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COMEÇOU A CAMPANHA EM GASPAR. POLÍTICOS DISPUTAM ANÚNCIOS DE “R$ MILHÕES” DAQUILO QUE NÃO SE SABE SE VEM E NEM ONDE FICARÁ A OBRA

Atualizado e corrigido às 11h54min e 12h53min deste 11.03.2024As redes sociais e a imprensa – a regional inclusive – foram entupidas desde semana passada por uma enxurrada de anúncios de emendas parlamentares federais e liberação de outros milhões de reais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, e Geraldo Alckimin, PSB, para obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – em Gaspar. É a notícia. É o que se comemorou. É o que se espalhou nas respectivas bolhas – pré-candidatos e partidos, com versões a gosto do cliente -, nos aplicativos de mensagens. É do jogo. Será assim até outubro.

É também o retrato de uma disputa política: anúncios, papelinhos, fotos, entrevistas e paternidades de verdade e apropriadas. Até imprensa daqui foi mobilizada para estar em Brasília para dar ares de seriedade diante do descrédito dos políticos e gestores públicos que eles próprios desqualificaram e descredibilizaram as suas redes sociais. Ninguém da imprensa vai a Brasília de graça. Há custos. E altos. Ulalá.

Na verdade, que está por detrás de tudo isso? Cada um buscando resultados políticos para os seus pré-candidatos – quando não eles próprios – na corrida à prefeitura de outubro deste ano e por extensão aos pré-candidatos a vereadores. Nada mais. Ou alguém acredita que essa gente é Papai Noel?

O que não se mostrou de verdade, claramente, mas está embutido? É que todos estão tratando os seus eleitores e eleitoras como tolos e os dividindo em fans clube, como se os políticos e os gestores públicos não tivessem que dar explicações pelo atraso e à falta de ações neste tempo todo em que estão representando a comunidade gasparense.

Ficou cristalino, mais uma vez, o constrangimento, o improviso e a velha forma de fazer política sem resultados práticos para a sociedade. Mais do que isso, estão comemorando algo ruim que pelo desleixo deles próprios, criaram contra a cidade e a população.

A semana passada começou com um tal “Alô Saúde” – não se sabe quem faz, como se paga e quanto custa no habitual falta de transparência do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do atual vice, Marcelo de Souza Bick, PP.

Este tal do “Alô Saúde”, vai se descobrindo, é na verdade, uma “enfermeira telefonista, ou “telefonista enfermeira”, que ouve e redireciona atendimentos, num serviço vendido e travestido de telemedicina. Não se sabe onde está, se só atende Gaspar ou é um “pool” de clientes.

O “Alô Saúde” tenta resolver 24 horas por dia dos sete dias da semana, os crônicos problemas de filas e à falta de atendimento nos postinhos de saúde e no próprio Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar que o governo de Kleber, Luiz Carlos, Marcelo e seus mais de dez secretários titulares e interinos de Saúde nomeados nestes sete anos, não conseguiram resolver.

Por outro lado, o atual secretário de Saúde, um que não é da área e vestido novamente de candidato a vereador (é suplente), Santiago Martin Navia, MDB, está percorrendo as filas para convencer os doentes a telefonarem para o “Alô Saúde”…

Diante de tantos anos de desgastes dos políticos e sofrimento dos doentes, os “cábios” do Paço inventaram algo, que para eles e na marquetagem, parece-lhes ser mágico e trazer soluções esquecidas no tempo.

E esta velha fórmula de se fazer política como o capim que tomou conta da cidade por mais de seis meses quando parte dos vereadores da Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB), o prefeito Kleber, e vice Marcelo vestido de candidato para sucede-lo, também tomaram conta das redes sociais e da imprensa na semana passada para anunciar à retomada da roçagem por contrato emergencial de R$3,1 milhões feito pelo Samae, como expliquei em CORTA CAPIM. DEPOIS DE QUASE SEIS MESES DE DURAS CRÍTICAS E EXPOSIÇÃO, GOVERNO DE KLEBER E MARCELO CONTRATA EMERGENCIALMENTE EMPRESA PARA LIMPAR CIDADE NO MÊS DE 90 ANOS DE EMANCIPAÇÃO 

Inversão. Todos, os políticos e gestores públicos, deveriam estar pedindo desculpas, mas se apresentaram como salvadores da cidade. E assim estão. E quando olham a pesquisa, desconfiam dos métodos, dos pesquisadores e dos institutos.

Já em Brasília, para onde foi segundo ele próprio como representante da Fecam – Federação Catarinense de Municípios -, o prefeito Kleber sabia o que estava por vir para desmoralizá-lo como prefeito. E bingo!

Tanto que do gabinete do morador de Blumenau – de onde poderia ter feito a gravação e muitos dias antes -, o novo prefeito de fato de Gaspar, o deputado Federal Ismael dos Santos, PSD, fez um anúncio de uma verba parlamentar de R$5 milhões para a pavimentação da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, Distrito do Belchior, prometida para ser asfaltada pelo próprio Kleber há oito anos. Repito, há oito anos.

