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COM A CIDADE EM FRANGALHOS, OS VEREADORES EM CAMPANHA ELEITORAL E DE COSTAS PARA A REALIDADE, PROIBEM FOGOS DE ARTIFÍCIOS COM “ESTAMPIDO ALTO” EM GASPAR. AVANÇA, CAPIM!

Na terça-feira passada, a Câmara de Gaspar, sem soltar fogos – na falta de algo mais importante como demonstro adiante -, aprovou por unanimidade, a ideia do vereador Francisco Hostins Júnior, MDB. A relatora do Projeto de Lei foi a vereadora Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos, PP. Trata-se de um acréscimo no Código de Postura de 1988: de agora em diante está proibido “soltar fogos de artifícios de estampido ou quaisquer artefatos pirotécnicos com efeitos sonoros ou ruídos, em quaisquer áreas públicas e eventos no município”.

Na verdade, se trata de mais uma ilusória pirotecnia do nosso picadeiro político. Estão, mais uma vez, desviando os olhares dos gasparenses para a falta de resultados do governo e inventando moda. E explicarei adiante. 

É que o governo e seus vereadores estão, mais uma vez, como já é rotina por aqui e sem que alguém lhes cobre, escondendo-se dos verdadeiros problemas da cidade. E num Projeto de Lei, que se sancionado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, será mais uma Lei para inglês ver, promover o autor e ser letra morta entre tantas que já se criou na Câmara. E olha que autor desta emenda ao que está aí e na maior parte do texto, que comprovadamente não funcionará, é um advogado e pré-candidato a qualquer coisa no ano que vem, e por isso, prestes a mudar de partido mais uma vez.

Para alguns ambientes fechados o autor vai usar esta Lei como um paladino e uma conquista da sociedade “intelejuda” e engajada. Para a maioria, vai esquecê-la, propositadamente, de lembrá-la nos discursos para não perder votos.

Como todos os vereadores votaram a favor deste Projeto de Lei incompleto, como esclareço adiante, todos, igualmente, vão fazer o mesmo.

Por que é um ilusório ato pirotecnia legalista? 

Porque no Projeto de Lei aprovado, com muito bla-blá-blá da relatora e do autor, primeiro não diz como isso vai ser fiscalizado, qual é o limite de decibéis permitido por esta Lei contra o barulho dos fogos – é o mesmo que dizer que não se deve imprimir velocidade alta numa rua e não se impor limites -, quem medirá – igual a Ditran daqui que não funciona, mesmo existindo a Lei para ser aplicada -, e qual será a punição – ou seja, o valor da multa – para quem “desobedecer” a Lei que será sancionada por outro embalador de demagogias, o prefeito Kleber. Teve município que voltou atrás neste tipo de lei, porque afetava o turismo. Não é o nosso caso que só tem a secretaria na divisão de tetas do bolo de político no governo de plantão.

Há, mas o vereador autor, a relatora que referendou tinha a obrigação de ver isso, bem como os vereadores que lavaram as mãos e aprovaram o PL. Ou ainda se poderá alegar que caberá ao município a regulamentação da referida emenda feita por Hostins no velho Código de Posturas. Certo! Não discuto. Acato. Então qual o prazo para isso? O Projeto de Lei, nem isso traz. Então… A única regulamentação de Kleber que saiu da noite para o dia até agora, foi a cobrança das altas taxas dos cemitérios contra os vivos. E teimosamente, evitou qualquer negociação com o povo.

Continuando… 

Diante da Lei do Silêncio criado por Hostins, Mara e unanimemente por seus pares na Câmara, gostaria de ver como vai se fazer contra os pobres e poderosos que participam da procissão de São Cristóvão se soltarem fogos ao santo pela proteção no caótico e perigoso trânsito do Brasil e aqui. O que acontecerá com os louvadores agradecidos à Nossa Senhora Aparecida no seu dia de devoção, com os ganhadores dos torneios nos múltiplos campos de peladas do município, com casamentos, batismos, congraçamentos e organizadores de festas das nossas dezenas de comunidades e até da nossa tradicional São Pedro, bem como na passagem ano em família, ou até no Hotel Fazzenda?

Cada coisa! E sob alegações falsas. Uma delas é que alguns tipos de autismo não suportam o barulho. Ótimo. Também concordo. 

Mas, antes o governo de Kleber, Marcelo de Souza Brick, Patriota que nem existe mais, PL, sei lá, ou PP, talvez, bem como o curioso e importado de Blumenau secretário de Educação, o jornalista, Emerson Antunes, PSD, indicado pelo novo prefeito de fato, o deputado Federal Ismael dos Santos, PSD, sob à falta de vigilância desses mesmo vereadores, não estariam obrigados a colocar e fiscalizar à falta repetida, e praticamente o ano inteiro, de auxiliares nas salas de aulas da rede municipal para ajudar exatamente os autistas na interação, inclusão e absorção de conhecimentos? 

Disso, um silêncio só. De todos. Até de diretores e professores. Medo. Nem “fogos mudos” alguém soltou para chamar a atenção a favor desta prioridade número um. Preferiram a pirotecnia dos fogos sem som para não incomodar os autistas. Impressionante.

Qual a outra alegação que permeou o PL de Hostins e de Mara? A proteção dos animais.  É brincadeira. Para o autor e sua relatora, certos animais não suportam os estampidos dos fogos de artifícios, principalmente os cães. Também não discordo.

Entretanto, prioritariamente, a prefeitura, os políticos, os vereadores de Gaspar – que se vestem falsamente na causa animal nos seus discursos – não deveriam estar atrás do bem estar animal na nossa cidade, como a criação de uma área de zoonoses na prefeitura, como programas de castração em massa, gratuita, bem como o controle dessa população de animais de rua – a que menos importa com ruídos, pois estão abandonados, escorçados, castigados e barulho já é até parte da vida deles?

