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ESTA FOTO EXPÕE VÁRIAS CRISES DO PL. AO MESMO TEMPO, JORGINHO MELO MONTA O XADREZ NOS MUNICÍPIOS COM A CANETA DE GOVERNADOR DE AGORA E PARA O FUTURO DOS INSCRITOS E CANDIDATOS

Atualizado e modificado às 8h36min deste 20.02.2024. Esta foto acima – e coloquei a mais aberta possível, para que ninguém dela diga que foi editada – rodou a imprensa e as redes sociais na semana passada. A foto é de uma onda de poder onde fortes, fracos e vivaldinos, como lenha, gravetos e folhas secas que alimentam fogueiras e fornos em iluminações e temperaturas necessárias. Ela não teria nada a ver com Gaspar? Ledo engano. Explico mais adiante.

A foto mostra a filiação vizinho prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt, então no Podemos, no PL. Mário herdou como vice, a prefeitura no segundo mandato de Napoleão Bernardes, PSDB, hoje deputado estadual pelo PSD, depois de tombar numa “aliança” mequetrefe e juvenil do PSDB à disputa do governo do estado com ex-deputado Federal e ex- presidente estadual do MDB, Mauro Mariani, 2018. Nem no segundo turno, Mariani e Napoleão chegaram. A corrida foi vencida pelo então Comandante Moisés, PSL (Carlos Moisés da Silva, hoje no Republicanos) na onda conservadora que varreu Santa Catarina naquela eleição.

Hoje, o nem tanto conservador de origem, Jorginho Melo, PL, é o fiel depositário e mais expressivo guardião desse espólio, tanto que, depois de pressões das alas mais radicais do bolsonarismo, ele adiantou à volta dele em compromissos internacionais no Oriente Médio já garantiu a vaga dele no palanque do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, na Avenida Paulista, no próximo domingo.

Um parêntesis necessário: Se fosse aqui em Gaspar, como se sabe e se provou, Mário não teria herdado a prefeitura de Napoleão. Em Gaspar não se cumpre trato político entre políticos.

Retomo ao fio da meada.

Quem não está nesta foto acima? O deputado estadual Ivan Naatz, PL, de Blumenau. Ele tramou e vociferou o tempo todo contra a entrada de Mário no PL. Ivan está tombado. Engoliu a seco a filiação que dizia não querer. E para sair da política partidária. Se ficasse demarcando terreno, Ivan seria o candidato manco a prefeito de Blumenau – como mostram todas as pesquisas que se conhece por lá, mesmo representando o bolsonarismo, no qual não se insere não só pelo passado, mas pelo presente.

Na verdade, o recuo explícito -e a contragosto – de Ivan é pragmático. Ele como deputado, teve a certeza de Jorginho na indicação para ser desembargador no Tribunal de Justiça – se ele estiver na lista sêxtupla da OAB SC. E com isso, até o ensaiou de deixar marcas e legados dele à preparação das eleições, indicando a sua preferência pela atual secretária adjunta estadual de Educação, Patrícia Lüerdes, ainda no PSDB. A indicação está indo de água abaixo. 

Diante desse novo desenho e que tem implicações em Gaspar, Mário está mapeado, desde já, para ser o secretário de Assistência Social tão logo deixe a prefeitura de Blumenau, estadualizando o nome dele como uma carta na manga para ocupar espaços do próprio Ivan e quem sabe do delegado Egídio Maciel Ferrari, PDR, se ele for eleito prefeito por lá.

Retomando pela segunda vez.

Quem não está nesta foto? O candidato natural do PL de Gaspar, ex-amigo de Ivan, velhos protagonistas de PV e agora distantes correligionários entre si, Rodrigo Boeing Althoff. Ele perdeu a chance, mais uma vez, de ocupar o espaço que renegou por três anos contra a sociedade onde tinha um mandado de 22,21% dos votos válidos. Esperou e assistiu o circo pegar fogo.

Quem não está na foto? O candidato inventado a prefeito de Gaspar pelo PL, com ficha já assinada no partido desde setembro do ano passado e que tem, vejam só, a benção do próprio governador Jorginho -p o que manda e desmanda -, o delegado Paulo Norberto Koerich. Se fosse lá, prestigiar o vizinho, na cara de Jorginho, tinha a graça e traçava à marca do giz em favor de mudanças e dos seus padrinhos. Mais do que isso, Mário e Paulo poderiam estar lá por um projeto político de inserção e projeção regional de Gaspar num contexto de poder. Quem mesmo orienta essa gente?

Quem apareceu na foto e deu um baile ofuscando a entrada do próprio prefeito Mário Hildebrandt, de Blumenau, no PL? O outro delegado, com passagem relevante por aqui, Egídio Maciel Ferrari (na foto à direita, em pé, conversando amimadamente com o deputado estadual e secretário de Segurança, Sargento Lima, PL). Egídio foi eleito pelo PTB, que nem existe mais, mas que ensaiava sair do PDR (fusão do PTB e Patriota) para dar no MDB de Blumenau, o histórico no Brasil e que sequer nem mais vereador possui por lá e que o MDB daqui, prometeu imitá-lo. E faz bem isso, ao que parece. O velório já tem data.

