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COMO NA FÁBULA DO REI, OS POLÍTICOS DE GASPAR ESTÃO NÚS. TODOS ENXERGAM. MENOS ELES E O REI

Não programei este artigo para hoje. O de amanhã já está pronto. Mas, as circunstâncias me retiraram do ócio. Ontem “surgiu” um quarto áudio sobre as decisões dos poderosos de Gaspar. Ele percorreu os aplicativos de mensagens como uma tempestade. A audiência dele foi tão grande, que o áudio só pode ser repassado um por vez, no controle do próprio aplicativo. O que significa isto? Que a cidade, praticamente, inteira, está interessada, curiosa e sabe destes rolos naquilo que imagina e de seus envolvidos, também naquilo que imagina e amplia.

E os atores ou envolvidos, estão aí desfilando em reuniões ou usando as redes sociais para além do normal intencionalmente para desviar a atenção da cidade, cidadãos e cidadãs – como se isso fosse possível e como se nada fossem com eles.

Por outro lado, a cidade inteira ficou ainda mais pasma – naquilo sempre negado e disfarçado, de como se negociava ou se negocia no paralelo entre os poderosos e no poder de plantão. Há vozes claras, plenamente identificadas. Há soluções com taxas para aquilo que não teria, em tese, soluções. Há citação de nomes. Há fio de meadas. Só não se apura porque há como todos do poder se orgulham e arrotam há anos por aqui: o corpo deles fechado deles nas instituições que deveriam fiscalizar e punir.

O que está claro também. Que este áudio de ontem não é da mesma origem dos três primeiros. É um contra-ataque e ao mesmo tempo um aviso de guerra ou “pedido de paz” dos atingidos nos três primeiros áudios. Ou seja, parece coisa de gangues. Era o que estava faltando. É um aviso do grupo supostamente atingido para parar tudo, porque se não parar, há armamento de contra-ataque e todos vão perder muito mais do que já estão perdendo, ou seja, o poder para fazer o que bem entendem. Isto eu já havia antecipado nos meus artigos. Bingo. Não há ninguém amadora neste negócio.

Mas, o artigo de hoje é na verdade é uma reprodução daquilo que recebi de fonte anônima, com muito humor, e que mostra como o Rei está nu ( A Roupa Nova do Rei é um conto de fadas de autoria do dinamarquês Hans Cristian Andersen, publicado em 1837 ). Esta compreensão se espalha. Todos enxergam o rei – e parte do reino – sem roupas. Eles se acham luxuoso e elegantemente vestidos. Vamos ver o que isto dará em outubro do ano que vem. Boa leitura e reflexão. Obrigado pela contribuição.

OUTONO NEWS

Óióíóó, tais tolo. A maré tá pra pexi rapáe. Tainha e Tubarão tamém.

Mas tu tá só no balanço da rede, de olho no cardume. Vou te contar que esse outono promete boas novidades no Reino de KEW.

Então KEW não seguiu os conselhos de Nicoláu (o Maquiavel). Foi avisado: “quando o problema estiver dentro do teu reino extirpa-o ou afasta-o para muito além das muralhas do teu reino”. Mas KEW disse: “nada que vem de baixo me atinge”. Mas, pobre KEW, sentou (comeu e dormiu) em cima de um formigueiro, tratou e alimentou muito bem as formigas, que de tão fortes e tão astutas colocaram o Reino de KEW num enrosco sem desenrosco. O Outono promete folhas e frutos caídos ao chão. O que acontecerá com KEW e seus soldados?

 …

No tempo das Cruzadas a ‘perseguição aos contrários da Regra’ e a ‘cobrança de impostos’ era altíssima. Esses perseguidores e cobradores de “impostos” usavam uma Cruz bem gigante no peito. Eram destemidos e temidos em todos locais em que tomavam os postos. Exceto num lugar, na Rádio Peão. E nesta Rádio o dito popular não falha: a voz do povo é a voz da verdade. E o que dizia a voz da Rádio Peão? Que o Boss Office de Obras, homem de fé, da cruz ao peito, deixava de ser conhecido como 30% e passou a ser conhecido como o fit fit, ou 50%. Guloso né!! Mas, outro dito popular se diz nos corredores: é a lei do Criador, aqui se paga com o que se faz. Como nas leis imutáveis da física e da química, ação e reação, causa e efeito, colheras o que plantas.