Esta verba, e ele e seus técnicos sabem, não dá para executar a promessa. Precisa de mais. A prefeitura não tem caixa. E depende de um empréstimo, que depende de aumento de arrecadação e a prova de que ela possui lastro para suportar este empréstimo que está aprovado há seis anos pela Câmara de Vereadores. Se concedido, o empréstimo vai complicar ainda mais a vida do próximo prefeito. Além de pagá-lo, possivelmente não poderá acessar mais empréstimos.

E por quê Kleber sentiu o bafo e pediu socorro ao irmão de templo Ismael? Porque o PT em seguida anunciou R$15,4 milhões para construir uma Unidade Básica de Saúde (R$2,4 milhões) e uma escola Básica em tempo integral (R$13 milhões) do repaginado e eleitoreiro PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – onde Lula está rubricando R$23 bilhões em um programa marcado por sérias desconfianças pelo seu passado de problemas.

Afora isso, de verdade, quem faturou? O deputado Pedro Uczai, PT, de Chapecó, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT e que deu ao candidato pela quinta vez a um quarto mandato, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, como um dos beneficiários da vontade do “papai Lula”. De sobra, a deputado Ana Paula Lima, PT, de Blumenau, foi colocada na mesma dancinha publicitária intencional e eleitoral.

Três coisas são apavorantes. O prefeito Kleber a caminho de Gaspar sentiu o baque, e disse que esta provável liberação dos R$15,4 milhões era fruto do trabalho da sua equipe técnica que fez e apresentou projetos. Será?

Primeiro o vídeo feito no aeroporto para não ser engolido pelas repercussões da notícia do PT, desapareceu, mas está guardado. O vídeo que fez com o deputado Ismael, está lá. Segundo a equipe e o prefeito Kleber não fazem mais nada do que a obrigação. A equipe foi contratada para isso. Terceiro, os outros, desde ao prefeito, vereadores e deputados, foram eleitos prometendo que fariam isso. Mais do que isso, este dinheiro não é dos políticos, mas dos pesados impostos de todos os brasileiros. E neste caso, está retornando como migalhas e bem atrasado a Gaspar, ao Vale do Itajaí. Quarto, Kleber erra, mais uma vez, ao tomar o crédito para si quando a cidade percebe que não é.

E por quê e isto se esconde do debate, da imprensa?

A UBS – Unidade Básica de Saúde – não se sabe onde será construída. Se fosse um projeto sério, construído intencionalmente pela prefeitura de Gaspar, teria que indicar o local. E o terreno já deveria existir devidamente projetado para isso. Esta caracterização faz parte do projeto, estudado, desejado e como algo essencial dele, considerando carências nesta área e crescimento populacional. “O prefeito me prometeu que se eu conseguisse o dinheiro a UBS seria no Gaspar Mirim“, disse-me Dionísio. Como assim?

E a escola em tempo integral? A verdade é que Gaspar resiste a este modelo fundamental, transformador, de inclusão, competitividade e necessário nos dias de hoje aos estudantes mais pobres e que só podem acessar o ensino pelas escolas públicas. A escola em tempo integral faz não parte das prioridades do secretário de Educação, o jornalista Emerson Antunes, um curioso na área, aparentado e indicado em vaga política pelo novo prefeito de fato de Gaspar, Ismael dos Santos, PSD, de Blumenau. Esta incompreensível resistência em pleno anos 20 do século 21 tem sido motivo de reiterados comentários aqui. E de repugnância da prefeitura às minhas observações. Incrível!

Mudou? Ufa! Precisa antes, porém, como São Tomé, ver para crer. Então é preciso saber se em final de mandato Kleber, Marcelo e Emerson eles vão não apenas mudar de ideia, mas de atitude.

Ora, se realmente é um projeto feito pela equipe técnica da prefeitura, leia-se secretaria de Educação e a de Planejamento Territorial, a construção dessa escola já estaria mapeada. Não está. “Pensando friamente, esta escola deveria estar no bairro Santa Terezinha ou Sete de Setembro. Vou lutar para estar no Santa Terezinha“, disse-me Dionísio. Como assim? Agora, a prefeitura vai correr atrás daquilo que foi surpreendida para dar ares de domínio e autoridade? É sempre assim. E depois diz que não entende às cobranças, as críticas e à falta de crédito político dela na praça. Também…

Concluindo.

Corre-se o risco certo de pelo menos duas dessas obras sequer começarem. Diante do deputado Isamel, Kleber jurou que a pavimentação da Vidal Flávio Dias começa no início de abril. Está gravado, mais uma vez. E isto tem sido um problema para Kleber, Luiz Carlos, Marcelo e a Bancada do Amém.

