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FALTA DE LIDERANÇA, CONHECIMENTO OU EQUIPE TÉCNICA? A PREFEITURA DE GASPAR ENTULHADA DE COMISSIONADOS PARA ATENDER INTERESSES POLÍTICOS ERRA NAQUILO QUE É BÁSICO

A notícia passou quase despercebida. É que enquanto o problema se configurava e se agravava, os gestores públicos e agentes políticos estavam envolvidos na cata a votos para os múltiplos candidatos a deputados estaduais e federais que aportaram por aqui nos seus paraquedas. Virou escândalo. Mas, na imprensa daqui, com raras exceções, o fato e a notícia passaram, mais uma vez, incólumes. Descuido ou hábito para não incomodar os poderosos no poder de plantão que os alimenta com migalhas das verbas públicas?

Sem saída, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, cortou na raiz. Mandou cancelar o edital do concurso simplificado 10/2022 para a contratação de engenheiro civil, e que passou pelo crivo do irmão de templo, Jorge Luiz Prucino Pereira, titular da poderosa secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa. Ele também presidente do quase finado PSDB de Gaspar. 

E qual a razão da controvérsia e desgastes? Primeiro já há um concurso feito pela prefeitura de Gaspar no dia 12 de junho deste ano (edital 01/2022) “para provimento de cargos e garantia da reserva técnica, ou seja, o tal cadastro de reserva”. Então o que a prefeitura precisa, está lá na reserva – que vale por dois anos e além disso pode ser prorrogada. Não há necessidade nenhuma de concurso naquilo que tem uma fila para ser chamado. Segundo que o que a prefeitura quer pagar ao engenheiro que passaria no “novo” concurso é de R$6.138,30 por 30 horas semanais, for chamado e contratado, conforme o edital. Isto é menos do que o piso da categoria que para as mesmas 30 horas semanais e que é de R$7.272,00.

A barbeiragem só chegou a público, depois da prefeitura não só errar, mas como insistir nele. E aí, o CREA, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, entrou na parada. E liminarmente na Justiça Federal ganhou a causa para a aplicação do piso mínimo da categoria que os burocratas da prefeitura, bem como dos que ela contratou para fazer o edital sonegaram. 

Como estava tudo viciado, Kleber resolveu vetar tudo. Afinal, já há concurso com cadastro de reserva homologado, em vigor, e é dele que a prefeitura de Gaspar terá que chamar os classificados para as suas necessidades e não criar um concurso paralelo. Impressionante. Ah, mas a tabela de cargos e salários da prefeitura não permite pagar o piso da categoria. Então fica sem engenheiro. Ou então se adapta à realidade da legislação e do mercado.

Ora, quando foi para fazer politicagem, e na semana passada, quando este assunto fervilhava nos corredores da prefeitura, a mesma turma que foi ao enfrentamento, fez um Projeto de Lei, e na velocidade de um trem bala, aumentou os vencimentos de diretores, coordenadores de educação e outros, com discursos políticos e até pressão de alguns sobre os vereadores que queriam apenas saber um pouco mais dos detalhes destes “reajustes”.

Foi uma liberalidade do governo de Kleber e Marcelo para se sair bem com uma categoria. E não estou discutindo se foi justa ou não. O que não se entende, é como o mesmo governo não consegue enxergar que precisa se adaptar à remuneração de uma categoria que ele quer contratar e que está explicitada na lei.

Retomo para encerrar. Agora, quem se inscreveu e pagou por isso, terá devolvido o que pagou. Quanto as perspectivas do que queria o emprego via o novo concurso, aí é outro problema a ser resolvido se ele for parar na Justiça.

O que tudo isto demostra mais uma vez? 

A fragilidade da gestão, como gestão de coisas banais, de Kleber e Marcelo de Souza Brick, Patriota. Imagina-se as cruciais. O desastre é latente. 

Escolhas políticas para tocar o governo e muita marquetagem nas redes sociais para esconder é uma fórmula clara, demonstrada repetitivamente até aqui, de incapacidade para produzir resultados para a sociedade e diminuir à exposição a erros dos próprios políticos envolvidos nessas cenas patéticas. Eles parecem que não entendera ainda, ou direito, que eles precisam de boa imagem para sobreviverem politicamente. Não é à toa que as urnas deram aos poderosos de plantão, duros recados, como já comentei, lastreado em números em diversos artigos. Meu Deus!

Resumindo. Falta liderança, conhecimento e equipe técnica alinhada aos interesses do político e ao mesmo, e principalmente, da sociedade que sustenta tudo isso com os pesados impostos. 