 …

E lá no Parlamento, apoiadores de fé, conhecedores da regra do fit-fit, líderes maquiavélicos e longevos da távola, apresentaram mais uma famigerada Lei que abrirá mais vagas de ‘aceçores’ aos seus míni-reinos Edis. Sim!! Caras de Pau?  Imagina!! E eles nem anunciam nada? Tudo na surdina e contra as regras do próprio Tribunal que lhes fiscaliza. A fome e a cara de pau de gastar dinheiro público em ano pré-eleitoral, como moeda de troca de uma CPI meia-boca, é uma vergonha sem tamanho. Será que o povo, que paga impostos aos fit-fits sabe dessa nova sobrecarga para seus humildes bolsos bancarem? Baita sacanagem a caminho do forno (de pizza ?).

Fiquemos em paz e que o Senhor nos ajude. Acorda Gaspar.

Boa pesca.

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3 comentários em “COMO NA FÁBULA DO REI, OS POLÍTICOS DE GASPAR ESTÃO NÚS. TODOS ENXERGAM. MENOS ELES E O REI”

  1. MANIA DE GRANDEZA ENCOLHE ÊXITO EXTERNO DE LULA, por Josias de Souza, no UOL

    O convite para visitar Kiev é uma provocação adequada da Ucrânia diante da gritante predileção de Lula pela Rússia. Impressiona a facilidade com que Lula pronuncia besteiras sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas seria um erro primário condená-lo apenas por dizer bobagens. O problema é pior. Do alto de sua mania de grandeza, Lula achou que poderia elevar-se à condição de mediador da guerra do século, colocando-se na fila do Prêmio Nobel da Paz. Obteve o oposto. Além de não se engrandecer, encolheu o êxito de sua política externa.

    Ao nivelar vítima e agressor, repetindo que os ucranianos também são responsáveis pela guerra, Lula desqualificou-se para uma mediação que ninguém pediu. Comprou briga Estados Unidos e União Europeia ao insinuar que as armas do ocidente serviram para fomentar a guerra, não para garantir a sobrevivência da Ucrânia. Ao sugerir que os ucranianos abrissem mão da Criméia, Lula virou algo parecido com um garoto-propaganda de Vladimir Putin. Distanciou-se de resolução aprovada na ONU com o aval do Brasil.

    No curto prazo, as declarações inoportunas de Lula abafam o êxito da viagem à China. Em vez de faturar a reativação da parceria estratégica com Pequim, o governo brasileiro precisa agora explicar um comentário constrangedor do chanceler russo Sergei Lavrov. A caminho de Venezuela, Cuba e Nicarágua, Lavrov fez escala em Brasília para retribuir visita de Celso Amorim a Putin. Disse que Brasil e Rússia têm “visão similar” sobre o conflito na Ucrânia. Ainda não foi desmentido.

    No médio prazo, a derrapagem de Lula inibe dois movimentos do Itamaraty. Num, a reaproximação com a China serviria de despertador para acordar os Estados Unidos para a conveniência de oferecer ao Brasil mais do que solidariedade e acenos. Noutro, a União Europeia seria instada a levantar os obstáculos que ainda retardam a assinatura do acordo comercial com o Mercosul. Lula vai à coroação do rei Charles 3º e à reunião do G7, em maio, numa posição defensiva. Distanciou-se das democracias ocidentais para encostar o seu governo em Putin, hoje o principal aliado da direita autocrática mundial.

  2. INGÊNUO OU MEGALÔMANO, por Merval Pereira, no jornal O Globo

    O presidente Lula é ingênuo ou megalomaníaco? Na revista inglesa The Economist, e em diversas abordagens de jornais dos Estados Unidos, a possibilidade de o presidente brasileiro ser ingênuo tentando ter influência nos “grandes temas políticos em que tem pouca ou nenhuma” é a mais aventada. Essa obsessão de Lula de se tornar um líder internacional sem resolver as questões internas do país que governa é antiga, talvez convencido pelo então presidente Barack Obama, que o classificou como “o cara” numa reunião internacional.

    Mas Obama se arrependeria mais tarde. No último ano de seu segundo mandato, o Brasil tentou intermediar um acordo nuclear entre Irã e Estados Unidos, coadjuvado pela Turquia, mas ele foi rejeitado pelos americanos. O governo brasileiro divulgou uma carta que o presidente americano enviara a Lula querendo provar que o governo dos EUA fugia de compromissos assumidos. Só que na carta de Obama estava definido que o Irã deveria “reduzir substancialmente” seu estoque de urânio de baixo enriquecimento na transição para o acordo internacional. Como Brasil e Turquia permitiam que o Irã continuasse a enriquecer urânio por um ano antes dessa transição, o governo americano recusou o acordo, fechado mais adiante.

