Atenção: texto modificado, ampliado e revisado às 12h37min, deste 25.01.2025 – Os artigos do primeiro e dos primeiros seguintes dias sobre o “novo” governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, e do engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL, continuam na gaveta. E estão perdendo cor, nexo e importância, tão rapidamente quanto o tempo que está passando e engolindo os personagens desta nova esperança dos gasparenses. Já estão a caminho do esquecimento, ou do lixo, pois nem reciclagem (os textos), parecem ser possíveis diante da velocidade da atualização das circunstâncias. Eles (os textos) estão sendo devorados pela nova realidade, a que não mudou, mesmo tendo sido ela motor da eleição de ambos por ampla maioria pelos gasparenses: mudanças.
Este artigo será um dos mais breve. Todavia, um dos mais contundentes deste começo de ano. Aliás tudo que estará aqui é de desanimar.
Gaspar é uma terra arrasada administrativa, financeira e operacionalmente por governos passados. Agora, bastou uma enxurrada, que nem de perto se assemelhou ao que se abateu sobre a Grande Florianópolis e parte do Litoral Norte para se descobrir que a nossa cidade está isolada, dividida e desarticulada. Os velhos políticos que a devoraram no passado e foram derrotados amplamente nas urnas de seis de outubro, estão rindo à toa – mesmo com culpa nisso tudo -, apesar de quase todos terem contribuído para este estado de anemia.
O castigo contra os eleitos veio num foguete. Não no cavalo como diz o velho ditado. E os gasparenses que apostaram na mudança, atordoados, arrependidos e como parte do novo governo, pedindo mais tempo para saber em que local caíram da mudança. Impressionante.
Pegos de “surpresa”? E olha que estamos (refiro-me a Gaspar especificamente) sujeitos, pelo histórico a esta severidade de eventos naturais, ou seja, não é seria tão surpresa assim.
Este – da semana passada -, todavia, foi ameno na escala dos que foram outros por aqui como o de novembro de 2008.
O primeiro sinal do despreparo, veio quando questionado se aceitaria a ajuda de outros municípios – já previsto em legislação específica -, o “delegado prefeito” Paulo, fez que não entendeu a pergunta – ou não sabia dessa possibilidade – ao responder o repórter Paulo Flores, da rádio 98 FM – aliás já relatei isso aqui.
Desentendido, mal assessorado, teimoso ou surpreendido, o “delegado prefeito” Paulo viu no final de semana, na ausência do seu padrinho e da entourage daqui que se diz muito próxima da intimidade do governador Jorginho Melo, PL, outros municípios se esbaldarem em ajuda aos afetados, e ao mesmo tempo transformado em palanque concorrente.
É o que se depreende e se assanha como concorrente de Jorginho, o espaçoso prefeito de Chapecó, João Rodrigues, PSD. Ele veio lá do Oeste se projetar como herói no litoral catarinense e palmilhar a sua campanha a governador.
Restou a Jorginho, pateticamente, gravado e isso rodando nas redes sociais advertir prefeitos para não “reclamarem” em publico. Jorginho não percebeu que trabalhava contra o próprio governo dele. Exalava discriminação e ranços pessoais e partidários, com o agravante de ser contra o mesmo espectro ideológico. O ato infeliz – e parece ser algo comum a cada dia – de Jorginho não foi exatamente contra os municípios afetados, mas contra as populações, seus possíveis futuros eleitores e eleitoras em 2026. Incrível. Melancólico e explorado às pampas pelas redes sociais. Credo. O que impressiona, de verdade, é a quantidade de barbeiragens desse tipo, principalmente em se tratando um político experiente.
Enquanto Jorginho perdia o MDB, via por outro lado, o PSD crescer. Sem ter a quem se agarrar, Jorginho se contentou em ser manchete – estadual e nacional – dos seus sucessivos erros, teimosias, omissões, traições, politicagens, dúvidas e falta de foco, resultados e mais: do que dizer destes dois anos de governo, exatamente naquilo que precisará gargantear para ser reconduzido em 2026. Jorginho virou municipalista. No desespero, está imitando o neófito na política, o que tinha dois impeachments nas costas, o ex-governador Carlos Moisés da Silva, Republicanos – a quem o “delegado prefeito” Paulo serviu. Incrível!
GASPAR É BARATA QUE VOA, MAS PORQUE ESTÁ TONTA
Resumindo, porque hoje, não estou disposto a textões.
Gaspar do “delegado prefeito” sem ter como dar conta do que da fúria da Natureza, que lhe impôs como advertência em horas, sem equipe, com o vice dele trabalhando para lhe boicotar, descobriu logo cedo, que tinha também apenas uma maquininha para fazer o serviço que precisaria de várias em um mutirão.
Em socorro, veio timidamente Pomerode. Depois Blumenau, Indaial, Barra Velha (foto ao lado) e até a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do governo do estado, depois que titular, o deputado estadual de Ibirama, Jerry Comper, MDB, passou por aqui tão logo as chuvas deram uma trégua, e o seu cabo eleitoral ter pego diárias para ele a sua assessora de marketing irem a Florianópolis registrarem à cobrança daquilo que não deveria ser mais cobrado. Era obrigação estabelecida em promessa pública. Cruzes.
O que faltou ao “delegado prefeito”? No primeiro dia de governo – que só foi no dia dois de janeiro – ter colocado defronte a prefeitura a sucata recebida. Mostrando todos os defeitos. E uma lista de custos e quanto tempo para arrumá-las.
Não. O “delegado prefeito” está em marcha lenta para não atiçar os demonios que habitam gente que faz acontecer nos bastidores e na cara dura a Gaspar que se atrasa e se esconde em dúvidas.
Pronto. Se tivesse feito a lição de casa e exposto o que recebeu sucateado e o que não recebeu, quando a enxurrada veio contra a cidade e o seu povo, todos saberiam que ele estava à pé, estaria esse maquinário de manutenção, estaria precisado de socorro e do mutirão dos outros. O que faltou ainda ao delegado prefeito? Ter pregado na porta da prefeitura um baita cartaz com lista de dependência de horas e máquinas de terceiros, os mesmos de sempre, muitas dessas coisas sem controles, um vício, faça chuva ou sol, que próprio “delegado prefeito” não pode se insurgir, pois a eleição dele, fez parte desse jogo para tudo continuar assim mesmo. Então, outras enxurradas de água virão contra a cidade mal cuidade e o povo exposto à falta de manutenção.
O que faltou ao delegado prefeito? Colocar a lista de efetivos, concursados ou não, que são motoristas, tratoristas e tantas outras funções que estão lá na prefeitura e não exercem nada disso, porque os terceiros fazem esse serviço, ou as máquinas, utilitários e caminhões estão estragados à espera de oficina lenta, peças de reposição e conserto que não chegam.
Quando a secretaria de Educação mostrou o estado lastimável do depósito e quantidade de desperdícios neles, os antigos gestores de Gaspar ensaiaram uma reação. Foram engolidos pela realidade que não pode ser desmentida e mais do que isso: pelam falta de crédito dos que ser arvoraram às desculpas esfarrapadas de sempre. Qual mesmo é a dificuldade do atual governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, fazer a mesma prestação de contas à cidade, aos cidadãos e cidadãs sobre todos os setores para apontar, com dados, com fatos incontestáveis, o embrulho e os embrulhados do governo passado? Afinal, quem no atual governo do “delegado prefeito” está protegendo, assumindo os riscos dele ser igual exatamente contra aquilo que foi eleito para mudar?
UM ENCONTRO DE COMADRES
Tonto e sentindo a água bater no nariz, o governador Jorginho Melo, PL, resolveu vir a Blumenau recarregar as baterias.
