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DEPOIS DO PREFEITO CORRER DAS ELEIÇÕES, GASPAR PODERÁ TER ATÉ QUATRO CANDIDADOS A DEPUTADO ESTADUAL

Surpreendentemente Gaspar poderá ter o que nunca teve antes na sua história: quatro candidatos a deputado estadual. Os nossos “çábios” gostam de remar contra a maré e depois reclamam da sorte, dos adversários, dos santos, da “influência da lua” nas decisões sábias do povo e principalmente deste espaço, que eles dizem que ninguém lê, e só porque esclareceria a mim mesmo.

O “PP Mulher” promete lançar amanhã o nome da vereadora Mara Lúcia Xavier Costa dos Santos, como pré-candidata a deputada estadual, ocupando a cota de negra e mulher para o partido.

Dessa forma, ela se juntará ao declarado pré-candidato, atual suplente de deputado e ex-prefeito por três mandatos, Pedro Celso Zuchi, PT, bem como ao que se jogou surpreendentemente, mais uma vez na esperteza que escondia por semanas, o vice-prefeito Marcelo de Souza Brick.

Ele trocou, na surdina, o seu PSD de onze anos pelo Patriota só para se viabilizar candidato e numa jogada feita dentro do próprio partido. Criou mais uma vez o PSD do B. Já fez isso em 2016. Lá dividiu o seu partido e o B foi o PSB.

Voltando. Mara, vereadora de primeira viagem, de atuação bem discreta, técnica de enfermagem, por isso conhecida como Mara da Saúde, ocupou um espaço: o da sorte. Ainda não vou escrever sobre o mérito deste movimento, até porque, ele poderá ser só de negociação.

Em política, tudo é possível. E Mara ainda não experimentou em todas as suas amplitudes esse árido terreno com suas armadilhas dos políticos carreiristas.

Enquanto isso, os órfãos conservadores, bolsonaristas e da direita – exatamente por falta de liderança, união e decisão – ainda pensam em encontrar um nome gasparense capaz de aglutiná-los. Falta-lhes estratégia, na mesma proporção que são obstinados pelo mito Bolsonaro e suas contínuas jogadas de alto risco que os tornam reféns do radicalismo.

Se os bolsonaristas gasparenses decidirem por um candidato e cada vez mais distante, então teríamos quatro candidatos a deputado estadual, num colégio que dificilmente chegará a 50 mil eleitores. Mais: nele algo em torno de 25% desses eleitores habilitados não irão às urnas, e quando forem, ainda uma parte substancial deles anularão, ou então votarão em branco.

Eu exagero? Os números do passado não me deixam só e eles também não se encaixam nos discursos marotos dos políticos de hoje perante a cidade, seus eleitores, eleitoras, na busca cabos eleitorais, bem como dos aderentes e de “padrinhos financistas” de suas campanhas, apesar do bilionário Fundo Eleitoral de R$4,9 bilhões.

Olha só o que aconteceu em 2018, quando tínhamos 46.254 eleitores aptos no município de Gaspar. Destes, 38.582 foram votar; 33.385 fizeram valer seus votos, mas só 31.535 votaram em um dos quase 200 – uau! – candidatos que receberam votos por aqui. É ou não é uma séria advertência?

A política beira ao imponderável. A estatística, entretanto, não! Já escrevi e interpretei sobre estes números em três outros artigos. Mas, vira e mexe, os políticos contrariam as probabilidades como se eu fosse o inventor desta ciência, e por conta disso, não tivesse nenhuma razão de me habilitar a transitar naquilo que já foi consagrado nas urnas.

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, parece que leu os meus artigos. Tanto que lançado pelos riquinhos, por um conselho fake da cidade e os pastores do seu templo, correu do pau e do vexame, criando o seu próprio. E para isso, não teve o menor pudor em quebrar uma suposta promessa e uma aliança pública que jurava que cumpriria com Marcelo, deixando-o prefeito a partir deste ano.

Kleber, jovem, político autêntico, com velhas práticas, criação do seu caro marketing de oportunidade. Ele inunda as redes sociais e a mídia sob pagamento, que o doura como um político e administrador. Na hora da verdade, Kleber pulou fora da batalha e deixou os seus “guerreiros” perdidos no campo de luta exatamente por não ser um articulador e porque não quis passar o recibo daquilo que o marketing dele diz que é.

Voltando pela segunda vez.

E quem conseguiu mais votos naqueles 31.535 de 2018? Foi Zuchi: 9.722 e não se elegeu. Saiu daqui fraco, com toda a fama que possui.

Na sequência veio o da onda Bolsonaro, Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, com 4.426 votos dos gasparenses. E são estes votos os quais supostamente flutuam e não há nenhum sinal de direcionamento deles para alguém que substitua Alba, que promete ir a Federal e é considerado um “traidor” pelos bolsonaristas, direitistas e conservadores daqui.

O terceiro que mais recebeu votos por aqui, foi o deputado que tentava o terceiro mandato de deputado estadual, Jean Jackson Kuhlmann, PSD, de Blumenau, com 1.736 votos; ficou pelo caminho, mesmo tendo Marcelo como seu cabo eleitoral mais representativo por aqui.

Depois vieram os eleitos Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau, com 1.313 votos; Luiz Fernando Cardoso, o Vampiro, MDB, Criciuma, com 1024 votos; Ivan Naatz, então no PV, de Blumenau, com 750 votos, e Jerry Comper, MDB, de Ibirama, com 653 votos. E depois deles quase 200 candidatos paraquedistas com pingados votos.

O que estes números dizem?