Egídio era uma espécie de Fenix para dar vida ao MDB de lá e fazê-lo ressurgir das cinzas em Blumenau, naquilo que já foi histórica e histórico com de Evilásio Vieira, o de Felix Theiss, o de Renato de Mello Vianna, o de Dalto dos Reis, o de Ramiro Ruedger, só para citar a dinastia de quase duas décadas de prefeitos, isto sem falar no vigoroso senador, o lagunense Jaison Tupy Barreto.

Entretanto, a persistente e continuada onda conservadora pesou mais nos planos de Egídio. Ele olhou para o presente e não para o passado que não é obrigação dele desmumificá-lo. Do jeito que está indo, a alemã Blumenau, do dr. Hermann, poderá ter três candidatos competitivos de origem italiana: Odair Tramontin, Novo; Egídio Maciel Ferrari, PL e Giancarlo Tomelin, pelo fragilizado PSDB e uma sobra de partidos históricos. E o PT que governou a cidade por dois mandatos? Por enquanto, num beco escuro.

Ousado. E mesmo não estando oficialmente no PL, Egídio, aproveitou a onda de queridinho da vez e já fez o primeiro gesto em favor do grupo de empresários que na última hora resolveu apoiar Paulo Norberto Koerich. Ardilosos, eles, mais uma vez, tentaram furar a fila e enfraquecer o diretório de Gaspar do qual só querem o número 22 e a sigla para surfar na nova onda, sem prestar contas do que fizeram com seus afilhados Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, e Marcelo de Souza Brick, ambos PP contra a cidade.  Egídio trabalhou para que governador os recebessem numa nova tentativa de passa perna no PL de Gaspar.

Jorginho, prudentemente, brecou. Ele espera que o grupo entenda os recados para a convergência nesta disputa. Jorginho está dando chances para o diretório de Gaspar -liderado por Bernardo Leonardo Spengler Filho, cujo pai já foi prefeito pelo MDB por aqui, relacionado com os filhos de Jorginho da época em que atual governador era gerente local do falecido BESC -, resolver este assunto por aqui antes que ele entre na parada. Escolhas, Jorginho como articulador do PL, ao seu gosto e controle já possui, garantem os mais próximos a este dolorido processo de Gaspar.

Antes de prosseguir, é de se mostrar outra foto da mesma semana. A filiação do ex-deputado estadual Bruno Souza, ex-Novo, no PL, pelas mesmas mãos do governador Jorginho. 

Quem está nela? O deputado Ivan Naatz (o primeiro a esquerda) e todas as alas do PL catarinense. Bruno vai para o PL para ser uma carta para embaralhar o jogo pela prefeitura de Florianópolis, distante da prefeitura de Blumenau e Gaspar, onde o deputado Ivan mediu forças com o governador e quis emplacar lá o candidato a prefeito e aqui o vice-prefeito Marcelo como sucessor de Kleber.

E mais: muito recentemente, no convescote dos empresários locais no Restaurante Questão de Gosto, na associação da JBS, ali no Poco Grande, tinha na manga um vice seu, vejam só, para fazer dobradinha com Paulo Norberto Koerich. Por enquanto, o nome continua na manga e se vingar, não fará diferenças nas eleições a favor de Paulo.

Volto para encerrar.

O PL de Gaspar está mais ou menos como aquela história: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E se um problema fosse pouco, três parecem serem pragas e tempestade perfeitas. 

O primeiro deles, foi o sumiço por três anos do candidato natural do PL, Rodrigo. Ele deixou Kleber Marcelo bem à vontade como se não houvesse problemas dos governantes de plantão com a cidade e o PL não fosse o guardião, pelos votos que recebeu, dos descontentes com todas as dúvidas, mazelas e principalmente à falta de resultados coletivos. 

O segundo, foi a insistente interferência e a disputa promovida pelo deputado Ivan no diretório, para ter domínio, enfraquecendo-o para estar sempre próximo ao que está aí para ser derrotado por falta de resultado, a administração de Kleber e Marcelo. 

E em terceiro, está o grupo de notáveis, criadores da dupla Kleber, Marcelo, bem como do desastre administrativo que permitiu se contra a cidade. Depois de sorver prazeirozamente deste poder, acaba de mudar, subitamente de afilhado, reunido para não perdser o naco e o status, arvora-se dono do delegado Paulo Norberto Koerich que já tinha ficha assinada no PL desde setembro do ano passado em encontro privado com Jorginho, em Florianópolis, sob várias testemunhas, entre elas, a do vereador Francisco Hostins Júnior, do deputado Humberto Metzner Silva, PL, e do presidente do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho.

Este grupo acaba de fazer uma pesquisa. Está mudo. Pretendia-se dourar a pílula. Era para abrir portas. Se não for para o requiem, servirá pelo menos para pensar e se pensar, para estruturar e salvar minimamente o projeto que ele quer a qualquer custo a forceps como elite que quem culpa naquilo que saiu totalmente de controle dele por Kleber, o fiel, o político e o entorno de interesses que alimentou. 

Entre as séries de bobagens do grupo foi a de fazer a pesquisa sem o nome do outsider – que suscita mudanças e é o único que pode e está metendo o dedo na ferida – Oberdan Barni, Republicanos; ele está sempre entre os primeiros. A quem mesmo este grupo quer enganar, se não a ele próprio quando omite uma peça que precisa ser medida para ser combatida adequadamente como quer o grupo que não o quer na disputa, pois não possuem nenhuma afinidade com o pré-candidato? 