Foi em Blumenau, que ele encontrou pela primeira vez, depois de meses, o que ele filiou – e guardou a ficha na gaveta entuanto se negava isso por aqui -, o que ele apadrinhou e tornou prefeito de Gaspar, o “delegado prefeito”, Paulo Norberto Koerich, PL. Ufa! Um abraço fraternal. Registrado na foto de abertura deste artigo. Paulo está de costas. Só assim para se encontrarem: no desespero. E mesmo assim, nada foi anunciado pelo governo do estado e por Jorginho, até agora, para Gaspar. Na outra ponta, todavia, Jorginho já conta com Paulo para ser o seu cabo eleitoral aqui. A continuar assim, as urnas vão dar respostas pouco agradáveis a Jorginho e ao Paulo. Aguardem. Eleitor e eleitora não são tão bobos como velhos políticos e a polícia pensam.
Quanto mais fraco fica o governador, mas forte deveria ficar o prefeito Paulo nos pedidos ao governo do estado. Mas, o “delegado prefeito” ainda não entendeu esta lógica. Até nisso, vai perder o bonde. E perderá porque não fez equipe de mudança.Está dançando a música tocada há 40 anos em Gaspar pelos mesmos donos do bailinho.
E sobre a cidade estar neste misere, o ex-candidato derrotadíssimo a prefeito de Gaspar pelo Republicanos, numa manobra que Jorginho fez de propósito a pedido dos empresários e dos que estão nos bastidores há 30 anos deste poder, o empresário Oberdan Barni, saiu do casulo. Nas redes sociais publicou este áudio em alguns grupos.
“Tem que parabenizar os antigos vereadores, né, e que conseguiram ser reeleitos. Eles não fiscalizaram, porra nenhuma nesses últimos anos. Deixaram a prefeitura ficar nesta merda. Sem dinheiro; quebrada. Limparam tudo o que tinha e deixaram ela sem maquinário. Tem que dar os parabéns para esses vereadores que não fiscalizaram porra nenhuma. E o povo, ainda os reelegem…” Esta gente eleita está deixando criar sapo em lagoa seca…
Então para encerrar. Roda, roda, roda e tudo em Gaspar para no mesmo lugar. Sem ajudar Gaspar, Jorginho está pedindo votos. Ex-morador daqui, evita a cidade. Seus filhos cuidam disso com o presidente arrumado pelo e para o PL, Bernardo Leonardo Spengler Filho. Laços que os une: a amizade da infância, mesmo que Bernardo seja um emedebista de berço. Muda, Gaspar!
TRAPICHE
Problemas à vista I – Técnicos, vizinhos, ambientalistas e outros contrariados, os quais esperavam mudanças comportamentais do novo governo – eleito pelo mesmo grupo que vem elegendo mandatários há 30 anos em Gaspar – fizeram amplo portfólio de imagens dos loteamentos famosos – e caros – em Gaspar, o quais foram tomados, isolados, ou principalmente, causaram problemas, após a enxurrada de uma semana atrás.
Problemas à vista II -Todos esses empreendimentos estão “aprovados”. Eles não ganham à devida atenção no Ministério Público local no que afrontam à legislação. Alguns até sofreram pequenas exigências de adequação. Com a enxurrada da semana passada, ficou evidente, mais uma vez, de que contêm problemas sérios de escoamento hídricos, todos referendados por comissionados da secretaria de Planejamento Territorial, Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como até, da Defesa Civil, órgãos que deram ares de legalidade no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, com Luiz Calos Spengler Filho e Marcelo de Souza Brick, ambos do PP.
Problemas à vista III – O levantamento fotográfico é para ir às últimas consequências contra o isolamento, invasão e danos das águas nas propriedades vizinhas desses empreendimentos – alguns deles caríssimos no price market – e até à proteção dos futuros moradores desses loteamentos. Esses erros, estiveram no centro, por exemplo, das conversas cabulosas, gravadas, editadas e divulgadas entre os ex-chefe de gabinete, ex-secretário de Planejamento Territorial, ex-secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, ex-faz tudo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, aqui e na Fecam, Jorge Luiz Prucino Pereira, presidente do PSDB.
Problemas à vista IV – Esses áudios, um deles escolhido a dedo para dar em nada, foi tema de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, quase secreta na Câmara – orquestrada pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, e que envolveu o ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos, ex-secretário de Planejamento Territorial e ex-presidente do Samae, Jean Alexandre dos Santos, PSD – na época estava no MDB. A CPI terminou inocentando todos. Bingo. Estava anunciado assim desde o início. A cidade inteira sabia que seria assim. E a resposta veio nas urnas.
Problemas à vista V – Esta ação documentada durante e após a enxurrada – testemunhou além do alagamento em si, principalmente à prolongada dificuldade de escoamento dessas águas nos arredores e dentro dos empreendimentos, alguns deles, já em fase de comercialização e forte marquetagem para isso. A coleta de documentação vai alimentar debates, processos, indenizações e refação para mitigação. A coisa está braba.
Problemas à vista VI – A atitude foi tomada, após o presidente da Câmara, Alexsandro Burnier, PL, se interessar pelo assunto (foto ao lado), promover uma reunião na Câmara – que está em recesso deliberativo -, convocando técnicos da secretaria de Planejamento Territorial, para arranjarem soluções, onde aparentemente não há o que fazer e num empreendimento que era a menina dos olhos do antigo governo. Da secretaria de Planejamento Territorial, o vice-prefeito, o engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL, fez o seu bunker e maneja á terceirização das soluções não conseguidas pelo governo anterior e a favor dos empreendedores, mas contra vizinhos que estão sofrendo e futuros moradores que exigirão soluções com dinheiro público daquilo que é exclusivamente privado.
Problemas à vista VI – Um empreendimento que está situado no bairro Figueiras, por exemplo, foi o tema principal desse tipo reunião. Ele fica isolado em tempos de enxurrada e cheias. E os seus vizinhos? Afogados, contabilizando depreciação de seu patrimônio, sem acesso e inundação de seus bewns móveis. O que se ensaia agora e foi percebido nesta reunião? Transferir para as burras da prefeitura à solução. Quer se tirar o loteamento do isolamento quando das cheias e enxurradas, criando caminhos elevados. Ou seja, terceirizando o que deveria, mais uma vez, ser do particular e estar embutido no preço do lote. Perguntar não ofende: este tipo de reunião não deveria ser na prefeitura ou ser merecedora de uma audiência pública transmitida e gravada? Muda, Gaspar!
Problemas à vista VII – Os incomodados entenderam o recado. Nada vai mudar. Tudo vai se acomodar nas costumeiras enrolações. Ninguém no ambiente público ou privado vai ser levado à buscar soluções e mitigações naquilo que deu causa. Nas enchentes, tudo promete ser pior. Estes loteamentos, explicam os técnicos, inclusive da própria prefeitura, ocuparam áreas antigamente alagáveis. Como elas estão aterradas, alguma com diques até, sem caimento para escoamentos, as águas estão procurando áreas adjacentes para se acomodarem. Estas áreas antes não tinham estes problemas e por isso foram urbanizadas e ocupadas.
No outro lado da cidade. A tubulação próxima as terras da família Theiss que atravessa a Estrada Geral da Lagoa em direção ao Rio Itajaí Açú, foi para o beleleu na última enxurrada. Isolou parte da comunidade que teve que sair por Ilhota. Vergonha. A mudança prometida no novo governo não chegou. Ela está montada em tartarugas.
E por que? Era previsível. Comoção. Culpas. Uma máquina retroescavadeira, de pequeno porte para o serviço (foto), cedida pelo Samae, na emergência, levou tempo para provar aos técnicos, o óbvio que todos já sabiam: a tubulação está comprometida e todos os governos anteriores só improvisaram, ou sejam, enganaram. A parte que está intacta, foi o governo de Pedro Celso Zuchi, PT, que fez. É só ver a diferença nos barros e pedras de aterros e improvisos colocados lá para mascarar o problema e enganar a comunidade.