Quem disse que empregar gente em lugar errado ou sem qualificação dá votos? Incrível percepção caolha. como se vê, tira votos. Pior é insistir naquilo que vem dando errado. A teimosia tem um preço. E Kleber já sabe qual é. O mais recente foi correr da candidatura a deputado estadual e pior, não ter um eleito por aqui para dizer que era o que ele queria que fosse eleito. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Na semana de Finados, a prefeitura exonera o Diretor de Cemitério, o comissionado Rubens Pereira. Combinou.

Outra que combina bem mas com o Halloween: o vereador Ciro André Quintino, MDB, fingindo que está sendo carregado pelo povo para ser candidato a prefeito em 2026.

O empresário brusquense Luciano Hang precisa se benzer. Fez amizade com os políticos de Gaspar e a sua loja no Bela Vista caiu e desapareceu. Apostou na eleição a deputado pelo Patriota do ex-prefeito de lá, Jonas Paegle e deu tudo errado. Agora, para complicar esta história mandar cortar o número de professores para não pagar seus impostos, ainda vai render e naquilo que já o incomoda.

Coisa de doido. Décio Neri de Lima diz que vai dar o maior salário mínimo regional do Brasil e por outro lado vai tirar os impostos sobre a alimentação. Quem mesmo vai pagar esta conta.

Vou votar no domingo. Mas, tem bolsonarista com bandeiras do Brasil no carro e na fachada do apartamento, mas possui outro programa para o domingo. Então...

Tiros no próprio pé. Primeiro as urnas eram fraudáveis. Depois as pesquisas eram fajutas. Agora, faltaram inserções nas rádios? As duas primeiras até podiam dar embrulho no Tribunal Superior Eleitoral. 

Mas, esta da propaganda nas rádios – e do Nordeste – o PL era o responsável por distribuí-la e fiscalizá-la na veiculação. Ou seja, o PL (e a militância) não fez a parte dele. Simples assim.

E para quem já se orgulhou de não depender de jornais, rádios, tevês e os todos tipos de mídia tradicional, incluindo os portais, é um atestado fora da curva estas queixas. É a prova de que as redes sociais não estão resolvendo, ou então estão todos fechados em bolhas. E quem diria: o debate da globolixo é que pode salvar a candidatura de Jair Bolsonaro. Ironia no seu estado mais puro de exaltação. Wake up, Brazil!

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4 comentários em “FALTA DE LIDERANÇA, CONHECIMENTO OU EQUIPE TÉCNICA? A PREFEITURA DE GASPAR ENTULHADA DE COMISSIONADOS PARA ATENDER INTERESSES POLÍTICOS ERRA NAQUILO QUE É BÁSICO”

  1. NÃO HAVERÁ “CONCERTACIÓN”, por Willian Waack, no jornal O Globo

    É difícil imaginar a quatro dias da decisão de domingo que o resultado das urnas “resolva” a disputa política. Ao contrário: a vitória de um lado vai apenas confirmar os piores temores e “certezas” do outro.

    Se confirmado o favoritismo de Lula nas pesquisas, triunfa a interpretação da realidade de “trapaça” urdida por tribunais superiores focados em destruir Bolsonaro. E confirma-se a existência de uma “ditadura judicial” tal como percebida por 42% do eleitorado, segundo pesquisa da Atlas Intel.

    Para substancial parcela do eleitorado, o combate às fake news com poderes ampliados do TSE não passa de imposição de censura. E seria apenas mais uma ferramenta no arsenal técnico-jurídico com que tribunais superiores atuam em favor de uma candidatura – a de Lula.

    A gravidade da situação em que estamos se traduz no fato de que não importa mais atestar ou não a veracidade do que possa comprovar ou desmentir a “parcialidade” dos tribunais superiores. A noção da interferência política de STF e TSE está solidificada em parcela relevante da população, especialmente nas elites econômicas.

    Trata-se de perversa consequência do fenômeno de transformação de tribunais superiores em instâncias que interferem na vida política e econômica tomando decisões políticas. “Ainda bem que foi assim, pois o STF nos salvou do pior na pandemia”, ponderam vozes de respeito no mundo do Direito.

    Seja como for, a “deslegitimização” do Judiciário não é somente resultado de ação política de grupos antidemocráticos associados ao bolsonarismo raiz. É processo de longo curso, que a atual disputa provavelmente colocou no patamar do irreversível – talvez ainda pior se Bolsonaro conseguir a reeleição.

    Pois também na interpretação da realidade de Lula a Justiça serviu sobretudo para submetê-lo a injusto massacre no período da Lava Jato. Exorbitâncias foram toleradas contanto que servissem para tirar o PT do poder. Como são toleradas hoje – a aplicação temporária de censura prévia, por exemplo –, se essa “excepcionalidade” ajuda a demolir a máquina de propaganda do adversário.

