Da esquerda para a direita: Rodrigo, Zuchi e Kleber
Recebo ligações de supostos, ou se identificando como cabos eleitorais e de outros cantões, repito, cantões catarinenses. Não conheço essas pessoas, e até, as vezes, os cantões. Conversa vai, conversa vem, indagam-me sobre a real condição de viabilidade eleitoral dos já lançados na praça daqui como pré-candidatos a deputado estadual, com suposta base eleitoral em Gaspar.
Não sou consultor eleitoral. Então apenas indico links dos meus comentários aqui no blog.
Aí descubro que aqui eu não tenho leitores e leitoras, segundo os políticos daqui, mas, pelo jeito, eles estão fora de Gaspar. E atentos eles me dizem: “já li e o que li; e o que eu li me deixou preocupado”, em linha geral, eles argumentam querendo esticar o papo e descobrir o que supostamente eu teria omitido nos artigos.
Descubro por essas consultas, como se está articulando, onde e quando se está pisando, e como se está negociando foram daqui os políticos gasparenses. É como eles se juntam e se desunem. Interessante!
Hoje, não vou me alongar neste assunto, até porque entendo que há duas pré-candidaturas postas. Eu não tenho cartas na manga. Tudo o que penso e sei, estão nos artigos e especialmente em PORQUÊ OS PROBLEMAS ÓBVIOS DA CIDADE NÃO SE RESOLVERÃO? PARA NÃO DESATAR NÓS ÀS ELEIÇÕES DESTE ANO, publicado na terça-feira passada.
Ali escrevi que dos prováveis 50 mil eleitores – eram 47.438 na eleição do ano passado – eles serão divididos em cinco partes iguais.
Duas partes vão para a abstenção, nulos e brancos; uma parte em torno de dez mil votos para cada um dos dois candidatos que já se declararam – Kleber Edson Wan Dall, MDB e Pedro Celso Zuchi, PT – e a quinta parte, irá para os candidatos de fora, muito especialmente os de Blumenau e região.
E por que retomo este fio da meada?
Porque por aqui, estão insistindo de que haverá um terceiro candidato, o engenheiro e professor universitário Rodrigo Boeing Althoff, PL, ex-candidato derrotado a prefeito.
Se esta candidatura vingar, naturalmente, a minha conta acima terá que ser modificada, e lamento informar que será um suicídio para todos. E o mais prejudicado, naturalmente, será Kleber Edson Wan Dall, MDB.
É Kleber que está com a máquina na mão, mas ao mesmo tempo com o desgastes superlativos, aliado ao fato de ser apenas um representante de uma missão religiosa e não da cidade ou da região. Resumindo, Kleber é o que está para ser reprovado.
Dizem que eu estaria omitindo esta possibilidade de um terceiro candidato. Então vamos lá.
Porquê Rodrigo não é, a princípio, candidato?
Simples, porque não se articulou. Ele está em casa esperando que os sem alternativas, deixados na rua da amargura – e há muitos, reconheça-se -, incense-o como se fosse a divindade Shiva, do induísmo, ou equivalente ao Espírito Santo para a maior parte dos cristãos. Está cuidando dos seus negócios, do seu trabalho no IFSC onde é concursado, dos seus estudos e leituras.
A política, a campanha eleitoral, definitivamente, é algo que não está nas suas primeiras prioridades, mesmo com o extraordinário capital eleitoral que ganhou nas urnas no ano passado sob todas as circunstâncias adversas. Rodrigo tem dificuldades de escolher lados e arriscar. Não joga, mas também não ganha. Descapitalizou-se. E por quê?
Porque se continuar no PL não vai enfrentar Ivan Naatz que já repartiu currais e tarefas. E ontem Rodrigo não foi no encontro do PL de Gaspar organizado em Blumenau na divisa com Gaspar. Simbólico.
