E o presidente já encarnou esse papel, ao dizer que sancionou a nova lei que proíbe celulares nas escolas para “enfrentar a revolução da mentira” e das “fake news”, promovida por “gente que não presta e mente descaradamente”. “É por isso que nós tomamos a decisão de proibir celular na educação. A gente proibiu para defender as nossas crianças. A gente proibiu para defender os nossos professores. Para defender a nossa educação. Nós queremos continuar humanistas, nós não queremos virar algoritmos nesse mundo.”
Ora, a nova lei não se presta a isso, e sim a resguardar o processo de aprendizagem, o que inclui, fundamentalmente, o respeito e a valorização do trabalho dos professores em sala de aula e a atenção total do aluno ao que ali se ensina, sem distrações.
Para os petistas, contudo, a verdade factual nunca importou – e, em muitos casos, é considerada um estorvo. Note-se que na mesma cerimônia em que o ministro Sidônio Palmeira anunciava sua guerra sem quartel contra a desinformação, seu antecessor, Paulo Pimenta, se referiu ao impeachment constitucional da presidente Dilma Rousseff como “golpe” – uma “fake news” que os petistas repetem incessantemente na expectativa de que se torne verdade. Pimenta se disse “petista raiz”, mas nem precisava.
Já deu para perceber, portanto, qual será a estratégia do lulopetismo na segunda metade do mandato de Lula: inventar uma guerra contra os magnatas estrangeiros da internet para que se pare de falar em inflação, contas públicas deterioradas e dificuldades na articulação política. Mais uma vez, cria-se a “narrativa” de que a democracia está em risco e que apenas Lula é capaz de salvá-la. Ou seja, sem ter o que entregar de concreto como realização de seu governo para reivindicar um novo mandato na eleição de 2026, resta a Lula a mistificação, sua especialidade.
O PT e a esquerda do atraso que domina o Brasil, são devoradores de recursos bons dos muitos e cada vez mais altos impostos on-line dos brasileiros tragados para o desperdício, corrupção e benefícios de poucos
NEGAR GRAVIDADE DA ATUAL CRISE FISCAL É INADIMISSÍVEL, editorial do jornal O Globo
Num grupo de 23 economias emergentes e desenvolvidas, o Brasil aparece com o segundo pior resultado nas contas públicas. No levantamento que considera receitas, gastos e também despesas com os juros da dívida, apenas Bolívia tem desempenho pior, segundo análise do banco BTG Pactual. Esse foi o quadro registrado nos dois últimos anos e deve se repetir em 2025.
A previsão para os próximos 12 meses é que os bolivianos continuarão em primeiro lugar no ranking dos piores, mas conseguirão reduzir o tamanho do déficit. Por aqui, o cenário é de elevação. Há metodologias diferentes para determinar o quadro fiscal de um país. A que determina a trajetória da dívida pública é justamente a que leva em conta o pagamento de juros. Quanto maior o rombo a cada ano, mais alto o endividamento. É essa a métrica acompanhada pelos investidores. Deveria ser também o principal ponto de atenção do governo federal e dos congressistas.
Tentativas de ilusionismo ou negação não mudaram nem nunca mudarão a realidade. O desempenho brasileiro é ruim sob qualquer ângulo. O resultado é pior que a média dos emergentes, dos desenvolvidos e da América Latina. A previsão do BTG Pactual para este ano é de um déficit de 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB). No México, Colômbia, Peru e Chile, o percentual deverá ser inferior a 4%.
Confirmada a manutenção do rombo das contas públicas e da despesa com juros da dívida, o endividamento em relação ao PIB crescerá 14 pontos percentuais ao longo do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para um país com uma dívida alta como o Brasil, o cenário é um tremendo problema. Por isso a insegurança no mercado financeiro e as altas repetidas do dólar. Insinuar que as esquinas da Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, estão cheias de especuladores trabalhando contra o país é terraplanismo econômico.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou que o governo deve ter fechado 2024 com um déficit de 0,1% do PIB. O cálculo do ministro usa metodologia que não inclui as despesas com os juros da dívida. Na análise do resultado fiscal, a Fazenda também retira fatores extraordinários. Eventos como os gastos com as enchentes do Rio Grande do Sul não são considerados. O esforço pode ser válido, mas o incrível é que, com todas essas ressalvas, o governo não conseguiu equilibrar as contas. O percentual antecipado por Haddad se encaixa nas regras fiscais somente porque há uma tolerância de déficit de até 0,25% do PIB.