No frigir dos ovos, em ambiente de campanha eleitoral, esssa promessas vão estar nos discursos, nas disputas, nas desculpas esfarrapadas e nas acusações para conquistar mentes e corações. Mais uma vez, vai se culpar a burocracia pelos atrasos, quando não a chuva, o sol, o verão, o inverno… É a Gaspar atrasada que disputa lugar de destaque para os políticos e não exatamente para a cidade, cidadãos e cidadãs serem os primeiros beneficiados daquilo que pode avançar. O que avançou de verdade? Foi o capim. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

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A mulher objeto. Dia oito de março foi o Dia Internacional da Mulher. Mais que uma data, é uma referência de conquistas e inclusões. Não é que os nossos políticos preferiram dar para elas bombons e até flores? De muitos partidos e políticos, espera-se isso mesmo, mas do PT, o que se diz de lutas?

O PT Gaspar, por exemplo fez. uma blitz na saída das Linhas Círculo, foto ao lado. Os bombons estavam embalados com a estrela do partido. O PT de Gaspar já entendeu que precisa ser camaleão. Ainda mais, com as pesquisas que dão conta de que Luiz Inácio Lula da Silva, está com dificuldades para ser reconhecido um bom presidente.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, anunciou, como mostrei no artigo principal de hoje que liberou R$15,4 milhões para Gaspar. Surpreendeu e deixou o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, PP, falando sozinho. Nem limonada o atual governo de Gaspar sabe fazer do limão. Mas, a língua fácil do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, pode lhe dar o primeiro revés desta campanha: o de explicar de onde ele tirou que o governo Lula repassou R$ mais de R$70 milhões no ano passado para Gaspar. Não valem os recursos da BR-470 nesta conta.

O vereador Ciro André Quintino, MDB, resolveu tirar a sua kombi propaganda do estacionamento da Policlínica e da garagem depois que alertaram para o perigo da esperteza. Saiu andando pelo Centro da cidade. Sem cinto de segurança. E pensar que Ciro já foi titular noemado como superintendente da Ditran – Diretoria de Trânsito – entre 2005 a 2008.

O pré-candidato a prefeito em Gaspar do Republicanos, Oberdan Barni, usou parte de uma opinião minha no artigo que ele escreveu no jornal Cruzeiro do Vale no final desta semana. No meu blog Olhando a Maré, eu ressalto que Oberdan é o único pré-candidato que se declarou a favor da construção de uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento. Primeiro ele não me pediu para usar o que escrevi. Segundo, o blog é público. Terceiro, não tirou de contexto e não contestou o que eu penso sobre o assunto. Quarto, isto também não significa qualquer alinhamento com o pré-candidato, inclusive em temas que abordo e ele adota.

A necessidade de uma UPA para Gaspar apareceu como prioridade para os gasparense que votaram numa enquete numa conta de Instagram – nem minha, nem dele. Oberdan Barni, Republicanos, pode até estar certo. Eu penso diferente. A UPA só apareceu como prioridade nesta enquete porque o Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar não funciona adequadamente, ou está sob descrédito criado por gestores políticos. Se funcionasse e não fosse um ralo de dinheiro público, num ambiente de transparência opaca, uma UPA não seria prioridade, pois até ela existir, vai demorar para ser projetada, arrumar local e recursos, construi-la, equipá-la, formar quadro, dar fluxo de atendimento e ter um orçamento de sustentação dela.

Os políticos de Gaspar estão promovendo seus aniversários. Muitos convidados. Muita comida. Muita bebida. Em alguns casos, clara ostentação. Muita conversa ao “pé do ouvido”. Duas perguntas básicas: onde está o povo neste tipo de festa? Quem banca tudo isso, se os políticos dizem estarem pobres?

O deputado Egídio Maciel Ferrari, eleito pelo PTB, de Blumenau e com quase dois pés no PL de lá, que foi um competente e atuante delegado por aqui, cada dia está mais vestido de candidato a prefeito por lá. Se ele se eleger, duas causas ficarão órfãs e que foram fundamentais para ele num partido nanico e que não existe mais (PTB): a animal e a defesa dos policiais civis.

O senador Jorge Seif Júnior, PL (foto ao lado), entrou na reta final para ter o seu mandato julgado por suposto abuso de poder econômico pelo Tribunal Superior Eleitoral. O Ministério Público Federal pediu a sua cassação na sexta-feira. Nesse contexto, deve haver reforma do acórdão regional para julgar procedente a AIJE proposta com a determinação de cassação do mandato da chapa eleita para o senado pelo Estado de Santa Catarina em 2022, composta por JORGE SEIF JUNIOR, ADRIAN ROGERS CENSI e HERMES KLANN, com reconhecimento de inelegibilidade de JORGE SEIF JÚNIOR E LUCIANO HANG, pela prática de atos de abuso de poder econômico e cominação de multa contra eles, no valor máximo legal, que deve ser aplicado individualmente, nos termos da previsão do artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90, concluiu o MPF.

Há duas correntes. Uma amplamente majoritária que diz que o caso é caixão. É uma onda que varre o país para estes casos quando se trata de alguém bolsonarista. E outra, minoritária, é mais esperançosa. Ela espera enrolar processualmente até final de maior, pois até lá, haverá uma mudança sensível na composição da corte. A esperança é a última que morre. E se a mudança de composição de uma corte muda radicalmente o entendimento de fatos jurídicos e leis, mostra por outro lado, à fragilidade do judiciário e o porquê ele está tão mal avaliado atualmente pelos brasileiros.