Segundo o que está na pesquisa? Que este mesmo grupo, até quando invisível, está transferindo a rejeição dele. E por quê? Devido por deixado a a cidade por quase oito à mercê de uma administração sem conteúdo e resultados. E quando escolhe um, do nada, do dia, para a noite, transfere toda essa desconfiança para o novo candidato cabresto deles.

A leitura dos eleitores e eleitoras nas pesquisas, até agora, é bem clara: mudanças ao que está aí. O grupo quer apenas mudar de nome e não de métodos, os quais não fazem a cidade entrar nos trilhos. Então… É a Gaspar acordada. Avança, capim!

TRAPICHE

Antes que eu cuide das coisas da aldeia, olharei para Adis Abeba. na Etiópia. Lá, no domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, deu uma entrevista (foto ao lado). Foi autêntico. Sem markting a envernizá-lo e protegê-lo. E dessa forma se revelou, mais uma vez, um ignorante, autoritário, intolerante, desinformado e pior: anti-democrático.

Lula da Silva, PT, disse ao mundo fez revelações conceituais macabras as quais dizem muito respeito para todos nós que lutamos pela democracia, sociedade justa, a autodeterminação dos povos, oportunidade para todos, transparência, prestações de contas e a liberdade de expressão. A primeira foi a morte de Aleksei Navalni, no cárcere do reiterado de perseguição por uma ditadura mundialmente reconhecida como corpulenta, corrupta e sanguinária, a de Rússia de Vladimir Putin. A morte foi sexta-feira. Até agora, o corpo de Navalni está escondido.

O desfecho patético veio no domingo durante a entrevista. Ele abalou o mundo e estabeleceu o Brasil não só como um anão diplomático no cenário internacional, mas como um porta-voz do erro, da ignorância e se não for isto, será pior pois é da má fé, veio quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, equiparou o estado de Israel no ataque de revide desproporcional, reconheça-se, que faz em Gaza, ao movimento de Hitler que de propósito, como política de extermínio de um povo, dizimou mais de seis milhões de judeus de várias formas em campos de concentração.

Até hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT, os que vítima para “salvar” a democracia brasileira, diz que está aguardando o laudo pericial da necrópsia do próprio algoz e sanguinário sanguinário Vladimir Putin para sobre as causas da morte do condenado por ser apenas uma voz dissidente, Alexsei Navalni.

Para continuar no circo de horrores de proteção a ditaduduras, sanguinários, autocratas que sacrificam seu povo para se perpetuar no poder, O democrata e o antenado Lula da Silva, bem como o pesado e aparelhado staff de governo e do partido, não sabiam até ontem, que o governo do companheiro Nicolás Maduro, tinha expulsado os observadores e fechado na já lá quinta-feira, o Escritório do alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Venezuela, que bisbilhotam os movimentos dele para impedir qualquer adversário nas próximas eleições.

Recorro a uma frase do próprio Aleksei Navalni para expressar o que ele fazia e como se mente no Brasil, quando se envereda a questionar o poder de plantão: “não existe vergonha na escolha de resistir, mas existe, e muita, na escolha de não fazer nada“. Aleksei poderia estar no conforto do exílio, onde foi salvo na Alemanha, quando envenenado na Rússia. Mas preferiu voltar e resistir no seu próprio país. Pagou com a vida porque o poder de plantão por lá não admite contestações.

Mais. Sabe-se agora, e felizmente diante no mundo com esta entrevista sem filtros do presidente Lula da Silva quem é ele, o PT e a diplomacia anã que quer liderar pobres, ser tírtere de China e Rússia e abastecedor com os nossos pesados impostos de paíse falidos se isolando do mundo real. Para não me alongar, publico na área de comentários, “Um presidente pequeno”, de Diego Escostegui.

Diante do silêncio sobre este caso de Aleksei Navalni, do posicionamento contra a Ucrânia, o da Venenuela e bem como a comparação agressiva feita a Israel, ao menos, o mundo, pode saber melhor quem são os democratas e que a usam isso como pretexto para estar no poder no Brasil e levá-lo ao atraso, isolando-o. Jair Messias Bolsonaro, PL, também está calado Navalni. Às vezes, ambos parecem ser mais iguais do que se dizem serem opostos um do outro via suas torcidas organizadas. Wake up, Brazil!

Agora, na aldeia. O que escreveu neste final de semana pré-candidato do Republicanos, Oberdan Barni, Republicanos, na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale? “Num mundo onde a saúde é um bem precioso e fundamental, não pensar e planejar a saúde pública é um erro imperdoável“. Certo. Mas, um pré-candidato que demonstra pela escrita conhecer à realidade da área e da sua comunidade, deve de imediato, na contrapartida, apontar soluções ao que está aí contra a cidade, os cidadãos e cidadãs. E isto não apareceu no artigo.

O povo que está doente e na fila não quer saber de números e planejamento. Ele quer soluções e urgentes. E os pré-candidatos estão obrigados a comprometimentos – e não diagnósticos que estão na cara de todos há anos – para mudar ao que está aí. Tudo em linguagem simples, que os eleitores e eleitoras possam se sentir seguros de que é possível executá-las, beneficiando-os, se resolverem apostar no candidato e nas ideias dele. O problema é concreto. A solução deve ter a mesma amplitude de resultado. Simples assim.