Agora pasmem. O vice-prefeito, morador do bairro, engenheiro, Rodrigo Boeing Althoff, PL, quer imitar os “çábios” – engenheiros, políticos e leigos palpiteiros do passado que ele próprio tanto já criticou. Inspecionando com os olhos se prova os remendos. Rodrigo quer improvisar com as mesmas técnicas e desculpas que já condenou no passado, só para alongar agonia, insegurança e o problema. Tudo vai reaparecer no seu governo. Qual a razão disso? Impressionante.
Rodrigo Boeing Althfoff, PL, se não se cuidar, não terá mais a proteção de São Brás, cuja capela espera pelo menos por este improviso para sua festa entre os dias sete e nove de fevereiro. O ex-prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e o seu vice, Marcelo de Souza Brick, PP, que é morador do distrito do Belchior, isolaram parcialmente o povo à festa da comunidade Santa Catarina, no Belchior Baixo, com a queda da cabeceira da ponte da Rua Vidal Flávio Dias. O que mudou mesmo, de lá prá cá? O ex-governo só piorou no descrédito. E o atual governo, ao que parece, a cada dia, não tem outro caminho do que imitar o que não deu certo?
Comunicação é coisa séria I – E tudo piora, quando o titular da área de comunicação de Gaspar, a cada dia, dá mostras de que não possui autoridade e se deixa levar pelo poderoso de plantão – que não é do ramo, mas acha que entende de comunicação, e pior, estende isso, para os membros da sua família, a qual ele não consegue separa-los da casa e do gabinete. Perigosamente os deixa se misturar e palpitar. Não vou me alongar numa fila imensa de péssimos exemplos que acabaram com boas intenções, bons políticos, empresários e líderes promissores. Há vários livros (de história, autobiográficos, técnicos e anedóticos, compilados jornalísticos) sobre isto.
Comunicação é coisa séria II – Rosângela da Silva, a Janja do Lula, é um escandaloso exemplo mais recente para não iniciar um textão. Vai da interferência explícita à implícita. Humilhante para um líder chamado Luiz Inácio Lula da Silva, PT, que não escutava ninguém, mas se safava pela comunicação espontânea. Neste rol estão os filhos de Jair Messias Bolsonaro, PL. O governador Jorginho Melo, PL, igualmente. Gaspar passa por um semelhante problema grave de comunicação no atual governo. Ela é errática sob todos os aspectos e em pleno anos 25 do século 21. Como se vê, abundam exemplos a não serem seguidos.
Comunicação é coisa séria III – Resta saber quem quer isso aqui em Gaspar: o prefeito, a precoce e incontida disputa dentro do ainda desprotegido núcleo do poder de plantão; o velho modo de ver este assunto estratégico que já chegou ao patamar da Inteligência Artificial; a família (toda leiga) dos políticos a qual estaria escolhendo até fotos e palavras em textos; a demora excessiva para reagir – o normal seria se antecipar e gerar fatos – e se comunicar no básico e urgente; a falta de interlocutores – hoje chamados de influenciadores – com crédito na comunidade; a centralização excessiva do que publicar – como se estivéssemos no século passado – sem internet, redes sociais e aplicativos de mensagens e vazadores dentro da própria máquina de governo que fazem isso por ingenuidade, pirraça e interesses; ou os novos governantes estão se achando, e utopicamente pensam, que podem esconder ou conter o que está à mostra de todos?
Comunicação é coisa séria IV – Ou se decidiu tão cedo pelo suicídio coletivo a partir da comunicação que nada tem a ver com o tempo atual? Prefeitura não é delegacia, já escrevi isso várias vezes sobre o atual governo. É preciso, urgente, sair de um ambiente e entrar no outro, por quem escolheu fazer esta troca foi exclusivamente quem se candidatou a prefeito. Entre os exemplos, o mais recente, é o da polêmica do PIX, onde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, foi engolido. E foi porque ninguém mais atura enrolação e arrogância.
Comunicação é coisa séria V – O último que “prendeu” gente na prefeitura para apurar informações que lhe incomodavam, foi o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito no MDB e hoje no PL (2005/08). E deu mal. O último que ameaçou os seus comissionados e funcionários em confiança já na era dos aplicativos de mensagens, Kleber Edson Wan Dall, MDB, lá em 2017, teve que ir a Câmara pedir desculpas públicas para não ser cassado. Aprendizado dos atuais, zero. Também, cercado dos mesmos que cometeram, ou estiveram ao lado dos errados do passado, parece ser eventos com o mesmo resulktado ser o mais previsível.
Comunicação é coisa séria VI – Perguntar não ofende. Faz três meses, Gaspar enviou maquinário para socorrer quatro cidades gaúchas em dificuldades, depois das grandes enchentes de lá. Agora, não temos maquinário para o mnínimo do básico por aqui? Alguém pode explicar isso para a população e não para este escriba. Eu não preciso de explicações.
Comemorem. Aleluia. A caçamba de entulhos que o ex-governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick,PP, deixaram-na entulhada, esparramando material e nela, até urna funerária descartada de exumação e exposta ao povo que ia lá no cemitério municipal do bairro Santa Terezinha, para o governo Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL, darem um jeito, finalmente depois de 22 dias, deram (foto ao lado). Está aí, vazia, enferrujada, maltratada, para novo vexame.
“Descomemorem”. Se esta for esta a velocidade das soluções que o governo de Paulo Norberto Koerich e Rodrigo Boeing Althoff, ambos do PL, dará as coisas, urgências e emergências do seu governo – usando com parâmetro algo tão fácil e de simples solução, o governo terá problemas de reconhecimento dos que o elegeu e estava pedindo “mudanças”. A oposição, ainda em silêncio, está agradecida. Quando a oposição fica em silêncio, bom sinal não é. E os no poder de plantão já deveriam ter entendido este sinal.
Alerta máximo I – Se esta informação e texto fosse meu, eles seriam classificados como provocação, manipulação e mentira. Mas, não é meu. É de um press release distribuído pela própria prefeitura de Gaspar. “Na manhã desta quarta-feira, dia 22, a Secretaria de Saúde, por meio da equipe de Vigilância Ambiental – Controle de Endemias, realizou uma vistoria no Cemitério Municipal, localizado no bairro Santa Terezinha. A ação teve como objetivo eliminar potenciais criadouros do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti“.
Alerta Máximo II – Esclarece ainda o texto. “Durante a ação, foram encontrados 400 potenciais focos e cerca de 280 tipos de vasilhas, incluindo vasos, floreiras, casinhas de colocação de velas, embalagens, potes, vidros e pratinhos sem furos, todos contendo água acumulada. Tudo foi devidamente limpos, para eliminar os focos”. Vamos ao prático. Um técnico da prefeitura me disse, desde que eu nbão o identificasse, mas póssui crédito, que em 12 anos nunca se coletou tantas amostras com Aedes num lugar só em Gaspar. Ulalá!
Alerta máximo III – Está claro que não são dos vasinhos de flores que vereadores recém eleitos da base do “novo” governo e que estão em campanha para se liberarem nos cemitérios de Gaspar e por conta disso, se movimentam nas redes sociais, que os tais vasinhos já apareceram cladestinamente por lá. Está claro que é do tempo de relaxo e incúria do governo passado, onde se soube cobrar altas taxas sem o devido retorno de manutenção e respeito.
Alerta máximo IV -Entretanto, esta coleta da Vigilância Sanitária – que penso ter sido toda ela baseada em métodos científicos – é um aviso aos vereadores do União Brasil e parte do PL em campanha para a liberação dos vasos de flores – com supostos cuidados e que na hora da verdade, a coisa é bem outra – nos dois cemitérios daqui, pode ter consequências e desgastes se os casos de infestação – e até mortes – acontecerem. Há uma orientação estadual sobre o assunto. É só aplicar. Não inventem moda. E moda tipo negacionista da Covid-19 que matou 227 gasparenses.
