Se você é leitor ou leitora habitual deste espaço, então você já leu esta observação abaixo, MUITAS outras vezes. Vou repeti-la pela QUARTA vez este ano – em tão curto espaço de tempo -, ou refrescar à memória dos “esquecidos”, ou, tornar claro para os novos por aqui, os quais inventam e encontram nas entrelinhas de “interesses” naquilo que publico.
AVISO NECESSÁRIO E REPETIDO MAIS UMA VEZ: este blog não é e nunca foi impulsionado, não montou nenhum grupo de WhatsApp – ou em outros aplicativos de mensagens – para dar volume de acessos – apesar de ousadas propostas neste sentido – , não é e nunca foi monetizado pelos acessos que recebe, não é e nunca foi patrocinado por particulares, empresas, dinheiro público ou de políticos, também nunca “pediu ajuda de custos” a políticos e empresários para se manter.
Acrescento: não monta premiações, não “cria” agências para disfarçadamente intermediar negócios de comunicação aos interesses dos poderosos “amigos” de plantão e também, não dá assessoria privada para políticos locais.
Se você quer republicar os artigos, por favor, só na íntegra para não descontextualizar a análise, comentário ou à crítica. E ao final de cada artigo, há botões facilitadores para replicar estes artigos via aplicativos de mensagens, e-mails e redes sociais. Estes botões fazem isso automaticamente para você. Há também espaço para a sua opinião, correções e contraponto.
Os políticos – e amigos e patrocinadores desses políticos – querem que os artigos esclarecedores como o abaixo, em novo governo que veio para mudar, sejam banidos, estão se articulando, desacreditando e farão de tudo para isso. Até poucos dias, aplaudiam-me, porque eram os beneficiados diretos com a minha clareza. E no fundo, essa forma dessa gente aplaudir quando na oposição, sufocar, desacreditar, perseguir e até processar é contra você e a cidade.
Então, exatamente por causa deles, é que este espaço é de vigia e continuará “olhando a maré” para o descontentamento dos políticos sustentados por nossos pesados impostos, cada vez mais altos e on line – ou os que manipulam à sombra do poder, descaradamente. E falsamente, ainda pregam a transparência dos atos deles; dizem que vão desnudar os dos outros, mas tudo, de verdade, que querem é que se escorra mansamente para debaixo do tapete do esquecimento eterno.
O ARTIGO
No domingo à tarde, meramente por questões de agenda, antecipei o artigo de segunda-feira OS 100 PRIMEIROS DIAS DO GOVERNO DO “DELEGADO PREFEITO” PAULO E DO ENGENHEIRO RODRIGO, FORAM ATÉ AQUI, UM EXPERIMENTO SEM RESULTADOS . Prá que?
Surpreendido e com atraso de duas horas, pressionado pelas circunstâncias do grupo de bruxos que o cerca e criado, pelo jeito, para arrumar mais confusões, fofocas e falta de estratégias aos resultados mínimos esperados – e prometidos – de mudança pela sociedade, também naquilo que estava programado pela comunicação do governo para se publicar na segunda-feira, obrigado a antecipar para domingo, o “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, distribuiu memes dos supostos avanços da sua administração.
Todavia, a sua “prestação de contas” teve outro alvo e objetivo: o de limpar a sua barra com o funcionalismo público municipal, como um funcionário público que é; como é seu vice, Rodrigo Boeing Althoff, PL; como é a sua líder de governo na Câmara, a policial civil Alyne Karla Serafim Nicoletti, PL. O “delegado prefeito” deu uma resposta atrasada de quase dez dias sobre a percepção, quase unânime da cidade, de que ele é a continuidade de Kleber Edson Wan Dall, MDB. A resposta de que está “economizado” réis numa prefeitura afundada em dívidas em milhões, segundo ele próprio, foi lateral à agressão tosca, imatura e gratuita do líder do PL – partido do prefeito e vice, os “chefes” dos agredidos – na Câmara, Carlos Eduardo Schmidt Sobrinho. Segundo o vereador, parte dos funcionários públicos de Gaspar são “tranqueiras”, “vadios” e atrapalha o atual governo com isso.
Por outro lado…
A AUTORIDADE DO NOVO GOVERNO
…quem estava na rádio 89 FM, com uma semana de atraso pois isto deveria ter acontecido na semana passada, fazendo nesta quarta-feira, dia 16 de abril, a tal “prestação de contas dos 100 dias de governo” do “delegado prefeito” e do engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PL? O chefe de gabinete Pedro Inácio Bornhausen, PP. Ou seja, ex-chefe de gabinete, vejam só, do ex-prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Pedro é o novo prefeito de fato de Gaspar? Quantos votos ele recebeu? Foi diplomado pelo Tribunal Eleitoral?
Mais e para complicar este ato, o da entrevista, no seu simbolismo, reforçou a mistura do antigo e do novo que se faz na cidade. Para os eleitores e eleitoras confusos, no fundo tudo é uma continuidade, ou a mesma coisa.
O partido de Pedro, o PP, não esteve na aliança que elegeu o “delegado prefeito”, pois tinha candidato próprio, Marcelo de Souza Brick, PP, com apadrinhamento explícito de Kleber. E eles levaram uma surra sem tamanho nas urnas de seis de outubro do ano passado. A percepção na cidade hoje é de que ganhando um ou ganhando o outro, tudo estaria em casa, vai tomando forma e força, mesmo que isso não seja verdadeiro. E por sinais como os de hoje onde quem deveria se explicando publicamente na entrevista, prometendo e colhendo os louros, seria o “delegado prefeito” Paulo.
Mais observações necessárias, antes de voltar ao artigo, objeto de hoje.