A prefeitura de Kleber, Marcelo, da Bancada do Amém são um zero a isso tudo. A Associação protetora foi abandonada pelo poder público exatamente por não se permitir, até dias atrás, ser aparelhada pelos políticos no poder de plantão. Então vingança na veia e silenciosa. No outro lado, os abrigos particulares, estão uma lástima – e sob todos os aspectos -, pedintes e dependentes de esmolas de terceiros de coração. É só olhar as ações isoladas nas redes sociais. Um dó. Uma vergonha. Maior vergonha, no entanto, é usar o possível dano aos ouvidos dos animais para aprovar uma Lei sem parâmetros, sem regulamentação, e por isso, inócua.

E qual a outra alegação que embasou o Projeto de Lei e sustentou o discurso do seu autor e da sua relatora, em dobradinha? A proteção do meio ambiente.

Estariam certos se durante sete anos o atual governo não trabalhasse contra a implantação de uma estrutura legal como manda a Lei da Superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, se tivesse revisado o Plano Diretor como manda o Estatuto das Cidades, se não tivesse o próprio governo de Kleber infringido várias vezes a Lei neste quesito, fato que lhe valeu à obrigação a vários Termos de Ajustamento de Conduta, além de processos cabeludos que correm na Justiça, um deles de perseguição a um fiscal que só queria seguir a Lei que o governo insistiu em burlar a favor dos poderosos da cidade.

Como se vê, a Gaspar dos nossos políticos é um caso dissonância muito sério. É para ser estudado pela Nasa. 

Se nem o crescimento do capim o prefeito, o vice, os secretários, a sua turma e políticos conseguem controlar, agora vão controlar os fogos de artifícios que a própria Lei não define nem quem faz isso, limites, punições e como isso deve ser feito? Meu Deus! E todos querendo continuar na barrosa para nada mudar. O ilusionismo parece ser a melhor habilidade dessa gente. E devem estar certos. Sempre tem picadeiro e plateia. É ela quem paga, à alta conta contra o futuro da cidade. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Se é verdade a afirmação do governador Jorginho Melo, PL, na reunião jantar na Casa d’Agronômica da semana passada com a bancada de deputados do partido dele de que, a coordenação nas escolhas de candidatos a prefeito será dos deputados de cada município e região, quem vai fazer isso em Gaspar será Ivan Naatz, PL, de Blumenau. E ponto final.

Por outro lado, o presidente da comissão provisória do PL de Gaspar, Bernardo Leonardo Spengler Filho, invocando o relacionamento com os filhos de Jorginho Melo – que já morou em Gaspar e foi gerente do falecido BESC, onde se tornou importante entre a gerentada graças a ex Ceval – jura que será o governador. É aguardar para rir e até chorar. E poderão ser os dois. E eles estão prestes a produzirem tiros nos próprios pés.

No encontro do PL de Gaspar na Comunidade São Judas Tadeu – o das causas desesperadas e não confundir também com Judas, o traidor de Cristo por 30 moedas -, na Margem Esquerda, um bom público, muito dele, à espera da Jair Messias Bolsonaro, PL, que anunciado, não veio. O que ficou claro neste encontro: lá estava a parte ligada ao governador e não ao deputado Ivan Naatz, PL, que preferiu ir a Buenos Aires e servir de repórter das eleições de lá. A única figura de proa do PL que apareceu e circulou discretamente, foi o deputado Federal Jorge Goetten, PL, de Rio do Sul.

Os dirigentes do PP de Gaspar também estavam lá no convescote do PL de Gaspar, bem como os iniciados no PL por Jorginho Melo, o delegado Paulo Norberto Koerich e o vereador Francisco Hostins Júnior, ainda no MDB, aguardando a janela de transferência para anunciar tal troca. Ambos são cartas na manga na composição da chapa do partido na viagem solo ou nas composições que pode até incluir o atual poder de plantão.

Passamos por mais um perrengue. Ficaram expostos, novamente, a Defesa Civil do Estado, os governos – e desta vez o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, não foi poupado nas redes sociais por seu distanciamento. Não vou chover no molhado e repetir tantos artigos escritos e publicados aqui e que deixaram – e irritaram – os nossos políticos, governantes e gestores públicos, molhados de tanta chuva de incoerência, incompetência, incompreensão, insensibilidade e inanição naquilo que é obrigação deles estarem à frente da proteção e mitigação de comunidades, num ambiente cada vez mais exposto a eventos climáticos severos, com ou sem previsibilidade.

Desta vez, ao menos, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não se fantasiou com o colete laranja da Defesa Civil e de sapatênis para suas aparições nas redes sociais. O vice, Marcelo de Souza Brick, Patriota que nem existe mais, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, nem apareceu. Entretanto, gostaria para aproveitar e mostrar, como os nossos políticos improvisam, mesmo não lhes negando às boas intenções deles para com as comunidades, em atos isolados, de desespero, ou até de promoção, exatamente por falta de prevenção estruturada, manutenção preventiva e desleixo de seus políticos de estimação.

Eu exagero? Olha só o que fala o vereador de Blumenau, Carlos Cezar Wagner, o Alemão da Alumetal, União Brasil, aquele que salvou parte do Vale do Itajaí peitando a Defesa Civil do Estado e Ongs de Esquerda, estas em suposta defesa dos direitos dos indígenas – e eles tinham e possuem, parte exatamente não cumprida por governantes e políticos – e liderando o fechamento das comportas da Barragem Norte de Ibirama. A fala do Alemão é sobre a comporta e a motobomba do bairro Bela Vista, em Gaspar.

Alemão, amigo do vereador Giovano Borges, PSD, do Bela Vista, empresário, voluntário que bota dinheiro do próprio bolso para salvar o seu negócio e cidades, lidera ações comunitárias. É entendido no assunto lá em Blumenau e no Vale.

Já o vereador daqui, Giovano parece viver num mundo da lua e mesmo estando na Bancada do Amém, a que defende o governo de Gaspar cegamente, não consegue nem utilizar corretamente, muito menos otimizar o equipamento que dispõe. Mas, já está pedindo outro ao Samae de Gaspar, para suplementar o que não está utilizado em sua plenitude ou corretamente, no mesmo tipo emblemático cegueira técnica e gastança, agora sob a presidência de Jean Alexandre dos Santos, MDB.