Diz o velho jingle ícone: “o tempo passa, o tempo voa,  e a poupança Bammerindus (falido em 1997 e a parte boa vendida ao HSBC) continua numa boa“. Mudou a presidência da Câmara de Gaspar, mas os problemas dela continuaram “numa boa”. Quem, por exemplo, tentou acessar a sessão da Quarta-Feira de Cinzas no site oficial do Legislativo gasparense ficou, mais uma vez, na mão. Reprodução ao lado na mensagem na tela do site. 

Correndo atrás para colocar os cavalos à frente da carroça. Em Gaspar inaugurou-se uma praça pública de lazer, a ex-vereador e líder comunitário do Distrito Belchior, Carlos Mannrich, PSD, no sábado dia 11. Só nesta quarta-feira passada, dia 14 de fevereiro é que o Projeto de Lei nomeando a praça passou na Câmara, para a sansão do Executivo. E este pessoal do poder de plantão mostra todos os dias nas redes sociais reuniões e mais reuniões de planejamento. Estão precisando, de verdade, é de dicionário para saber o que significa planejamento.

Na mesma sessão, foi aprovado o Projeto de Lei 83/2023. Ele transferiu mais de três mil metros quadrados de terras ali perto do Fórum para que a Polícia Militar construa o novo quartel dela em Gaspar. Havia polêmicas. O antigo relator e atual presidente da Câmara, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, empombava e até fez uma emenda, obrigando o uso do terreno – início das obras – até seis de janeiro de 2027, revertendo o imóvel ao município, caso não fosse usado até lá. O Orçamento estadual ainda não prevê esta obra, por exemplo.

O que aconteceu? Na sessão de quarta-feira, José Hilário Melato, PP, por “apelo incondicional do executivo“, segundo ele próprio anunciou, retirou a trava de segurança de um bem público municipal caso o estado não faça a parte dele. Por outro lado, este imóvel estava reservado para a construção da sede própria da Câmara que por interesses políticos, até hoje, não se mexeu uma palha e quando se tentou, fritaram que quis construí-la. Como não há mais terreno, nada vai ser construído para ser sede da Câmara. Então qual a razão no Orçamento da Câmara ainda se possuir esta rubrica fake? Sobre isto, nada se falou, mais uma vez.

Jogo de cena aos incautos IImunidade ou uma cidade sem importância? Aqui a intenção de desobrigar as crianças matriculadas nas escolas à vacinação contra a Covid-19, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação, passou incólume às recomendações e ações do Ministério Público estadual aos seus representantes nas comarcas.

Jogo de cena aos incautos II – Na verdade, ele serviu de cortina de fumaça para o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, esconder, por exemplo, à falta de simples manutenção da cidade, falta de professores para completar o quadro nas escolas ou a longa fila nas creches de meio período. É uma jogada para estar de bem com o eleitorado do espectro conservador em tempos de eleições difíceis para os que estão empoderados. Apenas isto.

Jogo de cena aos incautos III – Na ação que o PSOL catarinense fez na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1123, bem como na liminar obtida, Gaspar não é citada entre os 19 municípios, apesar de ter decreto em vigor. A decisão do ministro Cristino Zanin, do STF, pôs luz neste discurso ideológico de ocasião para atender uma parte do eleitorado da direita e conservador que colocou, acertadamente, os olhos na dengue, mas os fechou – e ainda fecha – para a Covid, que em Gaspar, proporcionalmente à população, foi uma das que mais matou pessoas. Isto sem falar no ar contaminado da UTI do Hospital e que se esquece nos escaninhos inquisitoriais.

Jogo de cena aos incautos IV – Este ano, segundo dados do próprio ministério da Saúde, a dengue matou 90 brasileiros – e nenhum em Gaspar. Já a Covid 1.127 brasileiros e por aqui não se sabe de nada sobre isto. Quando se sabia, escondia-se e praguejava quem anunciava e comparava os números que eram públicos, mas via a secretaria Estadual de Saúde. Então…

Jogo de cena aos incautos V – O que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, fez no caso de impedir a obrigatoriedade da vacinação às crianças? Quis colocar a Câmara como avalista da sua intenção e discurso político. Isto foi pouco percebido, a não ser, pela “apaixonante” defesa da liberdade de escolha dos pais para uma vacina obrigatória e a obrigatoriedade das outras no mesmo calendário vacinal, feita pelo líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB.

Jogo de cena aos incautos VI – Qual a jogada? A exposição dos vereadores. Os onze vereadores da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) o governo, por fidelidade, já tinha. O do PL estaria no papo. E para ser mais fácil, Alexsandro Burnier, foi o sorteado como relator geral. Faltaria um do PT. Ficaria exposto. Agora, o Projeto de Lei 04/2024, diante da liminar do STF, fica sem razão de prosseguir e até de existir. O que ele determinava? Que crianças não vacinadas contra a Covid-19 não seriam impedidas de serem matriculados ou de frequentar as aulas em Gaspar. O Projeto foi protocolado às 16h13min do dia dois de fevereiro. Na sessão do dia seis, já estava andando como jato.