Primeiro: o ato de hoje de Pedro pelo governo da mudança de Paulo e Rodrigo, lavou a minha alma mais uma vez e avalisou integralmente o meu artigo e respectivo título de domingo. Impressionante. Uma atrás da outra.
Segundo: a prestação de contas de um prefeito à sua cidade, cidadãos e cidadãs em meios de comunicação de audiência da sua cidade, é indelegável. Impressionante, pela segunda vez.
Terceiro: a ida do chefe de gabinete, que não representa a mudança, mas acentua os fortes laços com o governo que não deu certo e por conta disso havia à promessa de mudá-lo nesta inércia, dúvidas e caos elegeu o atual e outro erro tático impressionante (pela terceira vez. Por isso, ele não possui qualquer credencial de porta voz escolhido – mesmo que ele a tivesse credenciais profissionais – para prestar contas dos 100 primeiros dias de um suposto governo de mudanças é politicamente errática sob todos os aspectos.
Quarto: o atual governo parece não tem nada a comunicar como mudanças, a começar pela área de comunicação? Impressionante. Estão certos os que desconfiam e seus críticos? Kleber tinha os “çábios”. Este, bruxos e poções mágicas e de venenos.
Retomando.
CONTRA-ATAQUE A CONTA GOTAS NA COMUNICAÇÃO COMO SE FOSSE PRESTAÇÃO DE CONTAS DO TODO DOS 100 DIAS
Este truque é manjado pinçar o micro e torná-lo como obra do todo.
Surpreendido com o artigo no domingo publicado aqui, aquilo que estava atrasado e mofando na gaveta do governo, fê-lo tirar dela às pressas, sob emergência e espalhá-lo nas suas redes sociais no próprio domingo: “Redução de cargos comissionados e economia para Gaspar“. No mínimo, é um jogo de palavras da propaganda oficial abrindo a série de quatro. E explico mais adiante isto.
Outro meme da rede do “delegado prefeito” diz: “atualmente, a prefeitura de Gaspar possui 141 cargos comissionados“. São vagas. Porque no mesmo meme é esclarecido: “destes, apenas 117 estão ocupados”. As 141 vagas nunca saíram. Podem ser ocupadas a qualquer momento. E há pressão do PL por empregos de alinhados em outros municípios e que estão sem empregos às vésperas de uma campanha eleitoral acirrada. O terceiro meme diz que “destes [117], 27 são ocupados por servidores públicos de carreira“. Finalmente, o quarto dá números nos centavos: “o que representa uma economia de R$114.435,19 em salários, além de R$18.000 mensais em vale-alimentação“
Não se trata de uma prestação de contas, mas de uma justificativa numa embrulhada em que o governo do “delegado prefeito” Paulo e seu partido se meteram, por exatamente, não haver liderança na condução política no partido e na prefeitura dos que estão no poder de plantão.
RECADO PARA O PÚBLICO INTERNO USADO PARA O EXTERNO
O que os memes estão dizendo? De que Paulo, Rodrigo e o PL estão prestigiando uma ínfima (27 para 117) parte dos servidores efetivos e que eles, não seriam “tranqueiras, vadios” que atrapalham o governo como afirmou o líder do PL na Câmara.
Mesmo sendo a tribuna da Câmara um espaço de livre expressão, o líder do partido, o vereador Carlos Eduardo, ligado ao vice, Rodrigo, resolveu malhar os servidores municipais naquilo que a cidade reclama, não exatamente, culpa deles, mas por falta de gestão do atual governo. O vereador teve que voltar atrás. Pressionado pelas redes sociais no bafo de mais de dois mil servidores, ele pediu desculpas tanto nas redes sociais, bem como na própria tribuna da Câmara, pressionado por uma nota do Sintraspug – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar.
O prefeito e o vice ficaram quietinhos neste meio tempo entre a acusação e o meia-volta volver do vereador na terça-feira passada. Esperaram a reação. E no domingo, com a poeira baixa, o “delegado-prefeito” publicou. O “delegado prefeito” aproveitou para fazer uma salada mal amassada, com recados cifrados. Disse que dos exagerados 141 cargos que é possível tê-los, só ocupa 117. Das duas uma: ou não foi capaz de ocupá-los, ou não se precisa fato que não deixou claro. O que está provado é que a cidade não está andando, e no mínimo, faltam transparência, liderança, zeladoria e manutenção seja com 141 ou 117 comissionados.
O “delegado prefeito” foi mais adiante. Disse que destes 117 cargos usados como aparelhagem política, 27 são servidores efetivos. Há controvérsias. Poderia ser mais, poderia ser menos. O que vale mesmo, neste caso, é como os agentes públicos investidos nestes cargos de confiança convertem o emprego deles em resultado diferencial e emergencial para a sociedade, num ambiente, declaradamente de crise pelo próprio “delegado prefeito”.
E outra regra. Ser comissionado não é pecado. É a oportunidade da gestão se reinventar, cercando-se de ideias e profissionais diferenciados. O problema está que estas vagas, normalmente, são ocupadas por gente afinada ideologicamente, proximidade e acostumada a moleza, pois o que mais sabem é escolherem padrinhos.
ENCERRAMENTO
Noves fora, faltou uma prestação de contas robusta destes 100 primeiros dias de governo, com mudanças e até esperanças. Não há estratégia. Tudo sob pressão. Não colocaram os cidadãos e cidadãs no centro da soluções dos problemas. Os atuais administradores estão em falta com a sociedade, muito devido à equipe que escolheram e montaram para auxiliá-los. E ela tem a cara do governo rejeitado nas urnas. O resultado, antecipadamente, é previsível.
E sobre a suposta economia de R$114 mil por não se preencher os 141 cargos comissionados?
Primeiro: esta “economia” dos memes não é definitivo.