    A questão da atuação dos tribunais superiores é apenas um dos aspectos que evidenciam como visões de mundo moldaram e solidificaram “bolhas” herméticas ao contraditório. Há vários outros que não cabem neste texto. Provavelmente vale para o Brasil o que a sociologia americana constatou nas eleições por lá: a adesão a uma “bolha” explicava tempos atrás menos de 30% do voto, hoje explica mais de 70%.

    Estão desaparecendo premissas para uma possível “concertación” pós-pleito. Não há acordo sequer sobre o que são fatos.

    1. Com todo respeito, mas eu estou enganada ou está nao Código Penal que cometer injúrias, difamação ou DIVULGAR notícias falsas sobre pessoa física ou jurídica, é CRIME?
      Até onde eu sei, quem não tem dinheiro pra pagar a multa e a fiança, vai pra cadeia.
      Se o STF INTERFERIU, fez bem. Aliviou os nossos dias retirando os discursos de ódio que respingavam nas redes sociais,

  2. BOLSONARO E O REAJUSTE DO MÍNIMO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

    A ideia de mudar o reajuste do salário-mínimo estava mesmo em estudo no governo de Jair Bolsonaro (PL). Apenas videntes poderiam dizer se o estudo viria a ser um projeto. Mas acabar com reajustes automáticos de despesa social, embora não do mínimo, sempre foi um plano de Paulo Guedes.

    Desde o início do governo, o ministro da Economia dizia que seu projeto maior para o Orçamento era também desindexar as despesas. Isto é, acabar com o reajuste automático, obrigatório, segundo um indicador qualquer, tal como a inflação passada, por exemplo.

    Aposentadorias, pensões e outros benefícios do INSS, seguro-desemprego e abono salarial levam 51,3% da despesa do governo federal. Todos são reajustados pelo menos pela inflação passada, pelo INPC, direta ou indiretamente. A despesa obrigatória com saúde e educação leva pelo menos 6% e é corrigida pelo IPCA. Apenas aí foram 57,3% do Orçamento.

    Se Paulo Guedes não queria desindexar essas despesas, acabar com o reajuste obrigatório, mexeria então no quê?

    Sobra pouco para mexer. Cerca de 20% do gasto com governo é despesa com salário e aposentadoria de funcionário público. A Constituição determina “revisão geral anual” dos vencimentos, mas não especifica o reajuste. O governo pode mexer aí, como o fez com o congelamento quase geral dos salários de servidores federais, depois da epidemia. Mas não pode achatar a remuneração a perder de vista. De qualquer modo, não há indexação explícita neste caso.

    Então, qualquer tentativa relevante de desindexar, desvincular e desobrigar, os “3Ds” de Guedes, implicaria acabar com reajustes automáticos e gasto obrigatório em benefícios sociais e em saúde e educação.

    Se Guedes diz que não quer mexer nisso, seu projeto “3D” era ficção. Ou tinha planos apenas para conter um pouco de gastos minoritários, vários “imexíveis” também. Cerca de dois terços do gasto total são indexados ou vinculados (por exemplo, o gasto do Fundeb ou o dinheiro que vai para o Distrito Federal aumenta quando também aumenta a receita do governo). Ou seja, fora INSS, educação e saúde obrigatórios, sobrariam uns 10% do Orçamento para mexer um tico.

    Desde o início do governo Bolsonaro há “estudos” sobre o assunto, os “3Ds”. Praticamente nada foi adiante, nem mesmo como proposta. Mas sempre foi o plano declarado de Guedes. O ministro diz muita vez e outra que o Congresso deveria ser livre e desimpedido de decidir o que fazer do Orçamento.

    O Congresso, porém, não quer se meter nisso ou pelo menos jamais quis. Quer um pedaço do Orçamento a fim de beneficiar currais eleitorais. Mas, mesmo neste país virado do avesso com entranhas podres, seria difícil ver a maioria votar pela redução do valor real das aposentadorias do INSS ou, menos ainda, do salário mínimo.

    Francamente, um plano desses, de baixar o valor real do mínimo, nem desceria a ladeira que vai do ministério da Economia ao Palácio do Planalto. Se rolasse até lá, dificilmente atravessaria a praça para chegar ao Congresso. Nem mesmo o plano em estudo, de mudar a correção para um índice TALVEZ inferior ao da inflação passada, iria adiante.

    A mera sugestão de desvincular o valor do piso dos benefícios do INSS do salário-mínimo causa escândalo (assim, poderia haver reajuste real do mínimo sem aumento maior de gasto do INSS, mesmo que ainda houvesse correção de aposentadorias etc. pela inflação).

    O fato é que o governo Bolsonaro não tinha projeto algum, a não ser o de destruição institucional. Mas tinha “ideias”, como variantes de CPMF, de faturar trilhão com privatizações e os “3Ds”. Quem pariu Mateus que o embale.

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