Impressionante como a imprensa local ignora a cidade. Destino, medo ou preguiça? Como eu não dependo do poder público e da iniciativa privada para sustentar este espaço e as minhas dúvidas, ou principalmente as esperanças de que haverá um tempo melhor para a cidade, eu é que sou o torto, o exagerado, o que deve ser disciplinado…
Resta-me, então, o consolo é ser líder em audiência e credibilidade. Essa gente vive lavando a minha alma. Pois o tempo, é neste caso, como se comprova, verdadeiramente o senhor da razão.
Este vídeo acima foi editado. Ele é a síntese do que foi a sessão de terça-feira na Câmara de Vereadores de Gaspar. A íntegra está no site da Câmara, ou no Youtube. Com assunto velho. Com demagogia barata. Com espertezas de velhos e de gente nova, que diz ser a nova política na cidade. Beatos do coração de Cristo. Impressionante retrato.
O que voltou? Uma guerra de narrativas de gente supostamente adulta, de homens e mulheres eleitos, pagos com o escasso dinheiro do povo, para dar soluções coletivas e a favor do futuro de todos, especialmente de crianças… Mas, perdem tempo em provocações, acusações e lavarão, mais uma vez, as mãos como Pilatos, para não fugir da Bíblia que invocam até na hora de pedir votos, sem que trouxesse soluções de verdade à cidade, cidadãos e cidadãs.
O assunto era velho e já tinha passado por aqui algumas vezes, o que é outra coisa impressionante.
Entretanto, como estamos às portas de mais uma eleição, os políticos estão transferindo as suas culpas para os outros, naquilo que deveriam estar unidos – mesmo com diferenças partidárias ou ideológicas, ou de interesses de poder – a favor do distinto público analfabeto, ignorante, desinformado, precisado, manipulado e amedrontado.
Por isso, o assunto da falta de vagas, ou pior, da diminuição da fila pelo espetáculo do meio-período nas creches de Gaspar voltou, quase que do nada ao debate e à estaca zero. E foi trazido, vejam bem, pelo irmão de templo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP.
Faz todo o sentido na Bancada do Amém integrada ainda por PSD, PDT e PSDB. Até porque, o líder do governo, Giovâno Borges, PSD, deu no pé, menos de cinco minutos de ter começado a sessão, com convidados e tudo na Casa de Leis. E o vice-líder, Francisco Hostins Júnior, MDB, ficou quietinho na dele.
Num discurso duro, Cleverson, culpou os três governos (2000/04 – 2009/12 e 2013/16) do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, de não abrir vagas e assim criar uma fila que chegou, segundo o vereador, até mil esperando vagas. É que Zuchi priorizou o período integral nas creches.
Cleverson classificou isso de Herança Maldita, incluindo uma multa milionária aplicada pelo Ministério Público Estadual por não cumprir um Termo de Ajustamento de Conduta, e que já tratei em artigos anteriores.
Parolagens. Porque na verdade, Cleverson estava escondendo o sol com a peneira. Estava defendo, por linhas tortas a ex-secretária de Educação ali presente na Bancada do Amém e também dois comissionados do governo dele e de Kleber, que somados ganham mais de R$12 mil por mês.
Como se denunciou e se comparou, esse casal de comissionado possue filho em período integral em creche pública, enquanto uma maioria de trabalhadores de salário mínimo e de desempregados, só consegue, quando consegue, meio período.
Ou seja, estava defendendo a Solução Maldita que o governo de Cleverson e Kleber deram ao caso para “economizar” num município que diz e insiste na propaganda oficial, nos discursos de palanques e na própria Câmara, ter excesso de arrecadação, e se sair bem na fita, fato que começa a trabalhar contra eles neste momento. Então é preciso atacar…
Kleber, a ex-secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB – a que no seu tempo o Ideb caiu, que mesmo assim se tornou vereadora e agora ainda quer punir pela Justiça os eleitores e eleitoras que a criticam -, bem como o Ministério Público, usando a lei, são os pais e madrastas desse artificial “encurtamento” da fila, bem como da extinção da multa milionária. Acordos.
Impuseram o meio período nas creches de Gaspar para uma maioria e do outro lado, integral para uma minoria, como se viu no exemplo dos privilegiados. E não querem assumir as consequências desse vício, improviso e defeituoso resultado. Tudo velho.
O que é novo, o velho se repetindo nos que se dizem “novos políticos”?