Segundo: é uma economia boba, pois economia de verdade é gastar menos e trazer mais resultado a partir da suposta economia, ou seja, se estabelecer na tal produtividade. E isto não se viu até aqui.
E em terceiro, está em gestão, sob silêncio, ou falta de transparência um mal herdado com amplitude do governo anterior, um estudo para a nova reforma administrativa. Ela custou, sem licitação, em torno de R$250 mil. E os estudos que vão e vem, estão apontando para um aumento de secretarias, de funções e de custos que deverão ser superiores a R$150 mil por mês. Então o que mudou?
É bom guardar os memes para serem comparados ao que se afirma agora na propaganda e ao que vai se justificar no futuro como “necessário” para não inovar, ousar e frustrar, mais uma vez, as expectativas dos eleitores e eleitoras. Muda, Gaspar!
TRAPICHE

Ontem, na Câmara de Gaspar, foi aprovada a instalação da CPI que vai apurar o que a Polícia Contra a Corrupção de Blumenau já apurou, repito, já apurou e documentou fartamente. Essa gente não olhou para a frente, mais uma vez. É proposital. E por quê? Há tantas outras dúvidas que estão no ar. Seus eleitores e eleitoras estão há anos esperando por respostas. E não se há interesses de ir adiante como, por exemplo, o esclarecimento da contratação da gestão de serviços do Pronto Atendimento do Hospital, uso indevido do Fundo da Infância e da Adolescência no caso Fábrica, a lombada “natural” do pasto do Jacaré, ou entre outras, a milionária compra das floreiras e bocas de lobos inteligentes, sem utilidade alguma até agora…
Perceberam como os políticos manhosos de Gaspar, inclusive os novos, ou aqueles que dizem que querem, ou iriam desnudar ou mudar os velhos esquemas de promoção e espetáculos? Eles se estabelecem na mesmice e na esperteza para seus blocos de apoiadores e fanáticos nas redes sociais. Querem likes. São artistas e não políticos. Não ajudam a cidade. Então, o que vai acontecer, muito provavelmente, olhando o enterro das CPIs das drenagens da Rua Frei Solano e dos áudios cabulosos do ex-secretário de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB e Jean Alexandre da Silva, PSD (metido no rolo, novamente?
Gastos em duplicidade na Câmara do dinheiro público – e não será pouco para peritos, advogados, especialistas, horas extras para servidores e que se calcula perto de R$100 mil – em algo que estaria bem encaminhado no âmbito da polícia e está chegando ao Ministério Público. Espetáculo de vereadores de primeira viagem, que vão culpar os outros e não eles mesmos por tudo não dar em nada na Câmara, outra vez. Tanto que estão dando entrevistas avisando de que CPI não prende ninguém.
Ora, se uma CPI não encaminha ninguém para prisão e não acha culpados, qual mesmo a razão dela? Espetáculo. Enquanto isso, a cidade, fica envolta em uma cortina de fumaça que esconde os velhos e novos problemas dela. Ao fim, tudo irá para debaixo do tapete. A turma de Kleber Edson Wan Dall, MDB, que é maioria na Câmara, vai atuar para não se manchar o bom nome da turma. A turma do “delegado prefeito”, Paulo Norberto Koerich, PL, que entende do riscado de inquérito e sabe o que é isto, pois já atuou inclusive no Gaeco, vai se manchar e passar vergonha, pois insistirá em desmanchar uma obra pronta. Simples assim. Muda, Gaspar!
Uma outra propaganda que o governo do “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL está usando é a renovação da frota. Excelente. Mas, não basta máquinas novas. Primeiro, é necessário operadores habilidosos (é só ver as causas do sucateamento dos atuais equipamentos). Segundo, não bastam motoniveladoras, é preciso lâminas de reposição; terceiro, não bastam operadores, equipamentos e lâminas, é preciso reposição de macadame, senão fica o que o Paulo Flores, da 89 FM, registrou na foto acima.
Mais, do que isso, é preciso uma agenda de prioridades; é preciso de fiscalização permanente às carências e ao que está sendo feito e entender que o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Vanderlei Schmitz, não é um engenheiro feito para colocar a mão na massa. Sinais ele já deu. Em plena enxurrada às áreas alagadas e enlameadas de sapatênis. Ora, se ele é um burocrata de escritório, será lá que pode estar a sua eficiência a favor do governo. Então, é preciso alguém da sua confiança que conheça a cidade e esteja na rua para que as prioridades, estratégias e operações se combinem.
Sempre escrevi aqui e é o que penso. Vice (presidente, governador e prefeito) é, pela Constituição, um reserva no caso de desistência, impedimento e morte do titular. Nem mais ou menos. O titular pode fazer concessões, dar espaços ou até função executiva no governo. São afinidades, necessidades e riscos calculados. Como acho que mulher de eleito, não tem que dar palpite, se ela não tiver uma função clara no organograma do governo ou partido. É só olhar como a tal Janja da Silva destrói a reputação política de um líder até então quase intocável, Luiz Inácio Lula da silva, PT. O STF que o livrou dos processos sem inocentá-lo, também.
Em Gaspar, a relação entre o titular “delegado prefeito” Paulo Norberto Koerich, PL, e o multi-titulado e espaçoso, vindo da esquerda raiz (PV e governo de Pedro Celso Zuchi, PT), engenheiro Rodrigo Boeing Althoff, PV, está azeda. E não é de hoje. E toda vez, que escrevo sobre isso, no dia ou seguinte, eles fazem questão de tirar fotos juntos em algum evento público. Mas, esta semana, o Rodrigo convocou alguns servidores, comissionados e cargos de confiança de segundo escalão para uma “reunião” sem pauta pública conhecida. O prefeito, passou a mão no telefone, e pelos seus, saiu desmanchando o “convite”.