Porque corre um sério risco de levar uma sova histórica exatamente por seu comportamento de neutralidade diante dos graves problemas da cidade. Eles, aliás, foram temas da sua campanha e desde então resolveu não enfrentá-los como presidente do PL, e no PL tendo um vereador, o representante se declarou, mesmo fortemente cobrado por seus eleitores e eleitoras, não ser de situação, nem de oposição, muito pelo contrário.
Porque Rodrigo é um político de composição e não de enfrentamento. E o seu silêncio depois da derrota e que teve sabor de vitória, diz muito de tudo isso. Infelizmente, é hora de enfrentamento.
Rodrigo não vai enfrentar nem Kleber, muito menos Pedro Celso Zuchi. É só olhar o passado e o presente dele. É só olhar os interesses que estão em disputa. É só olhar onde estão seus pés: em várias canoas neste rio chamado eleições.
Rodrigo, provavelmente, por tudo que sinalizou até aqui, vai olhar a maré e esperar uma nova onda de oportunismo em 2024, se até lá houver clima para tal janela. Sem imprensa que lhe dê espaços, até nas suas redes sociais, ele em viu a banda passar em Gaspar neste primeiro ano de mandato de Kleber e não parou o faroleiro que cantava vantagens, como diz a letra de Chico Buarque.
Por esta e outras, que os que são cabos eleitorais de fora estão desconfiados que daqui, seja quem for, poderá estar um candidato pangaré, com muito marketing na bolsa de apostas, mas só na bolsa de apostas e nas conversas lá longe onde não pode ser comprovar a realidade daqui.
E de verdade? Duas observações. A primeira que um terceiro candidato só se for mulher, por cota e real oportunidade.
A segunda e definitiva é: jogo para valer da corrida eleitoral só se terá um horizonte de definição no dia primeiro de abril quando fecham as filiações e trocas de partidos; no cinco de abril a formação das coligações; e no dia 15 de agosto, quando todos, depois de bravatearem, negociarem e comporem nos bastidores, estarão inscritos oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral como candidatos para valer.
Até lá, só jogo, como o de me ludibriar e tentar me usar como experimento, escada e facilitação de negócios e interesses dos políticos ou de grupos políticos. Estou velho e calejado. Não dependo dessa gente. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
No ano passado a Câmara de Gaspar pagou R$94.830,50 em diárias. Um crescimento substancial. E isso vem se repetindo ano após ano. É a tal profissionalização da política. É Brasília e Florianópolis fazendo escola.
O campeão de diárias, mais uma vez, foi Ciro André Quintino, MDB, com R$12.485,00, ou seja mais de 13% de todas as diárias entre vereadores e funcionários da Câmara, onde o campeão é o motorista dela.
Ciro fica extremamente raivoso contra o blog quando se publica esses números superlativos, mas ao mesmo tempo, não faz nada para diminui-los Só não quer que se divulgue, ue se comente. Perguntar não ofende? Alguma coisa errada?
Ciro insiste na ladainha de que está trazendo verbas para Gaspar nos contatos que faz em Florianópolis, para onde vai quase todas as semanas, com o deputado e que por aqui Ciro é seu cabo eleitoral.
Ou seja, se o deputado quer votos dos gasparenses e ele têm verbas do governo de Carlos Moisés da Silva, sem partido, para distribuir entre os municípios, qual é mesmo a dificuldade de repassá-los a Gaspar em troca de votos sem que se precise ir ao gabinete do deputado quase todas as semanas? Para que serve o Smartphone e as vídeos conferências?
E sobre a ida a Brasília dessa gente é outra roubada que querem esconder da cidade, dos cidadãos e cidadãs.
Seus deputados federais e senadores moram em Santa Catarina, possuem escritórios políticos em Santa Catarina, e quando os vereadores vão a Capital Federal, estão fazendo o que não quiseram fazer em Santa Catarina: exigir que esses políticos conheçam Gaspar e os prestigiem naquilo que é mais sensível, os eleitores e eleitoras.
Isso quando os vereadores daqui não passam pelo vexame de serem atendidos pelo chefe de gabinete do deputado, ou senador, mesmo sendo esses vereadores, cabos eleitorais declarados dos deputados ou senadores que visitam. E ainda por cima, os vereadores, num descuido de imagem, assinam esse mico nas sua redes sociais. Meu Deus!
