Na semana o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Kleber Wan Dall, 41 anos, o maior salário de prefeito da região, R$ 31.929,68, inclusive bem mais alto do que o de Blumenau – que é algumas vezes maior em população e mais complexo na gestão -, tomou mais outra uma invertida e naquilo que esteve ao seu alcance.
Ela mostra bem como o político Kleber envelheceu, não se atualizou e por isso se inviabilizou como candidato a deputado estadual pelo partido dele, o MDB.
O prefeito de Ascurra, Arão Josino da Silva, PSD, 29 anos, jornalista, o menor município da mesma Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí que ao apagar das luzes de Kleber como presidente dela, neste ano, tornou-a Associação dos Municípios do Vale Europeu, transformou a reunião administrativa da semana passada e quase sempre enfadonha, num lance óbvio de esperanças.
Pela primeira vez, a AMVE tomou coragem e assumiu o seu papel de moderador regional de políticas públicas comuns – ela já é exemplar no suporte a gestão administrativa e compartilhamento de Consórcios Regionais -, num ambiente cada vez mais conurbado e integrado nas suas oportunidades, mas também nos problemas e necessárias soluções.
É histórico, pois a acompanho desde o início da década de 1970 quando seus três técnicos avançados eram o gasparense Elói Facchini (já falecido), Dalton dos Reis, que virou político e prefeito de Blumenau pelo MDB, bem como Dalírio Beber, nascido no MDB e migrante para o PSDB, a chegou a senador da República herdando o mandato de Luiz Henrique da Silveira que faleceu em pleno exercício.
O que aconteceu na semana passada na ANVE deveria ser motivo de comentário e comemoração? Não!
Contudo, diante da inércia dos presidentes da Associação até aqui e de Kleber, que mereceu neste espaço comentários quando presidente da AMMVI e agora AMVE por não se posicionar e liderar processos semelhantes, trata-se de uma tardia, óbvia iniciativa e logo, de quem tinha tudo para ficar como passageiro dessa agonia que parecia eterna.
O que propôs Arão Josino?
Criar um “inventário” de prioridades para o planejamento regional – ou “metropolitano” – bem como o comprometimento público dos – deputado, senadores e governadores em campanha quando eleitos – com essas prioridades que serão descobertas e agrupadas.
Mais do que isso: Arão Josino não limitou esta tarefa um grupo técnicos, ou iluminados, ou vaidosos políticos tão comuns nestas iniciativas às vésperas de eleições. A AMVE como entidade, vai por cinco meses ouvir as comunidades. E estas audiências vão produzir ao final de agosto um documento chamado “Manifesto do Desenvolvimento do Vale Europeu”.
E tudo será feito com metodologia e ajuda do Sebrae catarinense. Ou seja, há uma visão técnica para que não nasça com vícios políticos, ou ao menos de que eles não sejam prevalentes.
“Se queremos o desenvolvimento sustentável da nossa região, precisamos pensar em conjunto quais são as prioridades. Com diálogo e alinhamento entre todos os municípios, vamos identificar os projetos que precisamos lutar para executar. Depois que o Manifesto estiver pronto, vamos entregar para todos os candidatos ao executivo e legislativo estadual, para que eles saibam quais são as prioridades do Vale Europeu e tenham ciência de que estamos unidos para viabilizar isso”
Pergunto a Kleber: era tão difícil tomar esta iniciativa mínima em favor da região, e até mesmo da sua candidatura? Trocou essa necessidade óbvia pela marquetagem pessoal e sem conteúdo nas redes sociais, bancada pelo dinheiro público. E deu no que deu.
Ah, e antes de encerrar.
Arão Josino, que venceu de forma apertada as últimas eleições em Ascurra, tem no seu currículo a participação em “programas de formação para jovens políticos, como o RenovaBR e RAPS, e do curso Integridade e Valores no Governo, oferecido pela Escola de Políticas Públicas de Oxford, na Universidade de Oxford, Reino Unido“.
Aqui. Orgulha-se ter no currículo teologia, o padrinho pastor e o conhecimento de versículos bíblicos que muitas vezes se recitam sem entender bem o contexto dele. Entenderam a diferença?
Arão Josino pode até estar fazendo marketing; não descarto-o. Afinal, por obrigação acadêmica ele possui conhecimento nesta área da comunicação.
Entretanto, ao menos está mais antenado, mais articulado, mais atualizado dos que suportam Kleber nesta área. Arão Josino sabe que um líder político moderno se faz por meio da transformação percebida na sociedade e não apenas da propaganda para dar a versão que quer ser percebido.
Então falta a Arão Josino dizer qual será o segundo passo depois do trabalho pronto e apresentado aos candidatos de outubro deste 2022. O que de fato precisa ser mudado, implementado, fomentado, ampliado e integrado neste marqueteiro Vale Europeu. E como se faz isso? Com quais fontes de recursos e sob que legislação comum possível?