A comemoração desse resultado dá a medida do baixo nível da discussão fiscal no Brasil. O endividamento, é bom não esquecer, segue subindo. A se confirmarem as últimas projeções da Instituição Fiscal Independente (IFI), criada para ampliar a transparência das contas públicas e ligada ao Senado Federal, a dívida chegará a 86% do PIB no ano que vem, 91% em 2027, mais de 100% em 2030 e 116% em 2034, o horizonte das estimativas. Quanto mais elevada, maior o custo de rolagem. Neste ano os gastos com juros devem passar de R$ 1 trilhão. Diante de tantas evidências, negar a gravidade da crise fiscal é inadmissível. É hora de medidas à altura dos desafios. O ajuste deve ser amplo para ter efeito. Governo e Congresso devem sanar essa dívida com o país.
O VERDADEIRO DESAFIO DE TRUMP, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo
Na segunda-feira Donald Trump assumirá pela segunda vez a Presidência dos Estados Unidos, na crista de uma espetacular vitória eleitoral. Desde novembro, no seu estilo teatral, ameaçou anexar o Canadá, ocupar a Groenlândia e retomar o Canal do Panamá. Tudo fumaça. Trump tem uma queda por fantasias. Ora assusta os americanos dizendo que os imigrantes comerão seus cachorrinhos, ora tenta assustar o mundo, insinuando que usará a força militar para respaldar seus delírios expansionistas.
Faz tempo, aconselhando Bill Clinton, o marqueteiro James Carville fulminou:
— É a economia, estúpido.
Trump assumirá uma semana depois de a China ter revelado que fechou 2024 com um superávit comercial de US$ 990 bilhões. Esse resultado surpreendeu o mundo.
As indústrias chinesas conseguiram uma coisa parecida com o desempenho dos Estados Unidos nos anos seguintes à Segunda Guerra, quando a Europa estava arruinada. Panamá? Groenlândia? Canadá? Imigrantes? Nada disso, é a China, bobão.
O repórter Keith Bradsher, que cobre o comércio do Império do Meio desde 1991, mostrou que, numa ponta, a indústria chinesa responde por um terço da produção mundial. Sozinha, produz mais que os Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coreia, somados. Noutra ponta, a China forma mais engenheiros e profissionais correlatos que todos os jovens diplomados em faculdades americanas.
Quando os Estados Unidos se reaproximaram da China, acreditavam que uma abertura econômica estimularia a democratização do país. Supunham também que seus produtos ganhariam aquele imenso mercado. A China não se democratizou, e são os americanos que estão comprando manufaturas chinesas.
Pode-se tomar o Brasil como um exemplo da miopia americana, e de Trump, bem como da astúcia dos governantes chineses. Em nome de um conservadorismo iracundo, o presidente eleito dos Estados Unidos flerta com Jair Bolsonaro. Durante seus quatro anos de governo, o ex-capitão hostilizou a China, sem qualquer vantagem. Pequim continuou sendo o maior parceiro comercial do Brasil. Pior: a fábrica de automóveis chinesa BYD produzirá carros elétricos e híbridos na planta de Camaçari que, outrora, foi da Ford americana.
A China transformou-se numa potência comercial porque apropriou-se da grande lição do presidente americano Calvin Coolidge (1923-1929):
— O principal negócio do povo americano é o negócio.
Para Trump, o negócio dos Estados Unidos parece ser a encrenca.
