Um retrato cotidiano da ligação Gaspar a Brusque: pista simples, difícil e cara de ser conservada, congestionada, perigosa, mas interesses particulares de poucos empresários e políticos de Gaspar animam quem não precisa dela diariamente como via de acesso, a continuar pior do que já está hoje e se lançam contra a duplicação dela que o governo do estado quer fazer sem o dinheiro de Gaspar e Brusque.
Qual a função de um deputado estadual? Em tese, além das suas convicções ideológicas, partidárias e os interesses regionais de onde é originário, é o de legislar – com o seu voto vencedor ou vencido – de acordo com os interesses da população que representa, bem como o fiscalizar o trabalho do governador.
Agora, ele tem mais uma função: o de trazer verbas que são do governador e apelidadas de emendas parlamentares. São em torno de R$17 milhões por ano e por aí pode-se se ver como as migalhas, cerca de R$2,2 milhões se tornam propaganda da excepcionalidade por aqui no discursos de alguns cabos eleitorais desses deputados.
Retomando.
Em Gaspar, um que está temporariamente como deputado e em campanha para ficar definitivamente por lá a partir do ano que vem, Pedro Celso Zuchi, PT, para aparecer nos poucos dias que terá esta função, inventou – e nenhuma das provas que os registros históricos se apresente a ele ou aos seus luas-pretas, servem -, e se intitula como o único, até agora, deputado da gema de Gaspar.
Aliás, da gema por aqui, se é de verdade quando se é um quebra-tigela. E eu nunca serei um deles, por exemplo.
Já o outro, o atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, lançado pelos riquinhos em convescote numa obra que recém “inaugurou”, mas nem bem seis meses depois já cheia de dúvidas e problemas – o trecho dois do Anel de Contorno -, não tendo votos suficientes por aqui, atrasado na corrida, depois que viu as pesquisas, estabeleceu-se numa campanha de vereador para ser reconhecido ao menos na sua própria cidade -, recebeu a notícia de que será oficial e preferencialmente um dos candidatos da igreja: a Assembleia de Deus.
Resumo da notícia: se eleito terá o Palácio Barriga-Verde para defender os interesses da Igreja do deputado, e não exatamente os de Gaspar, dos gasparenses e do Vale do Itajaí onde está Gaspar.
Noves fora: Gaspar está órfã de novo.
QUEM FEZ MAIS, NEM ERA DAQUI
Não é a toa, que o ex-líder estudantil em Florianópolis, filho de agricultores em Nova Veneza, no sul do Estado, vencedor na vida dura de descendentes de italianos, o ex-executivo de finanças da antiga Ceval Agroindustrial, em Gaspar, onde ajudou a transforma-la na principal da América do Sul antes de ser vendida para a multinacional holandesa Bunge, ex-presidente da Acig, em Gaspar e ex-presidente da então influente Facisc, em Florianópolis, Francisco Mastella, PDC, gasparense honorário, com título de eleitor em Gaspar, tornou-se o mais votado aqui e no estado na eleição dele em meados da década de 1980
E tanto tempo depois, continua sendo o deputado mais atuante que Gaspar já teve. E seu exemplo pouco serve para os políticos de hoje que estão discutindo se ovo tem pelo e não a serventia do ovo. Impressionante como essa gente devia a atenção do eleitor para não questionarem o essencial para a comunidade. Brigam para ver quem cospe mais longe.
Mastella era empático, negociador, carismático. Ele próprio era um abridor de portas não só em Santa Catarina, mas em outros também, além de Brasília. Tinha luz, ideias, iniciativas e assessoramento técnico invejável quando esteve na Alesc. Olhava Santa Catarina e inseria Gaspar nela.
Na contramão, para aparecer e apagar a história como é comum ao PT e aos do PT que governaram Gaspar por três mandatos, inventa-se do nada, uma mentira – onde não está incluído Mastella, diga-se desde logo -, conta-se ela repetida e continuadamente. Pior é saber que tem gente que se presta a este serviço, mesmo sendo jovem, “a esperança”, ou o “futuro do partido” que sabe ser tudo mentira, mas ajuda-a a torná-la numa suposta verdade.
Pegou mal tudo isso. Muito mal.
Exceptuando Mastella nesta história de doido do PT e que nada tem a ver com ela pois a tramam do PT é contra gente como Zimmermann e Beduschi e retirá-los da história política de Gaspar e do orgulho dos gasparenses, Zuchi não é nem o primeiro deputado nascido em Gaspar, muito menos o primeiro suplente de deputado empossado temporariamente nascido em Gaspar. Incrível!