Ouçam e concluam:

Sem que a chuva de incoerências pare, vamos ao outro lado da cidade, entre o Gaspar Mirim e Gasparinho, que nem a superintendente da Defesa Civil, Ana Janaína Medeiros de Souza, PDT, como registra o vídeo que ela gravou para se justificar e voltar atrás – e aí é mérito dela em reconhecer que estava embarcando numa canoa furada – sabe se localizar direito. 

Entretanto, incompreensivelmente, precisou-se de quase uma tragédia para ela que resistia mudar de ideia

Ela devia ser o ponto de referência técnica a ser respeitada no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Marcelo de Souza Brick, Patriota que nem existe mais, ou PL, talvez, ou PP, quem sabe, o chefe de gabinete Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o secretário de Planejamento Territorial, Carlos Francisco Bornhausen, MDB, o secretário de Obras, Roni Jean Muller, MDB, e parte da Bancada do Amém na Câmara (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB). Mas, não.

Finalmente, a prefeitura colocou a mão na consciência, tirou a bunda da cadeira e propôs uma solução óbvia, naquilo que autorizou à destruição contra a cidade e a região, não fiscalizou para que os tubos que serviam para a ligação das ruas Fausto Dagnoni e Rodolfo Vieira Pamplona e levados pela correnteza do ribeirão Gasparinho ganhassem a promessa de ser substituídos por uma ponte de verdade.

Eu exagero? Eu minto? Eu tergiverso? Eu engano? Eu tenho um lado partidário, que não seja o da transparência e o desenvolvimento da cidade para hoje e amanhã? Eu já tinha previsto este escárnio e descaso do prefeito, vice, seus assessores e vereadores em A PROVA DE QUE O GOVERNO DE KLEBER E MARCELO POSSUI MÉTODO. O POVO FAZ E REFAZ OBRAS. E ENQUANTO PREFEITURA VENDE IMÓVEIS OS POLÍTICOS VÃO AS COMPRAS DE OUTROS. Então eu incomodo e sou perseguido por isso. Muitos desistiram diante desta tática criminosa. Eu não. Assista o vídeo da quase tragédia e eu volto em seguida para comentar.

Era ou não, uma tragédia anunciada? Mais do que isso, aos poucos vai se descobrindo que esta tragédia foi construída e avalizada dentro do próprio governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Marcelo de Souza Brick, Patriota que nem existe mais, ou PL, quem sabe, ou PP, talvez entre poderosos e os loteadores de sempre que se beneficiam do jogo e se alinham com o governo sejam ele petista ou não, para causar prejuízos a quem não se curva e não se cala contra esta máquina de criar vantagens mútuas com a desgraça dos outros. 

Tanto que agora, para calar a minha escrita, bem como os discursos dos poucos que podem discursar, e remediar o grosseiro erro desses “çábios” encostados na máquina pública, prefeitura, a Defesa Civil, a secretaria de Planejamento Territorial, a superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a secretaria Obras e Serviços Urbanos, e parte da Bancada do Amém na Câmara, dizem que estão abrindo uma exceção (comuéqueé?).

Vão projetar e construir – em suposto tempo recorde – entre o Gaspar Mirim e o Gasparinho – uma ponte que antes negavam e esperavam por verbas estaduais ou federais. Ou seja, sacrificariam por meses os passantes e moradores daquela região. Agora, tem dinheiro? Há esta possibilidade?

Que nada! É medo dos estragos nas eleições de outubro do ano que vem. Mais do que isso, de que sejam realmente apontados como os culpados. Foi a tal demasiada esperteza que comeu o dono antes da hora. E político, sabe quando está sendo engolido por suas próprias manhas. É o natural instituo de sobrevivência.

Depois da quase tragédia que poderia ter matado pai e sua inocente filha, fato que teria repercussões nacionais, e não duvide disso em tempo de redes sociais, diante do improviso da comunidade, os políticos e gestores públicos na primeira ação que fizeram foi a de chamar a polícia. Para que? Para impedir a passagem dos moradores daquela região naquele improviso feito pelo povo, com o dinheiro de gente pobre, diante da arrogância e incapacidade de solução dos eleitos pelo povo. 

Realmente é um caso de polícia. Mas, quem devia estar nas garras dela são os que criaram esta situação contra os fracos, os descamisados, os que pagam os pesados impostos. Gaspar é – e há muito na política e gestão pública como esta errática decisão mostra – realmente é um caso de polícia. E a polícia, por outro lado, impressionantemente, sempre quieta alegando estar “amordaçada” pela Lei do Abuso de Autoridade (o escudo institucional, e que os políticos – os inventores deste escudo no Congresso Nacional – e gestores públicos agradecem penhoradamente) e o sindicato aparelhado, até porque o Ministério Público, o qual deveria acioná-la ou estar à frente disso, está sempre a reboque, ou ausente

Tem mais. A polícia além de estar na sua, agora quer se meter na política e ter até candidato a prefeito. Tudo por ordem de políticos superiores. Juntou-se a fome com a vontade de comer. E já há até candidato mapeado. E que a tudo assiste. Alega, em sua defesa que não poder fazer nada. Mas, impedir o povo de passar pelo improviso que próprio povo inventou, perigosamente, diante da inércia omissão das “otoridades”, a polícia fardara, por queixa dos políticos irresponsáveis, foi a primeira a estar lá. Cumpria ordens, alegou.

Por que a passagem de carros e pedestres entre o Gaspar Mirim e Gasparinho, que durou décadas com tubos, foi ribeirão abaixo? Não foi pela alta do Rio Itajaí Açú, como se inventa por aí, mas principalmente pela repentina velocidade das águas do ribeirão Gasparinho da chuva excessiva deste outubro, mas que já caiu na mesma proporção em outros tempos e não fez este estrago.