A secretária de Assistência Social, Neuza Pasta Felizetti, PL, vinda de Blumenau bateu o pé: o Projeto Fábrica, no ginásio vereador Gilberto Sabel, e que custou uma baba, invenção do ex-secretário da Educação, o curioso na área, vindo de Blumenau, o jornalista Emerson Antunes, afilhado político do deputado Federal, Ismael dos Santos, PSD, tinha problemas e não poderia continuar pendurado em dúvidas jurídicas como estava, sob séria exposição do atual governo no Ministério Público.
Acostumada a fazer limonada como limões bem azedos, a secretária de Educação, a educadora gasparense, Andreia Simone Zimmermann Nagel, PL, foi atrás de soluções. E em maio três coisas estarão resolvidas: parte das escolas de Gaspar terão contraturno no ensino digital e robótica, não só os da Norma Mônica Sabel, ou os que fossem de forma cara deslocados numa engenhosa logística para a Fábrica, na Rua Itajaí; haverá queda nos custos e não se pagará mais a multinacionais e se prestigiará o polo catarinense de desenvolvimento e inclusão digital do sistema Fiesc, leia-se, Sesi.
Silenciosamente, e ainda sob desconfianças, a secretária de Educação, Andreia Simone Zimmermann Nagel, PL, avança, em terreno movediço seja no ambiente político, pedagógico, social e gerencial num ambiente em franca adaptação aos novos tempos. De pouco mais de cem que tinham acesso a este contraturno escolar digital, ciência e robótica, mais de 1.200 terão acesso. O custo também cai drasticamente. No Google era de R$3.400,00 por estudante com uma hora e meia de aula. No novo sistema, serão R$1.800,00, por duas horas. Uau!
Na foto acima, estão o prefeito Paulo Norberto Koerich, PL, e o presidente da Fiesc, Mário Cézar Aguiar e a secretária de Educação de Gaspar, Andreia Simone Zimmermann Nagel, PL (à esquerda) com José Altino Comper, exibindo o documento que assinala o início da ampliação da inclusão digital de uma parte significativa dos estudantes do ensino municipal de Gaspar.
O advogado gasparense, João Pedro Sansão foi nomeado para a comissão da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político. Ele será membro da recém criada Coordenação de Articulação Parlamentar do Novo Código Eleitoral. Vai atuar na discussão do Projeto de Lei Complementar 112/20121, que trata da consolidação do Novo Código Eleitoral Brasileiro.

A convite do prefeito de Ilhota, Joel José Soares, MDB, o ex-prefeito de Gaspar (2005/08), Adilson Luiz Schmitt, sem partido. Troca de experiência foi o resumo. Adilson ficou impressionado como Ilhota vem resolvendo os problemas de infraestrutura, entre eles o de produção de água e sua potabilidade, bem como suprindo de recursos, com a ajuda técnica da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, e os ambientais via o CIMVI, de Timbó, e que Gaspar rejeitou antes e durante o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Trocou por um sistema de comissionados, que está custando caro hoje e altamente problemático aos investidores, empresários e loteadores.
O Hospital de Gaspar deve a Celesc mais de R$2 milhões de energia elétrica atrasada, mesmo depois de sucessivas negociações. Não é cortada só por misericórdia. Então…
A mágica da troca e economia no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar. A noite, normalmente de maior demanda, devido aos postos estarem fechados, havia quatro equipes de médicos. Agora, serão duas. A maior parte do tempo, segundo do interventor Claudionor de Cruz e Souza, à rádio 90 FM, dois trabalhavam e dois dormiam. Muda, Gaspar!
Aos cristãos e católicos, Feliz Páscoa. E aos que puderem, bom feriadão. Estarei de plantão.
7 comentários em “DEPOIS DE 100 DIAS O “NOVO” GOVERNO, PELO PREFEITO ANUNCIOU NAS REDES SOCIAIS DELE “ECONOMIA” DE R$114 MIL DE SALÁRIOS E R$18 MIL EM VALE ALIMENTAÇÃO DOS COMISSIONADOS. ESQUECEU DE CONTAR QUE ESTA “ECONOMIA” NÃO COBRE AS DESPESAS QUE SE ARMAM NA OUTRA PONTA SEM SEREM ELAS, EFETIVAMENTE, RESULTADOS DAS MUDANÇAS PROMETIDAS À CIDADE”
HUGO MOTA GANHA TEMPO, por Vera Magalhães, no jornal O Estado de S. Paulo
O recesso branco da Câmara neste feriadão foi interrompido pela greve de fome do deputado Glauber Braga e pela precipitação do PL, que não esperou o coelho da Páscoa para protocolar o pedido de urgência ao projeto de anistia dos condenados do 8 de Janeiro. Nos dois casos, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agiu com o mesmo expediente: à distância, procurou ganhar tempo e empurrar os pepinos para a frente.
Como se sabe que problemas adiados não deixam de existir, apenas se prolongam, a pauta da Casa presidida por Motta segue à mercê de fatos que passam ao largo daquilo que, ele prometeu, seria sua prioridade quando sucedeu a Arthur Lira: os grandes temas econômicos de interesse do Brasil, que não dissessem respeito apenas à polarização a cada ano acentuada entre PT e bolsonarismo.
Ao delegar ao colégio de líderes a decisão sobre o projeto de anistia — que, conforme o ministro Gilmar Mendes apontou, de forma absolutamente pertinente, é apenas um cavalo de Troia de dentro do qual sairão Jair Bolsonaro e seus aliados na tentativa de golpe —, Hugo Motta posa de democrata, mas mostra que sua imagem como presidente da Câmara ainda está em construção.