Semente do amanhã. O prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, sitiado por aqui, agora é sitiante no Baú Alto, em Ilhota. Será que foi de lá a inspiração para deixar Gaspar sem contrato por cinco meses para conter o capim por toda a cidade?

Vergonha do presente. Uma publicação comparou os estados do Brasil com países na questão do saneamento (coleta e tratamento de esgotos). Santa Catarina tem cobertura de apenas 29,1%, o que equivale, vejam só, a africana Gâmbia. E Gaspar que não tem nada de coleta e tratamento, com quem comparar? Com Gaspar mesmo e seus “çábios” que colocaram essa gente no poder para esse tipo de vergonha.

Espetáculo I – No fim da semana passada foi inaugurado uma praça de lazer no Distrito do Belchior. Neste fim de semana foi a ampliação do Centro de Desenvolvimento Infantil Francisco Mastella, no Poço Grande. Os do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, PP, em campanha, mas sob ataques de credibilidade, dúvidas e principalmente, falta de resultados, ocuparam, mais uma vez, massivamente, as redes sociais – e imprensa – como se isso fosse uma grande conquista e não um atendimento tardio de uma necessidade comunitária.

Espetáculo II. É que antes da amplaição da creche, foi preciso uma pressão enorme da comunidade sobre os políticos no poder de plantão, mesmo a comunidade cedendo o terreno para a ampliação. Duas coisas chamam a atenção. A primeira é que a cortina de fumaça: esconde-se o tamanho da fila de espera por uma creche por outras áreas da cidade. E na cidade do meio período de creche para as trabalhadoras, criada pela presidente do MDB, a vereadora e ex-secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti – que estava lá -, estão falando de vagas em período integral. O que faz um ano eleitoral? Embarrigaram sete anos a ampliação necessária e a volta, bem localizada, do período integral. Acorda, Gaspar!

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4 comentários em “ESTA FOTO EXPÕE VÁRIAS CRISES DO PL. AO MESMO TEMPO, JORGINHO MELO MONTA O XADREZ NOS MUNICÍPIOS COM A CANETA DE GOVERNADOR DE AGORA E PARA O FUTURO DOS INSCRITOS E CANDIDATOS”

  1. LINHA VERMELHA, por Merval Pereira, no jornal O Globo

    A humilhação pública a que foi submetido o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, pelo Estado de Israel, sendo repreendido no Museu do Holocausto diante de jornalistas, é exemplar da passionalidade que o tema desperta no povo judeu. E do erro grosseiro, diplomático, histórico e ideológico cometido pelo presidente Lula ao comparar uma reação excessiva de Israel ao ataque terrorista do Hamas à política de dizimação em massa levada a efeito pelos alemães contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.

    A única maneira de Israel voltar atrás na declaração de que Lula é persona non grata seria o Brasil pedir desculpas, e o recrudescimento da crise com a convocação do embaixador brasileiro de volta e a correspondente reprimenda ao embaixador de Israel no Brasil mostra que dificilmente teremos uma solução rápida para uma crise desnecessária.

    Já que foi dito, seria preciso encontrar uma maneira que explique a frase, por meio de um comunicado, sem pedir desculpas. Mas a própria primeira-dama Janja já demonstrou como é difícil a tarefa de enrolar a língua de volta à boca. Se a ideia era criticar o governo israelense, e não o povo judeu, o improviso de Lula foi um ato falho revelador de seus sentimentos políticos.

    O comentário do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, de que quem deve desculpas é Israel, e não a Lula, à Humanidade, reflete bem o estado de espírito que tomou conta do governo brasileiro depois do escandaloso episódio. Não se trata mais de um conselheiro, mas de um militante de uma causa, sem a devida cautela. Ao se referir ao Estado de Israel, e não ao governo de Israel, um diplomata experiente como Amorim sabe que transforma uma política de governo numa política de Estado, jogando a acusação para Israel.

    O Brasil tem todo o direito, e o dever, de denunciar os abusos do governo de Israel no combate ao Hamas. Se fizer uma conta rápida, dos milhões de judeus assassinados inequivocamente para exterminar um povo, com o que está acontecendo hoje em Gaza, não é possível aceitar uma comparação tão absurda. Além do mais, o assassinato em massa, com recursos tecnológicos para se repetir em escala industrial, denota o objetivo de eliminar uma etnia.

    A reação do Estado de Israel ao ataque terrorista do Hamas, justificada pela barbaridade perpetrada, deveria ter sido controlada para evitar os excessos de força claramente havidos. Mas não há nem mesmo genocídio, segundo a Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, já passando para o campo da retórica política a qualificação que o governo brasileiro adotou em sua linguagem diplomática corriqueira, noutro deslize. Seria preciso tomar providências, de acordo com a CIJ, para evitar um ambiente político que leve ao genocídio, o que é muito grave, mas substancialmente diferente.

    O presidente da República tem de ter mais conhecimento histórico, ou mais responsabilidade, cada vez que abre a boca. Ainda mais um que se pretende líder mundial e almeja papel relevante no cenário internacional, numa ação frenética em busca dos holofotes. Esse açodamento em busca do protagonismo acaba levando a armadilhas, como ser identificado pelo grupo terrorista Hamas como seu defensor, a ponto de ser elogiado numa declaração formal, prejudicando os palestinos que não têm nada a ver com terrorismo.