Este julgamento tira o sono não apenas dos envolvidos, mas naquilo que pode ter alcance nas eleições de seis de outubro. Se Jorge Seift Júnior, PL, for cassado e esgotado todos os recursos, é muito provável, que a eleição suplementar para se escolher um novo senador por Santa Catarina, seja feita no mesmo dia seis de outubro das eleições municipais. E aí as eleições municipais, serão outras na maioria dos pequenos municípios catarinenses.

Ela vai se estadualizar por conta da nominata que surgirá para a eleição de um senador e seus dois suplentes, bem como dos motes de campanha que se fará para os candidatos que estarão nela. Quem perderá, pelo ritmo que se contorna nas pesquisas o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, são os petistas, que sonham em ter um candidato que pode superar a marca do PT e de Lula, com Pedro Celso Zuchi.

Ficará mais evidente o nós contra eles e que Luiz Inácio Lula da Silva, PT, mentiu quando disse que seria um governo de conciliação, democrático e de mudanças. As pesquisas da semana passada, e não foi uma, já dizem isso com muita clareza. A pesquisa da corrida paulistana, divulgada nesta segunda-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, mostra que o deputado Federal Guilherme Boulos, Psol, numa aliança com o PT e um arco da esquerda, patrocinados pelo próprio Lula, está por conta disso, entre outras, murchando.

O PT e Luiz Inácio Lula da Silva estão conseguindo descapitalizar o que ganharam nas eleições de 2022. Declarações enfadonhas a favor de tiranetes e tiranias, como se democráticos fossem e Lula o arauto da democracia; a insegurança jurídica patrocinada pelo STF, que não é culpa de Lula, mas o beneficia diretamente com desmanche da Lava Jato e o combate à corrupção; a intromissão intempestiva e arrogante da sua Janja, bem como o crescimento do crime organizado. Tudo isso, joga claramente, entre outras atitudes centralizadoras, contra o PT e Lula, numa sociedade majoritariamente conservadora. E respinga nos seus candidatos nos grotões. E ainda mais no Sul do Brasil.

Voltando à aldeia, que não está imune aos reflexos do que acontece em Brasília, Florianópolis e Blumenau. Neste final de semana, aconteceu mais uma festa em uma comunidade católica em Gaspar. Foi na Capela São José, na localidade de Arraial D’Ouro, Distrito do Belchior. Como vem acontecendo desde a primeira deste ano, a São Brás, na Lagoa, elas se tornaram ponto de encontro de grupos políticos e os vestidos de pré-candidatos a vereador e a prefeito por aqui.

Quem esteve lá neste final de semana na São José, notou um certo “congestionamento” de políticos, não visto em ano em que não se tem eleição por aqui. Repetiu-se também o que se viu desde a festa de São Brás. Estes grupos se isolam, poucos circulam e os mais conhecidos, são procurados por lideranças e os seus mais próximos.

Por enquanto, estes políticos estão nestas festas, comprando cervejas, bilhetes de rifas, pastel e churrascos, os quais exibem a torto e a direito nas suas redes sociais e aplicativos de mensagens. Chegará a hora em que irão para os púlpitos dos evangélicos neopentecostais com a mesma desenvoltura que vão às festas nas comunidades católicas.

Por isso, ao invés da foto deles, alguns em pecados, prefiro publicar o interior aconchegante à reflexão da Capela São José, no Arraial D’ Ouro. Ela é particularmente única em Gaspar: construída de madeira e seu interior impressiona. Mais que a maioria dos políticos em campanha. E São José, o carpinteiro, herdeiro da Casa de Davi, segundo a Bíblia Sagrada, era o Justo. Então…

Para comemorar os 90 anos de emancipação de Gaspar (18, segunda que vem), no domingo os políticos vão fechar a Rua Aristiliano Ramos para colocar entre outras coisas, uma cama elástica. Ainda bem que ela será só para as crianças.

Sem impulsionamento as publicações do governo de Gaspar e dos políticos ligados a ele, não possui mais interesse e visualização. Isto poder ser reflexo de sintomas que as pesquisas dizem claramente serem problemas para seis de outubro por aqui.

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8 comentários em “COMEÇOU A CAMPANHA EM GASPAR. POLÍTICOS DISPUTAM ANÚNCIOS DE “R$ MILHÕES” DAQUILO QUE NÃO SE SABE SE VEM E NEM ONDE FICARÁ A OBRA”

  1. LULA, O LAMBE-BOTAS, por Lygia Maria, no jornal Folha de S. Paulo

    Quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Israel fazia em Gaza aquilo que Hitler fez com os judeus, repórteres perguntaram a opinião dele sobre o que ocorria na Venezuela naquele mesmo dia. Lula, que tudo sabia sobre o Oriente Médio, respondeu que desconhecia o que se passava numa nação vizinha ao Brasil.

    Mas enquanto o presidente achincalhava nossa diplomacia, o ditador Nicolás Maduro expulsava do país os funcionários do gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, instalado em 2019 para investigar abusos cometidos pelas forças de segurança.