A depender da maneira como conduzir as tratativas, pode ser visto pelos pares e pela imprensa como democrata —distante, portanto, do perfil centralizador que marcou os dois mandatos de Lira —, mas também pode se mostrar hesitante, inexperiente ou pouco corajoso para o desafio de, tão jovem, comandar uma das Casas do Legislativo federal. O limite entre sucesso e fracasso em pauta tão divisiva quanto complexa é quase imperceptível.
O mesmo se aplica à discussão a respeito do pedido de cassação do mandato de Glauber Braga. O psolista só está com o mandato por um fio por suas posições muitas vezes contrárias a grupos econômicos com grande ascendência sobre as bancadas e a interesses corporativos dos próprios colegas. Em outras palavras: a antipatia e o gostinho de ir à forra explicam que Braga seja alvo de uma dureza que não se viu com outros deputados autores de agressões similares à dele ou acusados de crimes concretos.
Qual é o papel de Motta nisso? De novo, tentar equilibrar pratinhos para evitar a escalada da crise. Aliados seus e de Braga convergem para o mesmo diagnóstico: a mão invisível que move as peças nesse tabuleiro é de Lira, cujo poder acumulado em quatro anos foi tamanho que não se extinguiu com a passagem do bastão e do gabinete.
Adiar para o segundo semestre o desfecho da novela ajudou o atual maestro da Câmara a evitar que a situação de saúde de Braga se deteriorasse a ponto de se tornar preocupante. Um prolongamento da greve de fome que o levasse a ser internado em estado grave faria com que a responsabilidade recaísse sobre a presidência da Câmara, não só pelos óbvios dois pesos e duas medidas na pena, como pela desmobilização da cúpula da Casa no feriadão.
Colegas de Motta atestam que, até aqui, nada muda no prognóstico de que Braga deve, no segundo semestre ou agora, perder mesmo o mandato. Mas a suspensão de sua greve de fome evita o pior para a imagem da instituição e dá a ele, ao menos, a chance de articular a própria salvação por mais tempo.
Com as decisões que empurraram os prazos no calendário, Motta espera que o governo Lula deixe de ser um espectador das crises e passe a agir. Aliados lembram que não é função do presidente da Câmara apagar incêndios que atingem o Executivo, como a proposta da anistia, e que ele tem sido um aliado confiável na intenção de facilitar a tramitação de projetos de interesse do governo, como o do Imposto de Renda. Mas, para que eles andem e os bodes sejam tirados da sala, Lula precisa mostrar força, algo cada vez mais distante da realidade, a cada semana que passa.
Na quadrilha, ladrão protege ladrão, se estabelece na irresponsabilidade fiscal, no aparelhamento do estado e nos desvios dos cada vez mais altos pesados impostos on line contra o povo. E depois o PT, a esquerda do atraso e Lula não sabem a razão pela qual o seu governo é tão rejeitado, mesmo diante de tanta marquetagem com cheiro de mofo do século passado, mesmo estando em pleno 2025 do século 21
O ESTRANHO CASO DA PRIMEIRA-DAMA PERUANA, editorial do jornal Folha de S. Paulo
Logo após ser condenada por lavagem de dinheiro pela Justiça peruana na terça (15), a ex-primeira-dama Nadine Heredia escapou da pena de 15 anos de prisão ao ser acolhida na embaixada brasileira em Lima. Em seguida, obteve asilo concedido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O episódio parece não ter gerado rusgas diplomáticas. Afinal, a presidente Dina Boluarte, de centro-direita, emitiu o salvo-conduto para Heredia embarcar num avião da Força Aérea Brasileira para São Paulo (SP), aonde chegou na quarta (16).
O caso, todavia, é intrigante, sobretudo pela falta de explicação da gestão petista para decidir com base na Convenção sobre Asilo Diplomático (1954) e no artigo 4º da Constituição brasileira.
Isso porque, a rigor, Heredia não sofre perseguição política em seu país —critério fundamental para a concessão de asilo. Sua condição é de condenada por um crime comum pelo Tribunal Superior Nacional peruano, com direito a apelação à Corte Suprema de Justiça, o que inviabilizaria qualquer pedido de acolhida.
O governo Lula poderia ter negado a solicitação. Mas preferiu desconsiderar o rito judicial do vizinho e se apoiar no argumento dos advogados da ex-primeira-dama, segundo o qual não havia provas para a condenação.
Heredia e o marido, o ex-presidente de esquerda Ollanta Humala, foram penalizados por lavar cerca de US$ 3 milhões recebidos ilegalmente da empreiteira brasileira Novonor (à época, chamada Odebrecht) e US$ 200 mil de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela já falecido, para financiar as campanhas eleitorais de 2011 e 2006, respectivamente.
Humala está no mesmo presídio onde dois outros ex-presidentes peruanos cumprem penas por corrupção. São sequelas das relações nefastas da Odebrecht com líderes estrangeiros. A empresa também esteve envolvida no escândalo que levou a punições pela Justiça de figuras do alto escalão do PT —a condenação de Lula foi posteriormente derrubada.
O inquérito contra o casal, iniciado em 2016, considerou as provas obtidas no acordo de leniência fechado pela Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato, que foram mantidas pela promotoria peruana mesmo depois de o Supremo Tribunal Federal (STF), no Brasil, tê-las anulado em 2023.