Pelo menos, depois de pegos com as calças curtas, em passeios privados por Brasília e Florianópolis, deixaram de postar esses momentos de lazer. Ou seja, sabem onde o calo aperta. E mesmo assim, condenaram as observações públicas de seus eleitores e eleitoras sobre este comportamento. Hum!
E quem foi a vice campeã no consumo de diárias na Câmara de Gaspar? A novata no mandato – não na idade – e ex-secretária da Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, a que botou o Ideb para baixo, com R$8.975,00. E o exagerado sou eu? Ai, ai, ai.
Depois dela, na lista aparecem o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP com R$7.660,00; e aí, surpreendendo mais uma vez, pela ordem decrescente, vem os novatos Alexandro Burnier, PL, com R$7.525,00; Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP, com R$5.300,00 e José Carlos de Carvalho Júnior, MDB, com R$4.840,00. Ou seja, aprenderam bem rápido.
Na outra ponta, dos que menos recorreram as diárias e nem por isso deixaram de trazer recursos para Gaspar e o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, os vereadores Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que não gastou nada, e Giovani Borges, PSD, que tomou R$945,00 o ano passado inteiro em diárias.
Eu tentei não escrever, mas não deu para esquecer a caótica situação da Saúde Pública de Gaspar, agravada, logicamente pelo repique da Covid e o surto de gripe. Ontem, a melhor manchete foi do Cruzeiro do Vale: “recorde negativo, mais de mil pessoas em isolamento com coranavirus”. E sou eu quem exagero? Por que tentam esconder realidades em Gaspar?
Onde esse recorde negativo foi dar? Ele ajudou a congestionar aquilo que já estava atrapalhado: o Pronto Socorro do Hospital de Gaspar que se tornou uma grande UPA – Unidade de Pronto Atendimento -, isso, porque o prefeito Kleber não quis fazer um em seus cinco anos de mandato; foi também atrapalhar o já complicado atendimento dos postinhos, no Centro de Idoso, na Arena Multiuso.
E perto do meio-dia, a prefeitura pressentindo que a coisa iria pegar de novo e se tornava um movimento sem freio das redes sociais, resolveu ela própria admitir que estava difícil. E publicou:
“o Centro de Triagem de Gaspar está com sobrecarga de demanda. Já foram distribuídas mais de 550 senhas para atendimento. Por conta disso, os portões foram fechados às 11h30 para novas entradas. As pessoas que já estão no local serão atendidas com um tempo de espera de aproximadamente 5 a 6 horas”.
Antes, o vereador Alexsandro Burnier, PL, o que não é de situação, nem oposição, pelo contrário, cobrado pelos seus eleitores e eleitoras nas redes sociais, já tinha ido à rede dele, para dizer que trouxe R$200 mil no ano passado ao Hospital e não sabe, onde esse dinheiro foi aplicado. Reclamou da transparência. E depois sou eu que exagero?
E o dia mostrou fértil. A própria equipe de Saúde, que reclama estar sobrecarregada, que culpa a população por entupir o PS do Hospital e os postinhos, incluindo o do Centro, não segue o protocolo mínimo para impedir a proliferação do vírus, como o de simplesmente usar a máscara no ambiente público.
É repetido. E com a mesma pessoa. E pior é a cara de pau do vereador Giovano Borges, PSD, entrar na onda contra a maré e as evidências, defender o indefensável nas redes sociais. Num local, onde os de fora já tiveram vantagens sobre os gasparenses, tudo é possível. Ali, a ficha da atendida que não tinha residência em Gaspar, afirmou-se falsamente de que ela morava no posto. Inacreditável.
Como é que a Saúde Pública de Gaspar pode ser crível perante a população se não consegue mostrar liderança, planejamento, organização e principalmente exemplos mínimos? E cobrada, os políticos se unem para defender o que não pode ser defendido? Acorda, Gaspar!