    Mistura alhos com bugalhos de maneira absurda, com consequências graves. A não ser por uma tendência ideológica contra o Estado de Israel, completamente fora da política tradicional brasileira, é inexplicável o que aconteceu.

  2. ESCARCÉU DE MORAES TERMINA EM VEXAME, editorial do jornal Folha de S. Paulo

    Terminou de forma vexaminosa para Alexandre de Moraes o imbróglio que envolveu o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), seu filho e três outros brasileiros no aeroporto de Roma.

    Segundo relato do ministro à época dos fatos, ocorridos no dia 14 de julho do ano passado, ele se preparava para voltar ao Brasil quando ouviu insultos como “bandido” e “comprado”. Seu filho, por sua vez, teria recebido um empurrão.

    Moraes fez disso um escarcéu. Exasperou-se com a agressão, o que é compreensível, e investiu todo o seu peso institucional na querela, o que é inaceitável.

    Pois a Polícia Federal, logo acionada pelo ministro, passou sete meses apurando o episódio. Na semana passada, concluiu que o único crime seria o de injúria real, mas, dado o baixo potencial ofensivo desse delito, o delegado responsável decidiu fechar a investigação sem indiciar ninguém.

    É a proverbial montanha que pariu um rato —com a diferença que, nesse caso, ela não o fez sem deixar um rastro de fatos deploráveis.

    Quem puxa a fila, por óbvio, é Moraes, mas ele arrastou consigo todos os que se fiaram em sua versão e vociferaram contra o trio em tons muito acima do apropriado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por exemplo, classificou o agressor de “animal selvagem”.

    O vexame não parou aí. A ministra Rosa Weber, à época presidente do STF, autorizou mandado de busca e apreensão em dois endereços ligados aos investigados, sendo certo que não havia justificativa plausível para tanto.

    Assim como não houve justificativa para o ministro Dias Toffoli, relator do inquérito no Supremo, deixar a papelada sob sigilo durante certo tempo —e menos ainda para manter, por prazo ainda maior, o sigilo das imagens do circuito interno do aeroporto de Roma.

    A PF tampouco passou ilesa. Entre medidas exageradas e mesmo abusivas, a instituição chegou ao absurdo de revelar a comunicação de um advogado com seu cliente, em franca violação de um princípio assegurado pela Constituição.

    Com essa sequência de violências institucionais, Moraes e os que o seguiram ofereceram a bolsonaristas de diversos quilates um pretexto perfeito para que voltassem à carga contra o STF, órgão essencial para a preservação da democracia e, por isso mesmo, alvo prioritário daqueles que querem derrubá-la.

    Felizmente, a desavença terminou com uma nota positiva: a conclusão da PF. Apesar de toda a pressão, e sem que se minimizem os infortúnios sofridos pelo trio envolvido no imbróglio, prevaleceu, no fim das contas, o direito do cidadão diante da truculência estatal.

  3. AO COMPARAR ISRAEL A NAZISTAS, LULA AGRIDE A HISTÓRIA, editorial do jornal O Globo

    O Brasil sempre foi um refúgio para perseguidos de outras partes do mundo. Recebeu e integrou à sociedade imigrantes de todas as origens nacionais, étnicas e religiosas, entre os quais árabes (cristãos e muçulmanos) e judeus. Essa característica acolhedora tradicionalmente deu à diplomacia brasileira uma posição privilegiada de equilíbrio em relação aos conflitos recorrentes no Oriente Médio. Atos e declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, põem em xeque esse equilíbrio, agridem os fatos e, no mínimo, sugerem que ele desconhece a História.

    Na tentativa de criticar as ações de Israel na Faixa de Gaza, Lula fez um paralelo frequente entre os antissemitas, que ofende não somente os judeus, mas as consciências justas do mundo todo. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula. A comparação descabida da guerra em Gaza com o Holocausto que exterminou 6 milhões de judeus na Segunda Guerra recebeu apoio do grupo terrorista Hamas, que agradeceu a Lula nas redes sociais. Isso diz tudo.

    A declaração de Lula destoa da posição que ele próprio emitiu na véspera em seu discurso na 37ª Cúpula da União Africana, quando considerou o momento “propício” para resgatar tradições humanistas. “Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a libertação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço à resposta desproporcional de Israel”, afirmou.

    É plenamente legítimo que Lula critique Israel por crer exagerada sua resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro do ano passado, o maior morticínio de judeus depois da Segunda Guerra. Mas é inaceitável comparar a reação israelense ao extermínio genocida promovido pela Alemanha nazista e seus Estados-satélites contra os judeus. Imaginar qualquer equivalência moral entre os nazistas e os judeus é uma ofensa à memória dos mortos no Holocausto, à dos sobreviventes e de seus descendentes, em Israel ou em qualquer parte, inclusive no Brasil. E a todos no mundo com consciência moral.