Tal dissenso entre as Justiças peruana e a brasileira, contudo, não exime o governo Lula de explicar por que decidiu abrir o precedente de conceder asilo político a uma condenada por crime comum que tem garantido o direito à ampla defesa em seu país
Trump desvia os nossos olhares e questionamento. Cria cortina de fumaça de ocasião. Lula, PT, a esquerda do atraso comanda a irresponsabilidade fiscal com aval do Congresso Nacional, que se diz nosso representante. Ao menos, elegemos os deputados como tal. E eles fazem isso, farreando com os bilhões de reais das emendas feitas todas com os nossos pesados impostos, cada vez mais altos e on line
NA ZORRA DE TRUMP, O BRASIL SE ESQUECE, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo
Desde 2023, sabia-se que o gasto do governo explodiria o arcabouço fiscal em algum momento em torno de 2027. Isto é, a coisa iria para o vinagre ao final de Lula 3 se não houvesse mudança maior no ritmo de crescimento de despesas, grosso modo determinado por leis, “gasto obrigatório”, piorado desde fins de 2022.
Pois bem. Nesta semana, o roteiro da explosão até 2029 foi desenhado pelo próprio governo, que apresentou as linhas gerais do Orçamento de 2026 (o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Prestou-se atenção ao fato de que, em 2027, será preciso incluir nas contas (de despesa, de saldo primário) o gasto inteiro com sentenças judiciais (“precatórios”). Até lá, para certos fins fiscais oficiais, finge-se que um gasto de uns R$ 50 bilhões não existe (reaparece no aumento sem limite da dívida pública). Note-se, porém, que, pelo menos a partir de 2028, o que sobra para o governo gastar, além do obrigatório, é achatado com ou sem precatório. Ou se muda o limite de gastos, ou a meta de superávit primário ou se faz alguma gambiarra ou não vai sobrar nada. Bum.
Vai ter mudança já em 2026, ano eleitoral? De que tipo? Reforma fiscal? Empurra-se com a barriga? Lula 4, caso eleito, diria, em 2027, “olha, deu ruim”? Como Dilma Rousseff em 2015?
Seria bom pensar no assunto, parece, né. Mas o Brasil político, “oficial”, parece esquecido de si. O Congresso não voltou do recesso, afora para resolver seus dinheiros de emendas e para tocar a anistia, a lei pró-golpe. O governo apareceu com o projeto da isenção do Imposto de Renda. O ano agora começa depois da Páscoa?
Muito ainda se fala de como o Brasil pretende negociar o aumento do imposto americano de importação do aço nacional, como se o caldo não fosse muito mais grosso —um espanto. Pelo menos, não falam mais da tolice de retaliar os EUA tributando batom, óculos de sol ou sei lá. E daí?
Houve meses de aviso. Deveríamos estar tratando do que fazer das relações com a China. Do que fazer do risco de desova, por aqui, de produtos chineses ou sabe-se lá mais quem. Deve haver superoferta global —concorrência com indústria doméstica, com um pequeno bônus de queda de preços. Vamos esperar chover?
A provável perda de ritmo da economia tende a criar algum problema para a receita do governo. Preços menores de commodities, em especial petróleo, tiram outro pedaço da receita e da atividade. Sim, pode haver o bônus da redução do preço dos combustíveis, quando alguém tiver noção vaga no que var dar a baderna sinistra de Trump. Mas não estamos otimistas demais com essa receita prevista no Orçamento? É um modo ameno de perguntar.
Pode ser que a desaceleração global, superoferta e, talvez, dólar mais barato permitam que o Banco Central não leve a Selic além de 15% e, quem sabe, baixe juros até o final do ano.
Para pensar nisso tudo, é preciso levar em conta o efeito direto da redução de comércio com os EUA, dos desvios de comércio, do destino dos juros americanos e do dólar no mundo, do preço das commodities, do efeito geral da incerteza e das condições financeiras do mundo. Logo, está muito mais difícil de dar chutes informados do que de costume. Mas o mundo está do avesso e nossos problemas profundos mais imediatos permanecem, e graves (“o fiscal”). Vamos acordar?
O Brasil oficial parece no decúbito eterno —deitado em berço esplêndido.
Leia. Matute. Tente entender. É esta a “democracia” que o STF defende, a liberdade de roubar os pesados impostos do povo para políticos, o PT, a esquerda do atraso e empresários amigos seus se esbaldarem?
COMO É BOM SER AMIGO DE LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo
Por decisão do presidente Lula da Silva, o Brasil concedeu asilo político a Nadine Heredia, mulher do ex-presidente do Peru Ollanta Humala, após ambos serem condenados a 15 anos de prisão por corrupção, num desdobramento do escândalo flagrado pela Operação Lava Jato. Ou seja: depois de exportar a corrupção, o Brasil agora exporta a impunidade.
O Peru é um dos 12 países envolvidos em esquemas de propina da Odebrecht em contratos públicos. Entre dezenas de políticos, servidores e empresários, a Justiça peruana investiga quatro ex-presidentes. Humala, que governou de 2011 a 2016, foi o segundo a ser condenado, por, entre outros crimes, ocultar, com a cumplicidade de Heredia, cofundadora do Partido Nacionalista, US$ 3 milhões recebidos pela Odebrecht para a campanha de 2011.
Aparentemente, a Justiça peruana não tem um similar local do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo quem os casos de corrupção da Odebrecht e outras empreiteiras foram na verdade uma ilusão de ótica fabricada pelo juiz Sérgio Moro numa conspirata contra empresários brasileiros e contra Lula. Não foi por falta de esforço de Toffoli, que em 2023 declarou nulas as provas obtidas contra Humala.
Tal como com outros países com os quais o Brasil firmou acordo de colaboração, Toffoli proibiu procuradores brasileiros de tomarem depoimentos de colaboradores da Odebrecht e barrou o depoimento de testemunhas brasileiras a autoridades peruanas. Tudo isso com a conivência de seus colegas no STF, que em 20 meses não se dignaram a julgar os recursos às decisões monocráticas de Toffoli que anularam mais de uma centena de casos no Brasil e estão beneficiando réus em países onde executivos da Odebrecht confessaram subornos multimilionários, como Equador, Argentina, Colômbia, Panamá e México. Felizmente para os peruanos, sua Justiça fechou acordos de delação diretamente com a empresa e seus executivos.
