ERRO. MANIPULAÇÃO OU ENGANAÇÃO. VICE-PREFEITO FAZ LISTA DE OBRAS QUE SÓ “VAI REALIZAR” NA SUA CIDADE, SE ELEITO DEPUTADO

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Alterado às 10h15min. Como Gaspar, ainda está para surgir algo mais parecido do que a nordestina Sucupira criada na ficção imaginária do talentoso dramaturgo, Dias Gomes. Ele escreveu a peça “Odorico, o Bem-Amado” na década de 1960. Ela se transformou na novela de 178 capítulos, em 1973 e de tanto sucesso na então iniciante Rede Globo. E lá se vão quase 50 anos da telenovela e 60 anos da criação das personagens que ainda nos é tão real.  

Impressionante mesmo, é que como os jovens políticos que se rotulam e dizem praticar a “nova política” em Gaspar, continuam fiéis à caricatura da personagem tão bem interpretado pelo também talentoso ator, o saudoso Paulo Gracindo?

Não é que depois de sair caladinho do PSD e ir para o Patriota – que quase lhe custa a impugnação -, como declarou, com a única intenção de precisar de menos votos para se dar bem na corrida a uma das 40 vagas na Assembleia Legislativa, o atual vice-prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, e que venceu uma única eleição na vida de que participou, a de vereador em 2012, agora está prometendo fazer obras se eleito – é isso mesmo -, como se prefeito fosse de Gaspar, em um colégio eleitoral que não consegue eleger sequer um deputado com seus próprios votos, mas mesmo assim possui três disputando esses mesmos votos, além dos tradicionais paraquedistas que não são poucos e levam os nossos votos? 

O erro. Um deputado ou um vereador não pode prometer obras. E por quê? Simples! Um deputado, essencialmente, é eleito para fazer leis, fiscalizar o governo e defender ideias ou o partido ideológico, via o poder que possui na Assembleia: o seu voto. Marcelo não sabe disso? Se não sabe, nem deveria ser candidato. Mas, ele sabe sim, e muito bem. Tanto que já foi vereador e nesse tempo todo até ser eleito vice-prefeito com Kleber Edson Wan Dall, MDB, em 2020, sempre viveu pendurado em cargos comissionados de gabinetes de deputados. Então…

Então trata-se de manipulação ao eleitorado que na sua ampla maioria desconhece função de deputado. Ou seja, trata-se de enganação a analfabetos, ignorantes e desinformados. E parece ser proposital. E por quê? Porque o candidato, repito, tem amplo conhecimento do que é ser um deputado e suas limitações.

Na sua propaganda que inundou as redes sociais diz textualmente “6 obras que quero fazer em Gaspar como deputado estadual”, e as lista: Continuação e conclusão da pavimentação da Arthur Dorow no Gaspar Alto; Drenagem e pavimentação de 5km da Estrada Geral do Arraial; Drenagem e Pavimentação da Vidal Flávio Dias no bairro Belchior Baixo; Drenagem e pavimentação de mais um trecho da Rua Itália no Alto Gasparinho; Concluir a pavimentação em frente aos parques aquáticos de Gaspar; Drenagem e pavimentação de mais um trecho da Rua Amândio Beduschi no Óleo Grande.

Depois eu é quem sou o irascível. Eu é quem devo ser calado, punido, banido. Mas, os políticos perderam completamente decência para continuarem nos seus empregos bem remunerados e na fantasia de políticos usando os votos livres da sociedade democrática. Eles criam as suas próprias ficções como se realidades possíveis fosse. Como um ilusionista, vivem com truques e enganações fúteis para a sua plateia em busca do voto fácil que já estão explicitamente descumprindo nas funções que estão investidos. Meu Deus.

Até por isso, é de se perguntar ao candidato se ele não é vice-prefeito de Gaspar neste momento.

Porque tudo o que Marcelo – candidato a deputado estadual – listou como obras que vai fazer se eleito deputado estadual, e não pode fazer claramente por não ser prefeito, no máximo trazer recursos do governo do estado se tudo der certo no alinhamento e burocracia, Marcelo já poderia estar fazendo. Por que não as faz como vice-prefeito? Estranho! Muito estranho.

Muitas destas obras que Marcelo cita na sua listinha, até financiamento já está aprovado – sob chantagem – na Câmara já se há faz anos. Outras, o governo de Carlos Moisés da Silva, Republicanos, ofereceu recursos no tal Plano 1.000. Mas, os projetos, nem Kleber, nem Marcelo enviaram para receber verbas estaduais. E essa pavimentação da Vidal Flávio Dias foi promessa de Kleber aos empresários de lá que fizeram um distrito industrial há seis anos, e renovado com Marcelo, há dois, quando em campanha eleitoral. É prácabar!

Resumindo: são obras essencialmente municipais. Mais do que isso: são obras que estão sendo pedidas a tempo e não são feitas pelos políticos no poder de plantão. Ou seja, Marcelo sabe onde está doendo o calo. E está falando o que a maioria quer ouvir. E só vai ouvir outra vez. Nenhuma obra regional como a duplicação da Gaspar Brusque ou a ligação do Gaspar Alto pela Garuba onde o estado tem participação e ele como deputado, se eleito, pode influir decisivamente. Impressionante o despreparo ou então a armação na enganação.

E a derradeira pergunta é a seguinte: se Marcelo quer inaugurar a figura política inexistente na nossa Constituição de deputado estadual-prefeito de Gaspar, como ele vai se eleger sem os necessários votos de fora, quando tão claramente se declarou somente candidato deputado-prefeito da pequena Gaspar? Ou ele acha que nos arredores e alhures, por onde as redes sociais impulsionadas os eleitores não sentiram cheiro da enganação? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Azedou. É visível o distanciamento de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e do seu vice Marcelo de Souza Brick, PSD. A candidatura de Marcelo é para formar o grupo dele para tentar a prefeitura em 2024. E o chefe de gabinete, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, já delimitou a risca com os comissionados e cargos em confiança.

Depois de dois de outubro começam as mudanças. Tem gente que já caiu do caminhão de mudanças e está perdido. Não sabe que rumo tomar.

Vergonha. O candidato ao governo do estado, o senador Jorginho Melo, PL, valeu-se pesquisa que o colocava a frente e com Décio prometendo ser o seu adversário no segundo turno. A Mapa foi multada de R$53.205,00 por supostas inconsistências metodológicas e não estar registrada para divulgação. Deveria ser proibida de fazer pesquisas. Enquanto isso não acontecer, mais pesquisas fakes estarão circulando e influenciando indecisos. A decisão é de 26 de setembro do juiz eleitoral Sebastião Ogê Muniz. Esta é a razão pela qual todos temem Datafolha, Ipec…

Jorginho quer Décio Neri Lima, PT, como adversário. Ou seja, que mamão com açúcar. Deveria se preocupar com o candidato ao senado, um desconhecido que não lhe ajuda, o seu passado tucano e as rasteiras que recebe nos bastidores do próprio presidente Jair Messias Bolsonaro.

Apostem: quantos dos 13 vereadores de Gaspar vão faltar ou sair hoje aos primeiros minutos da única sessão ordinária semanal da Câmara?