Alerta máximo V – Este assunto está na mesa do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL. O prefeito está sendo pressionado pela turma do vice, Rodrigo Boeing Althoff, PL, que quer dar satisfação irresponsável, o mais rapidamente possível aos seus eleitores e eleitoras, como o prometido na campanha. Com a divulgação dos dados coletados pela Vigilância Sanitária, está mais do que na cara que se precisa de tempo e contraprovas. Com outros assuntos mais urgentes para a cidade, seria prudente deixar este para depois do verão, sob dados e sob melhor controle. Muda, Gaspar!
A candidatura do deputado Ivan Naatz, PL, se aparecer na lista sextupla no quinto constitucional da OAB, para ser desembargador no Tribunal de Justiça, pode estar sofrendo desgastes reais. O Procurador Geral do estado, Márcio Viccari, entrou, definitivamente na parada. Está em campnha. E no estado em que estão as coisas, Jorginho Melo, PL, vai precisar de Viccari no Tribunal de Justiça e não exatamente na PGE. Se isso for adiante, muda o jogo dos pretensos vestidos de candidatos a deputados estadual em Gaspar no PL e União Brasil.
Uma retrato do descrédito I. E vários recados. Depois os políticos dizem não entender as reações do povo. Quem esteve nesta semana entre tantas visitas no gabinete do “delegado prefeito” – mesmo com tempos turbulentos depois da enxurrada – foi o presidente estadual do Republicanos, o deputado Federal por Rio do Sul, Jorge Goetten de Lima. Ele está a esquerda do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL.
Um retrato do descrétito II – Jorge Goetten, foi inventado como presidente do Republicanos pelo governador Jorginho Melo, PL, no meio da campanha do ano passado. Estava no PL e lá estava sob tiroteio da ala da direita. Aqui Jorge Goetten tem como cabo eleitoral o vice-prefeito Rodrigo Boeing Althoff, PL (a direita de Paulo Norberto Koerich, PL). Rodrigo está alinhavado para assumir o Republicanos de Gaspar. Em tese, o presidente do Republicanos, em Gaspar, ainda é Oberdan Barni. Ele não se desfiliou, ninguém do Republicandos, incluindo Jorge Goetten, destituiu-o da presidência e perguntado, Oberdan disse que não sabia da visita. Na foto, todavia, é percebido a presença do presidente do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho. Credo! Erros, erros, erros.
Esclarecendo I – Provocou reação esclarecedora esta única nota: “Perguntar não ofende. A vereadora policial – por isso identificada na camisa como tal – estava no horário do serviço quando foi vistoriar com o “delegado prefeito” os estragos da enxurrada? Uma coisa não combina com a outra. Ou estava em diligências externas? O que tinha de errado no âmbito policial? escrita na segunda-feira no TRAPICHE do artigo SERÁ QUE A CHUVARADA DA SEMANA PASSADA SERVIRÁ PARA “ACORDAR” O NOVO GOVERNO, ELEITO PARA MUDAR O JEITO DE GERIR, OLHAR PARA O FUTURO E PRODUZIR RESULTADOS PARA A SOCIEDADE GASPARENSE?
Esclarecendo II. Não mencionei, mas a vereadora – e outros – , a identificaram como personagem da nota. Entretanto, tratava-se da agente policial da Comarca de Gaspar, eleita vereadora pela PL, Alyne Karla Serafim Nicoletti. Alguém mastigou para ela, o que não estava escrito e deu interpretação equivocada ao meu texto: “vistoriar com o ‘delegado prefeito” os estragos da enxurrada…” Não me referia à sua presença, como representante da Polícia Civil na reunião do CRAC (Defesa Civil), onde ela pode fazer isso a hora que quiser, identificada como policial que é. Fofoqueiros, nem ler, nornalmente sabe. Imagina-se eles como políticos e governantes que dizem ser. Muda, Gaspar!
16 comentários em “GASPAR HUMILHADA. AO INVÉS DE SER PROTAGONISTA DE UM NOVO TEMPO E REALÇAR A SUA IMPORTÂNCIA NO CONTEXTO ECONÔMICO REGIONAL, ELA SE TORNA MAIORIONETE NO JOGUETE DE INTERESSES POLÍTICOS FORASTEIROS PARA AS ELEIÇÕES DE 2026. INCRÍVEL!”
HOJE, SEGUNDA-FEIRA, É DIA DE ARTIGO INÉDITO. AGUARDE
Sábado último (23/01), o falastrão João Rodrigues, prefeito de Chapecó, lançou sua pré-candidatura ao governo do Estado, para 2026.
Será que o inútil prócer, Jorginho Melo, passará a governar, agora?
Será tarde, penso. E com a turma que o cerca, pior ainda. Até trocou algumas peças, mas se elas resolverem trabalhar de verdade e na capacidade que dizem ter, terão problemas com as coisas secretas que rondam o Palácio da Agronômica e Centro Administrativo
A PRIMEIRA DELAÇÃO DE MAURO CID, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo
O ministro Alexandre de Moraes mantém sob sigilo os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid na sua colaboração premiada para a investigação dos planos golpistas de 2022/2023. São mais de dez depoimentos. Veio à tona o primeiro, de 28 de agosto de 2023. Tem seis páginas, algum método e menciona mais de 20 pessoas.
Segundo Cid, depois da vitória de Lula, três grupos gravitavam em torno de Jair Bolsonaro.
O primeiro queria que ele mandasse as pessoas para suas casas, tornando-se o grande líder da oposição. Nesse núcleo estavam o senador Flávio Bolsonaro, o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, o advogado-geral da União, Bruno Bianco, e o brigadeiro Baptista Júnior, comandante da Força Aérea.
O segundo grupo, ainda mais moderado, dizia que “nada poderia ser feito diante do resultado das eleições”. Uma virada de mesa “representaria um regime militar por mais 20, 30 anos”. Temiam que radicais levassem Bolsonaro a “assinar uma ‘doideira’”. Nele, segundo Cid, estavam os generais Freire Gomes (comandante do Exército), Paulo Sérgio Nogueira (ministro da Defesa) e Júlio César de Arruda.
Outros moderados queriam que Bolsonaro deixasse o país. Entre eles estava o empresário do agronegócio Paulo Junqueira, “que financiou a viagem do presidente para os EUA”.
O terceiro grupo era formado pelos radicais e tinha dois braços. Um queria achar provas de fraude nas eleições. Nele estavam o major da reserva Angelo Denicoli e o senador Carlos Heinze. Ele chegou a propor que os militares sequestrassem uma urna eletrônica “para a realização de testes de integridade”.
O outro “era a favor de um braço armado”. Nesse depoimento, Mauro Cid não deu nomes nem detalhes a respeito dessa turma, mas narrou a gestação da “doideira” que deveria ser assinada por Bolsonaro.
NOVEMBRO DE 2022, NASCE A ‘DOIDEIRA’
A partir de novembro de 2022, depois do segundo turno, Filipe Martins, assessor internacional de Bolsonaro, levou-lhe em várias ocasiões um jurista, “que não se recorda o nome”. Essas conversas resultaram num “documento que tinha várias páginas de considerandos” e “prendia todo mundo”, inclusive os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do senador Rodrigo Pacheco. Ao final, anulava a eleição.
Bolsonaro recebeu várias versões do documento e tirou Gilmar e Pacheco da lista de prisões. Depois do segundo turno, convocou ao Alvorada os comandantes militares e mostrou-lhes a minuta. Mauro Cid cuidou da apresentação por PowerPoint e saiu da sala. Terminada a reunião, ouviu os relatos dos comandantes
“O almirante Garnier era favorável a uma intervenção militar, afirmava que a Marinha estava pronta para agir, aguardava apenas a ordem do presidente Bolsonaro. No entanto, o almirante Garnier condicionava a ação de intervenção militar à adesão do Exército, pois não tinha capacidade sozinho.”