Elon Musk, seu deslumbrado conselheiro, encarna esse viés. Com o espírito inovador do empresariado americano, ele fabrica os carros elétricos Tesla. No último trimestre de 2024, a BYD chinesa superou-a em vendas. No Brasil, Musk meteu-se numa briga pueril com o Supremo Tribunal.
(Enquanto isso, sem polêmicas, a China arrocha a internet, com a complacência de Musk. Trump ameaça banir a rede social TikTok, e os chineses podem vendê-la. Para quem? Elon Musk. Inimigos, inimigos, negócios à parte.)
Os governantes chineses têm uma agenda de interesses e investem em projetos de infraestrutura pelo mundo afora. Enquanto isso, Trump ameaça governar os Estados Unidos com uma agenda de encrencas, aliando-se com encrenqueiros.
A COMUNICAÇÃO ENQUANTO POLÍTICA, por Vera Magalhães, em O Globo
De que forma o anúncio da guinada de política de moderação de conteúdo feita por um gigante como a Meta e a troca da guarda no comando da comunicação do governo Lula se conectam neste tenso início de ano, e o que a prevalência desses assuntos demonstra?
A resposta parece ser que, de qualquer ângulo que se olhe, as mudanças vertiginosas na comunicação e seu impacto imediato na vida de pessoas, sociedades e países são a grande moeda política e econômica dos tempos que vivemos.
A mudança feita por Lula na Secom parece até pueril diante do potencial de estrago causado pela demonstração, a partir do anúncio feito por Mark Zuckerberg, de que agora vale tudo para que as chamadas big techs se alinhem ao Zeitgeist da volta de Donald Trump ao poder, apesar de tudo o que perpetrou em seu primeiro mandato e depois que foi derrotado.
Trocar Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira, nesse contexto, se assemelha à tentativa desesperada de um técnico quando o time enfrenta uma equipe infinitamente mais preparada e vence por um placar dilatado.
A verdade é que há muito pouco que se possa fazer a partir do Palácio do Planalto para conter o que o novo titular da comunicação estatal definiu como “faroeste digital”. Portanto não é a troca de nomes que fará com que o governo deixe de perder a batalha da opinião pública, que decorre de muitos outros fatores além da difusão de fake news ou a suposta inoperância desse ou daquele.
Uma coisa é a necessidade óbvia de regulamentar a responsabilidade das gigantes de tecnologia pelos conteúdos de informação por elas veiculados. E cabe, sim, ao governo definir uma posição clara para que o debate não fique, de novo, a cargo apenas do Judiciário.
A defesa de que o que configura crime, manipulação política ou incitação ao ódio e à discriminação seria apenas exercício da liberdade de expressão seria ingênua, se não fosse cinismo deliberado na grande maioria dos casos.
Outra coisa, no entanto, é creditar os desacertos do governo à incompetência de fulano ou sicrano ou apenas à guerrilha digital que precisa ser contida pela lei e pela Justiça. O caso da “taxação do Pix” é emblemático: uma mentira dessa natureza só prospera e se difunde graças a uma série de incompetências de diferentes níveis do governo, da norma da Receita sem a devida explicação à divisão interna e eterna quanto à necessidade de conter gastos, e não apenas aumentar a arrecadação
Lula já foi aclamado aqui e alhures por ser um comunicador nato, mas o fato é que a mágica não se repetiu desde o primeiro dia de seu terceiro governo. Pelo contrário: muitas das enrascadas em que sua gestão se meteu e da impopularidade em igual medida à aprovação decorrem de suas próprias escolhas, da forma como fala de improviso e comete de gafes a erros crassos que elevam a cotação do dólar e do fato de que o grupo de pessoas que têm lastro para dizer a ele que está errando é cada vez mais restrito.
Com essa configuração, que transforma até atos talhados para melhorar a imagem do governo em pequenos desastres, como o relativo aos dois anos do 8 de Janeiro, nem a mudança na Secom nem a mais draconiana regulação das redes sociais sanarão o problema.