    O relatório mais recente da ONU listou 122 pessoas torturadas, com a anuência da alta cúpula do poder venezuelano. São casos de espancamentos, asfixias, choques elétricos e até estupros, sem contar assassinatos e desaparecimentos forçados.

    Análises do Tribunal Penal Internacional desde 2021 apontam 1.746 denúncias relacionadas a crimes contra a humanidade. No mesmo dia em que o TPI negou recurso da Venezuela contra a retomada das investigações, Lula apareceu sorridente cumprimentando Maduro em encontro bilateral durante a Celac.

    Nessa reunião, o ditador disse que haverá eleições na Venezuela no segundo semestre. Posteriormente, o regime marcou a data, 28 de julho, e convidou União Europeia, ONU e outros observadores internacionais para monitorarem o pleito.

    Pura farsa. O Judiciário cooptado pela ditadura impediu a candidatura dos três opositores a Maduro. O que faz Lula? Diz que os candidatos devem parar de chorar e apontar substitutos, como ele rapidamente teria feito em 2018. Mentira deslavada. Todos vimos como o PT demorou para indicar Fernado Haddad.

    Lula posa de arauto global da democracia e dos direitos humanos, mas há tempos é lambe-botas de ditaduras. O escritor George Orwell disse que “se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre”. Pode-se acrescentar: e alguém lambendo essa bota.

  2. E DAÍ? NÃO TÔ NEM AÍ! por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

    A próxima reunião ministerial será na segundafeira, 18/3, e, por mais que o presidente Lula e o governo venham a dizer que já estava na agenda havia tempos, a verdade é que a luz amarela acendeu no Planalto e no gabinete presidencial depois das três últimas pesquisas e de praticamente todas as colunas de opinião no fim de semana.

    Lula ainda não tinha estudado as pesquisas até ontem, como deveria, mas a equipe do ministro Alexandre Padilha, da Articulação Política, vem passando um pente-fino nos dados para identificar as áreas frágeis e os segmentos mais refratários para produzir relatório para Lula. Ele tem uma semana para tirar conclusões e se preparar para a reunião de 18/3.

    O principal é fazer mea-culpa, mas isso vale mais para o próprio presidente do que para seus ministros, ou para a maioria deles. A queda nas pesquisas e as críticas dos chamados formadores de opinião se devem muito mais às frases equivocadas, às posições antiquadas e às alianças internacionais sem sentido de Lula. Ok, a inflação dos alimentos pesa, mas não é determinante.

    Nas últimas reuniões, Lula deu bronca nos ministros por anunciarem projetos sem combinar com a Casa Civil. Os alvos foram, por exemplo, Márcio França, Carlos Lupi e Luiz Marinho. E agora, quem vai puxar as orelhas de Lula? Fernando Haddad vai pedir para Lula parar de anunciar gastos? Nísia Trindade vai cobrar a cara, a voz e o peso de Lula com mais de 1,5 milhão de casos de dengue? Mauro Vieira vai reclamar das tentativas de liderar solução nas guerras contra Ucrânia e Gaza e da comparação de Israel com Hitler e nazismo?

    E quem vai resolver a crise entre o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e protestar contra a redução da distribuição de dividendos da Petrobras, a tentativa de impor Guido Mantega na presidência da Vale e a ingerência política nas estatais? Foram fatores relevantes para o valor de mercado da Petrobras despencar R$ 55 bilhões num único dia.

    Entre tanto o que aprender e melhorar com as pesquisas, só falta agora Lula ignorar a realidade, dar de ombros e fazer ouvidos moucos para os recados da sociedade. Quando as mortes por covid passaram de 5 mil, Jair Bolsonaro reagiu: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?” Quando entidades de Direitos Humanos denunciaram na ONU as, agora, 40 mortes em ações policiais na Baixada Santista, o governador Tarcísio de Freitas foi na mesma linha: “Pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, que não tô nem aí”. E Lula, como reage às pesquisas e às críticas?

  3. INTERFERÊNCIA NA PETROBRÁS, por Miriam Leitão, em O Globo

    Valor de mercado de uma empresa se recupera. Não foi a primeira vez que a Petrobras teve uma queda brusca. O problema é a percepção de interferência do Planalto nas decisões corporativas. Na última sexta-feira, as ações da estatal caíram 10,27%, fazendo evaporar R$ 55 bilhões de valor da companhia, pela decisão de não distribuir dividendos extraordinários. A atual oposição provocou um desastre parecido. Há três anos, na quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro anunciou que havia demitido o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, isso depois de muita tentativa de intervir no dia a dia da empresa. As ações, na época, caíram 6,6% numa sexta, e 21,5% na segunda, dia 22. Naqueles dois pregões a empresa perdeu R$ 102,5 bilhões de valor de mercado.

    Dentro do Conselho de Administração da empresa o que se diz é que, em outras crises, sempre houve coordenação entre o presidente do Conselho e o presidente da empresa. Isso dava uma blindagem à Petrobras, mesmo quando havia tentativa de interferência. O que é esquisito agora é que há dois grupos do próprio governo. De um lado o presidente Jean Paul Prates, de outro o ministro de Minas e Energia.