Ao menos houve uma iniciativa e que Kleber a rejeitou. Pagou o preço dessa inércia e dessa desarticulação. E se não se cuidar, o seu segundo mandato que prometeu dividir com o vice, terá o mesmo destino por aqui onde falha no atacado. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, liberou na sexta-feira para a imprensa que está sob seu jugo e por isso mais parece um diário oficial, o que naturalmente me torna líder de acessos sem impulsionamentos: a sua secretária de Saúde, Silvania Jonoelo dos Santos, uma curiosa na área, já não era mais a titular da secretaria.
Como consolo, ela foi rebaixada e encaixada, aí sim, na sua área de conhecimento, a psicologia, para ser a responsável pelo Núcleo Psicossocial e Desenvolvimento Humano do Hospital de Gaspar, há muito em estado terminal na UTI criada pelos políticos desde os tempos do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT.
O ex-prefeito fez a intervenção marota e política no Hospital argumentando que precisava pegar os “ladrões” do dinheiro minguado que a prefeitura mandava para lá para pagar o uso dela no Pronto Atendimento.
Mesmo com todos os seus “inteligentes” dentro do Hospital, Zuchi jamais conseguiu provar ou sequer apontar esses ladrões. Sucedido por Kleber – que viu a decadência do Hospital, tanto que usou este mote na sua primeira eleição – ao invés de mostrar a que veio e colocar tudo sob controle, validou o erro de Zuchi.
Resultado? Afundou ainda mais o Hospital contra a cidade, os cidadãos, as cidadãs, principalmente as doentes e vulneráveis que precisam dele mais do que os que podem se socorrer em Blumenau, Itajaí e Brusque, por exemplo.
Só no ano passado, o Hospital de Gaspar – que oficialmente não possui UTI para atender a alta complexidade, pois a que tinha era emergencial para casos de Covid – consumiu a impressionante cifra de R$35 milhões.
Mais. Suas contas são incompreensíveis. Ninguém sabe quem é o dono dele e o vereador Amauri Bornhausen, PDT, da própria Bancada do Amém, vejam só, descortinou os desatinos daquilo que se esconde nele.
Há muito mais. A prefeitura, por exemplo, resiste a responder ao vereador. Tanto que ele está pedindo respostas a requerimentos seus via a Justiça por meio de mandado judicial.
Impressionante. Afinal, como diz o governo Kleber, seus representantes e os vereadores da Bancada do Amém, não há nada a esconder da cidade. Esta ladainha é repetida pelos gestores da Saúde, da prefeitura e os políticos. Discursos distantes da realidade e entrevistas sem perguntas, ou perguntas combinadas.
Meus leitores e leitoras já sabiam da mudança na secretaria. Entretanto, na sexta-feira aconteceu só a primeira parte. O secretário da Saúde é mais uma vez, apelidado de interino: Marcos Cruz. Devia ser um titular diante da importância, complexidade e problemas da área contra os gasparenses
Ele era o segundo homem na hierarquia da poderosa pasta da Fazenda e Gestão Administrativa, que curiosamente, está nas mãos do irmão de templo e presidente do Conselho do Hospital, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB.
E por que o prefeito Kleber ainda não cravou o nome vereador – e advogado – Francisco Hostins Júnior, MDB, que já foi secretário da Saúde em boa parte dos dois últimos mandatos dos três de Zuchi?
Porque isso dá à real dimensão de como o ajuste político, o familiar e o religioso se sobrepõem à necessidade, à obviedade, à urgência e algo unicamente técnico no governo Kleber. Tudo é difícil e delicado. Mesmo que tudo isso significa para o prefeito Kleber um assombroso desgaste de imagem como gestor perante a cidade.
Hostins, a princípio, não terá carta branca, mas para não se queimar e se recuperar politicamente, ele quer o mínimo de autonomia na pasta.
Mais. E precisa de uma certa “limpeza” nos comissionados, bem como o trabalho na Bancada do Amém para que o projeto do outro emedebista não tão emedebista assim, Ciro André Quintino, pedindo a renúncia de quem sai do mandato para servir ao Executivo, não passe por lá, ou ao menos não feche a porta para Hostins voltar à Casa se houver um acidente de percusso.
É o que se costura nos bastidores. E se assumir, Hostins será o oitavo secretário da Saúde de Kleber, em pouco mais de cinco anos de mandato. Isso por si só mostra a fragilidade do setor e como é impossível se implementar políticas públicas de qualidade, controle e longa duração. Nada pode ser avaliado.
