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NOVOS PROFISSIONAIS DA POLÍTICA SÃO ENCAÇAPADOS PELOS VELHOS POLÍTICOS AMADORES E RELIGIOSOS GASPAR

Os políticos de Gaspar querem fazer do exercício político uma profissão. Ai, ai, ai. E quanto mais rápido melhor. Perguntar não ofende: não estão conseguindo se dar bem no mundo competitivo e de trabalho duro, como no dos que lhes pagam e sustentam as estruturas com seus pesados impostos, desempregos e até falências? É isso?

Até a bem pouco tempo atrás, nem salários, ou recompensas, esses políticos tinham no exercício do mandato. Nem assessores, ou as mordomias que as esticam cada vez mais a favor deles e contra o bolsos dos pagadores de pesados impostos. Virou uma espécie de sindicato, onde os partidos e interesses se misturam. E mais um pouco, vão pedir para os seus eleitores e eleitoras ficarem quietinhos contra aquilo que pintam e bordam.

Na semana passada até ensaiaram mais uma: o tal “Vale Marmita“; não deu certo. Mas, a corda continua esticada. Ninguém desistiu. Gente sem desconfiômetro e de coragem!

Quando ingenuamente começou “essa corrida ao ouro” por aqui, tudo era ao menos modesto, disfarçado e controlado, principalmente na Câmara de Vereadores. Hoje nem disfarces há. Perdeu-se a vergonha de vez. Brasília, ou Florianópolis, fomentam nos maus exemplos. Se lá fazem, sem controle, por que aqui não?

No passado e bem próximo, esses políticos dividiam a “representação do povo” ou à gestão pública, com suas atividades laborais como as de empregados, servidores públicos, profissionais liberais, empreendedores, ou até, as de aposentados.

A lista de exemplos é longa. É só ir no arquivo histórico. Contudo, os jovens políticos de hoje não estão mais afim de dividirem as tarefas, como se faz, por exemplo, na Europa civilizada politicamente.

Retomo.

É só olhar rapidamente para o atual jovem prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele é um dos maiores salários de Santa Catarina (R$27.356,69, sem contar com as diárias) – batendo, inclusive, o do prefeito da vizinha Blumenau, Mário Hildebrandt, Podemos, uma cidade várias vezes maior e supostamente por isso, mais complexa na gestão do que Gaspar.

Na pandemia, Hildebrandt chegou a cortar o seu próprio salário já menor do que o de Gaspar. Aqui nada. Pelo contrário. Até se ensaiou um reajuste que o Tribunal de Contas mandou retirar de pauta na Câmara depois de meses de tramitação e insistência contra legislação excepcional criada pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, diante do desastre econômico – contra as pessoas e os cofres públicos – da pandemia. Nem isso, conseguiram enxergar! Meu Deus!

A carreira de Kleber é política. Foi vereador, é prefeito no segundo mandato e esteve em cargos comissionados quando não tinha um eletivo. E quer continuar vivendo assim.

OS VÍCIOS, NOVIDADES E REGALIAS VÊM AOS POUCOS

O uso cada vez maior das diárias na Câmara de Gaspar, bem como a concentração delas em poucos, somada às vantagens que se cria e se quer criar para os vereadores e seu entorno, como a mais recente polêmica abortada do tal “Vale Marmita”, acentuam que há uma forte mudança de comportamento em curso entre os políticos daqui. E para tudo, diga-se, há suporte legal.

O que era segredo, e até uma “vergonha”, não é mais: o de ser um profissional exclusivo da política em Gaspar. Os políticos estão saindo dos seus armários e falando disso abertamente nos aplicativos de mensagens, redes sociais e até mesmo na tribuna da própria Câmara. O que é uma boa, no meu entender. Isso abre, oficialmente, o debate com a sociedade.

São tempos de mudanças. Mas, esses novos políticos precisam cuidar com a ingenuidade do discurso. Na prática, exige também olhos mais abertos.

É que eles estão sendo usados por gente experimentada que dá o tapa e esconde a mão.

Um desses ingênuos é o novato Alexsandro Burnier, PL, o que diz não ser da situação, nem oposição a que estaria restrita, por isso mesmo, ao vereador petista Dionísio Luiz Bertoldi. Alexsandro – o que largou a atividade laboral – ainda afirma que para ele estar num partido, é algo circunstancial. Hum!