Baptista Júnior, da Força Aérea, disse que “era terminantemente contra qualquer tentativa de golpe de Estado e afirmava de forma categórica que não ocorreu qualquer fraude nas eleições presidenciais.”
Segundo Mauro Cid, o general Freire Gomes “era um meio-termo dos outros dois generais”. “Não concordava como as coisas estavam sendo conduzidas, no entanto, entendia que não caberia um golpe de Estado, pois entendia que as instituições estavam funcionando.” Mais: “Não foi comprovada fraude nenhuma, não cabia às Forças Armadas realizar o controle constitucional. Estavam romantizando o artigo 142 da Constituição.”
Segundo Freire Gomes, o golpe resultaria “num regime autoritário pelos próximos 30 anos”.
Essa reunião aconteceu no dia 2 de novembro de 2022. Mauro Cid contou que, sem o respaldo dos comandantes, Bolsonaro “não assinaria” o documento do golpe. Mesmo assim, “estava trabalhando com duas hipóteses: a primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um golpe de Estado.”
“As outras pessoas que integravam essa ala mais radical eram o ex-ministro Onyx Lorenzoni, o atual senador Jorge Seif, o ex-ministro Gilson Machado, o senador Magno Malta, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o general Mário Fernandes”, que atuava de forma ostensiva, tentando convencer os demais integrantes das Forças a executarem um golpe de Estado.
Mauro Cid prossegue: “Compunha também o referido grupo a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.”
O ministro Alexandre de Moraes sabe de tudo isso desde agosto de 2023. Daí em diante, Mauro Cid voltou a depor em pelo menos mais dez ocasiões, e o ministro puxou o fio do novelo.
A ENGENHARIA VIROU SUCO
Foi a repórter Isabela Moya quem avisou: em 2014 os calouros que entraram em cursos de Engenharia foram 469 mil e em 2023, apenas 358 mil, uma queda de 23%. Para se ter uma ideia do que esses números significam, em 2023 a China tinha 6,7 milhões de jovens em cursos de Engenharia.
Esse indicador sinaliza um país que anda para trás. Em 1950, quando o brigadeiro Casimiro Montenegro criou o Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o Brasil andava para a frente. A China comunista andava de bicicleta e seu PIB havia encolhido a um terço do que havia sido um século antes. A China andou para trás, até que Deng Xiaoping acordou-a e deu no que deu.
Durante os anos difíceis da década de 1980, o engenheiro Odil Garcez Filho perdeu o emprego e decidiu abrir uma lanchonete na avenida Paulista. Seu diploma ficou exposto ao lado da caixa, e a lanchonete se chamou “O Engenheiro que virou suco”.
A queda no número de calouros de 2023 indica que no século XXI é a Engenharia que está virando suco, e não se pode dizer que seja culpa do governo. Em 2024, Lula criou um campus avançado do ITA em Fortaleza. As aulas das primeiras turmas de 25 alunos começarão neste ano, com cursos de energias renováveis e de sistemas de computação, no campus de São José do Campos (SP.)
Em 2026, o ITA começará a funcionar em Fortaleza, com laboratórios e alojamentos. Os cursos são gratuitos, e os estudantes recebem casa, comida e roupa lavada.
A queda do número de calouros significa que diminuiu o interesse pela profissão. Na China, o governo resolve o problema com sua mão visível, estimulando algumas carreiras e desestimulando outras. No Brasil quem faz isso é o mercado, e faz de forma imperfeita.
A mensalidade para o curso de Engenharia numa boa escola privada pode custar em torno de R$ 7 mil. Para os cursos de Administração de Empresas ou Economia os preços são menores e os salários oferecidos pelo mercado a quem acaba de deixar a faculdade são maiores. É o jogo mal jogado.
Nos Estados Unidos, empresários do Massachusetts e da Califórnia criaram dois gigantes, o MIT e o Caltech. Lá, a mão invisível do mercado empurrou o país para a frente. É o jogo bem jogado. Os magnatas dos tempos dourados da segunda metade do século XIX sabiam que o país precisava de engenheiros.
UM GOVERNO NO MATO SEM CACHORRO, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo
Enfrentando várias frentes de batalha por causa da inflação dos alimentos, o governo Lula conseguiu vencer a primeira, ao impedir que a onda contra “um conjunto de intervenções” virasse tsunami, como no caso do Pix. Mas a guerra continua, e em terrenos mais pantanosos: como reduzir os preços e dar uma resposta principalmente para a baixa renda, sem bater de frente com o mercado e o já arisco agronegócio?
Sidônio Palmeira reagiu rapidamente a uma palavra maldita usada pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao anunciar “intervenções” contra a inflação da comida. “Intervenção” remete a “boi no pasto”, “fiscais do Sarney”, “congelamento” e seus efeitos bumerangue nos objetivos, na economia e na popularidade dos invencionistas.
O governo todo se mobilizou para “explicar” que o ministro quis dizer “medidas”, ou que foi um “ato falho”. Funcionou, mas, cá pra nós, intervenção e medidas são praticamente sinônimos nesse caso e “ato falho” significa que, lá no inconsciente, o ministro defende exatamente isso: intervenção nos preços, dentro da convicção intervencionista histórica de Lula e PT.
Bem ou mal, o estrago nas redes foi contido, mas a questão mexe com comida, pobre, classe média, todo mundo, esfria a popularidade de Lula, esquenta as disputas internas, por exemplo, entre Costa e Fernando Haddad e do governo com o agronegócio. Em meio a inflação, desequilíbrio fiscal, juros na estratosfera e ambiente internacional imprevisível. Mas o governo não tem muitas alternativas além de fazer uma reunião atrás da outra, concluir o óbvio e anunciar que vai anunciar alguma coisa.
Até aqui, o foco está em dizer o que não vai fazer: intervenção, que apavora o agronegócio, subsídios, que irritam o mercado, e flexibilização da data de validade de produtos nas gôndolas do varejo – sugerida pela associação de supermercados, até adotada em alguns países, mas que seria um desastre na internet: “Lula quer vender comida estragada”. Nem pensar!
É rezar para safra recorde, São Pedro camarada, o bom e velho equilíbrio entre oferta e procura, enquanto setores se movem, a oposição à espreita e o governo lança ideias, como redução no imposto de importação, direcionar o Plano Safra para a cesta básica e até reduzir custos operacionais do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
Parece leque enfrentando tsunami, com o pobre comendo menos, o humor da classe média piorando, as incertezas na economia aumentando. Sem falar em Trump e nos combustíveis, que afetam inflação e alimentos e têm muito a ver com a palavra maldita: “intervenção”. Mas isso é outra história, ou outra coluna.
UMA JUSTIÇA TRIPLAMENTE INJUSTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
A correlação entre um Estado de Direito vigoroso e o desenvolvimento econômico, social e cultural é intuitiva e bem documentada. De um sistema de Justiça eficiente e equânime dependem a produtividade e a estabilidade dos negócios, a proteção de direitos individuais e a resolução de conflitos sociais. Mas a Justiça brasileira é lenta, cara e privilegiada. Três levantamentos publicados desde dezembro oferecem uma biópsia dessa Justiça triplamente injusta.
Segundo o Rule of Law Index (Índice do Estado de Direito), do World Justice Project, que mede anualmente a percepção da população e especialistas, o Brasil ocupa o 80.º lugar no ranking entre 142 países – entre os 32 latino-americanos, está na 17.ª posição. Os brasileiros acusam em seu sistema discriminação, influência do governo, morosidade e baixa aplicação das decisões. A Justiça criminal é especialmente mal avaliada. No quesito imparcialidade, é a segunda pior do mundo, só atrás da Venezuela.