O primeiro passo foi dado: o de isolar Silvania no Hospital e circunscrever aos problemas psicossociais do Hospital doente. Aliás, ela já falou que vai “humanizar” o atendimento no Hospital. E já falou demais. Ora, sendo isso verdadeiro, ela apenas sacramentou o que se queixa na cidade inteira e faz tempo, até então negado.
Essa gente costuma lavar a minha alma diante de realidade que negam e sonegam. E Silvania saiu agradecendo a todos, principalmente a sua madrinha que manteve lá sobre todas as evidências e tempestades, a dona Leila.
Espera-se que Silvania não seja mais uma que torça pelo insucesso alheio e com isso ainda contribua para piorar tudo o que não vai bem. Se a secretaria andar bem – e fazer o mínimo que se espera – haverá tranquilidade mínima para se mexer no vespeiro chamado Hospital de Gaspar.
O segundo passo é o de recuperar a imagem da secretaria Saúde perante os efetivos e principalmente da cidade.
O terceiro passo é desmontar, sem respingar na imagem do governo, paulatinamente, os fantasmas, dúvidas e atrasos de consultas, procedimentos e exames instalados na secretaria, principalmente e em decorrência dos tempos de pandemia.
O quarto e é ai que incrivelmente que mora o perigo, pois é um conflito interno no próprio MDB, é o de não permitir que se bem sucedido, que Hostins se torne um candidato “natural” a candidato a prefeito quebrando pactos e vaidades, inclusive com o ex-prefeito de fato e que já até assumiu a secretaria da Saúde interinamente quando perdeu por barbeiragem a maioria na Câmara, e ainda hoje presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira.
Ora, já se quebraram quase todos os pactos. O maior deles, por exemplo, foi o de colocar cascas de bananas para o vice Marcelo de Souza Brick, PSD, escorregar na calçada no outro lado da rua. Agora estão mandando bananas para ele se empanturrar, porque nem competidor deles próprios estão mais o considerando para 2024.
Tanto que essa “briga” antecipada contra o sucesso de Hostins na Saúde é intestinal e no próprio MDB, não exatamente na Bancada do Amém.
Aliás, interessante esta situação. O povo doente e precisado, justamente o mais vulnerável, é obrigado a ficar à mercê de Saúde Pública disponível e sem qualidade, só porque nos bastidores há um jogo de forças de políticos, parentagens dos poderosos, e mistura de religião entre eles?
Mais interessante é saber que ninguém na imprensa de Gaspar pode tratar deste assunto como eu trato e esclareço vocês.
Para finalizar e compreender melhor este enrosco em algo tão essencial para a Gaspar, a Saúde pública.
Hostins é ligado ao grupo de Ivete Mafra Hammes e do ex-presidente do MDB, Walter Morello. Já o atual e sumido presidente, diz-se apadrinhado pelo empresário ex-prefeito Osvaldo Schneider na corrida pela prefeitura. Entenderam? Acorda, Gaspar!
Quem disse que este espaço não repercute na cidade e não é lido por ninguém no paço municipal. Extraordinariamente fiz um post no sábado para mostrar da rasteira entre políticos à moda de Sucupira, de Dias Gomes, em “O Bem Amado” acontecida, vergonhosamente, no Bela Vista.
E lá na seção Trapiche, informei que vereadora de Gaspar estava preocupada com o alto índice de infestação de dengue em Blumenau. Ela não olhava para a sua cidade que estava em situação tão delicada qual.
E por culpa da má Ação de Saúde Pública (mais uma vez). Bingo. No domingo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, mostrou nas suas redes sociais que estava em hora extra para conhecer o assunto e ir atrás do tempo perdido.
São muitos focos, casos e pouca gente para educar e fiscalizar.
Quem disse que este espaço não repercute na cidade e não é lido por ninguém no paço municipal? Escrevi na sexta-feira em OUTRO RETRATO DE COMO OS POLÍTICOS CUIDAM DA FALSA IMAGEM DELES E NÃO PROMOVEM A CIDADE DE GASPAR, que o município estava fora do Mapa Turístico.
O que aconteceu? Um alvoroço! Dispararam telefonemas para Florianópolis e Brasília. Acharam uma mínima brecha, ou à possibilidade de se remendar esta grave omissão e inércia do pessoal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo. E o diretor de geral Turismo, sim isso existe por aqui, botou todos em horas extras para remendar o vexame.
Cristiano Carlos Baifus quer tentar reverter nesta segunda-feira o baile que levou com a notícia que espalhei e comentei. A sua diretoria teve um ano para fazer o que ele diz que vai dar conta em horas. Impressionante.
Enquanto isso, o pessoal que move, vive empreende o Turismo no município, sabe que não pode depender do poder público. Um exemplo, foi o sucesso da primeira feira do ano e pré-Páscoa do Arraial do Ouro, foto abaixo. Acorda, Gaspar!