Então é bom abrir o olho. No mínimo, em questão de semanas, levou quatro raspadas daquelas de gente que se diz ser político amador, mas que joga profissionalmente como poucos esse jogo, criando dúvidas entre os jogadores.

Ato um: Alexsandro trouxe do gabinete do deputado estadual, Ivan Naatz, PL – e quando nem era vereador -, a maior parte da verba para a praça do Bela Vista, seu principal reduto eleitoral.

Quem apareceu na foto oficial (acima) com a planta da praça na mão fingindo para o povo ser o dono de tudo? Kleber, o vice Marcelo de Souza Brick, PSD, o presidente da Fundação de Esportes, Roni Jean Muller, MDB, e pasmem, os outros dois vereadores do bairro: Cleverson Ferreira dos Santos, PP, e o experimentado Giovâno Borges, PSD. Já contei isso aqui.

Ato dois: Alexandro arrumou também verba para a pavimentação da Rua Argentina, no seu bairro. Não é que o Giovano, podendo se esclarecer com o próprio Alexsandro – no bairro e em gabinetes que ficam um defronte ao outro, foi à tribuna colocar em dúvida a vinda e a aplicação de tal emenda, já comunicada oficialmente ao prefeito Kleber? Antes da tribuna, Giovano fez igual fuzuê no bairro e entre os eleitores do Alexsandro. Profissional.

Ato três: Alexsandro foi o único que votou contra o “novo” empréstimo de R$30 milhões para a prefeitura. O experimentado líder de governo, e mais longevo – ele próprio diz ter “mais 500 anos de política”-, José Hilário Melato, PP, vendo a Casa recheada de visitas (era dia de homenagem a Rede Feminina de combate ao Câncer e diante do ex-prefeito Osvaldo Schneider, MDB), esculachou-o, mesmo reconhecendo ser Alexsandro um dos mais ativos propositivamente.

Sem se ajoelhar, qualquer vereador da Câmara, perante o atual poder de plantão, não é nada. É só olhar o que fizeram e fazem com o Amauri Bornhausen, PDT, da suposta Bancada do Amém.

Ora, como enfatizou Alexsandro, ao rebater à malícia de Melato, ele pediu explicações sobre o empréstimo. Kleber não respondeu. Transparência zero. Nada no papel. Só saliva do secretário interino da Fazenda e Gestão Administrativa, Jorge Luiz Pereira, PSDB, arrumada à última hora por Melato e que Alexsandro diz não poder ter comparecido.

Mas, Kleber, Melato, o poder de plantão queriam o voto de Alexsandro assim mesmo, em pauta feita às pressas, ou então à humilhação e o constrangimento dele. E Melato fez o serviço demagogia e espalhafato para a sua plateia. Conhece do riscado.

Certo estava Alexsandro neste caso, mesmo assim Kleber talhou o desgaste contra ele. Aprovou-se um “novo” empréstimo, que jurou-se ser apenas uma substituição a um antigo aprovado, sem emendar essa presunção e o respectivo corte no próprio Projeto de Lei que foi a votação. “Criaram” um outro PL e que “fará” este corte. Todavia, ele ainda vai ser votado e pode até ser retirado de pauta. Cada coisa...

Ato 4: há outros atos, mas para não me alongar… Alexsandro foi às redes e grupos de aplicativos se queimar para defender uma ideia que não era dele, a do “Vale Marmita“. Ficou, praticamente, falando sozinho. Manchou-se

Se profissionalizar é isso, cuidado Alexsandro: os amadores – e os vestidos de fiéis – estão lhe usando e lhe encaçapando. E claramente estão dizendo que não lhe querem como um competidor em 2024.

E para ser um candidato com chances em 2024, além de ser um político profissional como diz querer ser, o vereador precisará de equipe, um time de agregadores e de um partido. Então é bom se aprumar desde logo.

UM DIA DE TRABALHO. MUITO TRABALHO

Depois da fiasqueira do “Vale Marmita”, do corte de verbas à imprensa que ousou tocar no assunto que a cidade inteira debatia pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, e tendo que voltar atrás e engolir à prepotência e à imposição que ensaiava, o presidente da Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, voltou a gravar um vídeo – desta vez entendiante – dizendo que não estava enforcando a segunda-feira para ampliar o feriado de ontem.

Ou seja, continuou a falar de corda em casa de enforcado. Essa gente – inclusive a que estimula e assessora – gosta de um cadafalso… Acorda, Gaspar!

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