Ou seja, Zuchi o que se diz gasparense da gema, briga com os próprios gasparenses, a história e desrespeita a memória dos que nasceram aqui. É i-na-cre-di-tá-vel!
Assunto encerrado. Zuchi e seus luas pretas são mentirosos. Simples assim. Perderam mais uma vez, a chance de respeitar a história de Gaspar.
Para quem quis trocar o nome do Belchior – o verdadeiro berço de Gaspar via os imigrantes e migrantes que criaram a Freguesia de São Pedro e que se tornou o padroeiro da cidade – tudo é possível nessa gente. Zuchi por pouco não apagou Belchior e o trocou por Tarcísio Deschamps, PSD, ex-prefeito, do que era Arena e hoje PP, no canetaço, sem a consulta popular. Depois da revolta do povo de lá, teve que voltar atrás. Ou vocês também já esqueceram dessa história do primeiro trimestre de 2016 e que este espaço liderou?
Ou seja, esta aberração contra a memória política ou contra a história da nossa cidade é algo recorrente na vida de criar impasses do PT de Gaspar.
NA CONFUSÃO, ZUCHI É A FAVOR DO ATRASO
Além de mentirosos a analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, defendem o atraso naquilo que lhes convém e pasmem, para proteger os seus assuntos particulares – e até familiares – em detrimento do coletivo. São contra um futuro melhor para todos que alegam como o pano de fundo de tudo que fazem.
Zuchi como na passagem bíblica sobre ressureição de Cristo, saiu do túmulo onde estava para dizer que os gasparenses e brusquenses devem continuar sofrendo, morrendo e se maldizendo na picada ultrapassada que liga as duas cidades, a rodovia Ivo Silveira.
“Um recapeamento já está de bom tamanho”, se conformam naquilo que verdadeiramente escondem dos eleitores, moradores e passantes
Sonha Zuchi, ser esta perigosa e congestionada rodovia, algo como aquilo que é Ilhota no Centro – uma rua de comércio popular – e que originalmente nem deveria passar por ali. Está ali por causa dos políticos da época que temiam que a cidade desaparecesse como centro urbano onde está.
É até aceitável, que Zuchi coloque dificuldades para supostamente pedir facilidades à comunidade numa obra R$400 milhões que o governador Carlos Moisés da Silva, sem partido. É do jogo jogado.
Mas, impor que não só Gaspar e Brusque parem no tempo, bem como o desenvolvimento de uma região rica e diversificada, potencialmente cheia de oportunidades que se estrangule na mobilidade, competição e diminuição de custos, e que quer se ligar com as demais e principalmente com a BR 470 duplicada, aí já é machucar demais.
Isto sem falar que a duplicação da Gaspar a Brusque, diretamente, vai ajudar a valorizar os que implantaram empreendimentos imobiliários – industriais, comerciais e residenciais – bem estruturados na região Sul da cidade – Santa Terezinha e Bom Jesus – região aliás, de origem de Zuchi.
Sem mobilidade, não haverá valorização daquilo que se vende como oportunidade, facilidade, conforto e futuro. Simples assim!
Entretanto, Zuchi é despudoradamente contra à duplicação da Gaspar a Brusque.
UM DEPUTADO REITERADAMENTE MÍOPE E VINGATIVO
O que Zuchi não esclarece ao distinto público e da mídia, e que lhe dá trela por questões ideológicas ou de relacionamento passado nas redações, é para algo que beira o cinismo: Zuchi é ele próprio um lindeiro e morador da beira da rodovia, que parentes dele possuem residências e negócios no bairro Bateias e ela se tornando uma via moderna, para essa gente, torna-se algo incômodo ao sossego que querem, mas que já não o tem e nunca mais vão ter, ainda mais se ela não for duplicada para dar fluidez e segurança.
No mínimo, Zuchi deveria se dar por impedido nesta discussão. Nem isto foi capaz.
Mesmo vendo, minuciosamente, o projeto e tendo oportunidade pessoal de interferir com sólidos argumentos técnicos no debate, pois representava na ocasião – segundo o papelinho que conseguiu – o presidente da Alesc, Moacir Sopelza, MDB, na exposição do secretário de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Augusto Vieira, na semana passada na ACIG, Zuchi concluiu que o “seu povo será prejudicado”.