    Em 22 de julho de 2010, em meio a uma crise causada pelas acusações do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe na OEA de que guerrilheiros das Farc tinham estabelecido bases e se escondido atrás da fronteira venezuelana, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países. O Brasil se ofereceu para intermediar um acordo, mas foi vetado pela Colômbia por não ter imparcialidade para tal. Hoje, depois de ter assumido uma posição descabida a favor da Rússia na guerra com a Ucrânia, o país perdeu completamente a capacidade de participar de um “grupo de países a favor da paz”. Não tem cabimento afirmar que a guerra existe por culpa do país invadido, a Ucrânia. O raciocínio parece baseado em pílulas de sabedoria de mesa de bar, onde Lula pretendia resolver a questão “tomando uma cervejinha”. Quando um não quer, dois não brigam, raciocina simploriamente Lula.

    O curioso é que o governo brasileiro sob Lula é parceiro reconhecido internacionalmente em temas caros a ele: combate à pobreza e meio ambiente. Há um antiamericanismo infantil na esquerda brasileira, que não distingue um governo democrata, como o de Biden, de um republicano radical, como o de Trump. O acrônimo mais famoso das últimas duas décadas, Bric —criado em análise do Goldman Sachs do final de 2003 unindo as iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China – mais tarde entraria a África do Sul, passando a ser conhecido como Brics -, países que estariam no topo da economia mundial nos próximos 50 anos —, está em franca decadência há bom tempo. Pelo estudo, o Brasil seria a quinta economia do mundo, medida pelo Produto Interno Bruto. Para chegar lá em 2050, teria de crescer em média 3,6% por 50 anos. Mas tem crescido à média de 2,5% nos últimos 40. Essa performance nos tem valido a classificação de “eternos emergentes”, mais desagradável que “país do futuro”.

    Até agora, as discussões no Brics têm sido dominadas por temas que dividem os integrantes: a representação mais ampla dos países emergentes nas organizações estabelecidas depois da Segunda Guerra Mundial e a questão do protecionismo, especialmente na agricultura. Dois deles, China e Rússia, estão entrincheirados entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. E, no tema do protecionismo, a divisão ocorre em outras linhas, porque o Brasil busca apoio aos seus produtos agrícolas, e China e Índia têm o interesse de resguardar sua agricultura familiar. A oposição aos Estados Unidos pode uni-los, mas, neste novo mundo geopolítico desenhado pela crise internacional, ainda há muitos avanços a ser feitos pelo Brics.

  3. BRASIL ARMA A CAMA PARA LAVROV DEITAR – E ROLAR, por Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor Econômico

    Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou, em sua passagem pela China, a impressão de que tomara partido na guerra entre Ucrânia e Rússia, ao equiparar a responsabilidade de invasor e invadido, o chanceler russo Sergey Lavrov a confirmou ao dizer que seu país e o Brasil têm uma “visão similar” sobre o conflito.

    O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, até que tentou contemporizar mencionando a mediação da paz e fazendo um apelo por um cessar-fogo imediato, mas Lavrov disse que está em busca de uma solução duradoura. Como se tratou de uma visita em retribuição àquela feita por Celso Amorim ao presidente Vladimir Putin, não se pode dizer que o Brasil caiu numa armadilha. Foi em busca dela.

    O desdobramento da exposição do Brasil no tema é resumido pelo embaixador Marcos Azambuja numa frase: “As falas do presidente da República na viagem diminuem a rentabilidade do seu prestígio”. Ex-embaixador do Brasil na França e na Argentina, hoje conselheiro emérito do Cebri, deixou o Itamaraty há 20 anos, mas a diplomacia nunca o deixou. Não tem dúvida em afirmar que o Brasil entrou para um círculo muito estreito de países que discutem entre si o destino da humanidade.

    Em menos de quatro meses de governo – que poderiam ter sido três sem a pneumonia – o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido pelos presidentes das duas maiores potências mundiais, Joe Biden e Xi Jiping. Amorim esteve com Putin, e o chanceler deste, considerado o segundo na hierarquia do Kremlin, foi recebido nesta segunda feira no Itamaraty e no Palácio do Planalto.

