Gaspar é uma cidade “sui generis”. Descobriu-se agora que, até o então Conselho da Cidade (foto acima da última reunião depois de longo intervalo sem qualquer encontro), feito por alguns iluminados, executivos e empresários amigos do poder de plantão é fake. Foram “escolhidos” pela proximidade com o eleito. Coisa de grotão, da lendária Sucupira, de Dias Gomes
Em tese, porque presume-se seja ele formado gente séria, e parte dele posso atestar pessoalmente isso, até para a preservação da imagem e evitar este tipo de percepção desnecessária, um Conselho da Cidade deveria ser formal, organizado, representativo das diferenças e pluralidade da cidade, dos cidadãos e cidadãs.
Mas não é. É no máximo, um Conselho de “cumpadres”, que no fundo, pode estar cuidando de interesses particulares, e que em alguns casos, esses interesses dependem do próprio ambiente público a quem “aconselham” autoriza-los ou não. É um clube do bolinha. Impressionante!
Um Conselho da Cidade, mesmo sendo ele colaborativo, sem remuneração, deveria ter regras claras de escolhas de seus membros, de acesso a ele, atas das reuniões, dados “dos conselhos” que deram ao prefeito e sua equipe, todas fundamentadas na preocupação coletiva com o presente e principalmente com o futuro da Cidade e dos cidadãos e cidadãs, razão da cidade e do próprio “conselho”.
Não vou me estender como isso e que acontece nos demais municípios que os têm, bem como naqueles que funcionam, ou influenciam, bem como, isso funciona nas empresas que querem o olho técnico, incentivador e moderador externo para melhorar seus métodos produtivos, mercadológicos, ambiental, relacionamentos, acionistas etc, até porque alguns dos membros que integram o “conselho” fake de Gaspar, conhecem este assunto muito bem no seu ambiente empresarial.
Quem descobriu esta façanha de Gaspar sui generis?
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido. Ele foi à transparência da prefeitura e pediu a Lei que criou o tal “conselho” para se dirigir a ele formalmente, bem como se designou à composição dos seus membros. Depois do documento passar para lá e para cá, Adilson recebeu oficialmente esta resposta:
“Trata-se de solicitação de informações referentes ao ato normativo que instituiu o Conselho Municipal da Cidade de Gaspar, bem como a relação dos atuais conselheiros do respectivo órgão. Segundo informado pela Procuradoria do Município, em consulta à legislação, não foram encontradas informações referentes à criação de um conselho denominado “Conselho Municipal da Cidade de Gaspar. Por outro lado, mais informações sobre os conselhos municipais vigentes no Município de Gaspar podem ser obtidas no site da Prefeitura, na guia estrutura organizacional, dentro das secretarias as quais estão vinculadas”.
I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E esta informação.
E se levado ao pé da letra isso ainda pode dar confusões. Das brabas que vai desde prevaricação até advocacia administrativa. E todos sabem do que estou escrevendo. Então está mais do que na hora de deixar esta encenação sucupiriana de lado, passar-se ao prático e criar de verdade o “Conselho da Cidade”. Todos ganharão, inclusive os políticos, que querem ficar de bem com seus padrinhos endinheirados.
E o primeiro passo passo, quando o Conselho for regulamentado, é exigir à revisão, obrigatória por Lei e que está atrasada em cinco anos, do Plano Diretor. Não seria isso, que todos fariam se fossem conselheiros consultivos numa empresa, por exemplo, onde boa parte é oriunda? Ou isso é proposital? Em outros lugares, o Ministério Público já teria agido. Há semanas isso aconteceu em Florianópolis, por exemplo.
E passa por exemplo, o de estabelecer prioridades na área de saneamento, abastecimento, viária e mobilidade, crescimento versus desenvolvimento, educação, saúde e assistência social, estas três caóticas demais. E por ai vai.
Não é possível que parte da cidade fique rica e se exiba, enquanto a maior parte dela se torne uma chaga social e de ocupação fundiária. Este desiquilíbrio vai sitiar os supostos ricos e seus desejos de ficarem ainda mais ricos por aqui.
Este atual “conselho” além de não ter legitimidade e nem legalidade, também se envereda por caminhos obscuros, perigosos e tortuosos, como o de lançar candidato a deputado estadual, quando a cidade não se resume aos interesses desse grupo, mas possui um espectro mais amplo e plural.
Sintomático que o lançamento seja feito numa inauguração de obra que é o retrato do atraso, as fotos que posto abaixo é o troféu mais visível do desleixo em tão pouco temo – foi aberto no dia 26 de julho do ano passado – sem falar nas dúvidas técnicas o contorno é um ferrolho de mão simples, quando deveria e podia ter nascido – porque tinha espaço -, de mão dupla.