Que não há lugar para quatro candidatos, se não houver capilaridade, ou seja, muitos, mas muitos votos fora daqui para os candidatos de Gaspar.

Os que se elegeram nesta lista acima, vinham de bases fortes, ou tinham tradição, ou eram “novidades”, mostravam-se como uma renovação, num ambiente e numa eleição totalmente atípicos onde a tona foi a chamada a derrubada da política e dos políticos tradicionais, viciados, marcados pelas dúvidas.

Este fator da “renovação, da “surpresa” ainda não estão presentes – até poderá acontecer, diante de tantas divergências diárias provocadas pelo Planalto. Todavia, a bipolarização é o que o PL (Bolsonaro) e o PT (Lula) mais querem e fazem de tudo para que não haja surpresas fora deles. E em Gaspar quem ganha com isso, mais uma vez, é Zuchi.

E se a falta de “surpresas” se constituir verdade até dois de outubro deste ano, exatamente porque quem combatia a velha política se tornou na prática um dos velhos, em Gaspar, um dos polos desta bipolarização não estará representado.

O que quer dizer isso? Que os bolsonaristas vão descarregar votos num outro cavalo encilhado e vindo de fora, porque Mara e Marcelo não se encaixam no perfil deles. Simples assim.

No TRAPICHE, mostro como está o mapa de alguns cabos eleitorais de Gaspar e que conspira ainda mais contra os candidatos locais.

TRAPICHE

Na Bancada do Amém, Mara era a cabo eleitoral de João Amim, PP, de Florianópolis. Agora, não se sabe se Amim também perderá o trabalho de Luiz Carlos Spengler Filho, Pedro Inácio Bornhausen – o único gasparense que teve mais votos depois da eleição de Francisco Mastella, e perto de se eleger .

Porque José Hilário Melato não abrirá mão de José Milton Scheffer, de Sombrio, uma cidade menor do que Gaspar e que fica no sul do estado. Já Cleverson José Ferreira, aguardará as ordens do templo e não do PP.

Aliás, esta será a dúvida que permeará a administração de Kleber: como se darão os apoios e como será a tal fidelidade partidária no PSD, PSDB e até mesmo no MDB. Não resta a menor dúvida que Dionísio Luiz Bertoldi apoiará Zuchi, que Alexandro Burnier, Ivan Naatz, no PL e Ciro André Quintino, Jerry Comper, no MDB. Já os demais…

O espólio da Bancada do Amém e do MDB de Gaspar se dividirá com Marcelo, Fernando Krelling, MDB, Joinville, Dirce Heiderscheidt, MDB, São José, e Ana Paula de Souza, a Paulinha, Podemos. Os demais, estão flutuando, negociando…

Então quer dizer que estava tudo combinado dentro do PSD para o Marcelo pular de partido? O Patriota é só um trampolim? Quem explicou isso na sessão da Câmara de terça-feira passada de forma “didática” foi o líder do partido na Câmara, Giovano Borges.

Giovâno já saiu do PSD em 2016 e foi para o PSB para ser vice de Marcelo, fingindo ser esta “dobradinha” uma coligação. Não deu certo. Perderam para Kleber.

Então quer dizer que a prefeitura de Gaspar vai comprar o terreno da Furb à toque de caixa com o aval da Câmara que fará na sessão extraordinária de quinta-feira, e nos bastidores já diz que o prédio vai ser construído numa suposta parceria público-privada? Outra vez, transparência zero. E mais dúvidas. Zomba total com o dinheiro do povo.

Quem deu a dica foi o próprio líder do governo, Giovano Borges, na Câmara, e todos os vereadores da oposição comeram mosca. Estão escondendo mais uma jogada e possivelmente entre os mesmos que atuam nas empreitadas na prefeitura de Gaspar. E a Câmara vai aprovar tudo isso, porque votos caixão para isso Kleber possui com a sua Bancada do Amém.

Ora, uma parceria público-privada pode ser uma coisa boa, como pode ser muito ruim também. Ainda mais quando não se é esclarecida. Ou seja, nasce torta e sob dúvidas, mais uma vez. E o relator da matéria, Francisco Hostins Júnior, MDB, disse na tribuna da Câmara que este assunto seria amplamente debatido com a sociedade. Jura?

Se alguém vai construir o prédio para a prefeitura e a prefeitura de Gaspar diz que não vai ter despesas nenhuma na construção, não haverá milagres. Alguém vai pagar esta conta e vai cobrar com juros e lucros. Simples Assim. Ou alguém possui alguma dúvida quanto a isso?

E por quê? Haverá ao “construtor empreendedor” um reembolso por meio de um aluguel. Então esta história de que se vai acabar com aluguéis, mais uma vez é falsa, como foi com o prédio do antigo BESC comprado há três anos e sem ocupação até agora.

Se não houver alugueis, outros mecanismos de compensação e lucros serão criados ao investidor. Ninguém fará isso de graça. Ou se vai dar permissão para exploração comercial por um longo período do prédio e do terreno – incluindo o estacionamento, vendido como vantagem -; ou vai se permitir que o patrimônio – incluindo o terreno – volte, depois de algum tempo, a quem construiu o prédio; ou…

Nem mais, nem menos. O que falta, mais uma vez, como marca do governo Kleber e Marcelo, verdade nisso tudo e transparência.

A começar pela própria Furb que está em processo de federalização para se salvar. E iniciado esse processo de federalização, uma das condições não seria a de se desfazer do seu patrimônio? Ou seja, há segurança jurídica neste negócio? Acorda, Gaspar!

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