Leio e vejo publicações de políticos – inclusive os de Gaspar – ligados ao cristianismo neste dias tristes em que se reverenciam uma das piores traições a quem se apresentava como o “salvador” dos homens e enviado por “Deus”. É interpretativo, eu sei. Mas, usa-se a fé para sucumbir os de boa fé, os fracos e os crentes para se instalar em tronos.
Impressionante. Se o tempo voltasse, nada seria diferente. Quem diz isso é o presente, onde tudo é mais dissimulado do que o que se conta sobre o passado e o inicio do cristianismo.
A cerimônia do Lava-pés é o exemplo da humildade, da purificação, mas é também o pressentimento do traidor de que já se estava descoberto pelo traído, o Jesus.
Que tal ler o Salmo 22, próprio do dia de ontem e desta Sexta-Feira da agonia. Ele é um bálsamo atualizado para os dias de hoje. Menos para os hipócritas que estão no Golgota para testemunhar a morte do santo entre os dois ladrões.
1Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? Por que estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?
2Meu Deus! Eu clamo de dia, mas não respondes; de noite, e não recebo alívio!
3Tu, porém, és o Santo, és rei, és o louvor de Israel.
4Em ti os nossos antepassados puseram a sua confiança; confiaram, e os livraste.
5Clamaram a ti, e foram libertos; em ti confiaram, e não se decepcionaram.
6Mas eu sou verme, e não homem, motivo de zombaria e objeto de desprezo do povo.
7Caçoam de mim todos os que me veem; balançando a cabeça, lançam insultos contra mim, dizendo:
8“Recorra ao Senhor! Que o Senhor o liberte! Que ele o livre, já que lhe quer bem!”
9Contudo, tu mesmo me tiraste do ventre; deste-me segurança junto ao seio de minha mãe.
10Desde que nasci fui entregue a ti; desde o ventre materno és o meu Deus.
11Não fiques distante de mim, pois a angústia está perto e não há ninguém que me socorra.
12Muitos touros me cercam, sim, rodeiam-me os poderosos de Basã.
13Como leão voraz rugindo, escancaram a boca contra mim.
14Como água me derramei, e todos os meus ossos estão desconjuntados. Meu coração se tornou como cera; derreteu-se no meu íntimo.
15Meu vigor secou-se como um caco de barro, e a minha língua gruda no céu da boca; deixaste-me no pó, à beira da morte.
16Cães me rodearam! Um bando de homens maus me cercou! Perfuraram minhas mãos e meus pés.
17Posso contar todos os meus ossos, mas eles me encaram com desprezo.
18Dividiram as minhas roupas entre si, e lançaram sortes pelas minhas vestes.
19Tu, porém, Senhor, não fiques distante! Ó minha força, vem logo em meu socorro!
20Livra-me da espada, livra a minha vida do ataque dos cães.
21Salva-me da boca dos leões, e dos chifres dos bois selvagens. E tu me respondeste.
22Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembleia te louvarei.
23Louvem-no, vocês que temem o Senhor! Glorifiquem-no, todos vocês, descendentes de Jacó! Tremam diante dele, todos vocês, descendentes de Israel!
24Pois não menosprezou nem repudiou o sofrimento do aflito; não escondeu dele o rosto, mas ouviu o seu grito de socorro.
25De ti vem o tema do meu louvor na grande assembleia; na presença dos que te temem cumprirei os meus votos.
26Os pobres comerão até ficarem satisfeitos; aqueles que buscam o Senhor o louvarão! Que vocês tenham vida longa!
27Todos os confins da terra se lembrarão e se voltarão para o Senhor, e todas as famílias das nações se prostrarão diante dele,
28pois do Senhor é o reino; ele governa as nações.
29Todos os ricos da terra se banquetearão e o adorarão; haverão de ajoelhar-se diante dele todos os que descem ao pó, cuja vida se esvai.
30A posteridade o servirá; gerações futuras ouvirão falar do Senhor,
31e a um povo que ainda não nasceu proclamarão seus feitos de justiça, pois ele agiu poderosamente.