A velocidade das águas do ribeirão desta vez foi maior e consequentemente, solapou as margens do ribeirão naquela área e a base dos tubos. O que contribuiu para isso? A retirada dos tapumes a montante que ajudavam no desvio de águas para as arrozeiras e dava, de alguma forma, uma diminuição na velocidade nas águas do ribeirão quando cheio. Contribuíram a retirada de areia das laterais e o surgimento de um loteamento.

Quem autorizou isto tudo nos diversos órgãos da prefeitura de Gaspar? Baseado em que estudo? Onde está o laudo? Quem fiscalizou o que se fez lá? Por que ninguém quer depoimentos dos que testemunharam a tragédia anunciada? Sintomático!

Como se vê, no centro de tudo isso, mais uma vez, está a secretaria de Planejamento Territorial e a superintendência de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, bem como interesses particulares dos amigos do poder de plantão. É, na verdade, mais um caso de polícia.  Não a que está impedindo a passagem perigosa, improvisada e que só surgiu, diante do descaso público do governo que está no poder de plantão.

E quem vai pagar a conta de mais esta incúria? São os pesados impostos de todos daqui e se vier verba de fora, via a Defesa Civil, os catarinenses e os brasileiros. Como é que agora, depois de enxergar o tamanho do buraco onde este metida, por que o cavou, a prefeitura de Gaspar diz ter dinheiro para fazer, ou antecipar a construção da ponte – em substituição a tubos diante de tantos danos que não é mais possível recolocá-los? 

Até a semana passada, os “çábios” do governo de Gaspar negavam esta possibilidade. Outra.  Vamos esperar só mais três meses, como afirma os entendidos do gabinete do prefeito, vice e secretaria de Obras para esta “ponte” ser liberada aos passantes das ruas Fausto Dagnoni e Rodolfo Vieira Pamplona? É para se apostar e conferir, se o ritmo das outras obras do governo de Gaspar for sinal de como será esta. Avança, capim!

Mudando de assunto. Esta semana será feita uma reunião política e de engajamento suprapartidário que terá seguinte tema: se não nos unirmos, o PT vai ganhar em Gaspar e precisamos evitar isso. Ora, o PT que está destruindo o Brasil, que já foi três vezes governo em Gaspar, só vai ganhar outra vez, porque os que diziam serem melhores do que eles, com a mesma ladainha da reunião desta semana, mostraram-se tão iguais ou piores. 

Falta espelho a esta gente. E ao menos mais inteligência na argumentação. E por isso, mesmo, não merece prosperar este tipo de reunião.

O problema não é exatamente o PT, mas a gestão incompreensivelmente piorada do PT feita em Gaspar por Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, Marcelo de Souza Brick, Patriota que em existe mais, ou PL, sei lá, ou PP, talvez. O que lhe salva, é a máquina de fiéis das igrejas neopentecostais. Sem elas, ou um representante delas que se armava com Jorge Luiz Prucino Pereira, PSDB, o jogo fica realmente aberto. Kleber prometeu ser diferente e foi. Para pior. É isso que mostram as pesquisas. E se tornou um encosto tóxico.

Não é à toa que os políticos e pré-candidatos que apoiam ou querem suceder o atual governo estavam todos, mais uma vez, pedindo milagres a santos e santas neste final de semana, e registrando estes fatos em fotos e vídeos para seus adoradores. Estavam, na verdade, pedindo milagres. E eles sabem que precisam ir antes a Nossa Senhora Desatadora dos Nós, para essas causas que estão cada vez mais se tornando impossíveis.

A paternidade. O BNDEs do petista Aloísio Mercadante promete liberar R$632 milhões para aplicar no tal programa “Estrada Boa”. É para a recuperação das rodovias estaduais, a jogada marqueteira criada do governador Jorginho Melo, PL. É também uma necessidade urgente. Está tudo uma lástima. É para dar fôlego nas eleições municipais do ano que vem. É um saldo de R$1,7 bilhão que Santa Catarina tinha aprovado em 2017 no banco e deste montante só levou uma parte.

A maternidade. Tão logo a notícia saiu, a deputada Federal Ana Paula Lima, PT, que é pré-candidata a prefeito em Blumenau, criou ruído na informação e comemoração governamental. Para ela, os R$632 milhões sairão do BNDEs para, prioritariamente, acelerar duplicações e recuperações das rodovias federais que cortam Santa Catarina e que verdadeiramente, estão em estado deplorável. E agora? Se for assim, Santa Catarina não vai tomar empréstimo e nem os quitar. Se vierem para um, ou para outro, vamos ganhar na produtividade, competitividade e nas conexões para ampliar o turismo. Se caminho bom não é possível desenvolver o potencial natural deste setor por aqui. Simples assim!

Ufa! O governador Jorginho Melo, PL, já admite trocar o titular trapalhão da secretaria de Proteção e Defesa Civil, Coronel Armando Schroeder, PL, de Joinville. Ele ganhou o cargo na forçada de barra do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, PL, depois que Armando perdeu a reeleição para deputado Federal. 

Se não fosse à pressão e principalmente a ação de lideranças políticas e empresariais sobre o governador durante as enchentes de outubro no Vale do Itajaí, todos teriam se afogados. A saída do Coronel Armando Schroeder da Defesa Civil alivia a pressão sobre o Jorginho Melo, PL, mas não cria soluções. A começar pelo mal explicado brutal corte no orçamento para as obras de mitigações e manutenções das barragens. Quem está ganhando fôlego com este assunto é o PT, como bem demonstra o deputado estadual, Fabiano da Luz.

Um encontro com a verdade. “Antes de amar os outros, temos que amar a nós mesmos”. Foi assim, que a experiente policial civil Aline Serafim Nicoletti, PDS, como suplente de vereadora, cortou o barato de vitimismo da bancada feminina na última sessão da Câmara, diante de mais um bárbaro feminicídio em Gaspar. “Foi um desfecho anunciado. Família, polícia e assistência social fizeram de tudo. E ela teimou em não enxergar o perigo e sempre deu uma nova chance ao assassino”, concluiu. Parece coisa de eleitor com políticos que ele sabe que não vai fazer nada por ele, mas teima em elegê-lo.