    Há semelhanças entre o que houve na queda das ações em 2021 e o que está acontecendo agora: tentativa de governar a empresa diretamente do Palácio do Planalto. Naquela época, Bolsonaro dizia que a Petrobras iria quebrar o Brasil e que o lucro da Petrobras era “um crime”. Ontem Lula disse, na entrevista ao SBT, que “o mercado é um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo”. E que a empresa não tem que pensar “só nos acionistas”. Essa fala do Lula não faz sentido porque o governo é o maior acionista.

    — O governo tem 40% do capital. O mercado tem os outros 60% e tem porque botou dinheiro. Para fazer os investimentos, para investir no pré-sal o governo procurou dinheiro no mercado. Quando há uma volatilidade absurda como essa, o estrangeiro não coloca dinheiro porque acha que se cai 10% num dia, no outro sobe, volta a cair forte, virou cassino — avaliou um conselheiro.

    Numa empresa de capital aberto com acionistas no Brasil e no mundo existem regras de governança que precisam ser observadas, compromissos de transparência, e obrigação de prestar contas aos investidores. A maior parte dos dividendos vai para o próprio Tesouro. Essa é a forma como uma empresa de capital aberto ajuda: sendo rentável. Com os dividendos, recolhidos ao Tesouro, o governo faz políticas públicas.

    Toda vez que há a percepção de que o governo está diretamente decidindo investimento, preços e gestão da estatal, a desconfiança em relação à empresa se traduz em queda do valor das ações. Em 12 de abril de 2019, quando Bolsonaro revogou um aumento de preço decidido pela diretoria, houve também queda de 8% das ações e perda de R$ 32 bilhões de valor de mercado.

    A Petrobras ao fim da última gestão petista, em 2016, era uma empresa endividada, a maior dívida do mundo numa empresa de petróleo, e dava prejuízo. No governo Temer, com a gestão Pedro Parente a companhia iniciou mudanças que a levaram de volta ao lucro. Foram criadas barreiras de governança contra a intervenção indevida no Planalto. Essas barreiras irritaram profundamente o ex-presidente Bolsonaro, e incomodam também o atual governo.

    Os sinais agora são cada vez maiores de volta ao passado. Já foi anunciada a retomada da construção da refinaria Abreu e Lima, que consumiu US$ 20 bilhões, e deve custar mais R$ 8 bilhões para ser concluída. Em vez de admitir os erros cometidos na obra que, pela previsão inicial custaria US$ 2 bi, o presidente Lula culpou uma suposta “mancomunação entre juízes, procuradores e o governo dos Estados Unidos”. Assim não há qualquer garantia de que os erros não se repetirão.

    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também já indicou que quer voltar a reestatizar o que foi privatizado da empresa. Quer de volta a Refinaria de Mataripe, e planeja retornar ao setor de distribuição de combustíveis, do qual saiu quando foi privatizada a BR Distribuidora, hoje Vibra. Nos dois negócios, a propósito, a Petrobras tem ações. Mas quer mais.

    A interferência política produz queda nas ações e pode levar a empresa de volta ao prejuízo ou à redução do lucro, o que prejudica todos os acionistas, mas principalmente prejudica o governo, que é o maior dos acionistas.

  4. O INCRÍVEL CASO DO SEM TETO “GOLPISTA”, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    Ocaso de um morador de rua que passou quase um ano preso por suposta participação no ataque bolsonarista às sedes dos Três Poderes no infame 8 de Janeiro, e que provavelmente será absolvido por falta de provas, é exemplar dos exageros que estão sendo cometidos em nome da defesa da democracia por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    O serralheiro Geraldo Filipe da Silva vivia em situação de rua em Brasília havia três meses quando foi observar a razia promovida pela malta bolsonarista. A “curiosidade” que o movera, conforme depoimento prestado às autoridades, lhe custou caro: quase um ano de prisão sem que tenha cometido crime algum. É possível imaginar a angústia e o sentimento de impotência do sem-teto, que, sabidamente inocente, viu o poderoso aparato persecutório do Estado se voltar contra ele.

    Geraldo foi preso em flagrante e acusado pela PGR dos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado. Denunciado ao STF por todos esses gravíssimos delitos, o homem que não derrubou sequer um vaso de plantas no chão naquele dia infame se tornou réu em 31 de maio de 2023. Só deixaria a cadeia em novembro – e, mesmo assim, para continuar respondendo às acusações em liberdade.

    Só no dia 8 passado o ministro Alexandre de Moraes votou pela absolvição do serralheiro. Segundo Moraes, não foram apresentadas provas suficientes de que Geraldo tenha participado da insurreição “aderindo dolosamente ao intento de tomada do poder e destruição do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo”. Ou seja, a mesma PGR que acusou Geraldo de crimes gravíssimos foi incapaz de provar sua culpa e pugnou por sua absolvição – mas o dano já havia sido causado.