    Antes mesmo de tomar conhecimento das declarações de Lavrov, Azambuja já avaliava que Lula, do alto desse prestígio, não poderia ter tomado partido nem emitir juízo de valor. Azambuja vê na “sobriedade das palavras”, o preço que o presidente tem a pagar pelo prestígio alcançado: falar o mínimo possível e não se comprometer com posições para permanecer influente na acomodação de interesses pela paz.

    Ao longo de sua viagem à China e aos Emirados Árabes, Lula equiparou, mais de uma vez, a posição da Ucrânia, invadida, e da Rússia, invasora, na deflagração da guerra em fevereiro de 2022 e ainda usou um tom de provocação para defender um comércio bilateral com a China na moeda dos dois países.

    O embaixador diz que o presidente contribuiu para dar a impressão de que o Brasil está de um dos lados do conflito e atribui a fala do presidente aos descuidos de uma viagem longa – “Longos vôos não são momentos de sabedoria”. Mas as opiniões de Lula sobre a guerra na Ucrânia não escaparam. Falou num dia e repetiu no outro.

    Azambuja lamenta o descasamento das falas com os votos brasileiros sobre a questão nas Nações Unidas. Vê neles a clareza que define a posição histórica do Brasil e a sabedoria do pacifismo sul-americano: “Temos 10 fronteiras e não guerreamos com ninguém. Toda a América do Sul é um continente sem incidentes, ao contrário da Europa”.

    Não vê problema em o Brasil encontrar fórmulas de acomodação de seus pagamentos que escapem ao dólar. Só não acha que isso deve ser feito com hostilidade: “O Brasil precisa de EUA forte e de uma China forte. Ao Brasil interessa um mundo com muitos focos de poder”.

    CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU

    No mesmo pronunciamento em que colocou o Brasil ao lado da Rússia no conflito com a Ucrânia, Lavrov disse que seu país seria favorável à presença brasileira num assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou seja, transformou uma negociação que o Brasil pretendia que fosse vista como um capítulo da atuação do país pela paz mundial, em parte da estratégia obsessiva pelo Conselho de Segurança.

    Celso Amorim não concorda com nada disso. Diz que foi com posicionamentos como o de Lula que Brasil alcançou o prestígio de hoje. O patrono do Itamaraty, o Barão do Rio Branco, consolidou as fronteiras e a tradição do Brasil por soluções pacíficas há 120 anos. Lula soma oito anos e três meses no poder.

    Lavrov teve no Brasil a primeira parada de uma viagem que ainda inclui Nicarágua, Cuba e Venezuela. Amorim não se incomoda que o Brasil tenha sido incluído num roteiro com o qual o país não partilha da visão de mundo: “Não temos como determinar a agenda do chanceler russo”. Amorim e Lavrov se conheceram nas Nações Unidas onde ambos serviram como embaixadores. Em outubro de 2021 o diplomata brasileiro foi convidado a participar da Valdai, uma espécie de Fórum Econômico Mundial que acontece todos os anos na Rússia.

    Na China, Amorim encontrou-se com Wang Yi, que foi chanceler e, hoje, ocupa o assento mais próximo de Xi Jinping na formulação de política externa, e participou de parte do encontro de Lula com o presidente chinês que estava programada para 15 minutos e ultrapassou uma hora. Desde sua primeira visita à China, nos anos 1980, diz nunca ter visto uma conversa “com tanto engajamento” dos dois líderes.

    O comunicado conjunto da viagem de Lula à China é muito mais ameno do que as declarações de Lula e não traz nenhum avanço em relação ao apoio chinês à cadeira permanente para o Brasil no Conselho de Segurança. Como o Brasil também não apoiou a “Iniciativa global de segurança” da China, Amorim acha que ficaram quites, mas quem assumiu riscos nesta viagem foi o Brasil

    O embaixador rejeita com veemência a percepção de que o Brasil tomou um lado. Vê interesse da União Europeia em uma relação de maior autonomia em relação aos EUA, como disse o presidente francês Emannuel Macron, e confirmou a participação de Lula na reunião virtual sobre clima e energia patrocinada pelo presidente Joe Biden

    Se o embaixador vê avanços do Brasil no xadrez internacional, não tem meios para conter um eventual dano de popularidade que Lula pode vir a colher de sua ofensividade diplomática. Nada sugere que a metade do Brasil que o olha de banda a aprove.

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