Coisa de louco, ainda mais para quem se diz da área de comunicação. Rola na Câmara de Gaspar uma proposta para dar a mulher que queira fazer controle de natalidade o tal caro DIU e que nada mais é do que, as iniciais de Dispositivo Intra Uterino. Para a vereadora autora da ideia, o dispositivo é ULTRA interino. E depois sou eu quem implico e não tenho competência para escrever o que escrevo por falta de diploma. Afinal, o que seria ultra para este caso para a diplomada para escrever, informar ou se pronunciar corretamente?

O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Marcelo de Souza Brick, Patriota, que nem existe mais, ou PL, sei lá, ou PP, talvez, por sete anos esperou os cemitérios encherem e meteu um Projeto de Lei e que a Bancada do Amém (MDB, PP, PSD, PDT e PSDB) aprovou para ter a cremação por aqui. E aproveitando-se desse PL, Kleber meteu um decreto cobrando entre muitas outras, taxas de R$720,00 para a concessão de túmulos, que segundo ele, é para abrir espaços para novos sepultamentos.

A aposta dos políticos e seus “çábios” na prefeitura é cobrando caro dos vivos, além de decidirem pela também cara cremação que ainda não chegou e daqui a pouco aparece sem qualquer concorrência, é que muitos dos vivos não tenham condições de bancar as taxas ou então desistam do recadastramento.

Tudo vapt-vupt e no escurinho. Até a audiência pública, o relator Giovano Borges, PSD, fez sumir. O povo reagiu. O vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, fez espetáculo. E uma comissão de populares foi lá falar com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

O governo admitiu até parcelar os R$720 em seis vezes. Na semana passada, os vereadores, por unanimidade aprovaram o parcelamento em 36 vezes com um limite mínimo na parcela. O que vai acontecer? Kleber vai vetar. A pergunta é: a Bancada do Amém vai derrubar o veto do prefeito e promulgar a Lei que permite o parcelamento em 36 vezes?

Javier Milei, a incógnita, está eleito na Argentina. Comemorações de um lado choro de outro. E por larga margem, desmoralizando as pesquisas. No fundo, isto significa, antes de tudo um voto de protesto. E está aí o perigo.

As nossas experiências neste tipo de mote, seja com Jair Messias Bolsonaro, PL, e agora, especialmente com Luiz Inácio Lula da Silva, sua Janja e o PT que nos esfola cada dia com mais impostos – todos aprovados por um Congresso majoritariamente de direita e centro – para fechar as contas das suas aventuras desenvolvimentistas que já lhe deram cadeia por corrupção, mostram o quanto estamos expostos a qualquer governo que prometem mudanças e se estabelecem nos atrasos seculares.

Na imprensa brasileira ontem, cujas redações são sempre dominadas por militantes de esquerda um tom de velório. No Palácio do Planalto também. No PT igualmente que mobilizou e emprestou a sua artilharia marqueteira a favor de Sérgio Massa para a continuidade do Kirchnerismo que levou o país a derrocada e uma inflação de mais 140% ao ano.

Na Globonews, depois de ver a derrota, parte de seus comentaristas, entendidos em Argentina previa outra: a renúncia de Milei por não conseguir governar devido à minoria e à suposta hostilidade parlamentar. Inacreditável. Mas, o tempo se encarregará de mais esta “premonição” jornalística que se aproxima muito de uma torcida ideológica hegemônica ao continente sul-americano.

Se a Argentina melhorar, ganhará o Brasil em todos os aspectos. Isto é que o governo brasileiro deveria querer, mas ele está dodoizinho e de ressaca. Já não basta as humilhações que vem sofrendo no campo diplomático internacional no caso da Russia, Ucrânia, Israel e comparando terroristas cruéis como gente do bem. Boa semana a todos.

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7 comentários em “COM A CIDADE EM FRANGALHOS, OS VEREADORES EM CAMPANHA ELEITORAL E DE COSTAS PARA A REALIDADE, PROIBEM FOGOS DE ARTIFÍCIOS COM “ESTAMPIDO ALTO” EM GASPAR. AVANÇA, CAPIM!”

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  2. LULA, DESPACHANTE DE LIRA, por Carlos Andreazza, no jornal O Globo

    A lógica do orçamento secreto — mais que a opacidade, o autoritarismo nas distribuições — veio para ficar. Mecanismo sem precedentes para o exercício concentrado de poder pela elite imperial parlamentar, permanecerá. A única questão sendo como se arranjará — que forma haverá — para 2024; costurado, no vácuo ligeiro franqueado por uma LDO que encavala a LOA, o orçamento do ano que vem, a ser novamente peça de ficção. A questão sendo quão ficcional será a fantasia.

    Para aquilatar a ordem de grandeza de apenas uma entre as mordidas projetadas. O Congresso Lira — o Parlamento do Lirão (antes houvesse um Centrão) — avança com inflação própria e estica a corda de suas pretensões para o valor total de emendas parlamentares em 2024: R$ 46 bilhões. (Foram inscritos pouco mais de R$ 36 bilhões para 2023.)

    Quase todo mundo em Brasília bravateia em defesa da meta fiscal haddadeana — também modalidade literária do campo do fantástico. (Respeite-se o natimorto arcabouço fiscal!) Todo mundo a defender a austeridade nas contas dos outros. A conta não fecha. Está aí, fiscalista, Arthur Lira — antes fosse somente a hipocrisia o problema. O presidente da Câmara a desejar que se sustente o objetivo de equilíbrio fiscal enquanto trabalha para garantir que não faltem bilhões — mais bilhões — às emendas parlamentares. (Arrecade-se!)

    Para ser exato: Lira articula para que não lhe faltem, e crescentes, os bilhões em emendas — e, mais, que assim seja sob amarras que ampliem a porção de pagamento obrigatório, destinações a ser cumpridas pelo governo segundo calendário determinado, em lei, pelo Congresso. Seria o Executivo formalizado como despachante do Legislativo. Para ser preciso: Lula como despachante de Lira.