Mas, se Toffoli não foi capaz de iludir a Justiça peruana, lá está Lula para eludi-la. Sua proximidade com o casal Humala-Heredia é conhecida. Lula até destacou o marqueteiro petista Luis Favre para ajudar na campanha de Humala, financiada por dinheiro ilícito. Não por mera coincidência, o advogado de Heredia no Brasil é um dos líderes do grupo de juristas petistas intitulado Prerrogativas.
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro invocou a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, que concede asilo a perseguidos políticos. Faltou explicar por quais razões o governo crê que Heredia esteja sendo perseguida por motivos políticos. Afinal, ela não foi condenada por crime político, mas por crimes comuns. Tampouco o Brasil se deu ao trabalho de apontar qualquer violação às suas garantias processuais.
O que torna o desvio de finalidade e o desrespeito do governo brasileiro à Justiça peruana ainda mais acintosos é o fato de que o caminho legal nem sequer está fechado no Peru. A condenação ocorreu em primeira instância e ainda é passível de apelação.
Corruptos de toda a América Latina já sabem onde se refugiar da Justiça de seus países. Nem precisam provar que são inocentes ou perseguidos políticos, basta serem amigos de Lula.
A IGNORÂNCIA DA DEMOCRACIA DE TRUMP, por Elio Gaspari, nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo
Não se pode exigir que os presidentes dos Estados Unidos conheçam a América do Sul. Franklin D. Roosevelt (1933-1945) chamou Getúlio Vargas de general, e George W. Bush (2001-2009) perguntou a Fernando Henrique Cardoso se havia negros no Brasil. A ignorância pontual é uma condição do gênero humano. Afinal, ninguém é obrigado a saber tudo, mas o problema se agrava quando o sujeito recicla a própria ignorância e acredita ter conseguido sabedoria. Esse é o caso de Donald Trump e de sua turma.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, disse que “o governo Obama (…) permitiu que a China se infiltrasse em toda a América do Sul e Central com sua influência econômica e cultural”, e acrescentou:
— Estamos retomando o nosso quintal.
O doutor falava do Canal do Panamá, onde empresas chinesas se estabeleceram no vácuo deixado pelos interesses comerciais dos Estados Unidos.
A China investe em matérias-primas e na infraestrutura na Ásia, África e América Latina de acordo com seus interesses. Não há um só caso de iniciativa chinesa contra a vontade de um país. (O Canal do Panamá foi arrancado da Colômbia no início do século XX.)
A miopia de Trump e sua turma está em querer fazer uma política a um só tempo isolacionista e expansionista, avançando sobre o Panamá, a Groenlândia, o Canadá e “retomando o nosso quintal”. Querem curar ressaca tomando mais um gole.
Deixando de lado considerações genéricas, pode-se ir ao mundo dos fatos. Enquanto os Estados Unidos estrangulam centros de estudo como o Wilson Center, de Washington, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) se reunirá em maio. Onde? Pequim.
O Império do Meio é paciente, metódico e discreto. Em 1996, enquanto Donald Trump cuidava de imóveis a cassinos, a China mandou uma missão comercial a Fortaleza. Nela, mais magro e com cara de garoto, estava o vice-governador da Província de Fujian, Xi Jinping. Voltou em 2014, para uma reunião do Brics. Xi já esteve com três presidentes brasileiros e voltará a se encontrar com Lula no evento da Celac.
O governo americano teve, mas não tem mais, uma diplomacia atuante na América Latina. Roosevelt achou que Getúlio Vargas era um general, mas mandou Adolf Berle, um de seus principais assessores, para a embaixada no Rio. Hoje, os laços culturais dos Estados Unidos com seu “quintal” continuam fortes, mas o trumpismo hostiliza estudantes estrangeiros e avacalha suas universidades. Tudo bem. Foi-se o tempo em que Ralph Della Cava corria pelo Ceará estudando a vida do Padre Cícero e Alfred Stepan estava no Rio pesquisando a política dos militares. Veio o novo tempo, com a intimidação das universidades americanas e o objetivo de silenciar um pensamento radical. Vá lá, mas o problema está em outro lugar.
O agronegócio brasileiro deve parte de sua prosperidade às vendas que faz para a China (perto de US$ 50 bilhões em 2024). Quando Della Cava e Stepan eram jovens pesquisadores, um dos grandes frigoríficos que operavam no Brasil era o Armour, com o nome do magnata que ajudou a revolucionar a indústria de alimentos dos Estados Unidos no século XIX, para onde Trump quer levar seu país e, junto, o “quintal”.
QUEM DEFENDE A DEMOCRACIA? por Vera Magalhães, em O Globo
Estados Unidos e Brasil lidam neste momento com um dilema comum: como responder a diferentes graus de ameaça à democracia que aconteceram nos últimos anos e, por lá, se intensificam a cada dia no novo mandato de Donald Trump?
Enquanto aqui uma corrente política tenta convencer a sociedade de que o Judiciário exagera e persegue ao punir com rigor aquilo que a sua Corte mais alta, o Supremo Tribunal Federal, decidiu por ampla maioria ter sido uma tentativa de golpe de Estado, nos Estados Unidos as diferentes instituições começam a dar sinais de que perceberam quanto subestimaram a capacidade de destruição de todo o arcabouço democrático erigido nos últimos séculos por parte de uma oligarquia disposta a fazê-lo.