Um levantamento do Movimento Pessoas à Frente sobre “supersalários” no funcionalismo federal registra que as despesas acima do teto constitucional só do Judiciário e Ministério Público custaram R$ 11,1 bilhões em 2023. Mais de 90% dos magistrados e procuradores recebem acima do teto. No Legislativo e Executivo esse índice não chega a 1%.
“O que a gente observa é o quanto essas carreiras jurídicas criam uma realidade paralela”, disse à Folha de S.Paulo a diretora da Plataforma Justa, Luciana Zaffalon. “Não importa o cenário, crise, contexto, estão sempre ficando com uma fatia cada vez maior do Orçamento público.” A análise é corroborada por um levantamento em 18 Estados. Entre 2022 e 2023, os gastos com a Justiça em Mato Grosso, por exemplo, aumentaram 36%, enquanto os gastos totais cresceram só 11%. Na Bahia, subiram 18%, ante alta de 8% nos gastos totais, e em Minas Gerais aumentaram 30%, ante apenas 3% nos gastos totais.
Segundo o Tesouro, o Brasil tem o Judiciário mais caro do mundo, consumindo 1,6% do PIB, enquanto a média dos emergentes é de 0,5%, e a dos países desenvolvidos, 0,3%. Ainda assim, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, diz que “o Judiciário não tem participação nem responsabilidade sobre a crise fiscal” do País. À custa de chantagens, representantes corporativos procuram barrar tentativas de limitar os supersalários ou a discricionariedade da Justiça para criar novos benefícios.
Do ponto de vista moral, as manobras da casta togada para acumular privilégios são o mais maligno dos tumores, mas do ponto de vista fiscal são um fator menor, mais sintoma do que causa do problema.
Na comparação internacional, há uma quantidade aberrante de servidores da Justiça para atender a uma litigiosidade igualmente aberrante, especialmente nos campos trabalhista e tributário. Entre as disfunções no ecossistema judicial que encarecem a Justiça estão demandas repetitivas, excesso de instâncias recursais, decisões contraditórias, desrespeito a precedentes ou baixa predisposição a mecanismos alternativos de resolução, como arbitragem e mediação.
Já em 2018 um celebrado jurista alertava a um congresso de advogados para a necessidade da responsabilidade fiscal – “gastar prolongadamente mais do que se arrecada produz duas consequências: inflação e juros” – e conclamava os juízes a mudar sua mentalidade para que a Justiça se “desjudicializasse”. O “juiz típico (…) acha que o trabalho é produzir uma sentença, quando o papel deveria ser evitar se chegar à sentença e acabar (o processo) antes”, dizia. “(Há) um sistema processual, que, em toda parte, e inclusive no Supremo, faz com que as pessoas tenham a cultura da procrastinação. Continuo a incluir na agenda para o futuro mudanças relevantes ao sistema de Justiça. Custamos caro e somos ineficientes.” O jurista autor dessas ponderações corretas se chama Luís Roberto Barroso. Mas, ao que parece, a “agenda para o futuro” não só foi procrastinada, mas subvertida.
“Justiça atrasada não é Justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”, dizia Ruy Barbosa. Cem anos depois, a advertência não só é mais atual do que nunca, mas precisaria ser complementada. Justiça perdulária não é Justiça. Justiça privilegiada é ainda menos
Para ler e refletir. Numa democracia, um democrata, não tão democrata assim, pode se expressar livremente, mas não pode realizar tudo o que expressa, ameaça e fanfarreia
O PRESIDENTE IMPERIALISTA, por Carlos Alberto Sardenberg, no jornal O Globo
O Panamá é um país pequeno, de 4,5 milhões de habitantes, PIB modesto de US$ 84 bilhões. A moeda corrente lá é o dólar americano. Não tem Exército, apenas forças policiais. E uma riqueza preciosa, o canal de 82km que liga o Pacífico e o Atlântico — rota essencial para o comércio global.
De outro lado, os Estados Unidos, superpotência com 1,5 milhão de soldados nas Forças Armadas. E, desde o dia 20, um presidente classificado pela revista The Economist como imperialista no comando de uma Presidência imperial, Donald Trump. Pois esse presidente, no solene discurso de posse, afirmou:
— Vamos tomar de volta o Canal do Panamá.
Questionado a respeito, o presidente panamenho, José Raúl Mulino, tratou de desclassificar a ameaça:
— Fala sério! — respondeu, tentando parecer irônico.
Muitos analistas já mostraram um dos estilos preferidos de Trump: ameaçar, introduzir propostas absurdas, então negociar e cantar vitória. Se for o caso, ele exigirá do governo panamenho tratamento privilegiado aos navios americanos: tarifas menores, direito preferencial de passagem, vantagens em relação a todos os outros. É o que se deduz das suas queixas. Diz que o Canal é controlado pelos chineses (falso) e que os navios americanos são prejudicados (falso também).
Mas, como a verdade não é um critério válido para Trump, não adiantará nada Mulino argumentar que os navios de todas as bandeiras têm tratamento igual e que essa é a atitude comercial correta. Trump quer vantagens e, se quiser mesmo, toma o Canal em um dia de operação militar. Então, como fica Mulino quando conversar, na semana próxima, com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio?
É mais ou menos essa a sensação de todos os governantes que, mais dia, menos dia, terão de se acertar com Trump. Não apenas nas questões territoriais, mas sobretudo nas políticas e econômicas. Tarifas de importação, por exemplo. Trump disparou várias ameaças: cobrar 25% dos produtos importados de México e Canadá, 60% dos chineses e nada menos que 100% dos países do Brics, caso insistam em tentar escapar da órbita americana e do “poderoso dólar”.
Neste ano, o Brasil exerce a presidência do Brics. A diplomacia do presidente Lula tem tentado justamente fortalecer o Sul Global e incentivar os países do grupo a fazer trocas comerciais em moedas locais. A China está no Brics. E tem sido alvo de sinais contraditórios. Num momento, Trump trata os chineses como ameaça. Depois, convida Xi Jinping, para a posse e declara ter boas relações com ele. A Rússia também integra o Brics — e foi alvo de uma ameaça nova: ou faz a paz com a Ucrânia, ou também será punida com tarifas de importação e outras restrições.
Como Trump também afirmou que taxará os produtos dos aliados europeus, governantes mundo afora ficam no dilema: o que é sério? O que é “só” ameaça? Onde está o ponto de negociação? Não é um dilema tão crucial quanto o do presidente Mulino — serei ou não invadido? —, mas é grave.
Se Trump fizer tudo o que anunciou, haverá enorme tumulto na economia mundial, dada a esperada reação dos países punidos. Comércio global travado, em meio a uma guerra de tarifas e restrições de todas as partes, provocará inflação e baixo crescimento, se não recessão. Os mercados se prepararam para o pior. Se tarifas e protecionismo geram inflação nos Estados Unidos, isso significa que o Fed, o banco central, não poderá mais reduzir a taxa básica de juros. Juros altos nos Estados Unidos fortalecem o dólar e, pois, enfraquecem as demais moedas.
Mas, como as tarifas não saíram de imediato, o mercado aliviou. Moedas emergentes, inclusive o real, se fortaleceram. Para complicar, saiu outra ameaça. Trump disse que “exigirá” a queda dos juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, comentou:
— O presidente dos Estados Unidos não tem o poder legal de demitir o presidente do Fed.
Este é o ponto: como serão contidas as ameaças de Trump, dentro e fora dos Estados Unidos? Serão?
Á SOMBRA DE MCKINLEY, por Demétrio Magnoli, no jornal Folha de S. Paulo
A palavra China apareceu apenas duas vezes –e no contexto da promessa de retomada do Canal do Panamá. Rússia não apareceu, bem como Ucrânia. O discurso de posse de Trump, uma cisão radical com a política externa tradicional dos EUA, teve os traços característicos do isolacionismo. Exceto por McKinley, como Trump decidiu renomear, uma vez mais, o Monte Denali.