Cleverson armou o circo e correu dele. Não quis ouvir o contraditório. Acompanhou o espetáculo do lado de fora e mandou resposta pela internet para agradar aos ouvidos do seu público, justificando que tinha “outro” compromisso extra Câmara. Ora, se iniciou o debate, devia ter ficado na arena para enfrentar a resposta de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que viria. E veio e Cleverson pressentiu. Dura também.
E para completar a noite, motivo da resposta de Dionísio que mostrei acima, veio cheio de razão o vereador e ex-presidente da Câmara, Francisco Solano Anhaia, MDB, que nasceu no PP, que esteve no PT, que está no MDB, exatamente quando todos eles eram ou são poder. levou a lambada acima.
Quando Anhaia voltou para rebater Dionísio, Anhaia ainda estava cambaleante. Restou chamar Dionísio de mentiroso, incoerente sem atacá-lo frontalmente naquilo que foi acusado, duramente
GENTE PITOCA
Primeiro, diga-se, a solução não é fácil.
Segundo, se deixar nas mãos dos políticos, tudo piora e o exemplo está em Gaspar.
Terceiro, se você aparelha um governo em áreas essenciais, como Educação, tudo se desgraça contra os mais frágeis. Bingo.
Quarto quando você traz curiosos – como agora – ou gente técnica, mas com ambição política-eleitoral – como no caso de Zilma -, tudo potencializa contra o o futuro da cidade e as necessidades reais do cidadão, da cidadã vulnerável.
Foi assim com Zuchi. É assim com Kleber. Simples assim. Nem mais. Nem menos.
Zuchi poderia ter solucionado com parcerias na iniciativa privada, terceirizando parte do serviço sob regras e fiscalização, enquanto abria mais vagas via novas creches públicas e naquilo que demora naturalmente para ser erguido e na contratação de servidores.
Todavia, o PT possui no seu DNA o vício eterno de maldizer o que é do privado e alianças fora do seu eixo de interesse ideológico. E até persegue quem produz. Há exemplos disso e eu sou um deles.
Por outro lado, o prefeito e o governo Kleber poderiam ter feito o que Zuchi não teve iniciativa, ainda mais se dizendo um liberal na economia. Não fez.
Preferiu trocar o problema de lugar: ao invés das filas, meio período, contra o pobre, contra as crianças, contra os trabalhadores, contra os desempregados a procura de empregos. Se isso fosse pouco, fechou perigosa e escandalosamente os olhos a favor de privilégios para políticos, para o seu entorno…
Há três sessões, o presidente da Ampe de Gaspar e Ilhota, Douglas Junkes, sinalizou à pitocagem dos gestores públicos e dos políticos que também permeiam o governo Kleber.
“Abram o diálogo neste assunto das creches. Queremos participar das soluções”, disse ele quase que implorando aos políticos que retardam soluções parceiras por seis anos só neste governo. Parecem que eles continuam surdos e cegos ao óbvio. Impressionante! Estamos atrasado neste assunto há pelo menos quase 20 anos,
Ao menos Cleverson e Anhaia, representando o governo Kleber provaram na sessão seguinte que preferem o palanque, a troca de acusações do que a busca comum de soluções para gente onde eles vão bater nas portas para pedir votos até dois de outubro deste ano.
Desprezam as ofertas que não dar em soluções, mas que não necessariamente colocam o político como heróis delas.
E que é uma expressiva maioria de gente precisada. E que vai cobrar. Então, os nossos políticos precisam de culpados. E já encontraram. Apenas eu não entrei nesta onda. Resumindo para encerrar: o problema não é a necessária vagas em tempo integral e que falta para atender à demanda mínima , mas eu que esclareço. Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Segundo Joel Reinert, da 89FM, o vereador Francisco Hostins Júnior, MDB (1070 votos), vai assumir a secretaria da Saúde e com isso abre vaga para o primeiro suplente do partido, Norberto dos Santos, o Betinho (634 votos), que vinha reclamando dessa promessa não cumprida.
Eu havia anunciado isto há quatro meses aqui e há dois, a secretaria está com um interino, depois de ter por dois anos uma curiosa e exótica por lá. O que mostra esta mudança? O quanto o governo Kleber Edson Wan Dall e quanto a primeira dama Leila, resistiram a esta mudança e nome. Incrível!
Outra mudança é a ida do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB (933 votos), para a chefia de gabinete, que estava reservada a Pedro Bornhausen, PP. Pedro resistia a entrar na canoa que classificava de furada antes de dois de outubro. E Anhaia – que já foi cotado para a presidência do Samae -, o pavio curto dele – e para tudo -, poderá ser um problema para o próprio Kleber na chefia de Gabinete.