O que o governo precisa é de uma mudança mais ampla, que aumente sua base social para além dos convertidos de sempre e devolva ao presidente a aura de alguém capaz de promover justiça social ao mesmo tempo que preserva a austeridade fiscal — este sim o cerne da dificuldade que enfrenta hoje, que é uma crise de confiança grave e em grande medida enraizada.
Sem isso, nem sequer uma reforma ministerial ainda mais ampla nem a necessária contenção ao vale-tudo digital serão capazes de mudar a impressão de ineficiência, que prevalece a despeito dos bons indicadores sociais e macroeconômicos, outra discrepância que não se explica só por fracasso da coitadinha da Secom nem pela vilania de Zuckerbergs e Musks.
Os governantes e políticos dão o péssimo exemplo e deviam tudo que puderem para si e os seus. Uma parte do povo, fingindo-se de doente e precisado, albergado na lei e sabedor da falha fiscalização, percebendo que a Justiça inocenta bandidos de bilhões da Lava Lava, rouba o país, sustentado pelos burros de carga, na cara dura. Se o Congresso Nacional é a cara dos eleitores e eleitoras, lamento dizer que esta afirmação está correta.
PAGAMENTOS INDEVIDOS DO BPC SÃO ESTIMADOS EM R$14,5 BILHÕES editorial do jornal O Globo
Integrantes do governo começaram o ano falando sobre a necessidade de adoção de novas medidas fiscais. Fariam bem se voltassem a examinar o Benefício de Prestação Continuada (BPC), um salário mínimo pago a idosos e deficientes de baixa renda, mesmo que não tenham contribuído para a Previdência. O programa perdeu o foco e hoje também atende a um público que não se enquadra no perfil pensado inicialmente. Devido a uma visão populista compartilhada pelo governo, Congresso e Judiciário — que costuma conceder o benefício a quem bate às suas portas — , a conta não para de subir.
Pelos cálculos do ex-presidente do INSS Leonardo Rolim, o Tesouro gasta por ano R$ 14,5 bilhões com pagamentos indevidos de BPC, o que representará 12% do que deverá ser destinado ao benefício neste ano. Nas suas estimativas, Rolim se baseia no histórico de concessões verificado entre 2011 e 2024, que mostra um forte aumento no número de beneficiários, numa elevação fora dos padrões demográficos de envelhecimento e pessoas deficientes de baixa renda.
Apenas entre junho de 2021 e outubro de 2024, o total de benefícios pagos passou de 4,71 milhões para 6,3 milhões, um aumento de 33%. Os números chamaram a atenção da equipe econômica, e mudanças na gestão do BPC foram incluídas no pacote fiscal do ano passado. Houve, então, resistências no Congresso e do presidente Lula. No final, a estimativa de uma economia de R$ 2 bilhões caiu pela metade.
Da proposta original do Ministério da Fazenda constava a inclusão na legislação da distinção clara entre deficiência “moderada” e “grave” para efeito da concessão do benefício. No entender de Rolim, isso poderia reduzir a concessão do BPC pela Justiça, responsável por um terço do total de benefícios. Quanto mais clara e objetiva a legislação, menor o espaço para disputas judiciais. Também daria base jurídica ao Ministério do Desenvolvimento Social para negar o BPC a portadores de deficiências “leves”, uma das principais causas do aumento no número de benefícios nos últimos anos. Este ponto contou com apoio na Câmara dos Deputados, mas foi vetado por Lula, supostamente para facilitar a aprovação do pacote pelo Senado.
Os juízes continuarão tendo grande influência na gestão do BPC. Paulo Tafner, economista especializado em Previdência, considera que o veto de Lula “foi um ato de irresponsabilidade”. Na prática, demonstrou que não está preocupado com o equilíbrio das contas públicas. Já ao Congresso deve ser creditada a retirada do projeto original da obrigatoriedade, na análise do pedido do benefício, da inclusão da renda de cônjuge ou companheiro que não reside no mesmo imóvel.