    Não há hipótese em que prospere, como abrigo adicional dos dinheiros outrora sob emenda do relator (a fachada original do orçamento secreto), a ideia da nova emenda parlamentar para bancadas partidárias. Lira não admitiria. Não como nicho-receptáculo de parte do volume que fora do orçamento secreto. Quer os dinheiros em quantidade crescente, com cronograma de liberações — e os quer sob seu controle.

    Não terá chegado até aqui para que líderes partidários, em função do tamanho de suas representações, ascendam com autonomia para apontar o destino do orçamento. Isso lhe é prerrogativa exclusiva.

    Equilíbrio fiscal da carochinha para Faria Lima à parte, acima de tudo — onde se impõe o mundo real — o equilíbrio, a estabilidade, do poder de Lira. A República, parece, depende disso; desse império. E então teremos as emendas de comissão turbinadas. Interditada a emenda do relator e findo, com 2023, o acordo que realocara a grana do orçamento secreto para que continuasse sob propriedade dos senhores do Parlamento, surpresa nenhuma haverá em que se acomodem os dinheiros em rubricas já existentes, sob os cuidados de comissões cujos comandantes são escolhidos por Lira e outros alcolumbres, pachecos incluídos.

    Todo apoio (até março) à meta fiscal zero de Haddad; desde que a Fazenda não venha contingenciar o do Congresso. Contratadas estando — e se alimentando — a expansão dos gastos federais e a expansão da musculatura de Lira. Conte-se com o presidente da Câmara para aprovar os projetos de incremento da arrecadação. São muitos os PACs no porvir, ano eleitoral já despontado, entre os quais o programa de aceleração do crescimento do fundão eleitoral. Nenhum maior que o PAC de Arthur Lira; que opera na esperança de atrasar que lhe sirvam café frio.

    O homem levou a Caixa e trabalha para que seu sócio generoso — o governo Lula — nem sequer possa gerir o tempo em que distribui as emendas. Quer radicalizar a força com que influi nas votações legislativas: um modelo em que o governo, na Câmara, só precisasse tratar com ele. Lira é bolsonarista sobretudo na maneira como despreza a política — que apregoa defender — e esvazia a cultura liberal de representação. Acusa os críticos de criminalizar a política enquanto esvazia a Câmara de lideranças, que perverte em comerciantes, e arma o cenário em que o Parlamento seja ele.

    Empunha a bandeira da ampliação da autonomia parlamentar sobre fundos orçamentários — em nome dos deputados — enquanto, na prática, centraliza em si o controle desses recursos, achatando iguais à condição de dependentes de favor. Não quero chamar os parlamentares que embarcam nessa — que embarcados vão faz tempo — de trouxas. Os dinheiros, afinal, chegam a suas pontas — e não serão tantos os que se preocupam com a saúde, a relevância, da democracia representativa.

    Pagam, aceitam pagar, também o governo topa, institucionalizado pois, o custo de administração Lira. Ele passará. A cultura fica.

  3. O QUE MILEI E TRUMP DEVERIAM MOSTRAR A LULA, por Vera Magalhães, no jornal O Globo

    Viralizou um post no antigo Twitter de uma conta verificada que se apresenta como sendo de Javier Milei, mas que é de apoiadores de sua campanha, com a seguinte formulação com ares de profecia: “Javier Milei 2023/Donald Trump 2024/Jair Bolsonaro 2026”, com as bandeirinhas respectivamente da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil.

    É óbvio que cada um dois países tem particularidades econômicas, sociais, históricas e políticas que impedem a simplificação da postagem, mas também é evidente que a resiliência do fenômeno do outsider que chega para implodir as estruturas do establishment se mostra maior que as derrotas de Trump em 2020 e de Bolsonaro em 22 pareciam apontar. E isso requer que o governo Lula e a coalizão que venha a se articular para sua sucessão tomem alguns cuidados.

    Reveses como o de Trump e de Bolsonaro não esgotaram o apelo eleitoral da extrema-direita. A celebração da vitória de Milei por aqui, inclusive da parte de políticos órfãos do bolsonarismo, evidencia que esse pessoal está em busca de um caminho para voltar à carga em 2026, e ele tende a se dar pela exploração do fracasso de governos de esquerda em manejar a economia e promover segurança e bem-estar social.

    Lula investiu na última perna dessa equação ao recompor o Bolsa-Família e outros programas. Também logrou êxito econômico no primeiro ano de mandato ao conseguir indicadores (de inflação, emprego, renda, juros) melhores que os de Bolsonaro e ao avançar com uma reforma (tributária) e uma política fiscal logo no primeiro ano.

    Mas o governo ainda patina na percepção pública sobre seu domínio sobre a agenda da segurança e demonstra incerteza quanto ao rumo que a política econômica tomará doravante. E esses deveriam ser pontos de preocupação em um governo, e uma coalizão, que entendam que sua missão em 2026 não será manter o eleitorado lulopetista, que é fiel, mas manter o eleitor de centro e centro-direita que votou contra Bolsonaro em 22, mas vai olhar com atenção disfarçada o que vai acontecer na Argentina e nos EUA com essa volta por cima da direita — justamente porque já estão começando a torcer o nariz para algumas falas e decisões de Lula.

    Lula não será reeleito sem manter ou ampliar o eleitorado que obteve graças à ideia defendida por ele no segundo turno de que faria uma gestão de frente ampla. Se tiver essa percepção muito clara ao longo dos próximos três anos, ele pode ser bem-sucedido em entregar uma gestão econômica fiscalmente responsável, que não caia na tentação de achar que alguma inflação e algum descontrole fiscal são desejáveis para entregar um crescimento maior. Ainda nesse tópico, a tão criticada aliança com o Centrão de Arthur Lira funciona como um antídoto para evitar que o bolsonarismo reconquista uma fatia dos partidos de centro e centro-direita em 2026, o que e fundamental.