    Lula afirmou, com base em números divulgados pelo Hamas, que o conflito em Gaza vitimou até agora “quase 30 mil palestinos em Gaza, em sua ampla maioria, mulheres e crianças” (Israel afirma ter matado cerca de 11 mil terroristas). Pois, durante o Holocausto, apenas em dois dias de setembro de 1941, 33.771 judeus foram fuzilados na ravina de Babi Yar, perto de Kiev, na Ucrânia. Quando os campos de extermínio do Leste Europeu funcionavam a pleno vapor, em 1942, eram envenenados nas câmaras de gás e queimados nos fornos crematórios 15 mil judeus por dia. Por mais que as ações israelenses em Gaza sejam condenáveis — e sobram motivos para condená-las —, não há termo possível de comparação. Não é uma questão aritmética: o Holocausto não pode e não deve ser banalizado.

    Lula deveria saber disso perfeitamente, pois visitou em seu governo anterior o mesmo Museu do Holocausto em Jerusalém a que o embaixador brasileiro foi convocado para levar uma reprimenda do chanceler israelense, Israel Katz. Numa das instalações mais pungentes do museu, um áudio reproduz o nome de cada uma entre o 1,5 milhão de crianças judias mortas pelo nazismo. Katz declarou Lula persona non grata e exigiu um pedido de desculpas. Alguém pode afirmar que dar uma reprimenda em um museu talvez seja incabível — mas o Brasil se expôs a isso diante da afirmação tão deformada de Lula.

    A declaração de Lula não é fato isolado. Têm sido frequentes — sempre disfarçadas pelo biombo conveniente do antissionismo — as manifestações de teor antissemita oriundas de próceres do petismo ou do governo. O ex-presidente do PT José Genoíno chegou a defender um absurdo “boicote a empresas de judeus”, sem elaborar o sentido de suas palavras. Criticado, não apenas não se retratou nem pediu desculpas, como ainda foi objeto de um ato de desagravo na reunião de um movimento ligado ao PT. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos, sempre cioso de criticar o discurso de ódio contra minorias, classificou como “censura” o processo movido pela Confederação Israelita do Brasil contra um jornalista que exaltou os ataques do Hamas e comparou israelenses a ratos, repetindo uma imagem clássica do antissemitismo.

    Em desafio à posição equidistante e de equilíbrio esperada do Brasil, Lula também empenhou seu apoio à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça, em Haia, acusando Israel de violar a Convenção do Genocídio por suas ações em Gaza. Em seu discurso no último sábado, ele nem esperou o julgamento do processo, repleto de acusações questionáveis ou descabidas. Afirmou taxativamente que “na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio”. Curioso que tenha sido mais cauteloso com a opinião da Justiça ao justificar seu silêncio sobre a morte — em circunstâncias para lá de suspeitas — do líder oposicionista russo Alexei Navalny, principal adversário político de Vladimir Putin: “Se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu. (…) Senão, você julga agora que foi alguém que mandou matar e não foi, depois você vai pedir desculpas”.

    Lula pode acreditar que, com suas palavras, apenas defende uma causa justa, a criação do Estado palestino. Ou que elas são necessárias para alinhar o Brasil a outros países emergentes no combate às “potências imperialistas” que povoam o imaginário da esquerda. Ou mesmo que elas ajudarão a aliviar o sofrimento da população palestina em Gaza. Todos esses sentimentos são compreensíveis. Mas as críticas às ações do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, por mais necessárias e pertinentes que sejam, não podem abrir flanco a ódios e preconceitos que não devem ter espaço numa democracia plural. Sejam suas declarações resultado de antissemitismo autêntico ou apenas de ignorância atroz, elas são incompatíveis com a atitude que se espera de um presidente da República e envergonham o Brasil. Só um pedido de desculpas inequívoco, sem ressalvas, poderá reparar o erro e dirimir essa dúvida.

  4. UM PRESIDENTE PEQUENO, por Diego Escosteguy, no site O Bastidor

    As declarações de Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, em Adis Abeba, na Etiópia, expuseram, mais uma vez, um presidente aprisionado numa visão de mundo simplista e sectária – um presidente ideologicamente seletivo tanto em sua solidariedade quanto em sua indignação. Quanto mais fala, mais o líder que se pretende um estadista do século XXI revela-se um caudilho do século XX. Apresenta-se como um presidente, antes de tudo, pequeno.

    Como se pode assistir abaixo (na íntegra e sem cortes), Lula ainda divide o mundo entre ricos e pobres. Os ricos são maus e colonizadores. Os pobres são bons e explorados – são, em resumo, “as soluções”, como ele diz, para os problemas do planeta. Parece um discurso extraído de uma reunião esfumaçada de calouros de um centro estudantil da década de 1970. Lula se propõe a liderar os pobres do “Sul Global” num movimento rumo à prosperidade. As boas intenções não escondem a pobreza intelectual e a ingenuidade política.

    A raiz das ideias (mal) articuladas por Lula está num bolo ideológico pseudomarxista que já era bolorento na década de 1980, embora ainda seja consumido sem moderação em algumas universidades brasileiras. Entre os ingredientes, estão uma hostilidade atávica e paranoica aos Estados Unidos e à Europa, reduzidos, nas versões mais generosas, a colonizadores ricos. Por contraponto ao capitalismo, e por incapacidade de manter pensamentos contraditórios na cabeça, a então União Soviética era fonte de inspiração e de respeito. Como a Rússia totalitária e assassina de Vladimir Putin o é hoje, embora de maneira um tanto envergonhada.