No lugar de Anhaia, assume a segunda suplente Rafaelle Vancini (491 votos) que estava na educação. Estas mudanças deixam Kleber mais vulnerável na Câmara e coloca água no chope no projeto feito para a distinta plateia por Ciro André Quintino, MDB, o qual proíbe um vereador de assumir cargos no Executivo, sem antes renunciar o mandato.
Um registro necessário. Na quinta-feira aconteceu a morte prematura do contabilista e consultor de empresas, Mário Celso Demmer. É uma perda sensível para Gaspar. Vivia num mundo das transformações e realizações. Às vezes incompatíveis com a sua cidade.
E o valor de Mário Celso? Sem se misturar no ambiente político-partidário, insistir em reverter esse quadro da mesmice. Uma pena o seu prematuro desaparecimento.
Pois não é que depois errar mais uma vez nas escolhas, o MDB de Gaspar está justificando a opção acanhada do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, por Carlos Moisés da Silva, Republicanos. É o dinheiro que o governador vai mandar para Gaspar o “motivador” da troca, estão se justificando por aí.
Vai mandar, se tiver projeto. Até agora, nada foi levado a Florianópolis para aprovação e fiscalização do pessoal do governo do estado. Só sondagens. A verdade, é que o MDB de Gaspar há muito está a reboque da realidade e da história. Falta-lhe líder. E agora o MDB daqui se inspira em Blumenau onde o partido nem existe há anos.
Reclamando por palanque. O deputado Ivan Naatz, PL, escreveu na sua rede social. “A reunião na Associação do Vale Europeu o presidente e prefeito de Ascurra, Arão Josino [da Silva, PSD], cometeu um erro tradicional…”
“Convocou os prefeitos e o governo de Santa Catarina para tratar de um tema regional deixando de fora os deputados que são os interlocutores do processo”.
Indiretamente – Arão Josino que é jornalista, e como presidente da AMVE coletou em audiências públicas em cada um dos 14 municípios da Associação, as demandas dos cidadãos e cidadãs -, respondeu o seguinte. “Brigas políticas não solucionam problemas. Aprendi que com diálogo e respeito a gente constrói soluções. É assim que trabalho.”
E Arão Josino foi mais fundo: “a nós prefeitos, eleitos pelos nossos municípios, cabe dialogar com todas as esferas na busca do melhor atendimento à população. Não fui eleito para ficar no gabinete apagando incêndios”.
Naatz sabe o que faz. Ele está advogando em causa própria e no estilo de sempre: afrontando. Precisa de um barraco. Naatz está em campanha eleitoral pela reeleição e nervoso. O deputado, por outro lado, é um notório adversário do governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos. Montou até uma CPI – a dos respiradores – que falta concluir. São três anos.
Então, Ivan possui interesses eleitorais opostos. Neste caso e neste momento, o que o deputado Ivan faria em favor dos municípios do Vale diante de um governador que ele não quer ver eleito? Restou constranger o jovem Arão Josino. Iniciou um novo desgaste público e do nada. Ou usando o velho método e a velha política.
Vai dar problema. A “NSC Blumenau”, a então queridinha da marquetagem da prefeitura de Gaspar, em busca de audiência , abriu espaço comunitário no “Jornal do Almoço” para além dos limites de lá. E um morador da Paulo Arquelau Roncaglio, no Óleo Grande, bairro do Barracão, aqui em Gaspar, que não consegue repercussão na imprensa e é abafado nas redes sociais, botou a boca no trombone.
Contou que o asfaltamento prometido para 254 metros naquela rua e para atender um punhado de eleitores do poder de plantão, interdita a passagem de moradores daquela rua entre as 8h e 18h. Um inferno, relatou. A prefeitura disse que não é bem assim. E pediu paciência, porque a obra deve demorar mais dois meses.
Cuméqueé? Dois meses para assentar tubos de drenagem – a especialidade da empreiteira contratada -, preparar e asfaltar meros 254 metros, inicialmente a R$591.041,14? No prazo, até pensei que fossem os quase cinco quilômetros da rua. Mas, não!
Kleber e seus “çábios” gostam de problemas. E ainda postam fotos de inúmeras e intermináveis reuniões de planejamento do gabinete do prefeito para dizer que chegaram no século 21.
E aí você vai ver quem está fazendo a obra e descobre que é CR Artefatos de Cimento, de itajaí, a mesma que fez aquele negócio enrolado e que foi dar em CPI, a drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho.
Perguntar não ofende: Prá que tanto planejamento se na hora de execução sobram problemas e dúvidas que desmancham a fantasia do administrador público? Acorda, Gaspar!