Denali, no Alasca, altitude de 6.190 metros, a mais alta montanha do mundo da base ao cume entre as que estão totalmente acima do nível do mar, foi rebatizado em homenagem a McKinley em 1896. O presidente William McKinley, um ardoroso defensor de tarifas comerciais, conduziu a Guerra Hispano-Americana (1898) na qual os EUA conquistaram as Filipinas, o Havaí, Guam e Porto Rico. A expansão imperial pelos dois oceanos, em linha com o pensamento geopolítico de Alfred Thayer Mahan, seria completada por Theodore Roosevelt com o Canal do Panamá.
Destino Manifesto. A expressão cunhada em meados do século 19 sintetizava a ideia de uma nação-ilha que, após a aquisição da Louisiana (1803), estendeu-se das colônias atlânticas originais até a costa do Pacífico. No ápice do imperialismo americano, Mahan e Roosevelt ampliaram o conceito para abranger os próprios oceanos e o istmo que os delimita. Ao exumá-lo, Trump investe na rima entre isolacionismo e imperialismo.
“Temos um oceano entre nós”, registrou Trump referindo-se à Europa –e à guerra imperial russa na Ucrânia. Não é novidade. A base da Doutrina Monroe (1823) era a separação geopolítica entre o Velho Mundo e o chamado Hemisfério Americano. Até a Segunda Guerra Mundial, com o breve intróito da Grande Guerra (1914-18), o isolacionismo deu o tom das relações dos EUA com a Europa. Foi nesse longo período que os EUA estabeleceram sua esfera de influência nas Américas e sua hegemonia nos dois grandes oceanos.
Retomar o Canal, anexar a Groenlândia, promover incursões militares contra os cartéis mexicanos. Mirando o passado, Trump aventa restaurar aquela “era de ouro”, enquanto descortina a glória futura: fincar a bandeira das estrelas em Marte. E o presente, isto é, a Pax Americana abalada pela ascensão da China e pela guerra no centro da Europa?
Os imigrantes indocumentados e seus filhos têm razões para sentir pavor. Há motivos nos temores do Panamá, do México, mesmo da Dinamarca, aliada na Otan. China e Rússia, não. Trump prometeu impor tarifas sobre os dois vizinhos no início de fevereiro, mas apenas disse que negociará com Xi Jinping –e reverteu temporariamente o banimento do TikTok. Quanto à guerra russa, ensaiou vagamente impor sanções econômicas contra um país já acossado por sanções de todos os tipos. O leão só ruge diante de gatinhos.
Xi Jinping e Vladimir Putin terão sorrido ao final do discurso de posse. Se Trump invoca o Destino Manifesto para veicular ameaças à integridade territorial de pequenos países aliados, como poderá contestar uma eventual conquista chinesa de Taiwan ou a imposição de um protetorado russo sobre a Ucrânia?
À sombra de McKinley, Trump escancarou seu desprezo à ordem internacional baseada em regras que foram erguidas no pós-guerra e consolidadas ao final da Guerra Fria. No lugar delas, rabiscou os contornos de um mundo fragmentado em esferas de influência das grandes potências. Isolacionismo e imperialismo não são conceitos mutuamente excludentes.
ABUSO DO SIGILO DE INFORMAÇÕES PÚBLICAS PRECISA ACABAR, editorial do jornal Folha de S. Paulo
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda propor neste ano modificações pontuais na Lei de Acesso à Informação, com foco sobretudo no trecho que permite a autoridades decretar sigilo de até cem anos para informações pessoais.
Trata-se de promessa de campanha. Em 2022, o petista criticou, com razão, o abuso desse mecanismo por parte da gestão Jair Bolsonaro (PL), que o utilizou de maneira a livrar de escrutínio diversos atos questionáveis ou suspeitos praticados pelo então presidente e por seus aliados.
Houve, de fato, retrocesso acintoso durante o governo anterior, quando o manto do segredo revestiu informações de evidente caráter público —como o processo disciplinar instaurado contra o general Eduardo Pazuello e a lista das vezes em que os filhos de Bolsonaro visitaram o Planalto.
Esses e outros casos envolvendo o círculo do agora ex-presidente configuraram clara distorção do dispositivo legal, cuja função é garantir proteção à intimidade, vida privada, honra e imagem dos cidadãos em geral. A prerrogativa, no entanto, não deveria beneficiar figuras públicas que têm contas a prestar à sociedade.
Lula, que empenhou sua palavra em acabar com essa deturpação, agiu da mesma forma que seu antecessor. Sob direção do petista, tornaram-se sigilosas, por exemplo, informações relativas à agenda da primeira-dama e à declaração de conflito de interesses do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Agora, na metade do mandato, o governo parece se mobilizar para bloquear a brecha pela qual passaram esses variados episódios de desfaçatez e desrespeito a princípios republicanos básicos.
A primeira iniciativa, de setembro de 2024, foi uma portaria normativa da Controladoria-Geral da União, segundo a qual o sigilo de uma informação permanecerá por até 15 anos, e não cem, sempre que for decretada uma restrição de acesso sem indicação expressa quanto ao prazo.
A novidade representa um avanço pequeno e, na prática, possibilita um retrocesso ao prever a reavaliação ad infinitum da restrição de acesso ao fim dos 15 anos —em outras palavras, um convite ao sigilo eterno.
A outra iniciativa é mais importante, por se tratar de projeto de lei. Segundo se noticia, pretende-se que, no caso dos cidadãos comuns, o sigilo para informações pessoais esteja limitado a cinco anos após a morte do indivíduo; no caso de agentes públicos, o acesso aos dados ocorreria com mais facilidade do que hoje.
O prazo, a bem da verdade, é o de menos; mais relevante é definir quais informações podem ser enquadradas como de caráter pessoal e quais devem ser tratadas como públicas, ainda que digam respeito a indivíduos sem cargo no aparato estatal —como a primeira-dama, por exemplo.
É necessário recuperar a ideia —perdida nos últimos anos— de que, na administração pública, a transparência deve ser a regra, e o segredo, a exceção.
Observação pertinente, extraída do SC em Pauta:
“Dos governadores catarinenses, sem sombra de dúvida, Jorginho Mello (PL) é o que mais tem dificuldade de se comunicar. Em um estado acostumado a ter, na maioria dos governos, não na totalidade, verdadeiros intelectuais, quando o governador se manifesta, a diferença se torna latente. O pior é que não tem ninguém com coragem suficiente para dizer isso a ele. Eu assisti a todas as entrevistas do governador para redes nacionais. É lamentável notar a falta de erudição da maior autoridade de Santa Catarina. Há dificuldade até mesmo para organizar uma ideia com início, meio e fim. E essa análise não é um menosprezo à figura de Jorginho Mello, que construiu uma carreira política vitoriosa. É apenas uma constatação de que o governador tem limitações que, a cada dia que passa, se tornam mais latentes. E elas não se limitam apenas à retórica”.
Jorginho emula como ninguém, o sevandija guru escolhido por ele. Congratulações aos eleitores catarinenses.
Jorginho Melo, Pl, só é governador porque Carlos Moisés da Silva, Republicanos, era um pombo sem asas e a estratégia de vencê-lo por todos os candidatos como Esperidião Amim Helou Filho, PP, e o próprio ex-Comandante Moises, é que o segundo turno tivesse o derrotado de sempre, e assim será por toda a sua vida, o PT com Décio Neri de Lima, mo querido de Lula. E Décio estava.
Jorginho é um político bem conhecido pela esperteza (e sorte), de atuação nos bastidores e da falta de lealdade, fatores que são bons para manejo quando se está no Legislativo. Toda a sua carreira, que é longa, depois de ser um gerente (inclusive em Gaspar) do falecido e falido BESC por ter sido usado indevidamente ao extremo pelos político foi como vereador, deputado estadual (onde chegou a ser presidente da Alesc e costuma encurralar de lá o govenador de plantão e não quer isso agora), deputado Federal e Senador.