Perdeu-se no ano passado uma oportunidade de reformar um programa social importante para deficientes e idosos de baixa renda. O crescimento contínuo dos gastos com o BPC prejudica quem mais necessita do benefício. Cedo ou tarde, por causa desses desvios, o programa poderá ficar insustentável. Pela importância, o assunto deveria voltar à pauta neste ano.
ALGUÉM ESTÁ BOICOTANDO O “DELEGADO-PREFEITO” OU ELE ESTÁ FAZENDO FIRULAS
O “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, de Gaspar, foi na semana ver a condição precária do cemitério municipal do bairro Sangta Terezinha, e o tapa que a sua turma estava dando nele, liderada pelo novo coordenador nomeado pela função, o suplente de vereador Edder Muller, PL.
Paulo sabia de tudo desde a campanha. Se não sabia, assina um atestado de alienado. Este foi um assunto debatido nos palanques. Só para ver como este debate tratou de coisas menores.
Voltando. ao ir na semana passada lá, depois de dez dias de empossado, gostou do que viu, como paliativo. Também disse estar indignado com a sujeira e determinou a imediata limpeza. Hoje, dia 14, as 17 horas, leitor deste espaço manda-me vídeo. A caçamba de entulhos que se esparrama num dos acessos ao cemitério, e nela é possível ver um caixão de defunto, continua lá. Tudo e todos intactos.
Se em coisa simples, elas não funcionam – e que possuem ordem expressa do novo prefeito para funcionar, o que esperar de coisas complexas? Muda, Gaspar!
O BRASIL DO PT COMO ELE É. UM ATRASO SÓ
Este texto é de Agusto Franco, sem título, e foi postado no X
A AGU de Lula deveria logo incrementar seu movimento cujo sentido (mesmo que eles ainda não saibam) é banir as mídias sociais imperialistas do Brasil. Deve buscar, com afinco, a sua retropia de um mundo sem bigtechs e sem techs estrangeiras.
Nada de Facebook, Instagram e Threads (de quebra, proibir também o WhatsApp – pois é tudo Meta, do odiável Zuck, urgh!). Nada de Telegram (pois aquele Durov é suspeitíssimo). Nada de X (do malvadão Musk, por óbvio). E, depois, nada também de TikTok (sobretudo se for vendido a uma bigtech).
O governo deveria chamar o Marinho (sim, aquele mesmo que sugeriu que os Correios fizessem um aplicativo para substituir o Uber) para abrir uma licitação com o objetivo de produzir dois aplicativos nacionais: um de mídia social e outro de programa de mensagens.
Tudo seria, de preferência, estatal – pois o que está em jogo aqui é nada menos do que a nossa soberania. Ou de alguma empresa muito amiga (por que não a JBS ou outro “campeão nacional”?). Ou, ainda, dar essa tarefa à rede suja do PT (Brasil247, DCM, Opera Mundi, Revista Fórum, ICL etc.)
Aí nem a tal regulamentação seria mais tão necessária.
“A ti, ó Deus…”
Garanto que papagaios recitadores de versículos já estão taramelando aldeia a fora…
A tal “lei do RETORNO”…
VAMOS DISCUTIR O BRASIL, por Rubens Barbosa, no jornal O Estado de S. Paulo
“Tinha razão aquele velho brasileiro que, escandalizado com a futilidade dos nossos debates políticos, lembrava a conveniência de, ao lado do Congresso Nacional, organizar-se uma comissão permanente de brasileiros de boa vontade, sem outra preocupação que a prosperidade e a grandeza da Pátria, para o fim de estudar e resolver os grandes problemas políticos de nossa terra. O Congresso ficaria para as parolagens inúteis, para os bate-bocas apaixonados, para as exibições teatrais (…).” Nada mais atual do que o comentário publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 23 de novembro de 1935.