Resta explicar que “povo” é este.
Mais do que isso. O deputado gasparense da gema corre o sério risco de ficar isolado juntamente com Kleber neste assunto. O prefeito de Brusque, Ari Vequi, MDB, e que defende a duplicação, por exemplo, na mesma reunião, disse que prefere tudo como está do que uma simples recapeada para enganar e perpetuar os prejuízos de muitos e os privilégios de poucos.
O que Zuchi e Kleber querem, na verdade, é preservar o estacionamento e facilitar as manobras de veículos de clientes e fornecedores para meia dúzia de comerciantes, seus apoiadores ou familiares. Eles usam a faixa de domínio da rodovia para isso, ao invés de terem investido em algo próprio como parte dos seus negócios.
Não é verdade de que os moradores e comerciantes terão pouco retornos entre uma faixa e outra. Nos nove quilômetros da duplicação do lado gasparense, por exemplo, há cinco viadutos para retornos, o primeiro deles, no acesso a entrada do Fazzenda Parque Hotel, além disso, haverá uma rotatória que é no entroncamento com a Rua São Bento, onde termina a jurisdição do Deinfra e começa a via municipalizada, Avenida Frei Godofredo.
O PASSADO DE ZUCHI É REVELADOR NESTE ASSUNTO
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema é aquele que quando prefeito, mesmo com laudo da sua própria Defesa Civil, não quis interditar parcialmente a única ponte que ligava Gaspar a BR 470, a velha Hercílio Deecke.
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema é aquele que quando prefeito não a quis consertar a Ponte Hercílio Deecke para salvar os gasparenses de um anunciado desastre e dito por seus próprios técnicos.
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema é aquele que quando prefeito diante da ação firme do Ministério Público da Comarca, compelido a interditar ou reformar a ponte Hercílio Deecke pela decisão judicial de Ana Paula Amaro da Silveira – confirmada em outras instâncias -, por esta e outras, perseguiu-a sem dó e piedade, batalha que perdeu nos tribunais.
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema é aquele que quando as obras de recuperação da ponte Hercílio Deecke se deram a seu contragosto, elas se prolongaram em sacrifícios sem fim contra a população. Ou os gasparenses já se esqueceram disso?
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema é aquele que está pedindo na tribuna da Alesc ao governo do estado, a ligação de Blumenau a Gabiruba, a qual o povo de Gabiruba não a quer.
Aliás ela nada favorece Gaspar. E pelos mesmos motivos que Zuchi não quer a duplicação da Gaspar a Brusque, os guabirubenses não querem esta ligação para servirem de escape dos blumenauenses na rota para Brusque. Ou seja, para os de lá, Zuchi quer o futuro; para os daqui, o atraso.
Na duplicação da rodovia Ivo Silveira entre Gaspar a Brusque nada será desapropriado, a não ser se houver algum caso bem pontual de mudança no projeto. J
Já na ligação Blumenau a Gabiruba, via Garuba e parte do Gaspar Alto como quer o deputado gasparense da gema, é preciso desapropriações, haverá problemas de licenciamento ambiental, além de se superar várias imposições caras contra os naturais acidentes do terreno com muitos aclives, declives e exigências de curvas acentuadas.
Encerrando.
O Zuchi que se ressuscitou como deputado gasparense da gema, ressuscitou o atraso que está impregnado também no prefeito Kleber neste assunto. Incrível como nisto, ambos se tornaram gêmeos siameses. Os dois mostram que padecem do mesmo mal: falta de visão e comprometimento estadual, regional e até mesmo municipal.
Por conta de seis empresários apoiadores que não querem a duplicação da Gaspar a Brusque como ela está projetada, Zuchi e Kleber viraram um só, contra o futuro de Gaspar. E não tem vergonha disso, tanto que estão pedindo votos para milhares que tudo continue atrasado por aqui e a favor de seis.
E qual será o resultado disso tudo?
Os dois perdem, alimentam a terceira candidatura e se ela não vier, ampliam o leque de votos para os paraquedistas que não estão nem aí para estas brigas sem nexos pelo atraso de Gaspar, como a não duplicação da rodovia entre Gaspar e Brusque. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O vereador Alesxandro Burnier, PL, aquele que não é de oposição e nem de situação, disse na última sessão da Câmara que não vai votar em Kleber Edson Wan Dall, MDB, para deputado estadual.