Vale a pena olhar para o que se passa em ritmo acelerado na maior potência do mundo para analisar com a frieza e a responsabilidade devidas as atuais tentativas de minimizar episódios como o 8 de Janeiro e a trama golpista urdida ainda na vigência do governo de Jair Bolsonaro.
Muito da sem-cerimônia com que Trump nomeou pessoas movidas por interesses particulares — muitas das quais notoriamente avessas às premissas básicas das áreas que foram designadas para comandar — e passou a investir simultaneamente contra os vários pilares sobre os quais a história democrática americana foi assentada se deve ao fato de que ele já tinha tentado fazer isso antes e não foi punido. Não só isso: foi ungido de volta, como se a maioria do eleitorado não só respaldasse ações impensáveis como a invasão ao Capitólio e a tentativa de não reconhecer o resultado das eleições de 2020, como pedisse mais.
Trump entendeu assim e está oferecendo muito mais. Se isso, por si só, já foi espantoso tratando-se de um país que sempre cantou em prosa e verso a solidez de sua democracia, a facilidade com que o presidente eleito novamente conseguiu amedrontar o Congresso, atemorizar as universidades a ponto de fazê-las sucumbir a censura e pressão financeira e desmontar agências, coalizões e departamentos, inclusive ligados à soberania nacional, faz qualquer filme distópico parecer fichinha.
Levou quase quatro meses para que personagens como Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez ou instituições como Harvard começassem a erguer a voz, dizer “não” ao arbítrio e arregaçar as mangas. E precisou que os ditames de Trump começassem a bater no bolso daqueles que o reconduziram à Casa Branca para que a população começasse a ir às ruas e a dizer que não aceitaria mais avanços autoritários.
E também nesse aspecto há paralelos a ser construídos com o Brasil. O STF e, mais específica e sistematicamente, o ministro Alexandre de Moraes foram aqueles que pararam Bolsonaro quando se tentava passar a boiada na legislação de proteção ambiental, negar vacina e tratamento a populações específicas na pandemia, colocar em xeque o sistema eleitoral consagrado havia décadas e até impedir eleitores de votar, numa última tentativa desesperada de influir na vontade popular.
Nada disso, nem a invasão à sede dos três Poderes, foi brincadeira. Punir os responsáveis por essa sucessão de atos e decisões não é perseguir donas de casa indefesas, mas proteger a democracia, um bem tão frágil que basta dar poder a um autocrata para que venha a ser rapidamente reprimido.
Em 2022 e 2023 o Brasil se mostrou mais maduro e equipado que os Estados Unidos em 2020 e 2021 para lidar com as turbas, as eleitas e as alistadas, que tentaram conspurcar a ordem constitucional. Mas os ventos de lá sopram aqui quando tributários do trumpismo enxergam em sua volta ao poder a deixa para tocar o terror da pressão para que os Poderes sucumbam e passem a relativizar as tentativas de golpe em vários atos que vivenciamos.
Que a reação tardia e insuficiente da sociedade americana seja também um sacode nos que estão aos poucos sendo levados na conversa mole de que tudo que vimos ao vivo e em cores não passou de delírio do Xandão.
QUANDO A POTÊNCIA NÃO SE CONCRETIZA, por Aurélio Marcos de Souza, advogado, ex-procurador geral do município de Gaspar (2005/08), graduado em Gestão Pública, pela Udesc. Publicado orginalmente, nas redes sociais do autor.
Nem todo espermatozoide gera uma vida. Assim como nem todo discurso é capaz de transformar uma realidade. Ambos carregam uma promessa — um, a de um novo ser; o outro, a de um novo tempo. Mas promessas, sem verdade, sem direção e sem escuta, acabam se perdendo no caminho. E o que poderia ser fecundação, vira frustração.
Vivemos uma era de vozes em excesso e escuta em escassez. São discursos por todos os lados: nas redes sociais, nos palanques políticos, nas igrejas, nas empresas, nas escolas. Palavras e mais palavras. E, no entanto, algo parece faltar. A sensação de vazio depois de tantos discursos é quase física. O coração ouve, mas não se move. A mente entende, mas não se convence. Fica só o cansaço — o mesmo de quem já ouviu tudo, mas nunca viu nada acontecer.
E é aí que mora o problema: o discurso só pelo discurso. Falar por falar. Prometer por costume. Convencer sem crer. É uma forma de ruído polido, mas ainda assim ruído. No início, pode até seduzir. Mas o tempo cobra. O povo, por mais paciente que seja, percebe quando está sendo embalado em palavras bonitas, mas vazias. A verdade, mais cedo ou mais tarde, fura a bolha da retórica.
Muitos falam para impressionar, não para transformar. Usam frases ensaiadas, metáforas bonitas, voz firme. Mas falta o principal: escutar quem está do outro lado. Falta humildade para reconhecer que um bom discurso não nasce do ego, e sim da escuta sensível e do compromisso com algo maior do que a própria imagem.
Assim como o espermatozoide precisa do ambiente certo para fecundar, o discurso também exige um contexto de confiança, escuta e empatia. Palavras sem verdade não geram mudança. E quando o discurso se torna repetição, ele não apenas perde a força — ele começa a incomodar. E, com o tempo, se torna insuportável.
O povo pode até se encantar por um tempo. Mas não se engane: o povo sente. E, quando percebe que foi levado apenas por palavras vazias, se afasta. Porque falar bonito é fácil. Difícil é fecundar ideias, provocar sentimentos, gerar ações. Difícil é transformar fala em vida.
E talvez o mundo precise, com urgência, de menos vozes em alto-falantes e mais verdades ditas de perto, olho no olho. Palavras que não gritem, mas que toquem. Que não prometam, mas que realizem. Porque de discurso o povo já está cansado. O que falta agora é transformação.