Um “conselho” não enxerga, que presumivelmente passa por lá diariamente, não acompanha, não aconselha este desperdício num trecho que menos de um quilômetro custou algo em torno de R$11 milhões?.
Um “conselho da cidade” de verdade evitaria bandeira políticas e eleitorais, explícitas, e com quem não empregaria nas suas próprias empresas.
No máximo, no máximo, o “conselho” diria quais as prioridades, ou bandeiras sociais, econômicas e de infraestrutura que um candidato que quer representar a cidade, ou a região, deveria defender exatamente por fazer parte do propósito do Plano Diretor local ou regional de desenvolvimento, mobilidade, inserção, renda e bem estar social.
E se o candidato a deputado do “conselho” perder nas urnas?
Será um sinal que falhou o conselho que aconselhou deu o executivo-candidato e naquilo que se apostou. Ou seja, é uma aposta de alto risco. Espera-se que com a experiência que possuem – os que eu conheço – dos “conselheiros” tenha-se também criado colchões para este risco.
Por enquanto, o candidato é dos empresários e dos riquinhos da cidade, da família, dos conselheiros, da marquetagem que se desmancha a qualquer confronto com a realidade, do medo e de uma parte das igrejas neo-petencostais e não exatamente da cidade. Acorda, Gaspar!
Em menos de seis meses de aberto ao público este é o retrato das calçadas, pouco usadas, do caríssimo Anel de Contorno de Gaspar. Estes problemas se estendem à pista simples, estreita, e trevos confusos. Foi lá, quando inaugurado, que o “conselho da cidade” lançou Kleber candidato. A obra que ao longo do tempo já se tinha dúvida na qualidade, começou a ruir bem antes do tempo. Já a pré-candidatura…
TRAPICHE
O ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, reclamou que o presidente deste “conselho” fake de Gaspar, o ex-executivo Sérgio Roberto Waldrich não possui legitimidade para lançar candidatos. “Ele não vota e nem mora aqui”, argumentou.
Não vou me alongar, porque parte da resposta está no artigo acima e que todos em Gaspar sabiam, mas tinham medo de tocar nele, devido as retaliações contra os reclamantes – inclusive este espaço – desses poderosos e dos políticos que estão aliados neste grupo de poder e decisão.
Vou ao ponto crucial da falta de razão de Zuchi. Quando o mesmo Sérgio lhe entregou de porteira fechada – e que eu era contra, quando vice-presidente daquela comissão de Construção como membro da ACIG – o Hospital de Gaspar reformadinho, o mesmo Zuchi que posava de herói como o “abridor” do Hospital e que não foi pois seria qualquer outro eleito na mesma época, não teve a mesma qualificação negativa contra Sérgio de que não morava e nem votava aqui.
Ou seja, cabeça de político é uma m… Só pensa nele próprio e naquilo que o deixa na crista da onda.
Zuchi é também um dos coniventes deste “conselho” fake, alguns deles, vejam só, seus ex-“conselheiros”. Agora, que supostamente o “conselho” está o atrapalhando em parte a sua liberdade para agir como um bicho político a caça de votos, desqualifica seus membros?
Zuchi teve a chance de cortar o mal pela raiz. Mas, esperou cinco anos para desdenhado. E aí a “coisa” já estava criada. Então é choro de quem já foi desmamado há muito tempo e ainda quer leite da teta, e não da dificuldade de encontrá-lo. Simples assim.
Mais uma prova de quanto este blog não é lido e por isso não influencia ninguém. Depois deste artigo O PP ENSAIA REBELDIA FAKE PARA NÃO PERDER NADA DAQUILO QUE NEGOCIOU NA ELEIÇÃO DE KLEBER E MARCELO e publicado aqui na semana passada, o de Gaspar PP foi chamado para uma “conversinha”.
O ex-presidente do PP gasparense e ex-candidato quase eleito a deputado estadual Pedro Inácio Bornhausen, passou a acompanhar o candidato Kleber Edson Wan Dall, MDB, em algumas visitas. Gesto sugestivo.
Já o suplente de vereador e secretário de Agricultura e Aquicultura, André Pasqual Waltrick, PP, passou a levar o pré-candidato na casa dos agricultores que a prefeitura oferta serviços incentivados para conversinhas de aproximação e avaliação. Tudo documentado. Enquanto isso, os vereadores José Hilário Melato e Mara Lúcia Xavier da Costa, fogem desses compromissos como o diabo da cruz.
Melato está comprometido com a reeleição de José Milton Schaeffer – do sul do estado – e Mara, com a reeleição João Amim – da capital. Outros do PP daqui, também seguem caminhos próprios. Simples assim!