Estas manhas funcionam bem no Lagislativo. Mas, no Executivo, sem experiência, e metido a mandão, ouvindo e dividindo in formalmente – um perigo – o governo com os filhos, Jorginho está perdido. Escrevi várias vezes: vai ser o pior governador de Santa Catarina que se teve na história do estado, superando inclusive o reabilitado, o auditor fiscal, o piauense Paulo Afonso Evangelista Vieira, filho de Doin Vieira.
Esta gente autosuficiente não percebeu que para ser estrela é preciso um staff de peso que brilhe ou queira brilhar pouco. Se não se cuidar, arrumar a casa e se aprumar logo, o “delegado-prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, terá o mesmo destino do padrinho fantasia Jorginho. Paulo, por exemplo, se comunica melhor, mas não tão bem quanto Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Sopuza Brick, PP, e que mesmo assim eles perderam a corrida para Paulo. O que esstava em jogo? A mudança. E Paulo resiste a promessa e o que o fez ganhar. Mais do que isso, vai abrindo caminho para governar sem ter todo o governo e decisões na sua mão. Não manda no partido. E o partido dele não lidera a coalizão de governo. Está mal. Muda, Gaspar!
Pelo menos, o “comunismo” foi expulso de Santa Catarina, né?
O povo merece se ferrar em dobro, por e com suas escolhas.
A realidade é que poderiam ter colocado o Fernandinho Beira Mar como candidato ao governo do Estado, pelo 22, que seria eleito.
Sobre as flores do cemitério. Segundo o vereador Thimoti no vídeo que ele postou no dia seguinte a vistoria da vigilância o problema não são as flores, pois não haviam flores lá. Acho que ele não leu a notícia né?! “Td foi devidamente limpo para eliminar os focos”.
Político não lê. Político, antes se estatela na incoerência.
AGORA, O ATAQUE À ALTA DA COMIDA, por Celso Ming, no jornal O Estado de S. Paulo
Na sua primeira reunião ministerial deste ano, o presidente Lula avisou que seu principal inimigo a derrotar, de modo a garantir algum sucesso nas eleições de 2026, é a inflação dos alimentos.
Esta não deixa de ser uma novidade, porque, até agora, o governo dizia que tratava de garantir o crescimento econômico e a criação de empregos. Viu que mais PIB e contratações não vêm ajudando na imagem. O aumento dos preços da comida pesa na popularidade do governo.
Em 2024, os preços dos alimentos subiram 7,69% (veja o gráfico). Entre os maiores impactos estão a alcatra, 21,1%; café, 39,6%; óleo de soja, 29,2%; e o leite longa vida, 18,8%. Ou seja, na percepção do consumidor, que não come PIB, como advertia a economista Maria da Conceição Tavares, a vida ficou muito mais difícil.
Por aí se vê que, por vias transversas, o governo Lula passa a admitir que a fonte de insatisfação do eleitor não está na má divulgação dos sucessos na administração econômica do governo; está na corrosão do salário pela inflação. Ou seja, não está em algum problema de comunicação; está na maneira como o governo vem lidando com o aumento do custo de vida.
Nesse ponto, o governo incorre no risco de outro erro de diagnóstico. O de achar que a inflação da comida se deveu apenas a eventos climáticos – chuvas demais e inundações no Sul ou seca em algumas regiões – que produziram escassez e carestia.
Tende a esquecer ou a não levar em conta dois outros fatores: o aumento artificial da demanda em consequência do forte despejo de dinheiro no mercado pela gastança do governo, não acompanhada pelo aumento da produção (hiato do produto); e a escalada do câmbio, ou a alta do dólar de 27,3% em 2024. Essa desvalorização do real tem a ver com o fator já apontado: o do aumento do rombo fiscal que, por sua vez, derrubou a confiança na política econômica e empurrou o mercado à compra de moeda estrangeira.
Se o presidente Lula tivesse chegado às verdadeiras causas da alta dos alimentos, teria feito mais para reequilibrar as contas públicas, conter a dívida e recuperar a confiança do brasileiro na administração da economia.
Ao contrário, o presidente Lula vem corroendo o prestígio do ministro Fernando Haddad, quando não aceita suas ponderações em direção à responsabilidade fiscal e o culpa por trapalhadas na condução da economia, como ficou demonstrado no último episódio das notícias fake sobre a taxação do Pix.
De nada adiantará o combate à inflação na base do gogó e das novas técnicas a serem usadas pelo novo secretário das Comunicações, o marqueteiro Sidônio Palmeira, se o governo não enfrentar sua causa mais profunda: o rombo fiscal.
Quem debochou dos brasileiros, foi a caríssima, lenta epoço de insegurança Justiça Brasileira
CABRAL DEBOCHA DO BRASIL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
É difícil imaginar cena mais emblemática de deboche ao que ainda resta de decência neste país do que o vídeo do notório Sérgio Cabral Filho, publicado por ele há poucos dias, relaxando à beira de uma piscina enquanto dá dicas de filmes para seus milhares de seguidores nas redes sociais. Depois de gabaritar a seção do Código Penal que trata dos crimes contra a administração pública, o que lhe impôs condenações a mais de 400 anos de cadeia, Cabral parece empenhado em fazer de sua condição de criminoso uma caricatura cínica do político “injustiçado” pela Operação Lava Jato.
Solto em dezembro de 2022 por ordem do Supremo Tribunal Federal e liberado de cumprir prisão domiciliar desde fevereiro de 2023 pelo Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, o ex-governador do Rio “viciado em dinheiro”, como ele mesmo admitiu à Justiça, resolveu fazer um rebranding, ou um “reposicionamento de marca”, no jargão do marketing. Captando o espírito destes tempos estranhos, nos quais a delinquência pode ser um ativo na era da chamada “economia da atenção”, Cabral tem se firmado como influencer nas redes sociais, onde, além das dicas culturais, tece comentários políticos e oferece opções de turismo no Rio à sua audiência. Nesse mundo reverso, no qual a imoralidade parece ser a nova moral, Cabral tem feito sucesso.
Enquanto aguarda o julgamento de recursos nos mais de 20 processos em que foi condenado por organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre outros crimes, Cabral se diverte nas redes – e na vida real – como um bonachão, um bon vivant com leveza de alma inversamente proporcional à pesadíssima carga penal que carrega nas costas.
Aqui não se trata, é óbvio, de ignorar o direito de qualquer apenado de recorrer de condenações por meio dos instrumentos que as leis e a Constituição lhe dão. Mas, no caso de Cabral, o figurino do “injustiçado”, haja vista sua confissão e a devolução de milhões de reais recebidos como propina, é puro escárnio, pois totalmente desprovido de base factual, que dirá de traço de arrependimento genuíno ou de reparo à população prejudicada pelos crimes que este senhor cometeu.
Essa atitude não desvela só a soberba que, a bem da verdade, sempre notabilizou o ex-governador fluminense. Ela ilumina a forma como políticos e empresários graúdos apanhados em malfeitos podem explorar brechas legais, apelos midiáticos e, não menos importante, certa complacência dos tribunais para reescrever suas biografias, não raro retorcendo os fatos que lhes são inconvenientes. Aquele homem que, autorizado pela Justiça, desfruta do dolce far niente em uma piscina emoldurada pelo Pão de Açúcar é o mesmo que quase levou o Rio à falência e, certamente, levou à decadência moral, política e institucional da qual o Estado, até hoje, peleja para se reerguer.
O País, não de agora, passa por um momento em que a credibilidade das instituições tem sido colocada à prova. Portanto, permitir que criminosos como Sérgio Cabral Filho continuem a debochar do Brasil honesto é um duro golpe nos esforços para restaurar a confiança dos cidadãos na política e no sistema de Justiça, sem a qual a democracia fica vulnerável