Nos dias que correm, a divisão e a polarização da sociedade brasileira dificultam e influenciam a discussão e o debate sobre os múltiplos aspectos das questões nacionais. O foco de debate reproduzido pela mídia tradicional e pela mídia social reflete aspectos importantes da economia, da política, das questões sociais, das questões identitárias, as reformas estruturais, a relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário, as questões ambientais e de mudança de clima, a violência e a corrupção. São raramente analisados os impactos relacionados com o cenário global (guerras, nacionalismo, protecionismo, geoeconomia e uso da força, inovação, inteligência artificial, entre outras) sobre a economia e a política nacionais.
Discute-se tudo, mas pouco ou quase nada sobre o Brasil. É quase inexistente hoje o pensamento sobre o Brasil como país, e não como palco de disputas ideológicas e partidárias. A ausência de lideranças no governo, no Legislativo, no Judiciário, na classe política, nos setores industriais e agrícolas contribui para a discussão fatiada, sem a preocupação mais geral de pensar o Brasil em primeiro lugar, em um mundo em grandes transformações, e sem reconhecer as mudanças ocorridas nas últimas décadas no País e no seu entorno geográfico (América Latina e do Sul), relevantes para uma análise objetiva. Está mudando a economia global, a ordem internacional, a geopolítica, o meio ambiente e a mudança de clima, a inovação tecnológica se acelerou e a inteligência artificial criou desafios na área civil e militar, a geoeconomia e a segurança nacional são as forças do momento. Qual o impacto dessas transformações sobre o Brasil? Quais as decisões estratégicas, internas e externas, que terão de ser adotadas para o Brasil responder a esses desafios?
Como tentar reduzir as vulnerabilidades e aproveitar as oportunidades que se oferecem na nova ordem econômica e mundial? Como enfrentar as novas e as tradicionais ameaças à soberania, ao desenvolvimento e à segurança do País?
A radicalização da política interna, na minha visão, torna difícil, neste momento, a discussão sobre um projeto para o Brasil. Na impossibilidade de se chegar a um acordo em torno de um projeto nacional por diferenças ideológicas e político-partidárias, torna-se necessário preencher essa grave lacuna do ponto de vista estratégico. Não existe nenhum documento oficial (e poucos de origem na academia) que pensem o Brasil no contexto global e que tenha sido discutido com a sociedade civil.
Chegou a hora de começar a discutir o Brasil e tentar colocar os interesses nacionais permanentes acima de visões setoriais, como fazem todos os principais países do mundo, com uma visão de médio e longo prazo. O documento Uma Estratégia para o Brasil – O Lugar do Brasil no Mundo, preparado pelo Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), procura contribuir para um debate que está atrasado, mas que se faz necessário (interessenacional.com.br). Não se trata de um documento elaborado a partir das políticas do governo de turno nem com viés ideológico ou partidário. Necessariamente genérico, sempre com uma visão estratégica e não conjuntural, o trabalho trata dos objetivos nacionais, do lugar do Brasil no mundo, sinaliza as prioridades e vulnerabilidades de uma potência de médio porte emergente que tem um peso no cenário internacional como oitava economia global, com um território continental e mais de 210 milhões de habitantes. O documento vai além da Estratégia Nacional de Defesa e da Política Nacional de Defesa, produzidos pelo Ministério da Defesa, que refletem posições nacionais, mas de um ponto de vista setorial.
Durante o ano de 2025, serão promovidos encontros virtuais e presencias para discutir o trabalho e suscitar o debate sobre uma estratégia para o Brasil, do ponto de vista interno e externo, com uma visão de médio e longo prazo. Com isso, se pretende começar a focalizar o Brasil em primeiro lugar, em um novo mundo, em complemento ao debate interno conjuntural de todos os problemas políticos, econômicos e sociais nacionais.
O Irice, com o apoio do Portal Interesse Nacional, organizará uma série de encontros para sensibilizar a sociedade civil para esse debate. Serão buscadas parcerias com as Comissões de Relações Exteriores e de Defesa, da Câmara e do Senado, com os partidos políticos, com instituições civis e militares, públicas ou privadas, empresariais e acadêmicas, além de formadores de opinião na mídia social que possam se interessar.
Vamos discutir o Brasil acima de interesses ideológicos e partidários.