    A respeito da lógica econômica, o economista Fábio Giambiagi nota que há uma diferença absoluta entre uma discussão de se a inflação de um país no ano será de 3% ou 5%, como ocorre hoje no Brasil, e se ela ficará na casa dos 140% ou 150%, como na Argentina. Isso impede, no raciocínio dele, que se extrapole para o Brasil a sensação de desalento com a economia com a qual o eleitor argentino foi às urnas. “São galáxias completamente diferentes”, diz ele.

    Mas ele faz algumas outras análises sobre o fenômeno Milei que deveriam pautar discussões no governo brasileiro e na aliança em torno de Lula. A primeira delas diz justamente respeito à permanência do apelo do outsider. “As democracias ainda se encontram diante do desafio de encontrar líderes que sejam ao mesmo tempo responsáveis e consigam falar com o povo”, analisa.

    Para ele, a experiência de países que experimentaram o caminho de eleger outsiders mostra que, no exercício do poder, eles se moldam a alguns padrões ou fracassam no ciclo seguinte. Isso joga uma dúvida a respeito de como o presidente eleito da Argentina vai proceder com promessas de campanha, como a da dolarização, a mais crucial delas.

    Mas o simples fato de o eleitor olhar para um candidato como Milei e se identificar deveria servir de alerta para o governo brasileiro de que existe uma insatisfação difusa, que é sobretudo geracional, com fórmulas econômicas e políticas ainda hoje defendidas pela esquerda tradicional e que não dão conta dos desafios do século 21. “Massa ganhou o debate do Milei de 10 a zero. Qualquer um notou isso. Mas, por paradoxal que pareça, o debate reforçou o voto em Milei. Porque o eleitor, sobretudo jovem, olha para aquele sujeito e acha que ele está sofrendo bullying, e pensa: ‘Esse cara sou eu'”, raciocina o economista, de família argentina e que viveu alguns anos de formação no país vizinho.

    Se o governo Lula achar que vai encontrar um caminho para esse eleitor jovem, que trabalha na chamada economia “gameficada” ou “uberizada”, por exemplo, oferecendo a ele apenas soluções do sindicalismo dos anos 1970, a chance de haver um abismo de compreensão é enorme.

    Da mesma maneira, agendas progressistas como a de direitos humanos precisam ser analisadas pela esquerda à luz dos desafios atuais. Muito se debateu, na Argentina, o fato de um país que realizou um dos mais exemplares julgamentos dos próceres de uma ditadura sangrenta eleger um candidato de extrema-direita que debocha da pauta de direitos humanos. Giambiagi e outros analistas contrapõem essa perplexidade com o fato de que, nas últimas décadas, o kirchnerismo se apossou do discurso dos direitos humanos sem dar a ele alguma consequência prática para a vida de pessoas que se vêm cada vez mais desprovidas de direitos.

    Esse deveria ser um ponto de atenção do governo Lula e da esquerda: o de que o discurso tradicional nessa área precisa ser cotejado com a realidade que se vive em comunidades dominadas pelo crime organizado e que só têm algum porto seguro, por exemplo, nas igrejas evangélicas. Só estigmatizar os evangélicos não será um caminho para evitar que a extrema-direita de novo seduza uma parcela do eleitorado com o discurso armamentista que tanto prosperou de quatro anos para cá.

    E a ameaça “Trump 2024?”, desde a noite de domingo cada vez mais citada? É claro que a legislação norte-americana difere em muito da brasileira, e propicia que o ex-presidente seja novamente candidato, ainda que esteja condenado em múltiplas frentes.

    Mas não deveríamos tirar do horizonte a chance sempre real de reviravoltas judiciais no Brasil (das quais o próprio Lula é uma prova) ou a possibilidade de um Bolsonaro tornado vítima pela narrativa ser um cabo eleitoral mais forte do que as últimas derrotas judiciais e políticas prenunciavam.

    1. Gaspar é uma cortina de fumaça permanente aos políticos sejam eles de suposta esquerda, de suposta direita, de suposta religiosidade, seja de… Nos incêndios que geram fumaça, eles são combatidos por brigadistas, ou pela chuva que chega em um determinado tempo para acabar com os incêndios e a fumaça. Aqui, nem brigadistas, nem a chuva que alaga, destroi e desabriga pela enchente e enxurrada, consegue afastar estes pirotecnistas.

  4. UM GOVERNO QUE DESMORALIZA O PAÍS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

    É estarrecedor. O Estadão revelou que pessoas muito próximas a uma facção criminosa fizeram reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública e, em vez de tomar as atitudes necessárias para traçar uma linha clara entre governo e crime organizado, o presidente Lula da Silva veio a público prestar solidariedade ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que estaria sendo “alvo de absurdos ataques artificialmente plantados”.

    Ao contrário do que disse Lula da Silva, a questão não é se o ministro da Justiça encontrou-se pessoalmente com Luciane Barbosa Farias, mulher de um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas e ela própria com contas a acertar na Justiça. Até agora, não há nada indicando que esse encontro ocorreu. O problema é outro, muito mais grave.

    O crime organizado atua à luz do dia para se aproximar da política e interferir nela, e o governo do PT parece considerar tudo isso normal. Sua preocupação não é investigar o caso, tampouco atuar para que a administração pública federal fique menos exposta às investidas políticas das facções criminosas. A prioridade petista é defender o companheiro Dino, que estaria sendo injustamente atacado.

    Com isso, Lula da Silva reitera o padrão de comportamento adotado até agora na área da segurança pública. Não entendeu a gravidade do problema. Não se preocupa com a população, que sente diariamente os efeitos e todas as sombras que a criminalidade gera sobre a vida em sociedade. Não tem nenhum plano concreto para prevenir os crimes e enfrentar os criminosos. Sua atenção está voltada exclusivamente para as eventuais consequências políticas do escândalo da participação da mulher do traficante “Tio Patinhas” em reuniões do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

    Trata-se da mesma irresponsabilidade que se viu na recente operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos para combater o tráfico de drogas e de armas. Diante de um problema gravíssimo, que exige estratégia, planejamento e coordenação, o governo federal optou por mais uma pirotecnia militar populista, de curto prazo e sabidamente ineficaz (ver editorial Uma GLO que é a cara deste governo, dia 3/11).