    Essa prisão ideológica, na qual Lula se sente confortável para porfiar estultices, permite o silêncio sobre os abusos de poder e as violações sistemáticas de Direitos Humanos na Venezuela, incluindo as mais recentes, sobre os quais o presidente brasileiro disse ainda “não ter as informações”.

    O petista também pediu cautela quanto à morte na prisão de Alexey Navalny, principal opositor do regime de Putin, ao ser perguntado sobre o assunto. “É preciso ter bom senso”, disse. “É preciso ter uma investigação para saber do que o sujeito morreu. (…) Para que essa pressa?”

    Parece inacreditável que Lula acredite ser possível esperar alguma investigação séria da Rússia sobre a morte de Navalny. Afinal, somente alguém ignorante quanto à natureza do regime de Putin poderia afirmar algo tão desprovido de sentido. Basta, porém, acompanhar a rede de blogs e sites de quem se diz da esquerda brasileira para entender por que Lula fala tanta bobagem. Nesse rincão, prevalecem, com status de informação factual, as peças de propaganda disseminadas pelo Kremlin – agitprop de péssimo nível, diluída em erros grosseiros, mas, ainda assim, agitprop suficiente para quem precisa de sua dose cotidiana de ficção ideológica. É simples produzir esse novichok informacional. Misture três substâncias: “CIA”, “mídia ocidental” e “nazistas”. A paralisia cerebral do alvo é garantida; os retuítes, também.

    O silêncio de Lula sobre as atrocidades de Putin, e os riscos existenciais que elas representam à civilização ocidental, espelha o silêncio de Donald Trump. Para o gângster russo, tanto Trump quanto Lula são peças úteis, e idiotas úteis, na mais benigna da hipóteses, em sua campanha expansionista e belicosa contra o Ocidente. As propagandas do Kremlin fazem sucesso entre a direita americana e a esquerda brasileira porque ambas estão unidas pela desconfiança e, não raro, pelo desprezo às instituições que compõem as democracias liberais. É o alicerce daquilo que chamamos de Estado Democrático de Direito – esse edifício que, dizem alguns, Lula foi eleito para proteger.

    Lula pode falar asneiras antidemocráticas e iliberais impunemente porque o país que ele preside pouco se importa com essas vulgaridades burguesas – coisa da Direita, afirmam os bonequinhos brasileiros abastecidos pelo Kremlin. É essa ordem ocidental, imperfeita como é e que, se seguir existindo, sempre será, que permite o avanço da defesa de Direitos Humanos e a proteção de minorias, como mulheres, negros, indígenas e a comunidade LGBTQIA+, entre tantas outras. Como, por exemplo, uma minoria pouco citada: os judeus, que são alvos constantes de críticas e ataques – mas nunca, jamais, veja bem, de antissemitismo. Imaginem que absurdo.

    É por beber dessa ideologia venenosa e, também, por sua predileção por enxergar o mundo entre opressores e oprimidos que Lula expõe sua incoerência e sua seletividade, para não falar de sua ignorância ultrajante, ao mencionar a guerra em Gaza. O presidente poderia insistir em sua preocupação, compartilhada por muitos, sobre as vítimas civis da campanha israelense no território palestino.

    É perfeitamente possível apontar a falta de proporcionalidade nos ataques militares em Gaza, condenar o governo autoritário de Benjamin Netanyahu e, ao mesmo tempo, reconhecer que:

    1. O Hamas é uma organização terrorista, cuja formação visa ao extermínio de judeus e à eliminação de Israel;

    2. A incursão do Hamas em Israel foi um ato terrorista – o pior desde o Holocausto; e

    3. Israel tem direito de se defender e enfrenta um inimigo num conflito assimétrico e de combate difícil.

    Se, desde o ataque do Hamas em outubro, que precipitou a guerra, Lula tivesse condenado de modo inequívoco o ato terrorista e prestado verdadeira solidariedade a Israel e ao povo judaico, sua indignação pelas vítimas palestinas, entre elas milhares de crianças, não seria percebida como incoerente e seletiva. É assim percebida por ser, de fato, incoerente e seletiva.

    É por isso que não há surpresa quando Lula recorre a um ardil retórico retirado das peças de propaganda antissemita para atacar Israel. Ao comparar as ações de Netanyahu em Gaza ao que Hitler fez no Holocausto, o presidente brasileiro não revela somente sua ignorância histórica e sua seletividade moral. Demonstra estar com o discurso alinhado com os terroristas do Hamas. Tanto que a organização não tardou a agradecê-lo. Para o Hamas, Lula é grande.

    Para alguns brasileiros, sobretudo em Brasília e na opinião pública, Lula pode não ser grande, mas era a melhor opção disponível para impedir um segundo mandato de Jair Bolsonaro, um ex-capitão do Exército que se notabilizou por defender a barbárie da ditadura militar, incluindo torturas e prisões políticas. Eleito, mobilizou o medo de um comunismo inexistente, promoveu o negacionismo sanitário em meio a uma pandemia global, elevou malucos da extrema direita ao poder, instrumentalizou a liberdade de expressão para atacar seus inimigos no Judiciário e, fosse isso pouco, planejou um golpe militar para se manter no poder.

    Não é preciso meter-se em exercícios inúteis de comparação entre Lula e Bolsonaro, os dois principais líderes políticos do país, para saber que o Brasil está mal de democratas.

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