A notícia de ontem foi: morreu aos 88 anos completados no dia 16 de agosto, tragado pela Covid, em Balneário Camboriu, a sua escolha de repouso, o lagunense de nascimento e ex-morador de Blumenau, onde foi um jovem médico oftalmologista, formado no Rio de Janeiro, o ex-deputado Federal e ex-senador da República pelo velho MDB de guerra, cepa que mudou o Brasil, redemocratizou e fez as “Diretas Já”, Jaison Tupy Barreto.
O comentário de hoje é: Jaison foi um socialista que viveu entre as socialites, na definição de Nagel Milton de Mello, saudoso colunista social do jornal “A Nação” e colunista de Turismo do então vigoroso “Jornal de Santa Catarina”. Nagel, residente em Blumenau foi ser morador de Balneário até morrer. Jaison encantava – porte e inteligência – em Brusque – de onde veio a sua Astrid Renaux – e Blumenau; até estragava casamentos. Mas, este é outro assunto.
Jaison e eu nunca fomos próximos, mas também não tão distantes assim. Ele sempre me achou um conservador, coisa que na definição dele era um pecado para a minha magreza, esperteza e agudeza naquilo que escrevia ou percebia. Hoje já perdi todas estas qualidades. Nunca me defini como conservador, mas nasci numa família razoavelmente pobre e com todos esses necessários predicados de sobrevivência.
Jaison e eu tivemos vários encontros. No tempo do jornalismo diário, por necessidade minha e dele.
Depois que o jornalismo não era a minha vida vivida, tivemos casuais e raros encontros, todos em Balneário entre os amigos dele. Lúcido, fez da inteligência, da atualidade e principalmente da ironia e o sarcasmo, um modo de inserção no Brasil que mudava.
Bom papo. Mas, as revelações estavam naquelas paradas secas ao que se falava. Era um prazer ouvi-lo desnudar às verdades mal construídas dos políticos da sua época, incluindo os próximos e até amigos.