    Governar é muito mais do que agir guiado por cálculos político-eleitorais. Exige um mínimo de comprometimento com o interesse público. No entanto, diante da revelação de que as facções criminosas de algum modo têm acesso à alta cúpula da administração federal, Lula da Silva optou por cuidar do interesse do seu ministro que, coitado, não estava sabendo das tais reuniões.

    O governo do PT zela por si e apenas por si. E o faz de forma coordenada. Horas depois de Lula prestar solidariedade ao companheiro Dino, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, veio a público defendê-lo. Para Silvio Almeida, o problema não é a atuação cada vez mais audaciosa do crime organizado, mas os “ataques difamatórios” que “têm como alvo central o corajoso trabalho” do ministro da Justiça.

    Haja empáfia. Em vez de esclarecer o que houve, Silvio Almeida acusou “a tentativa generalizada, por parte de extremistas de direita, de a todo momento fabricar escândalos e minar a reconstrução da política de direitos humanos”. Eis o modus operandi petista. Acham-se superiores mesmo quando seus erros são expostos. Em vez de prestarem as informações ao público e admitirem o erro, atacam genericamente, sem nenhuma prova, politizando infantilmente a questão.

    Não há reconstrução possível do País onde imperam a irresponsabilidade e a desfaçatez. É mais que hora de Lula da Silva descer do palanque e governar com seriedade, o que envolve admitir os erros e, principalmente, cuidar dos interesses da população. É fácil – e gera engajamento nas redes sociais – culpar os “próceres da extrema direita brasileira”, como fez Silvio Almeida, pelo escândalo das reuniões. Difícil é enfrentar as causas do problema.

    O mínimo que o governo poderia fazer seria afastar ou ao menos advertir os secretários envolvidos no caso. Mas o sr. Dino já descartou essa possibilidade, dizendo que, se o fizesse, estaria se “desmoralizando”. Conclui-se que ele preferiu desmoralizar o País

  5. SERÁ MAIS DIFÍCILPARA MILEI, por Guga Chacra, no jornal O Globo

    Um libertário sem experiência administrativa e de um pequeno partido venceu as eleições na Argentina em um dos maiores acontecimentos políticos da história deste país conhecido pelas sequências de crises econômicas e decadência crônica. Javier Milei, visto por muitos como um lunático extremista e por outros como uma solução para décadas de fracassos, sentará no sillon de Rivadavia, como é conhecida a Presidência da Argentina, em menos de um mês. Tentará implementar suas políticas para transformar o país.

    O governo Lula precisará lidar com um líder que o critica abertamente. As relações entre os dois países correm enorme risco de se deteriorarem. Para Joe Biden, a Argentina possui pouca relevância, mas será inevitável a comparação de Milei com Donald Trump a um ano da eleição presidencial nos EUA. Muitos comparam a vitória de Milei à do republicano em 2016, e a de Jair Bolsonaro, no Brasil, dois anos mais tarde. Como os dois, Milei surpreendeu o establishment e os partidos tradicionais. Também conseguiu enorme conectividade com seus seguidores em um populismo de direita. Ao mesmo tempo, há grandes diferenças no contexto das eleições de cada um dos três.

    Trump era uma figura famosa, com histórico de empresário rico (ainda que vigarista) e de sucesso na TV. Nunca tinha exercido cargo político. Bolsonaro sempre foi um deputado do baixo claro e passou pelo Exército. Já Milei ganhou fama por suas performances em programas de TV como economista medíocre, mas bom comunicador. Estas não são, no entanto, as maiores diferenças. Milei, ao contrário dos ex-presidentes do Brasil e dos EUA, não terá maioria para governar. Trump iniciou seu mandato com maioria na Câmara e no Senado. Bolsonaro conseguiu o suporte do Centrão, além de ter base forte com evangélicos, militares e o agronegócio. O argentino leva desvantagem em todos estes temas que facilitaram as administrações, ainda que fracassadas, dos líderes de extrema direita em Brasília e Washington.

    A coalizão de Milei será minoritária e, mesmo com o apoio de parte da direita tradicional, não terá maioria no Congresso. No sistema argentino, assim como no brasileiro, é praticamente impossível governar sem maioria no Legislativo. Há ainda o agravante de o peronismo ser uma das agremiações mais hábeis do planeta para sabotar rivais – só Mauricio Macri terminou o mandato em cerca de um século sem ser peronista e mesmo assim acabou derrotado quando tentou a reeleição.

    Trump e Bolsonaro sucederam governos que não deixaram heranças catastróficas. Barack Obama conseguiu ao longo dos seus oito anos no poder reduzir a taxa de desemprego e melhorar a economia depois da crise no final da administração de George W. Bush. Michel Temer também recolocou a economia relativamente nos trilhos no Brasil antes de Bolsonaro assumir. Milei herdará uma economia com inflação descontrolada. Planeja dolarizar o país, mas deve enfrentar enorme dificuldade, por não ter apoio político e porque a Argentina já tentou e fracassou com uma espécie de dolarização (câmbio fixo) com Carlos Menem nos anos 1990. E, mais importante, porque a Argentina não tem dólares para dolarizar.

    Milei tampouco terá o disciplinado suporte dos evangélicos de que tanto Bolsonaro como Trump desfrutaram. A população evangélica argentina é muito menor se comparada com as do Brasil e EUA. Para agravar, o futuro presidente xingou o popular Papa Francisco, que é argentino. Os militares, enfraquecidos desde a ditadura e o fiasco na Guerra das Malvinas, tampouco podem ajudá-lo. Será muito mais difícil para Milei implementar sua agenda do que foi para Bolsonaro e Trump.

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