E foi logo explicando o porquê disso. E esse porquê é o nó recorrente na questão política de Gaspar: é um terreno para candidatos paraquedistas de todos os tipos, modelos e tamanho que o nosso Morro do Parapente jamais viu.
“Eu não voto nele, porque o próprio Kleber me disse que ele precisa prestigiar os dois outros vereadores do bairro [o Bela Vista]. Então não posso ajudá-lo. E vou prestigiar quem ajudou [deputado] Gaspar”.
Vamos por parte, como diria Jack, o Estripador.
Os dois vereadores a que se referiu Alexsandro são Giovano Borges, PSD, que virou líder do governo na Câmara, e Cleverson Ferreira dos Santos, PP, que ser vereador para ele é algo circunstancial: ele é representante da igreja Assembleia de Deus no ambiente político de Gaspar. E está obrigado ao Amém.
E do que Alexsandro está falando? De duas coisas: a cobrança que lhe fazem para escolher um candidato gasparense, e neste caso Kleber e das verbas, por emendas parlamentares, que ele arrumou para o governo de Kleber.
A primeira foi para ajudar na praça do seu bairro o Bela Vista. Na foto, promoção e propaganda política bem arquitetada, Kleber só colocou Giovano e Cleverson. Outras emendas, Alexsandro viu sair do seu bairro ou ser questionado por vereador do bairro. O novato foi engolido pela esperteza dos mais velhos.
Chegou a hora de dar o troco. Kleber quer os votos. Não os terá. “Estou esperando para ser atendido por meses nos meus pedidos. A ordem é não me atender”, sublinha Alexsandro na sua explicação da razão pela qual não apoiará Kleber.
E aproveitando o gancho aberto por Alexandro – o que não é de oposição, nem de situação, mas de composição, o próprio vereador Amauri Bornhausen, PDT, em tese da Bancada do Amém a que incondicionalmente apoia o governo, inclusive nos seus erros, retruca: “se você é esquecido por Kleber, imagina eu”, sobre os atos de vingança.
Por outro lado, o que Alexsandro não esclarece é que ele é cabo eleitoral de Ivan Naatz, PL, de Blumenau. E se seu partido por aqui tiver candidato – como ameaça -, ele também não vai votar do candidato gasparense. Ao menos hoje. É de se conferir quando tudo isso virar realidade.
Este assunto ainda vai render. Em tom de deboche, por exemplo, o experimentado e o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, congratulou-se com o seu sucessor na liderança do governo, Giovano Borges, PSD, numa sinalização da composição ao novo governo a partir de abril. Só elogios. E recíprocos.
Dois fatos estão implícitos. Melato também não vai votar em Kleber, mas em José Amilton Schaeffer, PP, do sul, do estado, de quem é cabo eleitoral. Então não poderia ser líder de Kleber. E o sucessor de Kleber é Marcelo de Souza Brick, PSD, nada mais justo do que esta espinhosa tarefa ficasse com Giovano.
Inchando. A Câmara de Gaspar abriu 15 vagas de estagiários para ajudar nos trabalhos de suas excelências por quatro horas de segunda a sexta-feira. Precisam ser da área de Direito, Administração e Comunicação social. Vai falta lugar para essa gente.
Quatro funcionários da Câmara de Gaspar já pediram e conseguiram, a metade da gratificação anual. É lei. Lei que eles próprios criaram para eles mesmos. Mas, é lei. Entretanto, quem na iniciativa privada, a que sustenta os políticos com seus pesados impostos, no primeiro mês do ano, consegue a metade de uma gratificação anual?
A Câmara de Gaspar fica parada quase 60 dias por ano. Os vereadores sempre rebatem isso quando alguém informa isso aos distintos eleitores e eleitoras. Mas, sessões ordinárias deliberativas, a razão de um Legislativo existir, não há; é o chamado recesso. Então nada é decidido. É férias.
Os funcionários dela e dos vereadores, na maioria dos casos, pedem férias, exatamente quando ela está funcionando. É só ver os atos da mesa.
Eles trabalham, e duro pelo que se parece, só no recesso. Ah, mas é questão do direito trabalhista. Não é mesmo. É do planejamento, da racionalidade. Na iniciativa privada, para descasar esta incoerência, é possível se programar e antecipar as férias. Já no ambiente público…. Meu Deus! De nós, só os impostos e votos.
E não adianta dizer que vereador não tem culpa nisso. Acorda, Gaspar!