    O desleixo do parquet – e também do STF, que aceitou uma denúncia inepta – autoriza a inferência de que Geraldo foi tratado como só mais um em meio às denúncias de baciada que a PGR ofereceu contra os acusados de praticar os atos golpistas. Em nome de uma suposta cruzada em defesa da democracia, abusos têm sido cometidos pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário. Até uma altercação envolvendo o ministro Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma já foi tratada como um “ataque” contra o Estado Democrático de Direito. Liberdades foram cassadas sem o devido processo legal. Punições “preventivas” têm sido determinadas pelo STF, como é o caso dessa estapafúrdia decisão de Moraes que proíbe Jair Bolsonaro de participar de eventos em quartéis.

    Ninguém de boa-fé haverá de ignorar a importância que o STF teve para frear a sanha golpista que moveu o governo Bolsonaro do primeiro ao último dia de seu mandato, e mesmo depois. Na ausência de um procurador-geral à altura do cargo e de suas funções na República e com parte do Congresso comprada a peso de “orçamento secreto”, não foram poucas as ocasiões, entre 2019 e 2022, em que a sociedade só pôde contar com o STF como última linha de defesa da democracia e da Constituição. Também é inolvidável que o julgamento dos atos golpistas do 8 de Janeiro impôs à Corte desafios sem precedentes na história recente. No entanto, nenhum desses desafios, por mais complexos que sejam, suspendeu os direitos e as garantias fundamentais que a Constituição confere a qualquer cidadão.

    O voto de Moraes deve ser seguido por seus pares, haja vista que as posições do ministro relator têm ditado, para o bem ou para o mal, os rumos do STF no que concerne aos inquéritos abertos para supostamente apurar ataques contra a democracia – e que até hoje não foram encerrados. Sendo assim, Geraldo provavelmente será o primeiro réu absolvido de todas as acusações que lhe foram imputadas pela PGR por sua suposta participação nos atos do 8 de Janeiro.

    Ao fim e ao cabo, é reconfortante saber que um homem inocente deverá ser reconhecido como tal pela mais alta instância do Poder Judiciário do País. Mas, diante da violência estatal cometida contra Geraldo Filipe da Silva, entre outros abusos, é o caso de perguntar: afinal, quantos “Geraldos” ainda há atrás das grades na segunda maior democracia das Américas?

  5. INICIATIVA DE ESTADOS DO SUL E SUDESTE CONTRA O CRIME MERECE INCENTIVO, editorial de O Globo

    Foi positiva a decisão tomada pelo Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) na área de segurança pública. Na presença dos governadores do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e seus representantes, reunidos em Porto Alegre, ficou decidido que os estados constituirão um Gabinete Integrado de Inteligência e Segurança Pública (GIISP). Mas, para que esta não se torne apenas mais uma sigla entre as incontáveis na burocracia pública nacional, a iniciativa não pode esperar muito tempo para mostrar resultados. Trabalho não falta.

    A proposta dos estados, responsáveis por 70% do PIB, é sensata, mas demorou a ser formulada. A ideia — necessária em virtude da omissão do governo federal diante da escalada da violência — é haver compartilhamento de técnicas na investigação de homicídios, em policiamento preventivo e ostensivo, combate ao tráfico de drogas, de armas e à lavagem de dinheiro, inteligência policial e repressão a crimes cibernéticos. A gestão integrada de segurança pública também é mencionada como tema a ser abordado pelos policiais do Sul e Sudeste.

    Seria desejável que os sete estados, por onde transitam as quadrilhas do crime organizado, criassem espaços não apenas para troca de conhecimentos técnicos, mas também para a integração de operações. As maiores facções criminosas estão à frente do Estado brasileiro em organização.

    A integração do trabalho das diversas forças de segurança costuma existir apenas em grandes eventos, como Copa do Mundo ou Olimpíada. Criam-se os gabinetes de segurança — e eles funcionam. Passado o evento, tudo retorna ao que era antes. Polícias Militares (PMs) e Civis distanciadas nos estados, e a Polícia Federal (PF) tratando de crimes considerados federais. Com esse desarranjo institucional, o Brasil, que faz fronteira com os dois maiores produtores de cocaína do planeta (Colômbia e Peru), se converteu em grande corredor de distribuição de drogas, que movem as engrenagens da indústria do crime em suas diversas modalidades.

    Nas 96 páginas do Plano Nacional de Segurança Pública, lançado em 2021, uma das palavras mais repetidas é “integração”. Mas a palavra até agora continua no papel. O Brasil é conhecido por construir planos e programas que ficam na gaveta. Os interesses das diversas corporações da área de segurança são mais fortes que a necessidade imprescindível de promover a aproximação entre as forças policiais para enfrentar uma criminalidade cada vez mais preparada e mais articulada nacional e internacionalmente.

    Diante da omissão crônica do governo federal para tratar como se deve a questão da segurança pública, a iniciativa dos governadores é louvável. Mas é preciso não criar ilusões a respeito. Ela só terá êxito se houver uma estratégia nacional para enfrentar o crime organizado, com participação da PF e do Ministério da Justiça. Do contrário, será apenas mais um plano a embelezar as estantes das autoridades.

  6. Bom dia.
    Sobre um prédio pra UPA , ele já existe: a policlínica.
    Está equipada e obsoleta.
    Hoje, a serviço da “ARARA” de correligionários.

    Estender o horário nas UBS dos bairros mais afastados até às 19:00 é outra necessidade dos que labutam no horário comercial.

    Mas estamos em Gaspar, cidade onde os repasses de da prefeitura pra TREZE VEREADORES da Câmara nos últimos DOIS QUADRIMESTRES/23 foram de QUINZE MILHÕES.
    Será por isso que TODOS os PL do Executivo Municipal foram APROVADOS na casa do POVO?

  7. HÁ O QUE COMEMORAR NO 8 DE MARÇO, por Deborah Bizarria, no jornal Folha de S. Paulo

    Anualmente, quando março chega, intensificam-se as conversas sobre a desigualdade de gênero, a trajetória na busca pelos direitos femininos e os desafios que ainda enfrentamos. Sem dúvida, trata-se de um debate importante, o qual também procuro abordar em minha coluna. No entanto, considerando a natureza comemorativa deste período, acredito que deveríamos refletir sobre os avanços já conquistados.

    Nos últimos dez anos, observamos uma marcha lenta, porém constante, rumo à igualdade de gênero, segundo o relatório de retrospectiva do Banco Mundial. Desde os anos 70, países do mundo todo aprovaram mais de 2.000 reformas legislativas em prol da igualdade entre homens e mulheres.

    Ainda há muito o que avançar. Legalmente, as mulheres possuem cerca de três quartos dos direitos econômicos dos homens, com quase 2,4 bilhões de mulheres em idade produtiva ainda sem igualdade de oportunidades econômicas. A discriminação legal limita o acesso das mulheres a participação em mercados, sendo as disparidades mais acentuadas na África subsaariana, Oriente Médio e norte da África e Sul da Ásia. No entanto, destacar os avanços é fundamental para reconhecer o trabalho árduo das mulheres ao redor do mundo e o impacto positivo de políticas públicas e esforços coletivos para superar essas barreiras.

    Por exemplo, em Bangladesh, há uma história de sucesso que ilustra bem o progresso. O país adotou uma abordagem deliberada e coerente para alcançar prioridades de gênero, focando na redução da taxa de fertilidade e no aumento da taxa de participação feminina no mercado de trabalho. Como resultado, as mulheres passaram a poder fazer um melhor planejamento das gravidezes, de modo a reduzir de 6,9 nascimentos por mulher no início dos anos 1970 para 2,0 em 2020. Nesse período, a participação feminina na força de trabalho aumentou quase dez pontos percentuais desde 2000. Esses resultados foram alcançados por meio de uma colaboração entre o governo, ONGs, instituições acadêmicas e parceiros de desenvolvimento, destacando o poder das ações coordenadas e o compromisso de longo prazo.

    Além disso, o empoderamento econômico das mulheres recebeu um impulso significativo por meio da Iniciativa de Financiamento para Mulheres Empreendedoras (We-Fi), que apoia mulheres empreendedoras em países em desenvolvimento. Esse esforço global não só facilita o acesso ao financiamento, mas também fornece recursos educacionais e uma rede de apoio para ajudar as mulheres a estabelecer e expandir seus negócios. Iniciativas como o We-Fi demonstram a importância de abordar as disparidades de gênero no empreendedorismo e no acesso a recursos econômicos.

    No campo da educação e direitos legais, progressos notáveis foram feitos em vários países. A abolição de leis discriminatórias e a implementação de políticas que promovem a igualdade de gênero nas escolas contribuíram para aumentar a matrícula de meninas no ensino médio e superior. Relatórios do Banco Mundial destacam que, em muitos países, as meninas agora têm igualdade ou até superam os meninos em termos de matrícula escolar, um indicador chave para o desenvolvimento futuro da igualdade de gênero.

    O Brasil também não ficou de fora da tendência de melhorias, com a implementação de políticas eficazes e legislação forte contra a violência baseada em gênero e de avanços na educação e saúde maternas. A taxa de matrícula das mulheres no ensino médio (83,2%) supera a dos homens (80,3%) e está alinhada a de países de renda média alta. As mulheres representam 36,6% dos formandos em áreas de exatas, marcando progresso na inclusão em campos majoritariamente masculinos. Na saúde, 99,1% dos partos foram assistidos por profissionais capacitados em 2017, e a mortalidade materna caiu para 60 por 100.000 nascidos vivos em 2017, abaixo da média da América Latina, mas ainda atrás de economias desenvolvidas.

    Essa jornada rumo à igualdade de gênero, embora lenta, tem resultado em progresso e conquistas significativas. Através de reformas legislativas, políticas públicas inovadoras e esforços globais como os já citados, o mundo tem testemunhado melhorias tangíveis na vida das mulheres. Contudo, os desafios remanescentes exigem um comprometimento renovado de todos os setores da sociedade para garantir que cada mulher e cada menina tenha a oportunidade de realizar seu pleno potencial.

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